segunda-feira, 31 de maio de 2010

Gordura de esquilo e Felipão

O jornalista Wanderley Nogueira traz no seu blog (site Terra) uma informação importante, em especial para quem frequenta este boteco e é obrigado a conviver com as provocações de um elemento de codinome Zé Esquilo, que vem a ser o polêmico Élvio Silveira, que tem uns parafusos a menos mas é boa gente, apesar de tudo.

Antes de entrar diretamente na informação aviso que está começando a caça aos esquilos.

Nogueira informa que qualquer jogador de futebol pode aumentar a potencia do seu chute, a velocidade, etc.

O 'milagre' está sendo oferecido pelo curandeiro africano Thabang Khubeka. O curandeiro diz que a magia africana tem uma “poção mágica” infalível. Cercado de peles e membros de elefantes e outros animais selvagens, ele mostrou dentro de uma velha garrafa de conhaque um líquido amarelado que é gordura de esquilo.

A receita é esfregar um pouco dessa gordura nos pés dos atletas, só isso. O jogador que usar esse recurso, diz Khubeka, será um terror para os adversários. O curandeiro diz ter poder de curar, recorrendo a forças misteriosas e recebendo apoio regular de deuses e espíritos de mortos.

Te cuida Zé Esquilo!


SAIDEIRA

Felipão negou hoje qualquer contato com o Inter. Disse que se vier uma proposta irá estudá-la, sem deixar de considerar sua ligação com o Grêmio.

Ele explicou que pode ser considerado um traidor pelos gremistas e lembrou que sempre correrá o risco de, acontecendo algo errado, ser chamado de gremista e acusado de não ter identificação com o Inter.

Mas deixou claro: é profissional acima de tudo.

Minha leitura: Felipão não vem.

Sigo convencido de que o nome é Abel.

EM TEMPO

Depois de ver fotos do Adriano empunhando armamento pesado e ao lado de traficantes entendi por que ele aceitou voltar à Itália depois de afirmar que seu negócio é jogar no Rio, andar de chinelo de dedo, etc.

Ele está fugindo, com medo de ser preso.

domingo, 30 de maio de 2010

A dupla Gre-Nal e o grande queridinho das arbitragens

Os críticos do Fossati e seu esquema 3-5-2 foram para o intervalo do jogo no Beira-Rio preocupados, com as barbas de molho.

Afinal, no 4-4-2, esquema defendido pela grande maioria dos colorados, não estava vencendo o bloqueio do Atlético PR, que está com um time vocacionado para o rebaixamento. Mas o time se defendia bem, e só, porque não atacava.

Walter perdeu um gol feito, tipo o do Vágner Love e o do Jonas no sábado. Chutou em cima do goleiro, tendo tempo de dominar e escolher o canto. Se fosse o Alecsandro o estádio explodiria em vaias.

No segundo tempo tudo mudou. O vento forte que soprava à beira do Guaíba ficou favorável ao Inter.

Agora, o primeiro gol merece um tratado de psicologia, relações humanas, etc. A bola espirrou na pequena área, quase em cima da risca, pedindo para entrar. Alecsandro se preparava para meter o pé, quando Walter vindo de trás se jogou para meter o pé na bola e fazer o gol. Eu vi o lance assim, mas o juiz deu gol do Alecsandro, embora quem mais tenha festejado foi o Walter.

Se quem fez o gol mesmo foi o Alecsandro, Walter deu uma de mau caráter festejando como se o gol fosse seu. Bem, sua investida para tirar o pão da boca do Alecsandro já foi alguma coisa estranha, para dizer o mínimo.

O fato é que o gol abriu caminho para a goleada de 4 a 1. Mérito do técnico interino Enderson Moreira, que simplificou colocando dois volantes e dois meias. Em casa e contra um time inferior, deu certo.

Já posso imaginar os colorados da crônica esportiva batendo no peito: "Eu não disse"?

No sábado, sem alguns titulares importantes mais uma vez, o Grêmio conseguiu voltar com um ponto. O técnico Silas armou o time da melhor forma possível, não tinha muitas opções.

Agora, preocupante o zagueiro Oséia, que até não é dos piores, tem algumas qualidades. Pelo alto, porém, ele anda deixando a desejar. Perdeu dois lances para o pequeno Vágner Love, que saltou mais alto que o zagueirão. No gol do Flamengo, Love meteu na trave. Depois, no segundo tempo, Oséia saltou e afastou a bola com a mão escandalosamente. O juiz já havia invalidado o lance, marcando não sei o que.

Aliás, achei o juiz generoso com o Grêmio. Na dúvida e nos lances complicados, a favor do Grêmio. Curioso, porque o jogo era no Maracanã e o adversário o Flamengo.

