sábado, 12 de setembro de 2009

buenos aires

Invadi a redacao do jornal Olé, fiquei frente a frente com os nossos corneteiros. perguntei por que nos chamam de macaquitos, e por aì vai.
na volta eu conto e mostro fottos.
agora, fui mal recebido, com muita antipatia. Por que será?
Aliás, desconfio que os argentinos nao gostam muito da gente. O taxista mais simpatico que conheci é um uruguaio...
Já fui um dois shows de tango.
Aguardem

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Volver porque 20 anos não é nada

“Uno busca lleno de esperanzas
el camino que los sueños
prometieron a sus ansias.
Sabe que la lucha es cruel
y es mucha pero lucha y se desangra
por la fe que lo empecina...
Uno va arrastrándose entre espinas...”

Começo com a letra do tango Uno, de Mariano Mores e Henrique Discépolo, um dos mais bonitos e cuja letra sei de cor.

Alguém pode pensar que é uma gozação em cima do Maradona e/ou da seleção argentina, que no momento em que escrevo está levando 1 a 0 do Paraguai e ainda acabou de ter o veterano Verón expulso.

Quer dizer, Maradona está se ‘arrastando entre espinhos’. Acho que ele vai cair. A Argentina está indo para a repescagem.

Apesar das afrontas de Maradona ao Rei do Futebol, Pelé, eu o respeito por tudo o que fez no futebol. Foi um craque em campo, um peladeiro fora dele. Torço pelo Maradona desde que o conheci, ainda no Argentinos Jrs., numa tarde de muita chuva...

Bem, essa história já contei aqui.

Apesar também das brincadeiras do jornal Olé, algumas pesadas, de mau gosto, outras hilárias, inteligentes, torço também pela Argentina. Já torci pela Argentina até contra o Brasil. Gosto da Argentina, do tango, do seu povo, que tem um espírito de luta, de indignação, que admiro e invejo. Ah, as mulheres argentinas. Elegantes, belas...

Abri este texto com a letra de Uno porque amanhã, neste horário, estarei em Buenos Aires. Numa casa de tango, claro. Os desmandos de sucessivos governos abalaram a economia argentina. Talvez a cidade que deixei pela última vez há uns 20 anos esteja muito diferente, como a mulher que um dia amamos e reencontramos muito tempo depois. Mas, quando miramos no fundo de seus olhos, ainda encontramos a antiga beleza, a velha paixão, os encantos que um dia nos seduziu.

Imagino mesmo que irei encontrar uma Buenos Aires diferente, mas hei de redescobrir em cada rua, em cada café, em cada livraria, em cada canto, o antigo fascínio, e recuarei no tempo embalado por um tango entre um gole e outro de vinho tinto, encorpado e forte como minha saudade.

Afinal, como cantava e ainda canta Carlos Gardel (outra coisa que admiro nos argentinos, a preservação de seus ídolos), no inolvidável tango Volver, letra do paulista naturalizado argentino, Alfredo Le Pera: “...veinte años no es nada...”

VOLVER
yo adivino el parpadeode las luces que a lo lejosvan marcando mi retorno
son las mismas que alumbraroncon sus pálidos reflejos hondas horas de dolor
y aunque no quise el regreso
siempre se vuelve al primer amor
la vieja calle donde el eco dijo
tuya es su vida, tuyo es su querer,
bajo el burlón mirar de las estrellas
que con indiferenciahoy me ven volverVolver...con la frente marchita
las nieves del tiempo
platearon mi sien
sentir...que es un soplo la vida
que veinte años no es nada
que febril la mirada
errante en la sombra
te busca y te nombra
vivir...con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Tite segue mostrando como se faz

Quem assistiu a Inter 2 x 0 Avaí, com um mínimo de isenção, conhecimento de futebol e senso crítico, percebeu que ali estavam dois times organizados, é visível ‘a mão do técnico’.

O mesmo não se pode dizer do Grêmio, por exemplo. Até a chegada de Autuori, havia uma mecânica de jogo, uma proposta, uma filosofia, funções bem definidas. Hoje, o time do Grêmio é um sorvete ao sol, se desmanchando.

É lógico que o Autuori tem o direito, e o dever, de moldar a equipe dentro de suas convicções. O problema é que ele está mostrando que não tem convicção de nada, é tudo muito difuso, indefinido. Ele me parece perdido, desorientado, embora passe a impressão de serenidade, de alguém que sabe o que está fazendo.

Autuori, a meu ver, está mais perdido que cusco em procissão e cego em tiroteio.

