domingo, 27 de fevereiro de 2011

Scliar e o alerta do Cruzeiro

O cruzeirense Moacyr Scliar morreu sem ter visto o renascer do seu clube.

O Cruzeiro eliminou o Inter da disputa pelo título do primeiro turno do Gauchão e neste domingo jogou como o velho Cruzeiro. Enfrentou o Grêmio, no Olímpico, com valentia. Não fosse o goleiro Victor poderia ter complicado o jogo ainda mais.

O Cruzeiro caiu de pé, como se dizia naqueles tempos do velho Cruzeiro da Montanha. Hoje, o Cruzeiro do Montanha, apelido do abnegado Ernani Campello, repórter da rádio Guaíba. Montanha acreditou num sonho, e este sonho está concretizado.

Scliar teria orgulho desse Cruzeiro que vimos jogar hoje no Olímpico.

Fico feliz pelo ressurgimento do Cruzeiro. Além do mais, o Cruzeiro prestou um serviço ao Grêmio. Com um elenco de nomes modestos - alguns de qualidade, como o zagueiro Léo -, o time estrelado escancarou problemas que parecem ser crônicos em seu adversário.

Um pouco antes das férias, alertei para algumas coisas. Uma delas, a facilidade como os jogadores rivais cabeceiam na área do Grêmio. Continua mesma coisa. Cheguei a sugerir que o Roger, aluno de Felipão, mestre em treinar zagueiros, fosse utilizado para resolver o problema.

Quando um time que almeja o título da Libertadores leva dois gols de cabeça - o primeiro deles de um jogador de metro e meio de altura - de um time como esse do Cruzeiro, que tem como meta máxima permanecer na série A gaúcha, é porque a coisa está feia, pior do que parece.

Mário Fernandes, conforme li tempos atrás, não joga na zaga porque é fraco na bola aérea. Será que ele está jogando e eu não percebi? Será que ele está disfarçado de Paulão ou de Rodolfo?

A bola aérea foi mandar o Grêmio pro espaço. Algo precisa ser feito urgentemente. Se não tem como melhorar a zaga, que se reforce o meio de campo para que o número de bolas alçadas para a área diminuam.

Renato precisa tomar providências imediatas.

Outro problema: Gilson não pode ser titular da lateral-esquerda. Ainda mais agora com Bruno Colaço jogando o que está jogando. E tem ainda o Lúcio.

No meio, Carlos Alberto e Douglas se sobrepõem. Eles quebram o galho contra times mais fracos. Quem quiser se enganar que se engane.

O mesmo no ataque. André Lima e Borges são jogadores de área. Gostam de ocupar o mesmo espaço. Renato, na falta de melhores alternativas, insiste com a dupla. Mas talvez seja hora de testar melhor o Viçosa, que entrou bem fazendo jogada pelo flanco e até cavou um pênalti em jogada de brilho individual.

Alguns dizem que sou pessimista, outros que sou realista.

O fato é que com esse futebol que jogou hoje contra o Cruzeiro o Grêmio terá vida curta na Libertadores.

Nem eu sei se estou sendo pessimista ou realista.

É isso: as férias não melhoraram meu humor, tampouco reduziram meu enfoque crítico.

SAIDEIRA

Destaques do Grêmio nesta vitória por 4 a 2. Pela ordem: Gabriel, Douglas, F. Rochemback e Borges. Gostaria de ver o Borges assim contra times mais qualificados e com marcação mais dura.

FECHANDO A CONTA

O sujeito que atropelou ciclistas na Cidade Baixa agiu como um criminoso. Estranho que a polícia não esteja atrás desse motorista, esperando que ele se apresente. Por que?
Ele agiu sabendo que poderia matar alguém.
Eu suspeito que esse sujeito tem as costas quentes.
Curioso que um delegado chegou a comentar que o tal elemento (pra usar expressão policial) pode ter acelerado o carro sobre os ciclistas temendo ser agredido. Teria, nesse caso, uma desculpa para atenuar sua culpa.
Essa não dá pra engolir nem com a 1983 bem gelada.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vitória e a entrevista de Renato

Além dos três pontos - que é afinal o que interessa -, gostei da entrevista do Renato no final do jogo contra o Petrolero. Mostrou que ele está com os pés no chão, não ficou deslumbrado com os 3 a 0, e que percebeu que o time precisa melhorar muito.