Neste domingo, descobri que o grande queridinho dos juizes não é Flamengo, ao contrário do que prega o Alfredo Possas, do CP, no seu ódio mortal ao urubu.

O Corinthians é o protegido da arbitragem. Não é de hoje, é coisa antiga, mas agora parece que é o único. Antes dividia as honras com São Paulo e Flamengo. Bom para o Mano Menezes, que assim não vê motivos para chorar.

Quem viu o jogo contra o Santos sabe do que estou falando. O gol do Santos, seria o empate, no primeiro tempo, foi um escândalo.

O zagueiro Edu Dracena, no final, lembrou que o Curintia sempre que joga no Pacaembu é favorecido pelas arbitragens.

Frase do Marquinhos:

- Não posso tirar a competência do Corinthians, que foi maior que a do Santos. Só que a gente sabe que a arbitragem vem ajudando o Corinthians e isso não é de hoje. Se eles não ganharem nada no ano do centenário, alguém vai morrer do lado de lá.

Corinthians lidera com 13 pontos em 15 disputados. Tem sete a mais que o Inter e oito a mais que o Grêmio. Já é uma vantagem...

SAIDEIRA

O volante Ralf foi oferecido ao Grêmio no começo do ano. Meira teria recusado dizendo que o jogador não teria o perfil do tricolor. Ralf foi para o Curintia. Fez um gol no Grêmio. Ontem, fez um golaço Santos e anulou Ganso.

Realmente, quem tem o perfil do Grêmio de Meira é Ferdinando.

FECHANDO A CONTA

Abondanzieri perdeu o lugar para Lauro. A decisão com certeza não é do técnico Interino. É coisa da direção. Quer dizer, a direção reconhece seu erro e volta a apelar para Lauro, que voltou com mais moral. Moral que não tinha quando a direção foi buscar o argentino, com respaldo da torcida.

Lauro não melhorou. Seu substituto é que não convenceu.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

VERONEZI, OS DISCOS DE VINIL DA GUAÍBA E MINHA AGUARDADA VOLTA AOS GRAMADOS

A queda de Fossati foi confirmada. Caiu mais por seus méritos do que por seus defeitos: ele conhece a limitação do seu time, de seus zagueiros veteranos, que precisam de proteção extra, de seus atacantes medianos. Tudo o que os colorados de um modo geral não aceitam.

Os colorados preferem acreditar, como o Juremir, que ele é o 'técnico mais burro' que passou pelo Beira-Rio.

Posso estar enganado - eu também me engano, é incrível, mas é verdade -, mas acho que muito menos do que em dez anos (conforme frase do Fossati) ele será entendido pela torcida colorada de todas as instâncias.

Resta saber quem virá.

Continuo apostando minhas fichas no Abel.

Não descarto o Felipão, que está sem clube.

Quanto vale um título da Libertadores, igualando o Grêmio, com a possibilidade de um segundo título mundial?

Quanto vale? Cinco milhões de reais? Quem paga 2 milhões de reais para rescindir com um técnico do porte de Fossati, tem bala na agulha. E/ou falta de responsabilidade mesmo.

VERONEZI E O ACERVO DE VINIS DA GUAÍBA

Fui ao velório do Fernando Veronezi. Muita gente. Percebi até alguns guaibeiros, gente que cresceu ouvindo a 'música da Guaíba' e que hoje lamenta a mudança radical na emissora que um dia foi referência no rádio brasileiro.

Nos últimos anos (ou décadas) a 'música da Guaíba' estava na FM. A música das grandes orquestras, garimpadas num valioso acervo de vinil. Discos raros. Alguns passados para CD.

Lá por novembro do ano passado falei com o Veronezi pela última vez. A Guaíba FM recém havia alterado sua programação, passando a competir a Antena 1. Quer dizer, a emissora perdia sua identidade e seu nicho de mercado. Com isso, milhares de ouvintes. Entre eles, eu e muita gente que conheço.

Veronezi fora removido (é a palavra adequada no caso) para uma pequena sala no primeiro andar do prédio da Caldas Júnior. Estava indignado.

Relatou que recebia dezenas de telefonemas de ouvintes reclamando da mudança. Esboçou um sorriso maroto quando disse que atendia e transferia a ligação.

- Vou transferir para a pessoa responsável pela alteração -, dizia, digitando o ramal da diretora Valéria.

Depois, fechou o rosto de novo. Disse que havia sido convidado pela diretora da rádio a fazer a programação da 'nova Guaíba' e que se negou, alegando que não entendia nada da música que seria transmitida, e também que a rádio nem tinha disco suficiente para a programação pretendida e que ele detestava.

