quinta-feira, 29 de abril de 2010

O show de Jonas na noite do Grêmio

Depois do jogo desta noite, vitória por 3 a 2 sobre o Fluminense e classificação praticamente garantida para a próxima fase da Copa do Brasil, eu espero, sinceramente, que ninguém mais conteste aqui, entre um chopp e outro, a qualidade do Jonas.

Na rádio Guaíba e na Ulbra, no programa Cadeira Cativa, cansei de dizer que Jonas se equivale ao Nilmar. Riram na minha cara. Tudo bem. O tempo passou e hoje já não riem, se calam. Em breve, vão admitir que eu sempre estive certo, pra variar.

Hoje, para desespero dos coleguinhas e parceiros colorados deste boteco, ouso dizer que Jonas está jogando mais do que Nilmar, até porque não tenho visto o Nilmar.

O lance do primeiro gol sobre o Flu foi algo de deixar eufórico qualquer pessoa, seja de que time for. Quem gosta de futebol, verdadeiramente, deixando de lado a paixão e o fanatismo, gosta do drible, do passe que deixa o colega na cara do gol, do chute preciso, essas coisas que fazem do futebol esse esporte fascinante, teve de aplaudir o Jonas, que ainda fez outras jogadas sensacionais.

O Jonas consegue driblar no menor espaço, cercado de adversários. Não foi a primeira vez. A diferença que nesse lance ele driblou e teve aquilo que mais admiro no Nilmar, a inteligência para ver o companheiro melhor colocado. Jonas deu o passe quando poderia ter chutado como fez tantas vezes, a maioria delas para fora. Douglas concluiu e fez o gol.

Douglas foi outro destaque na vitória sobre o Flu. Um resultado fantástico considerando-se que Rodrigo foi expulso no primeiro tempo. Mesmo com um a menos, no campo encharcado, pesado, o que causa maior desgaste físico, o Grêmio soube controlar o Flu. Mérito também para o Silas, que dessa vez não fez bobagem. Ah, Adilson, o reserva do ídolo de Silas, Ferdinando, foi bravo do primeiro ao último minuto.

Ainda sobre Douglas: além do virtuosismo que o caracteriza com a bola nos pés, a inteligência para jogar, algo raro no futebol, ele foi guerreiro, ajudando o time a se defender.

Por fim, o Borges. Sempre tive o Borges como mais um centroavante parasita, que depende do esforço e do talento dos outros para fazer seus gols. Borges foi decisivo. Deu um passe precioso para Jonas fazer o seu gol. Depois, quase sozinho contra a zaga, fez a parede inúmeras vezes, criando jogadas de gol. Borges foi participativo. Mostrou que não é um sanguessuga, como tantos outros que andam por aí. Não fez gol, mas nem precisou. Cresceu no meu conceito.

Todo o time foi bem, afinal de contas. Neuton simplesmente confirmou. Não pode mais sair do time. É claro que se Fred e Conca tivessem jogado, a história seria diferente. Mas talvez nem tanto.

A lamentar a arbitragem. O juiz deu 14 cartões amarelos. Olha, se ficasse pela metade ainda seria um exagero. Inseguro, ele usou o cartão como escudo.

Sou a favor de rigor contra a violência, carrinhos e coisa e tal, mas esse juiz passou da conta.

SAIDEIRA

Dunga, qualquer problema, Jonas na Seleção.

A volta de RG, parte 1324

A imprensa italiana especula que Ronaldinho pode voltar ao Grêmio.

A imprensa local ecoa a ‘informação’, o que é natural.

RG é sempre notícia aqui. Um dia, quando estiver se arrastando em campo, RG pode voltar.
Seu melhor destino, a meu ver, seria o Beira-Rio, onde já está seu sobrinho, aquele guri que o Assis tirou da escolinha do Grêmio com estardalhaço.

RG não volta, nem nunca voltará. Primeiro, porque custa muito caro. Algo em torno de 10 milhões de reais por ano.

Ele teria de correr por três ou quatro do time e ainda garantir a metade das vitórias. Caso contrário, haveria problema no vestiário.

Hoje, RG não corre nem por ele, é uma sombra melancólica daquele guri talentoso, genial, que conquistou o mundo.

Hoje, aqueles que há uns dois meses ainda pediam sua volta à Seleção, silenciam covardemente.
Os oportunistas de plantão se calaram. Pararam de atormentar o Dunga, que agora dorme ouvindo os nomes do Neymar e do Ganso.

Eu cansei de bradar que RG estava acabado, mesmo quando ele jogou duas ou três boas partidas e arrancou suspiros de saudosistas como o Chico Izidro, eterno fã do traíra como uns e outros que conheço.

RG hoje nem como jogada de marketing. Bem, talvez no Inter, porque o que tem de colorado na mídia que elogia o RG é impressionante. Também, depois do que ele fez quando largou o Grêmio...

O futuro do RG deve ser a Arábia, o Japão. Depois, mais uns dois anos, RG deve ir para esse futebol sete que reúne barrigudinhos, jogadores do passado. A maioria deles, por certo, nunca sacaneou o clube que os criou e os lançou.

Quando isso acontecer, eu serei o primeiro a comprar ingresso. Quero assistir de camarote o RG estreando no futebol sete ao lado do roliço Carlos Miguel e outros.

Agora, uma coisa é certa: enquanto RG não largar a bola, sempre haverá alguém para dizer que ele pode voltar ao Grêmio.

É triste a gente não poder voltar para a terra natal e poder caminhar tranquilamente sem sofrer algum tipo de hostilidade.

Isso não há dinheiro que compre.

Garfeada em Buenos Aires

O Inter perdeu por 3 a 1, mas vou antecipar aqui, minutos após o final do jogo na Argentina, que ainda são grandes as chances de classificação.

Esse time do Banfield é ruim tecnicamente. Tem como maior mérito a correria incessante e a velocidade.

Se dentro de sua casa, o time argentino não conseguiu impor um padrão de jogo, dependendo de lances fortuitos, praticamente sem trabalhar jogadas e apelando demais para a ligação direta e os chutões, no Beira-Rio vai perder.

É claro que não será fácil. Pior será impedir que o Grêmio conquiste o Gauchão. Aí sim é quase uma missão impossível. A vaga na Libertadores é muito mais fácil que superar o Grêmio.

O Banfield foi ajudado pelo Jorge Larrionda. Em um minuto ele praticamente deu a vitória aos argentinos. A expulsão do Kléber foi injusta. Na sequencia, o lateral assinalado no lance se transformou numa falta. A bola foi alçada para a área, um argentino em impedimento concluiu, houve o rebote e o passe para outro argentino em impedimento. E aí o 2 a 1.

Quer dizer, uma sucessão de erros tão grosseiros que fica difícil acreditar que não houve má intenção.

No segundo tempo, mesmo com um a mais em campo, o Banfield continuou jogando aquele futebol de segunda categoria, mas muito aguerrido, peleado.

O terceiro gol tornou tudo mais complicado para o Inter, que ainda tem outra decisão no meio do caminho.

SAIDEIRA

Guinazu merece um registro à parte. Um herói, um gigante. Cavou a expulsão do zagueiro argentino nos minutos finais. Tivesse o Inter todo a alma guerreira desse argentino por certo passaria por cima de Larrionda e seus cúm..., digo, auxiliares.

Agora, Guinazu quis fazer com o juiz uruguaio o mesmo que fez com Gaciba no clássico. Levou cartão amarelo, muito merecido, e quis dar uma de galo pra cima do Larrionda, que o colocou no seu devido lugar. Guinazu ficou quieto, muito diferente do que fez com Gaciba, que pipocou para o volante colorado no domingo.

Nada disso tira o valor desse jogador, que se doa para o time como nunca vi nada igual.

FECHANDO A CONTA

Grêmio e Fluminense. Tudo pode acontecer, até uma vitória do Grêmio. A sorte do Silas é que Ferdinando está lesionado, o que o obriga a escalar Adilson. Assim, mais uma vez, o destino trama a favor do técnico tricolor.

Se vai ser suficiente para garantir ao menos um empate, é outra história. O que não resta dúvida é que com Adilson – e Douglas voltando - o Grêmio tem cara de campeão.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Pesquisa aponta empate no RS

Não termina com a discussão sobre quem tem maior torcida, mas o instituto Datafolha confirma o que Grêmio e Inter estão empatados em número de torcida, com 3% da população brasileira, o que representa quase 6 milhões de torcedores.