Confesso que fiquei preocupado com a facilidade que o time boliviano encontrou pra tocar a bola e chegar na área gremista, em especial no primeiro tempo.

O Petrolero é formado por uns sete ou oito jogadores da seleção do país. Mostrou que é um bom time, tem jogadores de qualidade, de drible, de boa técnica. Não tenho dúvida de que irá classificar-se à próxima fase e que o jogo da volta será um inferno.

E tudo isso só valoriza a vitória gremista. Mesmo assim, penso que o Grêmio precisa melhorar muito para brigar pelo título.

O jogo estava encrespado. Aí, veio o pênalti. A meu ver, existiu. O jogador boliviano meteu a mão direita na bola, que ricocheteou depois na cabeça.

Antes, quase no começo, houve um toque de mão de Paulão na área tricolor. O juiz não viu, os bolivianos reclamaram. Até acho que foi involuntário. Mas não tenho certeza.

Escrevo isso pra deixar muito claro que fiquei preocupado com o primeiro tempo. No segundo, o Grêmio foi muito superior, porque o adversário se abriu em busca do empate.

André Lima e Borges não podem jogar juntos. Quer dizer, até podem, mas não é o ideal. Gilson foi muito mal no primeiro tempo. A seu favor o lance em que evitou o gol boliviano no finalzinho. No segundo tempo, ele melhorou bastante e até fez gol. É o ponto mais vulnerável do time. Mas pode evoluir, como mostrou neste jogo.

Os melhores: Gabriel e Fábio Rochemback.

Agora, independente de alguns problemas, o Grêmio está com um grupo forte, tem um treinador que sabe o que faz, tem seus critérios e suas convicções, e isso é muito importante.

Eu prefiro um time com mais força de marcação, mas reconheço que Renato com seus arroubos ofensivistas está me surpreendendo e detonando minhas teses.

Que continue assim.

SAIDEIRA

Como é importante um time contar com um técnico em paz e harmonia com sua torcida.

PORTAS FECHADAS

Férias coletivas no Boteco do Ilgo. Desde o faxineiro até o proprietário, todos em férias. Serão apenas alguns dias. Logo estaremos de portas abertas de novo. Talvez com as águas de março...

Jockymann e seu Colorado Delirante

O Inter pagou caro pelo esquema covarde de seu treinador. O Emelec estava pedindo pra perder, mas Celso Roth não ouviu os apelos do adversário e insistiu com seu esquema medroso.

No final, o castigo. Ah, Lauro falhou, mas antes dele a zaga e o técnico.

Como reagiria o Colorado Delirante, um dos tantos personagens criados por Sérgio Jockymann, que foi para o andar de cima ontem?

O CD era um ofensivista. Lembro-me de uma entrevista que o Hiltor Mombach fez com o CD para o velho Correio do Povo, o big. Coisa de 20 anos atrás.

O Jockymann, digo, o Colorado Delirante, estava preocupado com seu time. O Grêmio já havia sido campeão do mundo, em 1983 (olha a ceva aí, gente), data marcante na vida de gremistas e colorados. O Inter só patinava.

Eu sigo fã do SJ. Gostava dele como cronista de jornal e de rádio. Ele tinha um comentário da rádio Guaíba que fez história. Estou tentando lembrar sua frase ao final de cada crônica, sempre tendo ao fundo a música do filme Um Homem Uma mulher. Acho que o Esquilo vai lembrar.

Mesmo na crítica mais ácida e amarga como Celso Roth, ele conseguia ser brincalhão e descontraído como o Renato Portalupppi.

Não tenho dúvidas: Jockymann e seu personagem prefeririam um técnico como Renato Portaluppi, tanto pelo humor como pela ousadia.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Toca do Vice


Entro em férias nesta sexta-feira, dia 18. Volto em uma semana.
Até lá, quem tiver muita sede, vai encontrar a 1983 na Toca do Vice.