Perguntei pelo acervo de vinis, uma coleção de 50 anos, valor inestimável. Quase caí de costas com o que ouvi.

- Eles encaixotaram todos os discos. Queriam queimar lá nos fornos da (metalúrgica) Gerdau. Eu briguei e não deixei. Agora estão todos ali ao lado (apontou para uma sala mais ao fundo, onde vi dezenas de caixas empilhadas junto de outras coisas).

Lembrei na hora do precioso acervo de vinis da Rádio da Universidade, também fundada em 1957, e que transferi (quando diretor da emissora uns oito anos atrás) para uma sala, criando uma espécie de museu para visitação e consulta, já que a programação era praticamente toda em CD. É claro que muitos continuaram - e continuam, acredito -sendo usados porque não existiam no formato CD.

Minha sugestão é que a direção da empresa faça algo parecido. Em respeito à tradição e à cultura. A queima, se realmente foi cogitada conforme relato do Veronezi, transmitido também a outras pessoas e não tenho por que duvidar, seria um crime.

Por essa atitude, de defender o acervo de vinil, o Veronezi me lembrou a dona Francisca, que cuidou durante décadas da coleção de jornais da Caldas Júnior, e que recentemente nos deixou. Dois heróis.

Eles merecem ser reverenciados pela sociedade gaúcha.

SENSACIONAL, IMPERDIVEL

Neste sábado, atendendo a milhares de apelos, volto ao futebol.

ONDE? quadras da HD nos Eucaliptos

QUANDO? às 15 horas, deste sábado

QUEM? Craques e pernas de pau do Correio do Povo

INGRESSO: alimento não perecível e cerveja gelada para confraternização

ATENÇÃO - CHEGUEM NA HORA PORQUE TALVEZ EU NÃO RESISTA A MAIS DO QUE DEZ MINUTOS (não jogo há mais de três anos).

QUEM VI, VIU; QUEM NÃO VIU, NÃO VERá MAIS.

De tristeza também se morre

Frase de Abel Braga ao ser questionado hoje se estaria voltando ao Inter, substituindo Fossati:

- Não tem como. Amei a ideia, mas não tem como. Fico feliz com a lembrança, mas não há a menor possibilidade. Tenho contrato com o clube (Al-Jazira) e não tem como eles me liberarem.

Abel, por favor, não é "amei" a ideia. Hetero que é hetero diz "gostei" da ideia.

Muito meigo o Abel. Que o Reche não me leia.

Apesar desse deslize, influencia talvez do clima do deserto, Abel seria o melhor nome para comandar o Inter na reta final da Libertadores. Tirando Felipão, claro.

Mas hoje li e ouvi gente pedindo o Mário Sérgio. Outros dizendo que pode ser qualquer um, menos Fossati.

Cronistas esportivos ligados ao Inter estão em polvorosa, querem porque querem a cabeça do uruguaio. Usam todo o tipo de argumento, até alguns absurdos.

Nenhum deles admite que o time talvez não seja tudo o que eles pensam.

Ou que o Inter tem um time inferior ao que eles projetam em suas mentes ensandecidas.

Não tenho dúvida que a direção colorada gostaria de trocar de treinador agora, já.

O problema é que multa contratual é de 2 milhões de reais.

É o que informou o Luis Carlos Reche, e eu acredito. O Reche é bem informado.

Agora, que tipo de dirigente contrata alguém aceitando multa nesse valor?

Não precisam responder.

SAIDEIRA

Estou saindo agora. Vou ao velório de um velho companheiro, uma legenda da radiofonia gaúcha: Fernando Veronezi. Ele faleceu ontem. Falência múltipla dos órgãos, dizem. Mas não acreditem. Ele morreu de tristeza.

Estou pensando se escrevo o diálogo que tive com ele logo após a mudança na programação da Guaíba FM, que ele montou e viu morrer de uma hora pra outra. Não sou médico, mas posso assegurar: Veronezi morreu de tristeza.

Sim, de tristeza também se morre.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Pela bola 7

O técnico Fossati talvez nem amanheça como funcionário do Inter.

Fernando Carvalho deixou sua clara sua insatisfação com o trabalho do uruguaio na derrota por 3 a 2 para o Vasco, que caía pelas tabelas e ganhou um sopro de vida com esse resultado.

A campanha para derrubar Fossati é forte. Na ZH desta quinta, o colorado ilustre, deputado Ibsen Pinheiro escreveu um comentário arrasador. Ibsen é um sujeito muito influente e respeitado por conselheiros e dirigentes do Inter.

Fossati, bem ou mal, colocou o Inter entre os quatro melhores da América. Mesmo assim, é criticado ferozmente, tanto por setores da mídia como por grande parte da torcida.