O jornal Folha de São Paulo divulgou hoje o resultado de pesquisa realizada há uns dez dias em 144 municípios do país.

Em primeiro lugar, o Flamengo com 17%. Puxando a brasa para o seu assado, o jornal diz que há empate técnico com o Corinthians, que aparece com 14%.

Importante: o Fla tem boa vantagem entre os jovens na relação com o Curintia. Em terceiro está o São Paulo com 8%, seguido do Palmeiras com 6% e do Vasco com 4%. Depois, com 3%, a dupla grenal e o Cruzeiro.

Quer dizer, saindo do eixo Rio-SP, privilegiado nas transmissões de Tv para todo o país, nossos dois maiores clubes aparecem muito, superando Atlético MG e outros.

Aqui no RS há pesquisas que apontam o Grêmio à frente do Inter. Mas a diferença é pequena, o que pode ser considerado um empate técnico.

Há quem conteste tais pesquisas.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Neuton e o rescaldo do Gre-Nal

Quem costuma tomar umas outras aqui neste boteco já sabia que Neuton daria boa resposta, apesar de jogado numa fogueira. O Gre-Nal consagra, mas também derruba.

Nosso parceiro de mesa, o Francisco, lá do Alegrete, há muito tempo vem destacando o futebol do guri, se é que dá pra chamar de guri um marmanjo de 1m8o e alguma coisa.

Bem, se o Francisco já conhecia o Neuton, se o Silas já conhecia e até mais de perto, por que esse jogador já não vinha entrando eventualmente?

Por que? Porque é preciso privilegiar os de fora, os medalhões e até os medalhinhas, desde que tenha sido contratados ganhem pelo menos uns 80 mil por mês. Os guris podem esperar. Se precisar, quando não tiver mais ninguém, a gente os coloca, mesmo num jogo de alto risco como o Gre-Nal.

Nosso clássico já detonou muita gente boa, gente experiente.

É claro que Silas escalou o guri porque acreditava no seu potencial, inclusive em termos emocionais, mas dentro do planejamento que eles, os técnicos e os dirigentes, costumam enfatizar, o certo não era aproveitar o Neuton gradualmente?

Ah, no desespero o planejamento vai pro espaço. Felizmente, Neuton matou no peito e jogou um partidaço. Teve sorte que o Gaciba entrou determinado a contemporizar, ignorar as faltas mais fortes. Caso contrário, Neuton teria ganho cartão amarelo no início numa entrada forte no Nei.

Depois dessa, outros jogadores também mereceram o amarelo, pricnipalmente o Guinazu, que só levou no final. Antes, ele ficou à vontade para bater.

A vitória no clássico merece ser festejada, mas ninguém pode esquecer que foi um Gre-Nal muito parelho. Victor até trabalhou mais do que o Abon. O Grêmio fez dois gols de bola parada, mérito dele, claro, mas o mesmo poderia ter ocorrido a favor do Inter. Por exemplo, Andrezinho bateu uma falta frontal, a poucos metros da área, que normalmente ele guarda.

Então, quem quiser se iludir, que se iluda.

Ficam duas perguntas pra reflexão?

Se Fábio Santos não se machucasse, quando Neuton teria oportunidade para mostrar que é melhor que o titular?

Se Ferdinando não se lesionasse, Adilson entraria para arrumar o meio-campo?

Quer dizer, duas das melhores coisas do time no clássico foram motivadas por lesão, são circunstanciais, não por decisão do Silas, que foi levado a fazer as mudanças.

domingo, 25 de abril de 2010

Grêmio, uma vitória surpreendente

O que parecia impossível aconteceu. O Grêmio bateu o Inter em pleno Beira-Rio. O time que penou para vencer o Avaí foi valente no território hostil e venceu por 2 a 0, encaminhando a conquista da Copa do Brasil.

O arrogante Piffero não perdeu a pose:

- Nosso foco é a Libertadores, não o Gauchão.

Se o foco é a Libertadores não o Gauchão por que escalar o time titular em vez de poupá-lo para o jogo do ‘foco’, contra o Banfield, quinta-feira?

Quem sabe o Inter jogou com os titulares, mas com a ordem de todos jogarem com cuidado? Se foi, ninguém cumpriu a determinação.

Foi um grande Gre-Nal em termos de competição, bravura, muita pegada, e alguns lances de muita técnica.

Está tudo muito igual até o gol de Rodrigo, um golaço. Naquele momento o Grêmio tinha mais posse de bola, mas o Inter levava perigo com Walter.

Aliás, Walter foi soberbo. O mesmo em relação a Jonas. Os dois melhores do clássico, os dois mais perigosos, os que realmente ousavam e criavam situações de gol.

Em desvantagem, o técnico Fossati sacou Sandro, e escalou Edu. Em tese, perfeito. Jogava em casa, faltava pouco tempo e era o momento de ir com tudo em busca do empate.

O erro foi colocar Edu, mas este é protegido do Fernando Carvalho, que quer porque quer provar que contratou certo, que não errou ao trazer Edu para substituir Nilmar.

Se o primeiro gol partiu de uma jogada de Jonas, que cavou o escanteio cobrado com perfeição por Edilson (com a bola rolando ele errou todos os cruzamentos), o segundo partiu de uma falta sofrida também por Jonas, quando ele puxava o contra-ataque.

FR cobrou na medida para Borges marcar um belo gol de cabeça, se redimindo do incrível gol que perdeu no primeiro tempo e de uma atuação pra lá de opaca.

Fundamental para a vitória foi a entrada de Adilson. A diferença em relação a Ferdinando é um abismo. Silas foi salvo pela lesão muscular de seu protegido. Com ele em campo, o resultado talvez fosse outro, o oposto. Sorte do Silas.

Destaque também para o empenho de Hugo. Gosto de ver um jogador normalmente frio e ausente mostrando que também sabe ser comprometido com a partida.

Já o Gaciba foi terrível. Demorou demais a dar cartões amarelos. Guinazu bateu o tempo todo e só levou cartão no final (aí é que me dei conta que ele estava pendurado). Houve um tempo em que os juízes davam cartão amarelo pelo número excessivo de faltas. Acho que isso faz parte do passado.

Guinazu tem Green card pra bater.

Há um lance em que o juiz teve mais sorte que juízo, sem trocadilho. No primeiro tempo, Vitor saiu para defender escanteio da esquerda, Walter foi no corpo dele, que estava no ar, dentro da pequena área. O goleiro foi deslocado e a bola sobrou para o próprio Walter, que chutou e Edilson tirou de cima da risca. Se acontece o gol, Gaciba estaria dando explicação até agora.

Agora, vamos ver como repercute nos jogos do meio da semana o que ocorreu neste domingo no Beira-Rio.

Fossati perdeu o crédito recebido após a vitória sobre o Deportivo.

Silas teve uma sobrevida, mas ele continua me assustando. Ele gostou tanto do Hugo que projeta mais espaço para o meia na equipe, conforme declarou na entrevista coletiva após o jogo.

Sobre o Adilson, nenhuma palavra.

Ah, sobraram elogios também para o FR.

SAIDEIRA

Frase do Gremista Delirante: o Grêmio voltou a jogar bem em casa.

O favorito e o caso Dunga

Jorge, funcionário meu conhecido de um supermercado, me interpelou na fila do caixa, ontem:

- E aí, quem ganha o Gre-Nal?

Estava sério ele. É que o torcedor acha que o sujeito que ele vê na televisão falando de futebol sabe mais, pode conhecer algum detalhe secreto, sei lá.

Eu sorri.

- Cara, é mais fácil eu antecipar os números da megasena.

Depois, acrescentei:

- Está muito parelho. Mas o Inter joga em casa e está num melhor momento por causa da vitória e da boa atuação contra o Deportivo. Além do mais, o Silas está fazendo bobagem. O Hugo pode começar o jogo, na meia, na lateral, talvez até de goleiro. Então, acho que dá Inter.

Não adianta, eu sou assim. Não fico em cima do muro, mesmo diante de Gre-Nal, onde tudo pode acontecer. Até uma goleada.

SAIDEIRA

Com o escudo do humor, tem gente aí na TV invadindo a privacidade de personalidades. Sábado, fizeram isso com o Dunga, que não conseguiu entrar em sua casa porque havia uma equipe de TV, parece que da Record, bloqueando a garagem, usando caminhões, holofotes, tudo para pedir a convocação do Neymar. Ridículo.

