domingo, 9 de agosto de 2009

Um turno inteiro sem vencer fora de casa

Houve quem se impressionasse com a atuação do Grêmio contra o Palmeiras. Alertei que o desempenho bom do time tinha a ver com problemas do adversário, que se arrastou em campo no segundo tempo. Mas dei um crédito de confiança: vamos esperar os próximos jogos para ter uma opinião definitiva.

A derrota por 1 a 0, neste domingo, em Barueri, indica, não prova, mas indica que a atuação no empate por 1 a 1 foi mesmo enganadora, conforme eu suspeitava.

A experiência de jogar com apenas Maxi Lopez na frente, com Douglas compondo o meio campo e buscando a aproximação na frente não deu certo. E não dará certo.

Douglas não jogou absolutamente nada. Ele e Jadilson potencialmente teria condições de fazer jogadas pela esquerda. Fizeram uma no início. E foi só. Douglas ficou perdido em campo, não marcou, não armou e não agrediu.

Numa comparação com o Fernandinho, por exemplo. Quem é mais efetivo?

Souza, também já escrevi aqui, cai muito de rendimento fora de casa. No Olímpico, é um leão. Fora, é um gatinho.

E o que dizer do Maxi? Isolado, sozinho, batendo cabeça com os zagueiros, recebendo melancias e abóboras. Saiu no intervalo, alegadamente por lesão. Desconfio que foi para não ter que tirar o omisso garoto de ouro. Desconfio que a escalação do guri é forçada por algum investidor misterioso, porque ele é quem deveria ter saído no intervalo.

Ouvi o que o médico do Grêmio disse. Maxi saiu por precaução apenas, medida preventiva. O time está empatando, teria chance de vencer com seu centroavante titular se ele tivesse um companheiro para brigar com a zaga e tabelar, e sai por precaução. Se o Grêmio estivesse por cima da carne seca até poderia se dar a esse luxo.

Agora, se eu fosse investidor iria preferir o Douglas Costa parado, fora do time, porque jogando ele só está se desvalorizando.

Desconfio que Autuori que não quis dar o braço a torcer, sacar o Douglas e colocar Jonas de volta ao time. Imaginem se o Grêmio ganha sem o Douglas? A teoria do técnico vai pro espaço. Aliás, por que não deixam Jonas ter uma sequencia como todos os outros atacantes tiveram? Ele não é grande coisa, mas é o melhor companheiro que o clube tem para Maxi Lopez. E o Roberson? Por que não dão chance pra ele?

Paulo Autuori está fazendo história. Nunca o Grêmio acumulou uma série tão longa de jogos sem vencer fora de casa. Completa o turno sem vencer fora do Olímpico. Já é uma marca para ser emoldurada e colocada na parede da vergonha.

Outra coisa, sou obrigado a lembrar o Rotho, o indesejado: quando ele, Rotho, tentou jogar com apenas um atacante de ofício, foi massacrado pela mídia, e com total razão. Autuori é levado livre. Mas não por mim.

Autuori está se revelando melhor treinador da imprensa do que do time.

O exterminador do futuro

Há algum tempo escrevi que o governo Lula é o exterminador do futuro. Por muitas razões, a principal delas por permitir o contínuo e crescente massacre da serra elétrica na floresta amazônica.

Agora, vejo que o futuro já chegou.

Na página 19 da ZH deste domingo há esclarecedor artigo de um especialista da Faculdade de Medicina da Ufrgs e do Hospital de Clínicas. Fica claro o terrível erro do ministro da saúde, Temporão, subordinado do Sr Lula, na questão da gripe A. Ao impedir a aplicação do Tamiflu logo nos primeiros sintomas de gripe, dezenas de pessoas já morreram.

Outras tantas estão morrendo porque o tratamento foi liberado tarde demais. E outras, centenas, milhares, quem sabe?, irão morrer se a política devastadora de vidas do Ministerio da Saude não for mudada.

A faixa etária mais atingida é a do adulto jovem. Exatamente aquela que está construindo (no caso dos integrantes da União Nacional dos Estudantes, ajudando a destruir) o futuro.