A derrota de virada ocorrida no segundo tempo, depois de terminar o primeiro com 2 a 0, é duro de aceitar.

Agora, vamos aos fatos: o Vasco descontou aos 4 minutos com um chute lotérico de Elton. Aos 18, Eller foi expulso. Fossati substituiu Walter por Juan para recompor o sistema defensivo. Natural, ele vencia por 2 a 1 e faltavam 27 minutos para terminar o jogo. Poderia ter sacado Alecsandro. Mudaria grande coisa?

Aos 32 o empate, num pênalti que só o localista Heber Lopes viu. Aos 40, a virada em outro chute iluminado.

Fossati até pode ser mantido em função de sua campanha na Libertadores, mas a cada dia aumenta a pressão sobre ele.

Acredito que ele cai e assume Abel.

A descoberta de Silas

"Hoje, o Maylson é titular". A frase é do aprendiz Silas, que custou, mas aprendeu que Maylson é titular.

O problema é que Silas descobriu um pouco tarde, depois dos jogos decisivos contra o Santos, em que ele optou por Hugo. O meio-campo ficou vulnerável com dois meias que mal conseguem acompanhar a própria sombra e o time levou seis jogos em dois jogos, três deles no Olímpico, tornando a classificação praticamente impossível.

Ainda há quem defenda esse treinador, que até tem alguns acertos.

Silas me lembra Mano Menezes na decisão contra o Boca, em que ele afirmou não haver necessidade de Riquelme. Quando descobriu seu erro, era tarde demais.

Penso que técnico de futebol ganha muito dinheiro para errar dessa maneira, afundando os projetos mais ambiciosos de um clube.

Bem, mas o Grêmio venceu o Avaí. O time jogou razoavelmente. O primeiro tempo foi melhor do que eu previa com um time que tinha Hugo e Joilson juntos de novo. O lateral fez sua melhor partida pelo Grêmio, o que não significa grande coisa, mas já é um progresso. Com isso, pode até renovar por mais três anos.

Hugo acertou uma bola na trave. Também pode renovar por mais três anos.

No segundo tempo, foi aquele rema-rema. O Avaí perigando fazer um gol, o que poderia transformar um jogo ganho num drama mexicano.

Até que uma luz iluminou o aprendiz. Ele colocou três garotos e sacou Hugo, Joilson e Willian. O time melhorou e chegou ao terceiro gol, por F. Rochemback, que parece estar recuperando sua forma física e técnica. O garoto Fernando participou do lance demonstrando categoria.

Agora, ninguém foi melhor do Maylson. Jonas marcou dois gols, é o maior goleador do futebol brasileiro na temporada, se não me engano. Mas Maylson jogou demais. Errou alguns lances, mas provou que é muito mais efetivo e regular que Hugo, marcando e saindo para o ataque numa velocidade impressionante.

A vitória foi muito importante, porque afasta o Grêmio da zona de rebaixamento. Quanto ao aprendiz, espera-se que dessa vez ele tenha entendido que Maylson é titular e que não adianta insistir com determinados jogadores.

Demorou, mas Silas descobriu aquilo que toda a torcida já sabia.

SAIDEIRA

O presidente Lula, quatro anos atrás, recebeu apenas o lateral Roberto Carlos, representando a Seleção. Deu no que deu: RC foi responsável pelo gol que eliminou o Brasil, estava distraído enquanto a França fazia o gol.
Ontem, recebeu toda a delegação...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Dunga é gremista

Tinga é colorado. Começou no Grêmio, que abriu-lhe as portas para sair da miséria. O futebol é assim mesmo. Mano Menezes é colorado. Destacou-se no Grêmio, depois de ter sido corrido do Beira-Rio por questões políticas do clube. É outro colorado que o Grêmio lançou para o mundo.

Agora, Dunga, aquele que evitou a queda do Inter para a segundona num desses momentos mágicos do futebol, com um impensável e inimaginável gol de cabeça, tão ou mais raro que gol do Guinazu, é gremista.

Já sabia que sua filha, aquela estilista que obrigou o pai a usar umas camisas 'tri legais' tempos atrás, era colorada e virou gremista depois do tratamento que o Inter dispensou ao seu ídolo salvador. Até processo na justiça aconteceu no final da relação conflituosa.

Dunga é gremista. Por que? É a única explicação que encontro para que Dunga tenha indicado o técnico do Grêmio para olheiro da Copa. Contatos chegaram a ser mantidos nesse sentido. Seria um estímulo para os doutos do futebol tricolor providenciarem na substituição do aprendiz. Pena que não deu certo.