O treinador que eu queria é o técnico Tite. Seria o sucessor do Mano Menezes. Aí, veio o Mancini e depois o Roth. Quando se erra na origem, tudo mais é resultante, consequencia.

Pois o Tite, apesar da desconfiança dos colorados, segue firme. O Inter contra o Avaí chegou a dar espetáculo, palavra usada pelo narrador da SportTV. Tocou a bola com rapidez e eficiência. Passes certos, muito diferente do Grêmio. Aí tem a mão do treinador.

O Avaí começou sua séria invicta contra o Grêmio, a perdeu contra o Inter.

O Inter fez 1 a 0 no primeiro tempo (Fabiano Eller, que o Grêmio desprezou, é o zagueiro arruma defesa). Índio foi expulso no final do primeiro tempo. No segundo, nem parecia que o Inter tinha um jogador a menos. Criou tantas situações de gol quanto o Avaí, do Silas, este sim um técnico de enorme potencial.

Magrão foi o nome do jogo. Além de proteger a defesa, apareceu duas vezes de surpresa na cara do Martini, que grande atuação. Na segunda, fez 2 a 0, num toque magistral do Kleber. O Inter ainda jogou uns dez minutos com dois a menos (Bolívar foi expulso).

O Inter, que começou o Brasileirão como forte candidato ao título, até mesmo favorito, hoje é sem dúvida o único clube que pode evitar que São Paulo ou Palmeiras sejam campeões, e que o título continue com o futebol paulista. Os três estão na briga. O resto é coadjuvante.

Já o Grêmio tem chance no G-4, se o funcionário público (tem estabilidade) parar de inventar e dar oportunidade a alguns jovens talentos da base, entre eles o próprio Douglas, mas nunca, nunca, na função de Tcheco, algo que ele, com seu currículo, já deveria saber, até mais do que nós todos.

Por fim, gostei da manifestação do presidente Duda Kroef, que admitiu após o jogo que o Grêmio havia escapado de derrota. É sinal de que ele está percebendo o que acontece e não deixa de ser uma crítica sutil ao trabalho do Vitalício, herança deixada pelo Sr. André Krieger, que largou o barco depois do que fez na Libertadores.

domingo, 6 de setembro de 2009

A torcida do Grêmio pipocou?

Não vi e não gostei. Ontem à noite, no retorno de Jaguarão, onde fui para comprar uns vinhos, liguei o rádio para saber como estava o jogo Grêmio x Vitória. Ruído forte, estridente, mal dava para ouvir a transmissão. Tentei as três emissoras, uma pior do que a outra. E isso foi até na região de São Lourenço do Sul. Mal deu pra ouvir que Douglas Costa estava no lugar de Tcheco. Levei um susto. Quase saí da estrada.

“O funcionário público enlouqueceu”, pensei. Logo em seguida, o narrador, nem sei quem era porque não consegui identificar a voz, anunciou que a torcida gritava o nome de Tcheco. É o que sempre digo: se é ruim com o Tcheco, pior sem ele.

E mais, quem que conheça minimamente futebol pode cogitar que Douglas Costa possa jogar na função de Tcheco? Quem? Só um embusteiro ou um inventor maluco. Ou alguém interessado em colocar o Douglinha na vitrine, o que é uma temeridade. Já escrevi aqui: o Douglinha quanto mais joga menos vale. Até ficou de fora da seleção sub-20 por conta disso. Ele deve jogar na função do Souza ou como segundo atacante. E só. Será que o treinador não vê isso? Peluamordedeus!

Depois, ouvi que o treinador estava satisfeito porque havia conseguido anular o lateral Apodi, que agora virou um Garrincha ou um Renato Portaluppi da lateral, mas que infelizmente faltou a jogada ofensiva por aquele setor. É assim que ele justificou Douglinha no time, no lugar do único jogador que pensa o jogo no time do Grêmio. ‘Péra aí, tão de brincadeira’, esbravejei, esmurrando o volante.

Ainda em meio a ruídos, que torcia para que fossem de vaias ao treinador, mas era mais por problema de sintonia das rádios mesmo, ouvi um grito de gol, que crescia e sumia. Gol do Vitória. É, o Grêmio está mais perto de perder em casa do que de vencer fora.

Mas aí o funcionário estável corrigiu suas, digamos, falhas (a palavra seria outra, mas este é um boteco família). O Grêmio melhorou, pelo que deduzi do que podia ouvir das narrações (saía de uma rádio para outra). Mas o time do Mancini meteu duas bolas na trave.