Assim como árvores majestosas são derrubadas sem dó nem piedade, também vidas humanas são ceifadas pela incompetência e negligência desse governo da pirotecnia, das frases hilárias, agressivas e debochadas, e da luta feroz pela manutenção do poder.

Em tempo

É recomendável o uso de álcool gel nas mãos. Tentar impedir o vírus bebendo vodka ou outras bebidas etílicas, como sugere o parceiro Francisco no tópico anterior é só uma desculpa para beber um pouco mais. O que também é interessante nesse frio. Mas com moderação, claro.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ódios e paixões no futebol

Torcedor de futebol é igual em todo o mundo. Tem suas paixões e seus ódios em relação a um ou outro jogador.

Poderia citar inúmeros exemplos aqui nessa província gaudéria. Há os que amam e os que odeiam Tcheco, por exemplo. Eu apenas acho que ele hoje é insubstituível no time do Grêmio.

D’Alessandro é outro que provoca calorosos debates, principalmente entre o Juremir Machado (a favor) e o Haroldo de Souza (contra).

O que me leva a escrever sobre isso é algo inusitado, um absurdo. Torcedores do Liverpool querem ver o Lucas pelas costas. Vejam só, o Lucas, um volante multifuncional, que poderia ser titular da Seleção Brasileira, é desprezado por torcedores ingleses através de um fórum na internet. E pior, é ironizado por torcedores do Manchester United, votando para que ele fique no rival.

O futebol consegue essas coisas. Divide opiniões.

Sobre o jogo entre Grêmio e Palmeiras já li e ouvi todo o tipo de opinião. A maior parte dos gremistas ficou entusiasmada. "Agora vai."

Já superei a fase do deslumbramento há muito tempo. Na verdade, nem sei se a tive.

O Grêmio foi amplamente dominado em boa parte do primeiro tempo. O Palmeiras teve chance de fazer dois ou três gols, fez um. O Grêmio escapou numa cochilada do adversário e empatou. A partir daí o jogo ficou equilibrado.

No segundo tempo, o Grêmio foi superior. Poderia ter feito pelo menos mais um gol e vencido sua primeira partida fora de casa.

Aparentemente, Autuori venceu o duelo tático com Muricy. Mas percebi o Palmeiras se arrastando em campo a partir da metade do segundo tempo. Havia enorme distância entre a defesa e o ataque. O meio-campo gremista passeou nesse espaço. Pode ser falta de preparo físico, não sei. O fato é que o Grêmio dominou o líder do campeonato e mereceu vencer.

Agora, vamos ver contra o Barueri, e principalmente no próximo jogo fora, o quanto a atuação do Palmeiras pesou para o bom desempenho do Grêmio no Parque Antártica.

Aliás, é inadmissível que o estádio não tenha ambulância ao lado do campo de jogo.

Douglas Costa deu boa contribuição. Foi participativo, sem ser brilhante, como esperam seus admiradores. A tendência é de que melhore a cada jogo e confirme tudo o que dizem sobre ele. De minha parte, sigo achando que ele tem um grande potencial.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O ídolo desprezado

Quando o Inter precisa de um título dá um pulinho no Japão e volta com mais uma taça. Simples. Agora, campeão da Copa Suruga não serve nem de consolo para quem deixou escapar o título da Copa do Brasil. É muito pouco para o ano do centenário. Mesmo assim, já está melhor do que foi o Grêmio no ano em que completou cem anos.

Resta a obrigação para realmente fechar bem a temporada, que iniciou das mais promissoras, a conquista do Campeonato Brasileiro. Na pior das hipóteses, uma vaga na Libertadores. Mas aí sem direito a festejar na Goethe.

Se realmente é fundamental terminar o ano bem, é difícil entender por que o Inter desprezou Fernandão. Aos 31 anos, o ídolo colorado daria grande contribuição ao time, sem contar o entusiasmo que causaria na torcida.

Ontem, ouvi o Fernandão dizer que fez "dez ligações para o celular de Fernando Carvalho", sem receber retorno. Depois, ainda segundo o jogador, que já provou ser um homem sério, ele telefonou para Giovani Luigi. "Conversamos durante meia hora e ele desligou dizendo que o Fernando ligaria em dez minutos. Ele não me ligou. Aí eu tive certeza de que o Inter não me queria. Seria tão simples. Não precisa disso tudo. Era só dizer que eu, aos 31 anos, talvez já não pudesse dar a resposta que dei em quatro anos. Eu entenderia e partiria para outra", desabafou Fernandão.