Será que algum dirigente, um dos doutos, vetou a cessão de Silas? Perdeu essa grande oportunidade de corrigir a mancada?

Bem, com Silas no Olímpico tudo pode acontecer, até a transformação do Grêmio numa filial do Avaí.

Silas conseguiu trazer os talentosos Ferdinando e William. Havia indicado Marquinhos, o meia que está no Santos e que realmente seria um acréscimo, mas este os doutos rejeitaram.

Dias atrás tentou Roberto, atacante que ele colocava na reserva no Avaí. Agora, a bola da vez é o lateral esquerdo Uendel. Parece que já está acertado.

Silas, aos poucos, se cerca dos velhos amigos.

Grandes jogadores não são. Então, a única explicação que vejo é que Silas está se protegendo, armando um grupo de protegidos que o protegerão na hora difícil.

Mal sabe ele que quando essa hora chegar, e não deve demorar pelo jeito que as coisas estão indo, ninguém irá conseguir segurá-lo.

Dança todo mundo. Menos, é claro, os doutos da direção.

SAIDEIRA

Jogo contra o Avaí é de alto risco. Explosivo. Nitroglicerina.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O maior erro de FC e o apelo presidencial

O maior rival do Inter no caminho do título da Libertadores e de uma nova decisão no mundial de clubes foi reforçado pelo próprio Inter.

Se Fernando Carvalho, mentor intelectual do futebol colorado, tivesse atendido o apelo feito por Fernandão no ano passado para retornar ao Beira-Rio, o Inter teria pela frente um adversário menos poderoso, menos temível, e, de quebra, ele próprio estaria mais fortalecido.

FC não quis Fernandão. É fato. Por que? Supostamente porque estaria superado, em decadência tão acentuada que não acrescentaria. Mas pode ter outro, ou outros motivos.

O que é inquestionável era o interesse de Fernandão em retornar ao futebol brasileiro, prioritariamente (ficha 1, 2, 3, etc) ao Inter, clube que diz amar, claro que por uma polpuda compensação financeira (o que é muito natural, porque se trata de um jogador profissional).

Só amor não paga contas, inibe investimentos, etc.

Também é inegável que Fernandão gosta muito do Inter, clube onde mais se destacou no futebol, tornando-se um de seus maiores ídolos em todos os tempos.

FC não quis Fernandão. Na época, já foi um absurdo. FC deu muita explicação e nada explicou, só se enrolou ainda mais e provocou a ira de Fernandão, que se disse enganado pelo dirigente. Foi um bate-boca feio. Constrangedor.

FC, que demonstra estar – ele sim – decadente, a julgar pelas contratações que têm feito, preferiu investir, por exemplo, no Edu e no garotão Kleber Pereira (de idade semelhante a do Fernandão). Com o salário dos dois, bancaria Fernandão facilmente e ainda sobraria uns trocados.

O curioso é que Tinga, contemporâneo de Fernandão, serve para FC.

Um dia saberemos a verdade sobre essa história. Talvez em algum segundo livro do FC (o primeiro, aliás, está muito bom).

Não sei se algum repórter já perguntou se FC estaria arrependido. Orgulhoso, ele vai dizer que não, vai elogiar o grande ídolo, mas não dará o braço a torcer.

A rejeição de Fernandão acabou reforçando o São Paulo, na minha opinião o único obstáculo do Inter na luta pelo título da Libertadores.

Os outros dois semifinalistas o Inter vence ao natural, talvez até com time misto.

O Inter, portanto, está próximo de igualar o Grêmio na Libertadores.

A esperança gremista é Fernandão.

Fernandão, o maior erro de FC.

SAIDEIRA

O uruguaio Fossati não deve mesmo continuar. Aposto minhas fichas que volta Abel Braga. Depois de trazer Tinga, o Inter vai repatriar Rafael Sobis. Li que até o Gabiru vai voltar (mas aí para ser um garoto-propaganda). Quem sabe não trazem tabém o Ceará, que cairia bem na direita.
Parece ter chegado a hora do pensamento mágico no Inter. Tem gente que vai repetir a roupa usada na outra decisão contra o SP. Vale tudo para garantir a reeleição do atual grupo.

FECHANDO A CONTA

O presidente Duda apela para a torcida. Na hora ruim, a torcida é lembrada, é a salvação. Estádio lotado contra o Avaí. É bom para acuar o adversário. Realmente ajuda, mas tem o outro lado: e se as coisas não forem bem em campo?

FECHANDO A CONTA II

Alguém tem lembrança de ver o Grêmio levar tantos gols? Nos últimos quatro jogos, são 12. Três ou quatro de escanteio. Nenhum gol a favor de escanteio.
Se isso não é falta de treinamento (talvez por falta de saber como treinar) não sei mais nada.

domingo, 23 de maio de 2010

Descendo a ladeira, sem freio

Não sei o que me irrita mais, se o Silas no Grêmio ou quando acontece problema no meu computador, como o que me aflige desde ontem.