Trata-se de uma simpática e acolhedora loja especializada em cervejas artesanais e afins.
Entre marcas consagradas, está a partir de hoje a Cerveja Campeã.

Quer dizer,a 1983 deixa de ser exclusividade do Boteco do Ilgo.
São as leis do mercado, o que posso fazer?

A Toca do Vice fica na Rua Felizardo Furtado, 348, loja 1.
Confira o site: www.atocadovice.com.br

Ah, fale com o Marcos, proprietário da loja, e aproveite pra perguntar por que 'vice'.
Eu esqueci de fazer isso. Por que "A Toca do Vice"?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Lista de Portaluppi

A lista tricolor dos inscritos na Libertadores é sensata. Lamento a ausência do W. Magrão, mas nada preocupante porque não vejo maiores dificuldades nesta etapa. Mais adiante, sim, penso que ele será muito importante, a não ser que esteja com algum problema de lesão que está sendo ocultado.

Meu meio campo teria Adilson, F. Rochemback e W. Magrão (passando Lúcio pra ala esquerda), aquele que jogou muito em meados do ano passado. Maylson seria o coringa.

Não entendo a insistência com Gilson. É um lateral veloz, como exige o futebol, mas tem sido pouco efetivo. Antes dele, Bruno Colaço. E antes ainda, o Neuton. Aliás, havia uns urubulinos dizendo que o Neuton ficaria fora da lista. Erraram.

Diante do que há, meu time titular no momento seria o seguinte:

Goleiro: Victor

Defesa: Gabriel, Mário Fernando, Rodolfo e Neuton

Meio: Adilson, Fábio Rochemback, Lúcio e Douglas (Carlos Alberto)

(observação: Maylson é a primeira opção para os três primeiros do setor)

Ataque: André Lima e Escudero (Vinicius Pacheco)

(observação: Borges começa como reserva, até porque daqui a pouco ele pode se lesionar de novo e não podemos abalar a confiança do André)

Eu imagino que o Renato irá começar com André Lima e Borges. Afinal, não se sabe o quanto realmente Escudero pode render.

Se Escudero não for bem como segundo atacante, ficará escancarado o erro da direção em não contratar um substituto para Jonas.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ronaldo larga o futebol: tudo está piorando

Ronaldo sai de cena. Em compensação, entra Damião.

Quando eu digo que tudo está piorando não é exagero. O futebol piorou. O que se vê hoje é muita correria, muita pancada sob o pretexto de que 'futebol é jogo de contato'.

Quando um jogador faz duas ou três jogadas que saem da rotina, já é taxado de craque.

Mas se ele abusar, vira jogador 'enfeitado'. E ainda pode ser punido pelo juiz, que protege os truculentos e abomina os talentos.

Tenho uma tese: juiz de futebol tentou ser jogador, mas era tão ruim que foi pro apito. Agora ele se vinga deixando baixar a lenha nos bons jogadores.

Já os jogadores ruins, aqueles que passam o tempo todo tentando roubar a bola dos habilidosos e quando conseguem não sabem o que fazer com ela, reclamam quando levam uns toques a mais e apelam pra ignorância mais ainda. O juiz olha pro lado, faz que não vê.

Não há lutar mais para os talentos no futebol.

Tudo está piorando. Alguém vê Caetano, Chico Buarque, Gil, Ivan Lins e outros craques da música ocupando espaços que merecem? Ah, mas tem o tal de Luan e outros do 'sertanejo universitário', um rótulo que procura identificar um sertanejo de maior qualidade, como se o fato de ser universitário represente alguma coisa em termos de arte.

Fosse assim, o que seria de Lupicínio Rodrigues? Por coincidência, Lupi, o genial Lupi foi funcionário da Faculdade de Direito da Ufrgs. É o mais próximo que ele chegou de um banco universitário.

Fosse compositor hoje ele poderia entrar no gênero 'dor de cotovelo universitária'.

Está tudo piorando. Até presidente semianalfabeto a gente já teve. E houve quem aplaudisse.

E o desmatamento desenfreado. Áreas iguais a centenas de campos de futebol são desmatadas diariamente na Amazônia. Depois não sabem a razão de tantas desgraças na natureza.