Dunga teve de chamar a polícia.

A continuar assim, aí mesmo que Dunga não chama o craque do Santos.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Lágrimas na Globo e a brincadeira de Silas

Os apresentadores do Jornal Nacional destacaram há pouco, em tom compungido, que o clássico das maiores torcidas do Brasil será realizado já na próxima fase da Libertadores. Flamengo e Corinthians vão se enfrentar e apenas um seguirá em frente.

Não tenho certeza, mas acho que vi lágrimas sorrateiras escorrendo pelo rosto deles. Afinal, a Globo queria que os dois seguissem e se encontrassem mais tarde, talvez na final, o que seria a concretização de um sonho da emissora.

Um sonho maior até do que o nosso, aqui da província: Gre-Nal decidindo a Libertadores.

Como não trabalho mais à noite, posso assistir tranquilamente a esse tipo de coisa, mas só de vez em quando.

Logo em seguida, no intervalo de uma novela em que podemos ver o quanto pode ser feliz uma bela cadeirante, que passa o tempo todo com um sorriso de ponta a ponta – a atriz Aline Morais, paixão do repórter Carlos Corrêa, deve sair da gravação com dor nos ‘carrinhos’ -, aparece o cara do Fantástico, aquele de cabelo desgrenhado e nariz de tucano.

Ele vestia uma camisa vermelha igual a do H. Chavez, e que também foi imitada semana passada pelo presidente de vocês – com todo o respeito -, o Luís Inácio.

Continuando no Rio maravilha: a presidenta do Flamengo caiu na vala comum dos cartolas.

Sinceramente, eu pensava que ela, uma ex-atleta, saberia avaliar melhor as coisas, a causa do fracasso do Fla, que conseguiu perder o carioca para um Botafogo que tem como goleadores o Herrera (ídolo do Paulo Moura) e o Loco Abreu.

Mas a fulana (poderia buscar o nome dela no noticiário, mas não estou a fim) demitiu o Andrade, campeão brasileiro. Agora, nenhuma providência em relação ao Adriano, que treina quando quer, a cada três ou quatro festas.

Então, quando alguém diz que uma mulher no comando fará diferente de um homem, com mais responsabilidade, mais seriedade, etc, não é bem assim.

Não esqueçam, mulher na presidência pode ser igual a qualquer homem, às vezes igual aos piores homens, aqueles que prometem uma coisa a vida toda e depois, no poder, fazem outra completamente diferente.

SAIDEIRA

Silas anunciou Hugo no lugar de Douglas. Só pode ser brincadeira. Ou então uma jogada para enganar o ladino Fossati, que de burro passou a gênio em 90 minutos, segundo alguns apressadinhos.

Se for sério, pra valer, é hora de intervenção no comando técnico.

Mas quem vai intervir?

O Meira.

Melhor deixar assim. Seja o que Deus quiser.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Surge o favorito do Gre-Nal

O Inter teve hoje, finalmente, a atuação que sua torcida esperava e sonhava. Até agora, o time colorado acumulava jogos decepcionantes, frustrantes para o seu torcedor.

Foi com base nesse retrospecto que preocupava e revoltava os colorados que previ uma derrota do Inter para o Deportivo. Errei, mas só erra quem arrisca.

O Inter não chegou a empolgar, apesar de alguns momentos luminosos no jogo, mas foi sempre superior ao adversário. Mereceu vencer, mereceu os 3 a 0.

Quando a gente critica um treinador é por essas coisas.

Caía de maduro o 4-4-2 no Inter, com Andrezinho de titular ao lado de D’Alessandro. Mas o Sr. Fossati insistia de outras alternativas, menos com a mais óbvia.

Os dois meias foram os grandes nomes do jogo ao lado de Bolívar. Conheço colorados que detestam o Bolívar. Mas o futebol é assim mesmo.

Eu, por exemplo, considero o Alecsandro um bom centroavante, talvez melhor do que o Borges, ou no mesmo nível.

O que sobrou do jogo desta noite no Beira-Rio é a constatação de que o Gre-Nal de domingo já tem um favorito.

Depois do que o Grêmio apresentou contra o Avaí, no primeiro e no segundo jogo, e do que o Inter mostrou que pode fazer ao amordaçar o Deportivo e garantir o primeiro lugar do seu grupo, não resta dúvida.

O Inter vai para o clássico mais seguro de si, mais confiante, com apoio de sua torcida, reconquistada, enquanto o Grêmio vai coberto de dúvidas e suspeitas sobre a capacidade de Silas e, a esta altura, do time.

De minha parte, Silas já seria carta fora do baralho.

Ele conseguiu ajeitar o time mediante as lesões dos medalhões. Quando se imaginava que ele fosse manter a equipe formatada com Adilson, W. Magrão e Maylson, com Mithyuê de alternativa imediata, eis que ele sucumbe diante dos ‘poderosos’.

Já Fossati só agora ajustou a equipe. Se não inventar, tem tudo para ser campeão gaúcho.

Libertadores?

Bem, aí precisa melhorar muito ainda.

Classificação com atuação preocupante

Com duas grandes defesas, de conclusões à queima roupa, Victor impediu um novo vexame do Grêmio. Contra o Pelotas, o goleiro comprometeu cometendo aquele pênalti injustificável. Contra o Avaí, ele não apenas se redimiu como pode ter inscrito seu nome na lista da Copa do Mundo. Aquela defesa no cabeceio de Rafael, aos 37 do primeiro tempo, é quase um passaporte para o Mundial.

Aos 44, o Avaí conseguiu, finalmente, seu mais do que merecido gol. Se o Grêmio não mudasse radicalmente, a noite seria um desastre. O time voltou com mais personalidade para o segundo tempo e foi pra cima do adversário. Aos 10 minutos, seu melhor atacante, Jonas empatou. Ele aparou escanteio, o goleiro soltou, Rodrigo chutou no travessão e na volta a bola sobrou para Jonas. Ele dominou no peito e bateu, golaço.

O Grêmio hoje é Victor, Mário Fernandes, Douglas, Jonas e mais sete.

Depois, a lambança. Leandro, figura decorativa em campo, pedia pra sair. Silas não entendeu assim. Sacou Magrão e colocou o rechonchudo FR (gostaria de vê-lo ao lado do Ronaldo só por curiosidade). A hora era de colocar Adilson e tirar Leandro, que acenou logo em seguida pedindo para sair. Aí, Silas entendeu. Entrou Adilson no lugar do inoperante Leandro.

O Avaí fez o segundo gol, num lance em que o lateral Edilson foi batido de forma infantil pelo bom atacante Roberto, que cruzou para Laércio completar. Eram 29 minutos. Mais um gol, e o jogo iria para os pênaltis.

Foi então que o FR justificou sua escalação marcando um belo gol de falta. A barreira foi ingênua. FR chutou justamente no lugar onde Jonas estava, a bola tomou efeito e ficou inalcançável, outro golaço. Logo depois entrou Hugo no lugar de Jonas.

O Avaí ainda marcaria o terceiro, aos 47, com Laércio às costas do Edilson, ele de novo. O jogo terminou em 3 a 2. Se Victor não tivesse feito os dois milagres...

E isso que o Avaí é um time todo novo, nem sombra daquele do ano passado.

Foi um resultado vergonhoso, que merece e precisa ser analisado no Olímpico.

Conclusão:

O Grêmio não vai longe na Copa do Brasil. Não tenho mais dúvida a esse respeito. A gurizada que fez o time jogar um futebol forte, competitivo, veloz e eficiente (mesmo sem o goleador Borges) está sendo alijada.

Os medalhões precisam jogar.

Posso adivinhar o Boco Insossa no ouvido do Silas:

- Pô, nós investimos muito dinheiro no Rochemback, no Hugo, no Leandro. Eles não podem ficar de fora. Eles precisam jogar.

Com isso, perdem espaço: Adilson, Mithyuê e Maylson.

Maylson e Adilson são titulares desse time. Mithyuê não pode ficar atrás do Hugo na fila.
Prata de casa pode esperar. Sempre foi assim.

SAIDEIRA

O Grêmio passou raspando pelo seu desafio. Vamos ver o Inter hoje. O jogo é ainda mais encardido.