A acomodação que foi mandar Túlio para a direita não deu certo. Adilson afundou na lambança, pelo que ouvi e li na internet. Até Réver fraquejou. Quer dizer, o treinador está conseguindo desmanchar o time, a cada jogo é uma surpresa. Ah, ele quer ajustar o time de acordo com o adversário.

Aí me lembro do mestre Ênio Andrade, que também aprontava de vez em quando, mas com muito mais acertos. Futebol é repetição, ensinava ele. Defina o time e insista com ele, evite improvisações ao máximo, crie uma estrutura e trabalhe em cima dela. Ênio foi campeão brasileiro em 1981 vencendo o São Paulo, que era uma seleção brasileira, com um 4-3-3, em pleno Morumbi. Na época, eu achava até que ele deveria fechar mais o time, tirando o ponta Odair. Mas ele manteve o time que vinha jogando. Foi campeão.

Depois de muito sofrimento, o gol de Jonas, que dessa vez não foi substituído. É um dos goleadores do campeonato. Jogada de quem? Tcheco, claro.

No final, parece que ocorreram algumas vaias, ou era o chiado do rádio, não sei. Tenho certeza absoluta que fosse outro o treinador, alguém sem tamanho currículo, as vaias seria estrondosas, acompanhadas de gritos: 'burro, burro'.

A torcida do Grêmio pipocou?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Vanusa e o choque dos iguais

A maldade humana não tem limites. A cantora Vanusa tem sido motivo de chacota na internet e também em programas de TV porque cantou o hino nacional de forma errada, trocando palavras, durante uma cerimônia. Vanusa, que no começo da carreira fazia rir participando do grupo dos Trapalhões, ao lado de Renato Aragão, fez muita gente rir com essa cena triste, digna de pena, porque ali estava uma pessoa doente, expondo, involuntariamente, seu mal de forma pública.

Dito isso, vamos a outro drama: o time do Grêmio. Neste sábado, enfrenta o Vitória. O ponto em comum: os dois times são treinados por jogadores que não fazem o perfil do Grêmio. Mancini, que não tinha contrato vitalício nem grande prestígio, dançou rapidamente. Houve quem lamentasse. Autuori segue a mesma linha, é um técnico sem vibração, menos ainda que o Mancini. A seu favor, porém, títulos importantes e um contrato de pai para filho.

Autuori tem estabilidade, é como um funcionário público. Só que ao contrário da imensa maioria dos servidores públicos é extremamente bem remunerado. Bom pra ele. Ruim para o clube. Mas clube rico é assim, pode dar-se a esse luxo.

Já escrevi aqui e repito: o Grêmio está mais perto de perder em casa do que vencer fora.

Contra essa profecia, que está longe de ser desejo, está a presença de Fabio Rochimback. Levou muita fé nesse jogador, que no início da carreira tinha um estilo semelhante ao de Lucas. Vamos conferir como está hoje. De qualquer modo, é um acréscimo de qualidade no setor vital de qualquer equipe. Parabéns, portanto, à direção gremista.

Na Argentina, Dunga tem o desafio de superar Maradona. Em 90, Maradona deixou Dunga quase sentado e fez a jogada que eliminou o Brasil da Copa. Hoje, Dunga se firma como técnico, enquanto Maradona tenta avançar na carreira, num esforço para vencer a luta contra as drogas. Li a escalação da Argentina. Tem jogadores que não conheço, mas desconfio que não sejam grande coisa. Faltam titulares importantes. Acho que o Brasil sai de Rosario ao menos com um empate, o que será um bom resultado para os dois, até mesmo para a Argentina, que está em quarto lugar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A diferença

Quando vi D’alessandro em campo, após o intervalo, ficou claro para mim a diferença de qualidade entre o grupo colorado e o gremista.

O Inter havia levado um sufoco do time misto do Atlético, em pleno Beira-Rio. Se os mineiros tivessem vencido por 2 a 0 não seria injustiça. Injustiça foi ter ficado no empate.

Fosse o Grêmio nessa situação, seu maior reforço para virar a situação seria a torcida, que realmente consegue empurrar e sacudir a equipe.

Autuori olharia para o banco e teria como opções o Makelelê, talvez o Maílson, quem sabe o Joílson. Improvisaria Lúcio na meia?

Eis a diferença. Tite contava com D’Alessandro. E o argentino fez a diferença. Toda a diferença. Mudou o jogo. Em sete minutos o Inter já vencia por 2 a 0, o segundo do d’Alessandro após um chute torto do Kleber. Quando a fase é boa, chute na orelha da bola resulta em gol...