Volto ao Ronaldo: vamos sentir saudade. Sempre que um grande jogador larga o futebol é uma perda.

A dor dessa perda é ainda maior porque nós sabemos que o que vem por aí está sempre ao menos um nível abaixo daquele que se foi.

Fiquemos por aqui: Nilmar ainda faz falta ao Inter; assim como Jonas deverá fazer muita falta ao Grêmio, embora muita gente pense que não.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sinal de alerta no Grêmio

O Grêmio não jogou tão mal que merecesse perder, e o Novo Hamburgo não jogou tão bem que merecesse vencer.

Um empate ficaria de bom tamanho. O goleiro Eduardo Martini confirmou sua boa fase. Fez grandes defesas e ainda contou com a falta de perícia dos atacantes gremistas.

Já o goleiro Victor, agora deixando a barba crescer (alguma promessa para voltar à Seleção?), bateu roupa no segundo gol. Acho que a bola não desviou no meio do caminho. Falha, de novo.

Mas Victor tem crédito, assim como Renato, que segue falando tudo o que passa pela sua cabeça.

Ele diz que a maioria dos jogadores tirou o pé, pensando no Oriente Petrolero. Renato exagera. Vi a maioria, ou todos, disputando com vontade. Faltou só uma coisinha: qualidade.

O jogo serviu como alerta.

Espero que Renato tenha visto mais ou menos o que vi.

1. Gilson não pode ser titular. Não pode ser inscrito na Libertadores se isso custar a vaga do Neuton;

2. Borges e André Silva juntos só em situação de emergência; André Silva, em princípio, deve ser titular pela forma como terminou o ano (bem, ele tinha Jonas 'consagra centroavante' ao seu lado);

3. Carlos Alberto vai disputar posição com Douglas. É um articulador, com a diferença que é mais combativo. Eles até podem jogar juntos eventualmente, mas não é o ideal.

4. Maylson deve ao menos figurar entre os 15 principais jogadores do grupo.

5. Renato não deve abrir mão de Adilson sob hipótese alguma;

6. O time deve jogar sempre com dois volantes, ao menos. Fora de casa, com três;

7. Quem pode ser o segundo atacante? Eis a questão. Escudero?

Ainda acredito na contratação de Dagoberto.

SAIDEIRA

O Inter também não anda bem das pernas. Penou pra vencer o Pelotas dentro de casa, e com time titular. Destaque para Damião.

A defesa vazou de novo. Não sei qual está pior, se a do Grêmio ou a do Inter.

Do jeito que a coisa vai, título da Libertadores é difícil.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Secação até na relação torcida-treinador

O torcedor colorado é um forte. Um otimista incorrigível. Logo que o Inter ganhou do Juventude no beira-Rio semana passada, um deles, extasiado, gritou num microfone de rádio:

- Rumo ao tri da Libertadores.

Três dias depois o Inter, com o time titular, perdia para o Veranópolis...

Torcer para um time de Celso Roth é como andar numa montanha russa. A subida é lenta e a queda vertiginosa, de um golpe só como foi contra o glorioso Mazembe (Aliás, saiu nova safra da Mazembier, limitada a 25 unidades).

É como uma guilhotina desabando no pescoço. Eu sei bem como é, já passei por isso.

O colorado sabe que a guilhotina vai descer em algum momento, só não sabe exatamente quando. É a morte anunciada.

Começar o ano sabendo que não se vai longe é triste.

Por isso, eu reconheço: é forte o torcedor colorado.

Alguém vai achar que estou debochando. Não é deboche, é solidariedade.

Agora, o torcedor colorado fez por merecer. Difícil esquecer a torcida, no Beira-rio lotado, urrando em uníssono:

- Fica Roth!!!!!!!!

Antes, quando ele treinava o Grêmio (toc-toc-toc) era ironia, gozação. Virou paixão.

No lado oposto, a torcida gremista em lua de mel com Renato Portaluppi.

Sei de alguns colorados com inveja dessa relação de puro afeto. Alguns inclusive na crônica esportiva. Olho grande geral.