Eu que previ derrota colorada contra o Pelotas se a arbitragem fosse isenta, projeto um jogo ainda mais complicado contra o Deportivo.

Se o Inter jogar como jogou contra o Pelotas, e a arbitragem não tiver maior participação na partida, dificilmente escapa de uma derrota.

Repito o que escrevi antes do jogo contra o Pelotas: o Inter ainda não fez uma partida sequer de entusiasmar e de dar confiança ao seu torcedor.

Pode começar agora? Pode. E vou além: precisa começar já, esta noite.

Caso contrário, só restará o Gauchão com seus dois grenais.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Técnicos pela hora da morte

A escolha de Silas entre os três melhores treinadores do Gauchão não chega a ser um absurdo, mas é difícil de entender.

Como um técnico que perde para o Pelotas em casa pode ficar entre os melhores? Além do mais, a própria torcida não o aceita plenamente, ou até minimamente em muitos casos que conheço.

Os outros dois relacionados pela FGF são Argel e Gilmar Iser. O Iser está bem, incontestável. Ele eliminou o Inter no primeiro turno e foi para a final com o Grêmio.

O Argel foi bem. Mas ficou abaixo do Iser. Afinal, foi eliminado pelo Pelotas em casa jogando boa parte da partida com dois jogadores a mais.

A seu favor uma bela campanha no primeiro turno e a goleada no Inter.

Não entendo por que o Beto Almeida ficou fora da lista.

Ele foi melhor que o Argel, a meu ver, ou ao menos igual. Foi, sem dúvida, superior ao Silas.

Ao colocar Silas entre os melhores, a FGF corre o risco de ver o técnico do Grêmio perder o título do Gauchão – e ser demitido ainda no vestiário – para um técnico que não foi relacionado –e, por enquanto, com razão-, o Fossati.

Fossati pode ser campeão sem estar entre os três melhores.

COPA LIVRE

Dia desses, ouvi um médico dizer que é errado afirmar que se vive um dia após o outro.

O certo é:

- A cada dia a gente se aproximada mais da morte.

Pode ser uma frase pra baixo, que nos convida a afundar numa garrafa, mas é absolutamente verdadeira.

Tudo isso pra dizer que nada é mais certo que a morte.

Agora, poucas coisas são também tão certas quanto a queda de um treinador da dupla Gre-Nal nos próximos dias.

Se Fossati perder quinta-feira, ele volta para o Equador que o ama e o idolatra.

Se o Silas for eliminado pelo Avaí...

Reticências. Com essa direção tudo é possível. Silas até pode ser mantido.

Aí, terá os grenais para se recuperar. Se vencer, continua. Se perder, sai escorraçado.

Então, pode até acontecer de os dois caírem. Mas acho que o Fossati passa pelo Deportivo e segue na Libertadores.

O mesmo em relação ao Silas, que vai bater o Avaí.

Diante disso, a tendência é de que o nosso clássico desse campeonato sempre colocado em segundo plano vai acabar derrubando mais um treinador.

SAIDEIRA

O caso Índio. Se o sujeito comum corta o pulso, ninguém vai contestar sua versão de acidente doméstico.

Uma figura pública como o Índio não tem direito de sofrer um corte em casa.

Sempre tem algo obscuro, algo que está sendo escondido.

Temos atrás, um familiar cortou o pulso numa mesa de vidro da casa, também no pulso, e teve de ir urgente ao HPS.

É possível que até exista alguma história escabrosa nesse episódio do Índio, mas em princípio temos de acreditar no jogador.

Além disso, ele estava de folga. Se bebeu, se fez festa (dentro de um certo limite), não temos nada a ver com isso.

Quem nunca se acidentou em casa, ou mesmo num bar? E se foi briga? Jogador de futebol sai na noite e fica um pouquinho além da hora e já aparece um torcedor para encher o saco.

Aqui, a gente não respeita nem a trajetória dos ídolos. Se for possível, nós os massacramos. Somos assim, o que se há de fazer

domingo, 18 de abril de 2010

A lógica e as sutilezas no futebol

O Inter foi melhor, muito superior, praticamente jogou os 90 minutos no campo do Pelotas. Mereceu vencer em função dessa superioridade.

Agora, as sutilezas da arbitragem (tema do comentário anterior) penderam para o lado colorado.

No primeiro gol do Inter, Bolívar aparou escanteio e chutou para marcar. O Pelotas vencia por 2 a 0 e se encaminhava para o intervalo com essa vantagem.

Alecsandro estava em posição de impedimento. Ele chegou a dar dois passos para trás para sair da linha de tiro.

Flagrante, ostensivo. O bandeirinha tinha obrigação de assinalar, porque do seu ângulo de visão não tinha como avaliar se o atacante atrapalhava ou não o bom goleiro do Pelotas. Caberia, então, ao Carlos Simon decidir se Alecsandro participava do lance de modo a prejudicar o goleiro.

Por que o bandeirinha não marcou? Ele estava na linha da bola, não tinha como não ver.

Com o gol no finalzinho do primeiro tempo o Inter foi revigorado para o vestiário.

Na hora, diante do volume de jogo do Inter, senti que a virada aconteceria, seria inevitável.

No segundo tempo, o Pelotas continuou na sua proposta. Congestionou seu campo e tentou os contra-ataques, estratégia que resultou nos dois gols.

Lá pelos 30 minutos do segundo tempo um atacante do Pelotas recebeu livre uma bola em diagonal, ficou de cara com o argentino tresloucado.

Não estava em impedimento (era um lance de difícil discernimento), mas o bandeirinha, agora o do outro lado, marcou e anulou a jogada que poderia ser o terceiro gol do Pelotas.

Agora, o Sr. Simon, que a rigor foi bem, tirando esses lances com participação dos bandeiras.
No primeiro tempo, um jogador do Pelotas escapava para um contra-ataque quando levou um toque no calcanhar e desabou. Falta de Bolívar, que merecia levar o cartão amarelo. Simon marcou e advertiu o zagueiro.

No segundo tempo, lance semelhante. O zagueiro do Pelotas pegou D’Alessandro se não me engano por trás, e levou o cartão amarelo rapidinho.

São as sutilezas da arbitragem.

Ouvi reclamações em relação ao terceiro gol colorado, o de D’Alessandro. Teria havido impedimento de Alecsandro na bola cruzada por Walter e que o goleiro interceptou. Para mim, foi lance normal.

A vitória colorada foi justa pelo que jogou o time. Jonatas fez inúmeras defesas e intervenções. Abon praticamente não jogou.

O que não se pode ignorar, porém, que a arbitragem influiu no placar.

Sutil, mas decisivamente.

No final, todos felizes: a FGF, os patrocinadores, a emissora de TV.

Mais dinheiro em caixa. E também mais emoção, porque nada melhor do que Gre-Nal para decidir campeonato.

Vamos torcer que os jogos transcorram sem sutilezas de arbitragem, nem para um lado, nem para o outro.

SAIDEIRA

Estava concluindo esse texto quando o Gremista Delirante telefonou. Estava rouco.

- Eu não disse? Eu não disse? Deu o que eles queriam. Gre-Nal na decisão.

Ele não deu tempo para uma resposta. Desligou na minha cara. Nem tentei ligar de volta.

Não posso discordar. Mas não posso acreditar em intenção dolosa do tri de arbitragem. Acho que é mais em função do clima do estádio, a pressão da torcida. Na dúvida, para os da casa.

A tendência natural seria o Inter passar pelo Pelotas em casa, diante de sua torcida. Portanto, o Inter se encaminhava para a final. Mas era tendência natural também o Grêmio passar pelo Pelotas em sua casa. E não passou.

Agora, parabéns ao Pelotas, ao Beto Almeida. O seu time jogou um belo futebol, toque de bola, aproximação, velocidade.

Foi visível que o time sentiu o desgaste nas decisões contra o Zequinha e contra o Grêmio. O Inter também está numa maratona, mas não podemos comparar a estrutura dos dois clubes nessa área. Além disso, Beto Almeida mal consegue formar um time titular competitivo, enquanto o Fossati tem jogadores em profusão.

Quando preciso, ele olhou para o banco e pegou três jogadores que acabaram participando e ou fazendo os dois gols do segundo tempo.

FECHANDO A CONTA

Não gostei de uma frase do Beto Almeida, na qual se vangloria de seu time não ter feito faltas.
É uma afirmação infeliz, que pode afastá-lo de um clube como o Grêmio, por exemplo, que já tem um técnico que aboliu as faltas, um recurso lícito e natural, que muitas vezes faz a diferença entre o título e o vice-campeonato.