O problema no computador ainda está maiu ou menos sob meu controle. Contrato um técnico e ele resolve, desde que não seja um técnico aprendiz como o do Grêmio.

Já o Silas está fora do meu controle. Só me resta destilar meu veneno, amargo, aqui no boteco, entre um gole e outro de undenbergue com sal e limão, fora do gelo.

Não vou me alongar porque estou escrevendo num netibuqui, teclado pequeno também me irrita.

O que penso sobre Silas e o futuro do Grêmio na temporada está dito no tópico anterior.

Eu, que defendi a contratação do Silas, estou mais do que arrependido.

Até acho que ele com um dirigente forte e conhecedor acima dele, ou ao lado, evitando besteiras como escalar joilson, Hugo, Leandro, etc, e deixar Maylson de fora, ele até poderia dar certo.

Ontem, quando o Palmeiras fez 4 a 2, passei a torcer pelo quinto ou sexto gols. Uma goleada diante do fraco Palmeiras seria excelente dentro do 'Projeto Salva Grêmio', que inclui a saída de Silas e também a do Meira.

Com os dois, o Grêmio vai afundar mais.

Eu não tenho bola de cristal, até porque já errei muito aqui. Mas tenho mais acertos que erros nas minhas previsões, todas baseadas em fatos, análise de fatos.

Comentários mais específicos sobre o jogo deixo com os parceiros do boteco.

SAIDEIRA

Cai numa arapuca ontem à noite. Apostei um jantar em restaurante elegante com uma colorada doente que o Grêmio seria campeao gaucho. Cobrei a conta ontem, sem dó nem piedade.

Escolhi o restaurante, e aí eu me quebrei. O restaurante é bom, o problema é que era um vegetariano disfarçado. Nome: Especiarias, fica no Moinhos de Vento.

Liguei pra lá (estava sem internet para conferir o site deles), perguntei o que servia. Me disseram gentilmente que tinha paella, por exemplo.

Bem, paella tem peixe. Topei. Chegando lá vi que a paella era com vegetais, e que não serviam nenhum tipo de carne.

Bem, eu sei reconhecer quando perco, quando erro. Assimilei, jantei um tal de mix de cogumelos e uma massa, coisa pra mais de 50 reais, sem a bebida. Até que estava bom, mas sem carne parece que falta alguma coisa.

comemos rapidamente e saimos para uma cervejaria próxima. De cara, depois de saborear uma ceva artesanal, pedi uma salsicha bock. a ceva desceu redondo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A diferença é o técnico

Sem heroismo, sem epopeia, sem drama, o Inter conseguiu sua classificação à próxima fase da Libertadores. Venceu o Estudiantes ao perder por 2 a 1.

Ao contrário do aprendiz Silas, o técnico Fossati jogou pelo regulamento.
É claro que a vaga veio quando tudo parecia perdido, a poucos minutos do final, quando os argentinos já comemoravam a classificação.

É inegável que o Estudiantes foi superior, mas quantas vezes realmente ameaçou o gol de Abondanzieri?

Quantas vezes o argentino foi obrigado a fazer milagres?

O Estudiantes fez 2 a 0 com um aproveitamento formidável das raras oportunidades.

O Inter jogou fechado e especulou o gol com cautela, como se deve fazer no mata-mata, principalmente diante de um adversário copeiro como o Estudiantes.
Fossati é o professor, Silas o aluno metido a sabe-tudo.

Posso imaginar a reação dos colorados quando Fossati não começou com Walter, e só colocou o jogador na metade do segundo tempo. O guri entrou e perdeu um gol num passe precioso de Andrezinho (que jogador!).

D’Ale cansou e entrou Giuliano, que a dois minutos recebeu um passe genial de... Andrezinho. Agora sim, gol. Nada de chute forte, apenas um toque no lugar certo.

Fico imaginando o que sobraria para Fossati se Giuliano não faz o gol. Ao treinador cabe criar condições para que o time saiba se defender e saiba atacar.

E isso Fossati fez. Se tivesse perdido o jogo, ainda assim eu o isentaria.

Os colorados da torcida e da mídia cairiam de pau sobre ele. ‘Onde já se viu deixar o Taison fora até do banco?’, é uma das coisas que diriam, esquecendo das atitudes de indisciplina do atacante.