Já sequei em jogo de futebol, e atire a primeira pedra quem nunca secou.

Agora, secar a relação torcida-treinador, nunca tinha visto.

SAIDEIRA

Boa parte dos comentários aqui no boteco giram em torno de como deverá jogar o Grêmio quando todos os jogadores estiverem à disposição de Renato.

Renato estaria acenando com a possibilidade de jogar com um volante só. Ele é audacioso, ousado, mas não é louco, ao menos não tanto.

Renato gosta de uma saída de bola qualificada. Portanto, entre FR é titular. O segundo volante pode ser Adilson, mas desconfio que entra W. Magrão.

Depois, dois meias: Douglas, Escudero e Carlos Alberto. Escolham dois. Tem o Vinicius Pacheco correndo por fora.

Eu prefiro um terceiro volante, ou um meia com característica de marcador aplicado. Eu gostaria de ver o Maylson de titular nesse time de Renato em algumas partidas ao menos.

Considero o time com dois meias criativos muito faceiro. A não ser que Renato os convença a marcarem também, o que é possível. Renato já demonstrou que consegue tirar o máximo de seus comandados.

A direção deveria ter contratado um jogador de qualidade para fazer a função de Lúcio, que quebrou bem o galho por ali, mas quem pensa em título da Libertadores deve contar com alguém muito superior nessa posição.

Escudero, Pacheco e C. Alberto se sobrepõem, ao menos em tese.

Vamos confiar na habilidade Renato.

Afinal, ao contrário de Roth, crédito ele tem.

SAIDEIRA

Recebo email da www.beermaniacs.com.br informando que a cerveja Brooklyn Lager foi eleita pela revista Prazeres da Mesa como a melhor cerveja do ano.

Informo aos botequeiros e botequeiras que a 1983 não participou da disputa...

Ah, outro site legal sobre a loira e afins: www.bebendobem.com.br

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Chico Buarque e o crédito de Renato

O torcedor pode não gostar do Alecsandro, mas eu gosto. A frase é do presidente colorado, Giovanni Luigi.

Não posso deixar de lembrar do verso de Chico Buarque: “Você não gosta de mim, mas a sua filha gosta”.

Composta nos anos 70, a música era uma mensagem para o gal. Ernesto Geisel, porque uma de suas filha, ou filha única, teria declarado que gostava do Chico.

Não sei se é verdade, mas deve ser. O Chico compositor, do qual era fã, não existe mais. Nem o Geisel, nem a ditadura, ao menos a de direita.

Estou com o Luigi. Gosto do Alecsandro. É um goleador. Longe de ser um grande jogador, mas um goleador.

O problema dele é a falta de jogadas de ataque. Falta alguém que o coloque em condições de marcar. Alecsandro é um centroavante-dependente. Sem luz própria, incapaz de criar jogadas pra si mesmo.

Coisa que Nilmar e Jonas fazem com naturalidade. Jonas ainda melhor que Nilmar, porque tem um número maior de qualidades.

Saudade.

CRÉDITO

Aqui no boteco ninguém tem crédito. O pessoal vem e se serve, como num bar que conheci ali na João Abott, Petrópolis, uma noite dessas em que ou a gente sai de casa ou morre incinerado com esse calor. Mas paga na saída.

Se Renato Portaluppi viesse aqui nesse boteco virtual teria de pagar. Nada de pendura. Ninguém sabe o dia de amanhã.

No Grêmio o crédito de Renato parece ser ilimitado, como o cartão corporativo do ex-presidente Lula (ele se foi, alívio).

Fico imaginando se fosse Roth quem viajasse a Ijuí e anunciasse que não sai do quarto do hotel até a hora do jogo.

Renato viajou, pelo que soube, para ajudar na captação de sócios. Mas se ele vai ficar no hotel, distante dos torcedores...

Renato deveria ficar por aqui, mas se viajou tem que participar.

Roth, ao contrário, padece de débito permanente, está sempre no negativo. De vez em quando ele sai do fundo do poço pra respirar, dá uma enganada, mas é tragado pelos juros da dívida.