Há quem diga que o título sempre fica para o time que mais faz faltas.

NO APAGAR DAS LUZES

FGF anuncia: Simon pode apitar o primeiro Gre-Nal

Daqui a pouco vai me ligar o Gremista Delirante.

sábado, 17 de abril de 2010

Simon no apito e o racismo

O Gremista Delirante, um ex-colega de jornal, me telefonou ontem, sexta-feira, preocupado.

- Já viu quem é o juiz do Beira-Rio, domingo?

- Sei lá, cara. Mas só pode ser o Simon.

- Bah, acertou na mosca -, respondeu ele.

- Normalmente dá o Simon nesses jogos decisivos...

- O Pelotas está ferrado, não tem nenhuma chance com o Simon no apito, ainda mais no beira lago -, ele decretou.

Ainda conversei mais um pouco com o GD, que confessou que pretendia vestir amarelo e juntar-se à torcida do Pelotas, mas que desistiu quando soube da escalação por ‘sorteio’ do Simon.

Para o GD, e muitos gremistas que conheço, existe uma manipulação para que o campeonato termine com Gre-Nal. Aliás, eu mesmo levantei essa possibilidade, porque é a final dos sonhos dos patrocinadores, da TV e da própria FGF.

Para os torcedores, seria a hora da verdade para ver quem é o melhor, ou quem está menos ruim.

Agora, não posso acreditar que um árbitro do porte do Simon se preste a apitar preocupado em beneficiar o Inter, mesmo que sutilmente. Sabe aquele negócio de irritar os jogadores invertendo faltas até que um exploda e vá expulso? Os juízes podem fazer isso quando é do seu interesse.

Simon tem contra si, na verdade e a rigor, apenas aquela decisão contra o 15 de Campo Bom, quando não contou a troca de lado na prorrogação, deixando o cronômetro correr, contrariando regra da Fifa e criando a sua própria.

O intrigante é que a Fifa ainda o convida para Copa do Mundo. Coisas desse estranho mundo do futebol, onde nem tudo é o que parece.

Agora, se Simon fizer uma arbitragem neutra, realmente isenta, acho que o Pelotas pode vencer o Inter.

Penso assim em função de que o Inter segue acumulando atuações apenas razoáveis na média, tanto no Gauchão como na Libertadores.

Já o Pelotas mantém um padrão competitivo elevado para o seu nível, e conta com um treinador que conhece cada jogador do rival e sabe explorar seus pontos fracos. Não foi isso que o Beto Almeida fez contra o Grêmio?

Então, aposto uma Norteña que o Pelotas vai pra final.

Mas, repito, com uma arbitragem absolutamente neutra, o que é o mínimo que se espera de um juiz de futebol, ainda mais do nosso representantes na Copa.

SAIDEIRA

Racismo no futebol. Sigo convicto de que briga de dentro de campo deve ficar dentro de campo, com julgamento, se for o caso, na justiça desportiva. Essa história de ir para a delegacia porque um chamou o outro de negrão ou macaco durante um bate-boca tenso, nervoso, é o fim da picada.

Quando guri, me chamavam de alemão batata, diziam que eu devia ir para a roça capinar em vez de jogar futebol. Depois do jogo, tudo numa boa.

No caso Danilox Manoel, temos o confronto de um jogador habilidoso contra um truculento. Danilo apanhou bastante, reagiu verbalmente, de forma inadequada, mas aceitável dentro do contexto da situação, teve até cabeçada e cuspida.

Agora, condeno coisas como aquele lance do ex-zagueiro Antônio Marcos que ao sair de campo sinalizou para a cor da pele de um jogador negro do Grêmio, isso lá no Jaconi. Aí já foi coisa pensada, saída de campo, não no entrevero.

Outra coisa: o Danilo chamou Manoel de macaco. Ele tem companheiros ‘de cor’ no seu time, e um dia ainda pode jogar ao lado Manoel.

É muita frescura.

FECHANDO A CONTA

É revoltante: temos legislação rigorosa para esse tipo de coisa, e também para defender adolescente assassino, mas não para manter preso estuprador e pedófilo como o sujeito preso na semana passada em SP (e o juiz que o soltou está numa boa, dando entrevista e lamentando). E centenas de casos indecentes e nojentos como esse.

É o Brasil.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Considerações sobre botequeiros

Abro o boteco só pra comentar algumas coisas ditas pelos compadres.

Francisco diz que é sócio freqüentador aqui do boteco, mas vou fazer uma bombástica revelação: eu sou laranja dele, ele é o dono.

Péricles criador do Amigo da Onça, não me lembrava disso. Cresci lendo a revista O Cruzeiro. Péricles Chamusca pode cometer um crime? Bem, aí cai a casa.

Marino me corrige: claro, a música é do Tim Maia, o grande Tim. Mas acho que o também grande Raul Seixas teria orgulho de compor essa música, a Vale Tudo, se não me engano.

Rafael M., vou confessar, aqui neste blog, na fase anterior, eu queria o Chamusca no Grêmio. Depois, ele foi pro Japão.

Quando a gente vê um técnico perdendo duelo seguidamente é porque o cara é ruim mesmo.

Cremonese tocou no ponto: ta difícil de encontrar um técnico para substituir os dois que estão aí.
Abel e Muricy têm grande aceitação no Inter. No Grêmio, Adilson é o cara, pelo menos para os dirigentes. Mas ele não sai do Cruzeiro tão facilmente.

Felipão é delírio.

Gilga, não entendi essa do aterro, Walter?

Gilmar Iser é bom nome, Beto Almeida cresce na parada se eliminar o Inter.

Já contei aqui o quanto o Beto é meu fã como jogador de fim de semana?

O Chico Izidro, grande ex-goleiro do nosso time do CP, é testemunha.

Constatação: estamos mal de treinadores

No tópico anterior há muitos comentários interessantes, alguns muito mais importantes do que o texto do dono do boteco, se é que ainda posso me considerar dono, já que estamos numa parceria saudável de troca de ideias e aqui cada fica muito à vontade.

Só não vale homem com homem e mulher com mulher, como cantava o sábio Raulzito.

Vamos ao que interessa: estamos mal de treinadores.

Penso que a respeito disso não há mais discussão. Fossati e Silas são bem intencionados, mas como dizia meu avô Alfredo (gremistão e getulista), de boas intenções o inferno está cheio.

Nem vou entrar em detalhes, mas quem viu os jogos de ontem, Inter contra o Emelec e Grêmio contra o Avaí, sabem do que estou falando.

Agora, a questão é quem virá? Esta frase me faz lembrar uma manchete que um colega cometeu no CP muito tempo atrás, coisa de década, quando Celso (vai e vem) Roth havia saído do Inter (ou será do Grêmio?).

ROTH CAIU. QUEM VIRÁ?

Quer dizer, era uma manchete interativa, coisa de vanguarda pra época, final dos anos 90. O problema é que o concorrente, a ZH, poderia sair com a resposta, ou seja, já anunciando o substituto. Já pensaram?

O colega Chico Izidro (que deve estar desolado e ressentido com a minha saída pelo que li no tópico anterior) sabe do que estou falando, porque já estava no CP na ocasião. É claro que a manchete não saiu. Consegui substituir o título na boca da impressão.

Ainda sobre o Chicão, que nunca comparece aqui no boteco embora aprecie uma ceva. Pode ser que ele venha com codinome, como insiste em denunciar o Zé Esquilo (ele tirou esse nome da revistinha do Zaffari).

O Zé Esquilo é uma figura. O nome dele é Elvio Silveira, já está desmascarado, mas insiste nessa infantilidade (foi o que disse sobre o meu amigão, o Chicão).

Agora, às vezes, muito raramente, o Esquilo diz alguma coisa pertinente, mostrando que ele não é tão fora da casinha quanto demonstra.

Essa história do jovem eletrocutado na parada de ônibus é um absurdo.

Mostra a incompetência e a negligência que grassam como erva daninha no serviço público, mais especificamente nos cargos de chefia, todo ocupados por CCs, gente muitas vezes despreparada e que só assumem esses postos por indicação de algum político, que não considera coisas bobas, supérfluas, como capacitação para a função. O importante é ser do partido, ser amigo. E aí dá nesse tipo de coisa.