Escrevi dias atrás que se Fossati fosse o treinador do Grêmio, as chances de eliminar o Santos seriam maiores. Por um simples e singelo motivo: além de mais treinador (o que na comparação com Silas também não representa muita coisa), tem mais experiência e sabe aonde se meteu, joga pelo regulamento, não se mete de pato a ganso.

Fossati venceu, mas poderia ter perdido, sem dúvida. Foi por detalhe.

Mas aí está um técnico que conhece seus limites e os limites de sua equipe, e que não perde de vista o regulamento da competição que disputa. Parece pouco, mas graças a isso é que o Inter segue na Libertadores.

E é por falta disso que o Grêmio caiu diante do Santos, que, aqui entre nós, estava pedindo para ser eliminado.

Quem sabe o Vitória não atende?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Deu a lógica

Deu a lógica. Futebol tem lógica, uma lógica estranha, mas tem.

Não vou me estender. O Grêmio foi bravo, como sempre, fez um bom primeiro tempo, mas acabou sucumbindo no segundo tempo diante da superioridade técnica de seu adversário, o Santos.

Deu a lógica. O Santos tem a média de três gols na temporada. Na Vila Belmiro, a média é quatro. A média só não foi alcançada porque Marcel (de triste passagem pelo Olímpico, uma cópia de William), conseguiu perder um gol feito no final, mandando a bola na trave superior.

O que eu tinha que escrever está no tópico anterior.

Colocar Joílson e Hugo no mesmo time, juntos, numa partida tão importante, é coisa de homem-bomba, suicida.

Há um lance emblemático: no primeiro tempo, Paulo Henrique Ganso escapou pela meia direita e, perto da área, sofreu um tipo de sanduíche da dupla citada acima. Hugo levou cartão amarelo.

Os dois insuficientes contra o craque.

A derrota foi por 3 a 1, mas poderia ter sido por quatro, por cinco (Victor fez duas ou três grandes defesas). Talvez fosse melhor cair logo de goleada. Existiria, então, alguma chance de o aprendiz cair.

Não tenho dúvida de que o Grêmio poderia ter saído da Vila com a classificação se tivesse um treinador melhor.

Alguém consegue entender a ressurreição de William, voltando depois de longo tempo justamente no jogo mais importante do ano?

Alguém consegue entender por que Maylson ficou tanto tempo no banco quando Hugo não conseguia marcar, não armava, e corria como uma mosca tonta, protegendo o pequeno Joilson?

Para não dizerem que eu só vejo o lado negativo (e tem lado positivo quando se perde por incompetência de um técnico e de uma direção conivente e passiva?), vou destacar alguns jogadores:

Adilson foi o melhor do time. Precisei ficar ligado na Band TV para ouvir um elogio à altura do futebol do guri. Foi do Neto. Aqui, nossos analistas não enxergam isso.

Depois, o lateral Edilson (felizmente mantido na direita) foi extraordinário. Douglas é outro de grande atuação, assim como Victor.

No Santos, Ganso fez a diferença. Que golaço! Gostei mais uma vez do André, que deu o toque genial para Robinho fazer o 2 a 0.

Agora, resta ao Grêmio o Brasileirão. Time para ficar entre os quatro melhores e até brigar pelo título. Falta treinador.

A continuar assim, vai dar aquilo que escrevi no final do Gauchão. Que o Grêmio havia conquistado aquilo que poderia conquistar em 2010.

Gostaria de ser menos amargo, mas realmente é difícil.

SAIDEIRA

Hoje, a vez do Inter. Escrevi anteriormente que o Inter, na relação com o Grêmio, teria mais chances de classificação. O Inter pode até perder por 1 a 0 que ainda assim não estará morto, diferente do Grêmio na disputa com o Santos. O Inter soube jogar para não levar gol em casa. Afinal, tem um treinador que, bem ou mal, joga com o regulamento debaixo do braço, ao contrário do pouca prática do Olímpico.

FECHANDO A CONTA

Escrevi depois do jogo no Olímpico que o Grêmio não sabe mais aproveitar escanteio. Nos dois jogos contra o Santos teve uns 15 escanteios, não fez um golzinho sequer. Saudade do Rever. Ah, o Rafael Marques, que perdeu lugar para o protegido do Silas na zaga, voltou a fez o seu.

Silas e um novo DVD

Se o Grêmio vai para o jogo com o time que está sendo anunciado pela imprensa a eliminação é inevitável.

Para começar, as ausências de Mário Fernandes e Rodrigo são irreparáveis, situação agravada pelo desfalque de Neuton, que entrou há pouco no time e já se firmou como titular.

Admito que o técnico Silas não tenha muitas opções.

Mas começar o jogo com Joílson é uma forma de suicídio, é a morte anunciada.