(Será que Luigi gosta de Roth, ou foi obrigado a engolir essa última obra de Fernando Carvalho – é uma pergunta, estou sem interrogação).

Renato, não. Renato saca a toda a hora. Saldo ilimitado.

Diz e faz o que quer, o que lhe dá na telha.

Torço para ele faça um depósito grande, porque se continuar só sacando...


SAIDEIRA


E o Dagoberto, vem ou não vem (ponto de interrogação).


sábado, 5 de fevereiro de 2011

Bola aérea é o furo

Terminei o comentário anterior dizendo da minha preocupação com o sistema defensivo do Grêmio.

Vejo que o time está ganhando reforços de qualidade do meio para a frente, jogadores de chegada ao ataque, mas com pouca vocação pra marcar.

Na vitória por 2 a 1 sobre o Caxias, mais uma vez se viu o time com um bom número de jogadas ofensivas, mas vulnerável atrás.

O que mais me preocupa, na realidade, é a bola pelo alto. Escrevi isso antes. E hoje o time levou outro gol com o adversário subindo sozinho. Não vi ninguém encostar nele. O sujeito veio de trás e golpeou com tranquilidade, sem ser perturbado. E isso é inadmissível para uma equipe que tem pela frente na Libertadores adversários mais qualificados e competitivos que o Caxias.

É cedo para uma avaliação do potencial da equipe, mas é evidente essa fragilidade na marcação da bola aérea. Os zagueiros parece que ficam paralisados, posicionados sempre aonde a bola não vai cair.

O Renato, que foi atacante, talvez não saiba orientar nesse aspecto, mas Roger, um exímio marcador, pode dar sua contribuição, ainda mais que foi discípulo de um cara especialista nesse tema, o Felipão.

Felipão cansou de vencer porque soube marcar em sua área e fazer gol na área inimiga.

Por enquanto, a eficiência gremista é só na área rival.

No jogo desta tarde, destaque para Lúcio. Tudo indica que Lúcio, com a chegada dos reforços para o meio, vai acabar na ala esquerda. Gilson até que foi bem, fez sua melhor partida. Merece ser observado com atenção.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Carlos Alberto e Escudero. E Dabogerto?

Dia desses, ao ler que Carlos Alberto estava em litígio no Vasco, pensei em sugerir seu nome aqui no boteco. Temi que cadeiras e garrafas - algumas cheias, o que seria intolerável - acabassem voando e que eu fosse alvo de vitupérios (a partir de hoje vou imitar uns e outros que gostam de introduzir (Ops) palavras complicadas em seus textos).

Afinal, Carlos Alberto é o tipo do boleiro, figura que aos poucos está desaparecendo do futebol, dando lugar aos 'Trabalhadores da Bola', gente que muitas vezes não joga nada, mas corre, se esgarça todo, se arrebenta, enfia a cara na chuteira, mas não sabe bem o que fazer com uma bola.

Carlos Alberto é um grande jogador. Assim como tentou RG Traíra Parte II na esperança de ter de volta o grande jogador, por que não apostar no Carlos Alberto?

Sei, a gente logo se lembra do Leandro. Quando Leandro foi contratado, pouco se sabia de sua vida extra-campo.

Carlos Alberto não tem currículo, tem folha corrida. Exagero, claro.

Acredito na capacidade de mobilização de Renato Portaluppi.

E não tenho dúvida de que a indicação é do técnico. Não tenho dúvida, também, que Renato está 'por aqui' do Douglas. Não é informação, é dedução, intuição.

Então, deixo aqui firmado meu apoio à contratação. Mais adiante, se ele fracassar, podem apontar seus dedos acusatórios contra mim.

Não tenho culpa de gostar de jogadores talentosos e inteligentes.

SAIDEIRA

Se deixei de lembrar do Carlos Alberto aqui neste espaço, nao cometo o mesmo erro em relação ao Dagoberto. Está aí o sucessor de Jonas. Um jogador rápido e habilidoso, que lembra um pouco o jeito do Nilmar e do próprio Jonas.

Se ele vier, somando-se a Carlos Alberto e a Escudero, começo a acreditar no título da Libertadores.