Resulta em loteamentos em encostas de morro, por exemplo.

Sei que nesses órgãos públicos, como EPTC, por exemplo, há gente de vários partidos, uma salada de frutas, uma colcha de retalhos.

Mas isso não é privilégio da atual gestão do município. Sempre existiu, inclusive em âmbito estadual e federal.

É só olhar pra Brasília, a torre de Babel que nós sustentamos.

SAIDEIRA

O meu parceiro, à esta altura já sócio proprietário do boteco, o Francisco, traz uma informação importante no tópico anterior:

O Grêmio tem 128 jogadores inscritos na CBF. O Inter tem 309.

Quer dizer, para manter essa brincadeira é forçoso vender os melhores jogadores, as grandes promessas, e seguir contratando no atacado para ver se dali sai uma pepita de ouro.

É a política do compra e vende. Nem é uma crítica, mas uma constatação. Do jeito que vai o futebol talvez seja esse mesmo o caminho dos clubes.

Mas o Inter está indo fundo demais nessa estratégia.

PERGUNTINHA

Quando os clubes contratam jogadores do exterior pagando salários milionários e absurdos (tipo o FR) será que sobra comissão mensal para pessoas ligadas ao negócio?

É uma dúvida que tenho.

Acho que isso acontece, mas não aqui. No Casaquistão, talvez.

ENQUETE

Nomes para treinar a Dupla. Acho que Silas e Fossati não vão durar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Pitol é o cara

Diante da inevitável saída de Victor, que aparentemente já deixou o Olímpico mental e espiritualmente, surge a necessidade de contratação de um novo goleiro titular.

Não há ninguém no clube, ao menos que eu conheça, em condições de ocupar o cargo sem causar tremores e calafrios na torcida e insegurança no time, especialmente na defesa.

Então, passei a dar uma olhada por aí para ver se encontro um goleiro capaz de substituir Victor, que tem como sua maior credencial o fato de ter feito a torcida deixar de ter saudade do ídolo Danrlei.

O goleiro Marcelo Pitol, pelo que tenho visto, é o cara.

Ele deixou o Grêmio quando os dirigentes na época contrataram o grande Tavarelli, que não era falsificado, mas era paraguaio.

Tavarelli, além de falhar muito, ainda contribuiu para que o promissor Marcelo Pitol buscasse outros caminhos.

É nisso que dá trazer medalhão sem critério, sem olhar para o que se possui em casa.
O medalhão chega e aquele jovem que esperava sua vez é ignorado, deixado pra mais tarde, ou pra nunca mais.

Minha sugestão é Marcelo Pitol, cujo nome já vem sendo comentado no Olímpico.
Alguém tem outro nome para sugerir?

SAIDEIRA

O técnico Fossati foi recebido com festa no Equador. A federação de futebol local o quer para treinar a seleção do País. Já havia tentado antes, mas o uruguaio preferiu o Inter.
Deve estar arrependido.

Fossati pouco acrescentou ao Inter. Se é que acrescentou alguma coisa.

A direção não deve estar satisfeita, mas também não quer pagar o mico de assumir que errou, a não ser diante de uma calamidade, como uma derrota para o Emelec, por exemplo.

A torcida colorada já chama pelo Muricy, que está desempregado.
Enfim, se Fossati sair, ficariam todos felizes.

domingo, 11 de abril de 2010

Todo mundo feliz. Será mesmo?

Depois de das duas surpresas da rodada passada, quando o Ypiranga eliminou o Caxias em pleno Centenário e o Pelotas afundou o Grêmio em dúvidas existenciais, tudo ocorreu conforme a inconstante lógica do futebol.

No sábado, vitória do Inter sobre o time de Erechim, que se esforçou mas acabou caindo no Beira-Rio. Walter, provando que tinha razão em seu protesto para ser titular, marcou os dois gols que colocam o time na decisão do segundo turno.

Neste domingo, num embate parelho, empate por 1 a 1 e depois vitória do bom time armado pelo competente Beto Almeida.

Ali pelos 25 minutos do segundo tempo, o jogo começou a ficar desigual. O Pelotas teve dois jogadores expulsos, corretamente, e tratou de segurar a vantagem de 1 a 0. O Zequinha empatou em seguida através do goleador do campeonato, Jéferson.

O técnico Argel teve uns 20 minutos para conseguir um gol. Penso que lhe faltou experiência para armar o time de maneira a superar a muralha armada por Beto. Com dois jogadores a mais, o Zequinha teria de chegar com mais intensidade e perigo na área rival, não conseguiu. O Zequinha foi afobado, abusou de chutões e balões para a área.

O meia Guilherme foi o único com lucidez, mas não teve parceria na armação de jogadas.

Nos pênaltis, o Zequinha perdeu dois, um deles com paradinha burra, cobrança do zagueiro Vágner, ele fez que chutou, parou, e chutou no lugar para onde o goleiro caía, genial. Zagueiro tem que dar chutão e acabou.

No meu tempo, no futsal, eu dava um bicão e sempre fazia.

O Pelotas que cometeu o crime de toda a sua história ao vencer o Grêmio, invicto e tudo mais, terá agora de repetir a dose.

Admiro o trabalho do Beto Almeida e acho que o time do Pelotas é bom (perdeu seu melhor atacante, expulso), mas o Inter está com a mão na taça Fábio Koff (o dirigente pode passar por dois constrangimentos em poucos dias, perdeu a presidência do clube dos 13 e entregar o troféu para o Inter).

Com isso, teremos Gre-Nal na final do Gauchão, que é como sempre deveria ser.

Bom para as torcidas, para a FGF, para os patrocinadores, para os clubes protagonistas e melhor ainda para a RBSTV.

Enfim, todo mundo feliz.

Se bem que pelos lados do Olímpico os doutos Duda Kroeff e Onofre Meira devem estar com suas barbichas de molho.

SAIDEIRA

Até quando vai durar essa história de hinos antes de todos os jogos? Não se constrói patriotismo empurrando hino goela abaixo.

FECHANDO A CONTA

Vi um pouco do Paulistão sábado. Alguns lances do Ricardo Bueno. Ele marcou um belo gol de cabeça. Ganhou impulsão praticamente no mesmo lugar, e cabeceou para a rede, bem ao estilo de Jardel. Não sabia que ele é bom também no cabeceio.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Confiança abalada no Olímpico

Existem alguns resultados capazes de abalar as mais sólidas convicções. Essa derrota do Grêmio para o Pelotas, em pleno Olímpico, onde o time goleou alguns dos times mais fortes do país nessa série de 51 jogos, é um exemplo.

De repente, aquele time que encantou muita gente - e a mim passou a impressão de que realmente estava muito bem encaminhado para voos mais altos – voltou a ser questionado, assim como o técnico Silas.

Ainda considero que foi um acidente, uma pedra no meio do caminho, um tropeção, mas a derrota da maneira como aconteceu me deixou preocupado.

A meu ver, o Grêmio poderia vencer mesmo jogando 10 jogadores, desde que esse jogador que falta fosse um Ferdinando, por exemplo.

Não acho que o Ferdinando seja mau jogador. Ele é correto, mas não consigo aceitar um volante de contenção, um típico número 5, que raramente dá carrinho, quase não desarma, não faz a cobertura adequada dos laterais. Enfim, não sei exatamente qual a importância desse jogador.

É inaceitável que Adilson fique na reserva do Ferdinando.

Seria simplismo demais, porém, atribuir a derrota unicamente à presença de Ferdinando.

Agora, conheço Beto Almeida, um ótimo treinador, um cara que conhece muito bem cada jogador do Grêmio, em especial os da base.

Beto deve ter vibrado com a escalação de Ferdinando. Ficou mais fácil. Anula o Douglas, acompanha as subidas do Magrão e do Maylson, e deixa o Ferdinando livre para ele fazer o que quiser. Com Adilson, seria diferente, porque este, além de marcar muito melhor que Ferdinando, ainda sobe ao ataque com alguma qualidade.

Poderia ser um elemento surpresa para o caso de maiores dificuldades.

Com Adilson, no Jaconi, o Grêmio foi muito bem na rodada anterior. Ferdinando, no banco, estava excelente, vibrante, participativo, o que ele não é em campo.

Por que, num jogo em casa, sai o volante que sabe jogar e volta o volante insosso?

Por que Mithyuê nem fica no banco?