Sobre o e-mail que recebeu dias atrás de Fernando Carvalho, depois dessa maratona para manter um contato verbal com seu "amigo", o jogador interpreta como uma tentativa do dirigente de ficar calçado no caso de Fernandão assinar com outro clube, passando a impressão de que realmente tentou a sua contratação.

É claro que o Inter não quis mesmo Fernandão de volta. Preferiu Edu, que chega hoje, e Cléber Santana. Gosto é gosto. Ou negócios são negócios.

Decididamente, o Inter não sabe cuidar bem de seus ídolos.

QUESTAO DE ORDEM

Se os 40 denunciados do mensalão estão aí livres, leves e soltos, será que alguém vai ser mesmo punido aqui no RS, depois dessa grave denúncia dos procuradores? Se bem que só a denúncia já detona com muita gente.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Arena, a Copa e o BNDES


Em fevereiro deste ano eu conversei com o líder de desenvolvimento de novos projetos da OAS, Eduardo Pinto, e fiquei convencido de que o grupo teria muita dificuldade para encontrar investidores interessados no projeto Arena, seduzidos por espigões com salas comerciais (que acabarão se transformando em imóveis residenciais, eu acredito) no Humaitá. Ele admitiu que não seria fácil em razão da crise mundial.

Desde então apostei minhas fichas que o governo federal acabaria bancando a brincadeira, caso contrário a Arena não sairia do chão. Estava convencido de que a OAS faria valer a sua influência, escavada há décadas, junto aos órgãos públicos.

Há menos de um mês percebi o primeiro sinal de que a coisa já se encaminhava para esse lado. O Corinthians (lembram da declaração do Ronaldo sobre as dicas de empreiteiras feitas pelo presidente Lula?) anunciou que pediria uns 25 ou 30 milhões para reformar o seu estádio. E para quem estava encaminhando o projeto? O BNDES.

Agora há pouco chegou aqui na redação do Correio do Povo a notícia de uma agência. É a seguinte:

BNDES estuda financiar reformas para Copa de 2014
Sao Paulo, 03 (AE) - Apesar de o governo federal garantir que estadios nao serao construidos ou reformados para a Copa de 2014 com dinheiro publico, o Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) estuda a criacao de uma linha de financiamento para esse fim. Representantes das cidades-sede vao se encontrar com tecnicos do banco federal ate quarta-feira - nesta segunda, eles ja iniciaram as conversas com Sao Paulo, Minas Gerais e Bahia.

Então ficamos assim: agora a Arena, infelizmente, deve mesmo sair. Seja o que Deus quiser. Ah, e a reforma do Beira-Rio também.

Pergunta: se o BNDES vai mesmo financiar, por que o Grêmio mesmo não pega os recursos, como fará o Corinthians, e banca uma bela reforma no Olímpico?

Imprensa e os exageros

A revista Veja desta semana traz na capa o rosto de César Cielo e o título ‘Enfim, um herói’. Trata-se de um exagero. Que é bom termos ídolos no esporte não resta dúvida. São exemplos para a garotada. Gente que supera desafios e acaba vencendo.

Cielo bateu recorde mundial nos 50 metros, uma façanha atingida graças a muito trabalho, trabalho árduo, mas longe daqui, mais precisamente nas piscinas de Alabama, Estados Unidos. Isso não faz dele um herói nacional. Não porque suas braçadas vencedoras foram encorpadas em outro país, mas simplesmente porque herói é outra coisa. Pelé não foi herói, nem Senna. Menos ainda o jovem e bravo Cielo, que entra na galeria dos grandes astros do esporte brasileiro. E deu.

Veja, na ânsia de criar um novo ídolo, ou por falta de assunto melhor, saiu com esse excesso, justificável, mas um exagero.