Ah, é preciso também acertar o sistema defensivo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Constrangimento, vergonha e consagração

Vencer o Liverpool com tanta dificuldade é constrangedor. Mas perder seria pior, seria vergonhoso, assim como foi para o Inter ser derrotado pelo Mazembe.

Assim como foi vergonhosa a eliminação do Corinthians diante do Tolima, com o gordo Ronaldo e tudo mais.

A estreia de RG Traíra não foi vergonhosa, mas foi também constrangedora.

Já Vinicius Pacheco, que trocou a Gávea de RG Traíra pelo Olímpico, teve uma noite consagradora.

Pacheco exibiu as qualidades de jogadores criados no Flamengo: muita técnica, habilidade e um jeito malandro de jogar. Algo que cai bem nesse futebol carrancudo aqui dos pampas.

Ele marcou dois gols, o primeiro foi quase brincando, como se o jogo estivesse decidido e não empacado no 1 a 1, justificando o 'constrangedor' da primeira frase.

Gostei do Vinicius Pacheco, sem empolgação, porque não nasci ontem e sei que o futebol é propício ao surgimento de estrelas fugazes em sua constelação.

Mas não gostei do Grêmio. Gostei da vitória, gostei da reação - alavancada com a expulsão de um uruguaio, justa por sinal -, mas não gostei do que vi em campo: um Grêmio assustado diante de um time quase amador.

O Grêmio pega agora um grupo que em outra circunstância eu (e penso que todos nós) definiria como fraco. Mas pelo que vi do Grêmio nesta retomada em que até o Liverpool dá susto, cada jogo promete ser um martírio.

SAIDEIRA

Bruno Colaço: nasce um lateral-esquerdo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Reforço com cara de Libertadores

Depois de Lins, Vinicius Pacheco e Rodolfo, o Grêmio parece que está finalmente contratando um jogador com cara de Libertadores.

Damián Escudero é a contratação mais reluzente da atual direção, que acenou com o bi-Traíra e acabou se abraçando ao glorioso Pacheco.

Escudero tem boa trajetória no futebol, mas confesso que pouco sei de suas características. Por ser argentino, deve ter um perfil guerreiro, um jogador que briga pela bola como um mendigo por um prato de comida.

É claro que só isso não basta. Não podemos esquecer de Herrera, que brigava muito, o problema é que com a bola também, ou principalmente.

Quem souber mais sobre o Escudero me informe. Já me disseram que ele pode jogar na função do Douglas, cadenciando e pensando o jogo. Outros apontam que ele pode substituir Jonas, jogando ao lado do camisa 9.

Mas há quem garanta que o argentino irá disputar posição com Lúcio.

Enfim, só não disseram que ele pode jogar no lugar de Vitor também.

Para mim, que vinha insistindo na contratação de pelo menos um 'castelhano' para enfrentar as agruras da Libertadores com seus juizes suspeitos, Escudero chega em boa hora. Se jogar 70% do que dele dizem, é um grande reforço.

Os outros três não me entusiasmam. Rodolfo é experiente e pode ganhar um lugar na zaga. Mas não vai ganhar a posição no carteiraço porque não está com essa bola toda.

Vinicius Pacheco é um incógnita. O Flamengo costuma revelar meias habilidosos, mas pouco competitivos. Vamos ver qual é a do Pacheco.

Já o Lins é uma daquelas apostas com maior risco. Vem de clube pequeno, sem muita história.

Agora, ele tem a seu favor o gol no Gre-Nal. Gostei da frieza dele ao receber a bola reboteada. Dominou na corrida, esperou o goleiro sair e desviou com categoria.

Coisa de centroavante matador.

SAIDEIRA

Se o Grêmio não errar tanto quanto na quarta-feira passada, goleia o Liverpool. Goleia, mas sempre com muito respeito. Afinal, os mazembes continuam por aí, e às vezes falam espanhol.

FECHANDO A CONTA

Qual a melhor contratação: Cavenaghi ou Escudero. Ambos chegam em baixa e buscando o prestígio extraviado nos chutes de rosca da vida.

Em breve saberemos a resposta. Não arrisco palpite.