Simples, para dar espaço ao medalhão Hugo, e/ou ao Leandro, voltando de lesão.

Os guris bons da base incomodam o treinador, que precisa agrdar os medalhões contratatados a peso de ouro.

Essa é uma das razões que me levaram a ser contra a contratação de Hugo. Jogadores assim não acrescentam e ainda impedem a ascensão dos guris de talento.

Mas os dirigentes gostam de gastar, o dinheiro não é deles. Por que será que contratam tanto?
Não precisam responder.

SAIDEIRA

O Francisco, que viaja muito e conhece futebol, manda a seguinte mensagem a respeito dos dois jogadores que o Grêmio teria interesse:

‘Noticias em PE dão conta de um provável interesse do Grêmio em Leonardo Bartholo Prando 1,83 22 anos volante paranaense de Foz do Iguaçu e do meia Pernambucano de Camaragibe Elvis José de Lima 1,73 24 anos. Segundo levantei o Leonardo poderia servir mas meia no Olímpico tem melhores. Se possível e as noticias se confirmarem vou assistir algum jogo do Santa Cruz’.

FECHANDO A CONTA

Se o Grêmio abalou a confiança da torcida com esse vexame no Olímpico, o Inter há algum tempo é visto com olhos de aflição por seus torcedores, pelo menos a maioria deles.
Aqueles que vaiavam Lauro já pedem sua volta, timidamente, é verdade, diante do inconfiável Abbon. Aquela entregada contra o Nóia foi demais, embora a do Victor contra o Pelotas tenha sido muito pior.
Alías, Victor deveria ter sido expulso, assim como Sandro no lance referido acima.
É evidente que o Inter é o grande favorito no jogo contra o Ypiranga. A derrota do Grêmio, a derrota do Caxias, e as dificuldades em NH, deixam o time colorado em alerta contra outra zebra.
Por isso, não tenho dúvidas de que o Inter vence.

NO APITO

Alguns gremistas lembram que houve pênalti em Jonas, num lance no bico da grande área. Realmente, Jonas foi empurrado, pênalti. Mas o juiz, longe, pode ter interpretado como um encontrão, desses tantos que ocorrem. O bandeirinha das sociais, sim, poderia ter marcado. Não é também para isso que eles estão ali? Era um lance sem maior perigo, mas houve a falta.
O que não isenta o Grêmio de culpa pelo fracasso retumbante e pelo clima se suspeição que caiu sobre o Olímpico a respeito das reais possibilidades do time na Copa do Brasil.

Caiu a casa

Caiu a casa. O time sensação do campeonato desabou diante do Pelotas. Não foi contra o Barcelona, o Manchester, o Santos, ou mesmo o Inter. Não, foi contra o modesto Pelotas.

A invencibilidade de 51 jogos foi interrompida por um time que em nenhum momento chamou a atenção, um time discreto. Agora, um time com um treinador que há muito tempo venho elogiando, o Beto Almeida. Um treinador discreto.

Beto é um técnico de fala mansa, humilde, sem empresário para fazer o seu marketing. Mas um técnico que sabe armar um time como poucos.

O Pelotas fez marcação cerrada na intermediária, impediu o toque de bola diante de sua área e forçou o passe longo, usando com sabedoria a tática do impedimento. Ao mesmo tempo, não abriu mão de explorar contra-ataques. E aí destaque para o atacante Tiago Duarte, que elogiei logo no começo do Gauchão, até chamando a atenção para sua semelhança física com Jonas.

Jonas, aliás, que nada jogou. Assim como Douglas. Foi a primeira derrota de Douglas desde que ele entrou no time. Douglas não conseguiu jogar, foi marcado de perto, se irritou, foi expulso de modo infantil.

Por falar em infantilidade, o que dizer do pênalti de Victor? Ele empurrou Tiago Duarte já com o lance a seu favor. Algo absurdo, inexplicável. Quem irá condenar Dunga se por acaso não convocar um goleiro que comete tal desatino?

A partida sofrível do Grêmio não pode ofuscar, no entanto, o brilho da jogada do guri Bérgson na jogada do gol de Maylson.

Sobre a arbitragem, a meu ver nenhum reparo. Os pênaltis existiram, foram bem marcados. O Mário até confirmou que fez a falta. Pênalti a favor do Grêmio, ao menos inconstetável, não vi.

O Grêmio está fora. Jogou pouco, o Pelotas não criou tanto assim, mas aproveitou os erros do rival poderoso.

Mata-mata é isso. Nem sempre vence a melhor equipe. Vence, normalmente, quem sabe aproveitar as oportunidades que cria, por mais escassas que sejam.

SAIDEIRA

Alguém consegue explicar por que Ferdinando voltou? Escrevi tempos atrás que se Adilson ficar no banco para o Ferdinando, é caso de demissão por justa causa.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Aberto o caminho para um Gre-Nal

Foi um grande jogo em Novo Hamburgo. Abbondanzieri cometeu um erro inaceitável para um goleiro de sua estatura no primeiro gol do Nóia, ao errar feio na saída de jogo com os pés, logo a 3 minutos.

Aí, Alecsandro, no minuto seguinte, empatou com um golpe de cabeça, coisa de goleador. Um goleador injustiçado pela torcida colorada, como já escrevi aqui algumas vezes.

Walter desempatou. Um golaço. No segundo tempo, Maiquel voltou a empatar, depois de uma jogada sensacional do NH, com um passe precioso de Preto.

Alecsandro, com uma bomba de fora da área fez 3 a 2.

Fico imaginando quantos colorados pediram perdão pelas vaias ao seu centroavante naquele momento.

O NH era melhor, insistia, o Inter só se defendia. Aí, tenho que agüentar o Maurício Saraiva, com seu ar professoral, dizer que o resultado era justo.

Mas foi só ele falar que o Nóia empatou com gol de Michel.

Pênaltis para decidir quem enfrentaria o Ypiranga, que empatou por 2 a 2 com o Caxias em pleno Centenário e depois ganhou nos pênaltis.

O Ypiranga tem um time fraco, não terá nenhuma chance contra o Inter.

Abbon defendeu uma cobrança e Taison confirmou a vitória por 5 a 4 nos pênaltis.

Foi uma injustiça para o NH, para o técnico Gilmar Iser.

Com isso, não resta dúvida que teremos Gre-Nal na decisão do segundo turno.

Melhor assim.

SAIDEIRA

Ricardo, aquele atacante que elogiei demais aqui neste boteco no ano passado, é o goleador do Paulistão, o principal campeonato regional do País. Soube que ele foi dispensado pelo Grêmio, que nunca deu oportunidade para ele.
Já o Joílson continua no grupo e, pior, entrando em campo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Arena: por enquanto só as estacas do tapume

Assim como já joguei a toalha a respeito da eleição para presidente – Lula/Dilma vence a eleição de qualquer jeito, por bem ou por mal -, também me entreguei para a Arena.

Já estou conformado com o estádio gremista no banhadão do Humaitá. Gostaria que fosse no local do Olímpico, mas parece que não tem mais volta.

A não ser que...

... A OAS não consiga o financiamento do BNDES. Aliás, está demorado isso. Afinal, trata-se de uma empreiteira afinada com o atual governo, assim como foi com os governos anteriores.

A direção da OAS garante que a Arena será concluída até dezembro de 2012. A empresa é boa em realizar obras com o dinheiro público (o meu, o teu, o nosso), mas não me parece eficiente em suas previsões.

Lembro-me que as obras deveriam ter iniciado na metade do ano passado. Era a previsão inicial, aquela feita logo após a assinatura do contrato no Olímpico, entre um gole e outro de champanha, quando os sonhos borbulhavam.

Um executivo da OAS disse, segundo li no Clicrbs nesta manhã, que a Arena sai até o final de 2012, mas ao mesmo tempo ele observa que falta o BNDES liberar um empréstimo equivalente a 45% do valor da obra, orçada em R$ 400 milhões (ops, não eram 350 milhões, no máximo?). Também aguarda as licenças e alvarás da prefeitura.

Se falta tudo isso, como é que alguém pode garantir alguma coisa?

Se o governo Lula inaugura obras que não foram concluídas, o Grêmio e a OAS festejam o cercamento da área da Arena e anunciam, orgulhosos, como se fosse um grande feito, a colocação de um gigantesco mastro com a bandeira tricolor, igual aquela que tremula no Olímpico.