Já o jornal Zero Hora se superou ao manchetear em seu belo caderno de esportes, edição de hoje, página central: Douglas é Maxi. É outro caso de excesso jornalístico. Não faz mal pra ninguém, talvez apenas para o próprio garoto. Não sei exatamente o pode haver por trás de um exagero tão grande, mas penso que a motivação é a mesma que levou a Veja a alçar Cielo à condição de ídolo verde e amarelo.

Nós, aqui do RS, também carecemos de ídolos. Nilmar foi embora, Taison encolheu, o furacão Daiane já passou. Tem ainda o João Derly, mas o judô não é exatamente um esporte popular, sem contar que não é atraente. Ficam aqueles caras se agarrando, se puxando, rolando abraçados. Enfim, uma coisa chata, com todo o respeito aos judocas meus conhecidos, ou não. Claro que judô feminino é mais legal.

Douglas entrou no jogo de ontem, fez duas ou três jogadinhas, e só. Longe de merecer uma manchete tão ufanista. O curioso que tanto destaque para o garoto, que realmente é promissor, e só isso, promissor, como muitos que já vi, acontece justamente no dia seguinte em que li uma notinha na internet: Manchester United desiste de Douglas Costa.

Foi ontem à noite, na redação do CP que dei de cara com essa notícia. Até comentei com os colegas: será que um dia esse clube realmente se interessou pelo jovem gremista? A informação de maior credibilidade que li sobre o assunto apontava que o clube inglês queria Douglas por umas semanas para testes. Bem, nem milhões de euros, conforme anunciado exaustivamente (houve o mesmo semana passada em relação ao Sandro, do Inter), nem programa de testes. Os ingleses que façam testes com seus conterrâneos.

Agora, prefiro os excessos da imprensa (nos casos acima sem maiores conseqüências) do que a censura, como essa que o judiciário está impondo ao jornal Estadão para resguardar Sarney e cia. Espero que o sr. Lula se manifeste a respeito com a mesma veemência com que atacou os críticos do bolsa família.

Vou esperar sentado.

domingo, 2 de agosto de 2009

Tcheco, Douglas e os laterais


Tcheco era o melhor em campo quando cometeu aquele pênalti idiota, coisa de jogador inexperiente e desprovido de inteligência. Não é esse o perfil do capitão gremista, pelo contrário. Ele é o jogador mais inteligente do time e ontem foi muito bem, com exceção desse lance injustificável que quase colocou em risco a vitória.

O Grêmio acabou goleando o Cruzeiro por 4 a 1, mas é preciso deixar bem claro que só começou a criar situações de gol depois da expulsão de Jonathan. Também não se pode ignorar que o time mineiro não tinha Kléber e Wágner.

Escutei entrevistas de torcedores depois do jogo. Tcheco foi muito elogiado, merecidamente. Críticas para os laterais. Thiego está improvisado e logo volta para o seu lugar, que é o banco de reservas. Já Fábio Santos é uma temeridade.

No meu ocaso como craque de futebol, eu jogava no estilo do Réver, um zagueiro de técnica invejável. Posso garantir que nenhum zagueiro joga tranquilo se tem ao seu redor jogadores que comprometem, que o deixam inseguro. Pode ser um colega de zaga, o goleiro, um volante ou um lateral. O sujeito não consegue jogar tranquilo, porque sabe que a qualquer momento pode entrar numa roubada.

Ontem, Fábio Santos ficou livre para fazer o primeiro gol, numa bola com açúcar e com afeito deixada por Jonas, que provou de uma vez por todas, espero, que é melhor do que Herrera. O lateral chutou colocado no meio do gol, nas mãos do goleiro.

A entrada de Douglas Costa foi providencial. Mexeu bem o Autuori, sacando o Thiego. O guri mostrou qualidades e merece continuar recebendo chance até se afirmar.

Agora, por que não dar oportunidade para os outros garotos? Por que insistir com Joilson, que entrou com o time vencendo, o Cruzeiro com dois jogadores a menos, e não conseguiu acrescentar coisa alguma? Ele poderia ter colocado o Roberson pela ala direita. Jadilson entrou relativamente bem, mas também perdeu alguns lances de forma bisonha. É inconfiável.

De positivo, outra boa atuação de Maxi Lopez.

Agora, é o Palmeiras, que se credencia como favorito ao título.