Seria, então, Autuori vítima da falta de jogadores? Não. Existem alguns talentos na base que ele já poderia ter escalado em vez de insistir com jogadores que decididamente não merecem vestir a camisa de uma equipe de ponta.

O fato é que o Inter, com a afirmação de Giuliano e o crescimento de Kleber, o surgimento de Edu, e por ai vai, está reconfirmando seu favoritismo ao título. Hoje, na disputa, só o Palmeiras, que acabou de perder seu melhor volante, Pierre, por lesão.

Quando a sorte ajuda...

Mas não dizem que a sorte ajuda os bons?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Futebol: dúvidas e suspeições

A coisa está posta assim: nós não sabemos mais se um jogador entra no time, é contratado ou convocado para alguma seleção apenas por suas qualidades técnicas.

No início dos tempos era mais fácil. Era tudo muito claro. O jogador precisava apenas de suas qualidades individuais, como talento, perseverança, determinação, etc. E uma boa dose de sorte, claro.

Não existiam as forças estranhas, as sombras atuando nos bastidores. No máximo, um padrinho para conseguir um teste. E ficava por aí.

Assim, quando o jogador era escalado, não havia qualquer suspeita sobre a decisão do treinador.
Hoje, a gente é assombrado por dúvidas, suspeitas, de que o treinador escalou ou indicou determinado atleta porque tem outro interesse.

Talvez seja amigo do empresário ou do procurador do atleta. Talvez seja porque o dirigente insistiu muito por mais adiante terá algum tipo de recompensa. Pode ser apenas porque o clube quer projetar o atleta a fim de negociá-lo, sem que ninguém receba uns trocados por isso. Mas apenas para beneficiar o clube, como quero acreditar. Nunca para favorecer o investidor, o procurador, o empresário.

Nós não sabemos exatamente se um jogador jovem foi alçado ao time profissional apenas por seus méritos, passando por cima de outros do mesmo nível, mas que são ligados (pertencem) a esse ou aquele investidor, procurador ou empresário, gente não tão afinada com a direção ou com o treinador.

Por vezes, um técnico insiste demais com um determinado jogador, contrariando o senso comum. Por que não escala o outro, por que só esse joga e a gente vê que ele não dá boa resposta? A questão é técnica simplesmente, ou comercial?

Outras vezes, o treinador pode não dar chance para um garoto porque ele é de outro empresário, não daquele que é seu parceiro. Será mesmo que isso acontece, ou eu que sou muito paranóico?

E juiz engavetado? Depois que o Edilson foi absolvido cheguei à conclusão de que, na verdade, o futebol é como PT até 2003: um ninho de anjos.

No ano passado, o atacante Finazzi acusou o técnico Mano Menezes de privilegiar no time do Corinthians apenas os jogadores do empresário Carlos Leite, que também representa o técnico. Volta e meia surge esse tipo de coisa. Tudo indica que é uma calúnia, coisa de jogador despeitado. Mas quem garante que é uma coisa ou outra?

Esse tipo de denúncia só reforça suspeições sombrias.

Lembro de uma do Mabília, que num jogo no Olímpico disse, em emissoras de rádio, que não tinha retornado ao Grêmio porque um dirigente gremista da época havia pedido que ele desse um recibo com um valor acima do que ele realmente ganharia a título de luvas. É mais ou menos isso. E deu nomes aos bois.

E quando um técnico convoca a Seleção Brasileira? Existe alguma coisa por trás?

Um pequeno empresario do interior, ingressando agora no mercado, descobriu o Saimon, junior do Gremio. Ele viu que o caminho para quem começa nesse ramo é espinhoso. Procurou um empresario grandao. Transferiu os direitos para o poderoso, recebeu alguns trocados e ficou com um percentual para o futuro. Assinado o contrato, o grandao telefonou na hora para alguem dizendo simplesmente:

- Pode convocar o Saimon.

O Saimon foi convocado. Teria o tal empresario grandao informação privilegiada e apenas fez um grau na frente do empresário pequeno – não telefonou para ninguém. Ou realmente ele deu o sinal verde para Saimon, agora seu jogador, ser convocado?

Quer dizer, a coisa esta tao feia que tem gente suspeitando que Fernandão forçou sua expulsão. Claro que não foi isso, mas há quem suspeite, e tudo por causa dessa serie de falcatruas que ocorrem no futebol e em toda a sociedade.

Dúvidas e suspeições. O futebol hoje infelizmente está assim.