Por enquanto, estacas só as do tapume.

Já o prefeito José Fortunatti, em entrevista à Rádio Guaíba, hoje, disse que vai trabalhar para que a Copa das Confederações seja realizada em Porto Alegre, na Arena. A Copa de 2014 fica mesmo apenas para o Beira-Rio, segundo o prefeito. Sendo assim, como ficam os tais (e atraentes) incentivos fiscais para construção da Arena?

Enquanto isso, segue praticamente paralisada a reforma do Beira-Rio.

ÚLTIMA DOSE

Bonita essa briga Koff x Kleber pelo comando do Clube dos 13. Sinceramente, não tenho opinião firmada sobre o assunto. Em princípio, voto no Koff. O outro candidato não inspira confiança, até em função de suas parcerias e seus métodos para chegar ao poder. Agora, como todos nós sabemos, não tem anjinho no futebol, nem em lugar algum.

SAIDEIRA

Bonita também essa tentativa da torcida gremista de segurar o goleiro Victor. Acho que não precisaria tanto se a direção resolvesse bancar o seu melhor jogador de qualquer jeito. Dificilmente, haverá a tal proposta irrecusável, porque se trata de um goleiro. Então, não tem desculpa: dá pra cobrir o que vier do exterior.

domingo, 4 de abril de 2010

Jonas cada vez melhor e a volta de Taison

Cheguei a pensar que o Inter estava jogando para ficar fora da próxima fase e assim poder direcionar toda sua energia para a Libertadores. O time não conseguia se impor ao modesto Universidade, dentro do Beira-Rio. Por instantes, o Inter ficou alijado do quadrangular.

Depois, a partir de um gol de pênalti, porteira aberta, o Universidade foi goleado. Vitória, aliás, que veio dos pés de dois atacantes muito criticados, o Alecsandro e o Taison, este falando até em jogar no Palmeiras.

Aparentemente, Taison renasceu com os dois gols. Alecsandro manteve sua rotina de goleador, um goleador incompreendido, mas ainda assim um matador. É o Borges do Inter.

Alecsandro pode marcar quantos gols quiser, mas sempre que ele entrar em campo o torcedor vai suspirar fundo: ‘Podia ser o Nilmar’.

É cruel a comparação.

O único atacante que vejo aqui por essas bandas que pode ser comparado a Nilmar, um atacante fora de série, é Jonas.

Assim como Nilmar, Jonas tem luz própria. No Jaconi, Jonas mais uma vez foi decisivo. Fez os dois gols e ainda deu boas assistências. Sem contar que encarou com destemor a agressiva zaga do Juventude, que jogava sua vida no campeonato.

O segundo gol de Jonas foi obra de puro talento. Quase um repeteco do gol feito semana passada. Sempre acreditei que o Jonas, com mais confiança em si mesmo, mais moral, sequencia de jogos, mostraria que é um grande atacante.

Por enquanto, Nilmar ainda é melhor do que ele. Por enquanto.

Está bem, podem me apedrejar, me chamar de maluco, como insinuou o grande Haroldo de Souza no programa do Reche dias desses depois de eu ter feito essa comparação.

Já fui taxado de louco por deixar o CP depois de 31 anos. Um ‘louco’ a mais não vai fazer diferença.

E olhem que eu sou fã do Nilmar e considero justa sua presença na Seleção.

A rodada mostrou, ao que tudo indica, a volta do Taison do Gauchão passado.
E revelou um jovem talento: Bérgson.

Justiça seja feita: meu parceiro de boteco, o Francisco, há tempo vem chamando a atenção para esse guri. Ele jogou todo o tempo contra o Juventude e mostrou que, além de futebol, coragem para encarar os marmanjões do adversário.

Taison voltando e Bérgson despontando.

SAIDEIRA

Um mês atrás, escrevi que Willian Magrão seria titular ao lado de Adilson na primeira linha de meio-campo assim que recuperasse sua forma, e que Ferdinando, um operário de bola, teria de ir para o banco. Caso contrário, seria caso de demissão por justa causa do treinador. Pois Silas mostrou que conhece: deixou seu pupilo, Ferdinando, um jogador eficiente, na reserva. E mais na hora de sacar um volante, colocou o FR, sinalizando que quer mesmo volantes que saibam sair para o ataque com desenvoltura.

O problema agora é saber se FR tem condições de entrar e não deixar a peteca cair. Contra o Juventude, o time sentiu a troca. Perdeu poder de marcação sem Adilson.
FR, Hugo e Joílson, este principalmente, significam um retrocesso. O time cresceu no campeonato depois que eles saíram, abrindo caminho para jogadores como Maylson e Mithyuê.

FECHANDO A CONTA

Informo para aqueles que imaginam que fiquei desempregado, que vou viver de renda, ou que arrumei uma namorada rica pra me sustentar, o qualquer coisa do gênero, que tenho outras atividades, como prestar assessoria de imprensa e a baudememorias.com.br (editamos só um livro até agora).

Ainda preciso continuar trabalhando.

Informo, também, que não ganhei na Mega ou na Quina, ou algo parecido.
Portanto, não adianta bater à minha porta pra pedir algum.
No mais, grato a todos pelas palavras generosas.

APAGAR DAS LUZES

Se jornalismo é cachaça, acho que larguei a bebida. Mas, como todo bebum, posso ter uma recaída.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A minha saideira

Acabei de entregar meu pedido de demissão do Correio do Povo. Escrevi a carta em casa, no computador, e assinei.

Hoje é 1º de abril, mas este não é um ‘primeiro de abril’.

Eram 9h55 quando entreguei o documento no departamento de Pessoal. O funcionário me informou que precisa ser de próprio punho.

Escrevi de novo e assinei.

Agora, precisa ser rubricado pela chefia.

Até pra pedir demissão a gente precisa da benção do chefe.

Procurei o Telmo, chefe da redação. Só encontrei a secretária. “Ele chega daqui a pouco’, ela disse. Entreguei-lhe a carta e a minha carteira do trabalho. Pedi que encaminhasse o material para o RH. Ela informou que eu mesmo devo entregar a carteira, com a carta rubricada, no departamento de pessoal.

Eu preciso, portanto, retornar mais tarde para consumar o ato.

Enfiei a carteira do trabalho no bolso traseiro da calça e saí.

Estão registrados ali quase 32 anos de trabalho no jornal, sem contar um estágio na Folha da Manhã em 1976.

É tempo!

Carlos Gardel cantava que ’20 anos não é nada’.

Mas 30 anos é. É uma vida.

Tenho de jornal mais tempo que alguns colegas da editoria de esportes.

O pessoal não vai mais poder me homenagear com aquela música do Raul Seixas:
‘... eu nasci há 10 mil atrás’.

Nem dizer que eu não preciso tomar vacina contra a gripe A porque o vírus não pode atingir quem já passou pela peste negra e outras.

Nem apontar pra mim quando aparece uma foto de dinossauro no jornal.

- Olha um parente do Ilgo aí...

Nem dizer que eu namorei a Cleópatra e a Derci Gonçalves.

Nem que eu ajudei Pero Vaz de Caminha a escrever aquela carta, ou que ajudei o Darwin em suas pesquisas.

Vou sentir saudade das brincadeiras.

Não cito nomes para não esquecer alguém, e também porque precisaria alguns dias para fechar a lista dos bons colegas que tive. Cito apenas dois, porque já partiram: Paulo Acosta e Clóvis Ott.

A redação perdeu alegria com a partida deles.

E eu, gradativamente, fui perdendo o entusiasmo que sentia por trabalhar no jornal (desde a Folha da Tarde), o que era compensado pelas brincadeiras mútuas no esporte. Estas tornavam minha passagem pela redação à noite divertidas e tornavam o trabalho menos doloroso, menos monótono, menos frustrante.

A partir de agora, terei as noites livres. Poderei desfrutar integralmente dos domingos, aqueles que deixei de ter quando entrei no CP, em 1978.

Poderei viver mais com minha família, em especial com meus filhos.

E isso, a esta altura do campeonato, não tem preço.

SAIDEIRA

Quem me conhece sabe que não gosto de despedidas, nem do ‘parabéns pra você’ no dia 8 de março.

Por isso, saí ontem à noite sem me despedir.

Sabe como é, são muitas emoções...

SAIDEIRA II

Quem quiser me ver é só me visitar no boteco. A bebida é por minha conta.