Existem duas possibilidades, conforme a mídia, ambas ruins: Edilson na direita e Joílson na esquerda, ou o contrário. A menos ruim é a primeira, porque mexe menos na estrutura. A segunda, com Joílson na direita e Edilson na esquerda, é pura invenção.

O mais lógico seria Edilson e Bruno Colaço. O guri foi bem no último jogo depois da geladeira imposta por Silas. Falhou no segundo gol, mas foi um lance de falta de sorte, causado pela falha inicial de Victor.

Havia esquecido: os marmanjos podem errar, os guris não.

Exemplo: o gol de Robinho, o terceiro do Santos, o que ampliou a dificuldade de continuar na Copa do Brasil, tornando isso quase impossível. Joílson, que deixou Robinho livre para marcar, continua recebendo oportunidades.

Passamos para o meio de campo. O certo seria deixar Hugo no banco, começando com Maylson em seu lugar. Maylson tem mais força, mais velocidade, marca e ataca com qualidade. Só perde em técnica, mas nem tanto assim.

Para um time que joga com a defesa reserva e que será vitorioso se não sofrer gol, o mais lógico, mais sensato, seria ter um meio campo mais forte, mas ao mesmo tempo com capacidade de atacar. Hugo não sabe marcar, não gosta de marcar, mas tem se esforçado, o que é bom, mas não suficiente, ainda mais quando se enfrenta o ataque mais eficiente do país nos últimos anos.

O Santos tem a média de quatro gols em seu estádio. No Olímpico, marcou três. Só imagino quantos pode fazer hoje à noite.

Tomara que faça quatro, e o Grêmio cinco.

Mas aí já estamos falando de um novo DVD.

Os técnicos, a pirâmide e a justiça

A imprensa argentina anuncia interesse do Boca Jrs. pelo técnico Jorge Fossati.

Celso Roth assina com o Vasco e é recebido como técnico de ponta pelo presidente Roberto Dinamite.

É dura a vida de técnico de futebol. Odiado aqui, desprezado ali, amado mais adiante. Há sempre um par de braços abertos para receber esses técnicos que estão na ponta de cima da pirâmide, mesmo que muitos mereçam mesmo é a base, aquela que disputa as migalhas, as sobras, e se dão por felizes se pegam um time da série B.

Vejam, Roth volta a um grande clube. Ele fica um tempo desempregado, desfrutando a grana do emprego anterior, de onde normalmente sai com os bolsos cheios. Mérito dele. Má gestão de seus empregadores.

Já o Fossati parece ter ingressado de vez no circuito de ponta da América Latina. Se deixar o Inter, um clube campeão mundial, pode ir para o grande Boca. Não é pouca coisa para quem tinha seu reino no modesto futebol equatoriano.

Essa movimentação no tabuleiro do futebol me faz prever que Silas tem um futuro risonho. Mesmo que perca para o Santos, já subiu alguns degraus na pirâmide e, como é jovem e já mostrou alguma capacidade, tem tudo para continuar ascendendo até firmar-se no topo, onde estão nomes como Muricy e Luxemburgo.

O certo é que Silas está com os caminhos abertos.

Só lamento que tantos outros treinadores, talvez até com mais talento do que Silas, Roth e Fossati, não tenham a mesma sorte. É o caso de Beto Almeida, de capacidade comprovada, e que ainda não teve chance num clube realmente de primeira linha.

Mas a vida é assim. Nem sempre é justa.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A indignação de Hélio Dourado

Publicado no blog: gremioacimadetudo.blogspot.com.

O texto é do eterno presidente Hélio Dourado, que cobra esclarecimentos sobre a Arena. ele quer mais transparência e não aceita o rótulo de secador da Arena:

"Que pronunciamento infeliz de um presidente de um clube tão grande como o do nosso Grêmio.
Por ser uma pessoa contestadora da Arena, por vários motivos, como alías, o são também muitos gremistas, sou chamado de "secador".
Tenho 69 anos de Grêmio.
Os gremistas conhecem minha trajetória no clube do meu coração.
Me foi dado o título de grande benemérito.
Será que me cabe a pecha de "secador", porque quero transparência nessa negociação?
Não levaram em consideração a proposta de reforma do Olímpico,como o fez o Maracanã, por nós solicitada.
O que pedimos nós e a toda a família tricolor, real proprietária do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense:
1. Os documentos de posse da área em que dizem construir a Arena
2. Especificação do que será do Grêmio nesta área
3. O contrato com a OAS
4. Avaliação da área do Olímpico
5. Direito dos sócios proprietários em documento oficial do clube
6. Direito dos sócios do Grêmio em documento oficial do clube
Eu peço que a família tricolor se pronuncie pedindo transparência.

Hélio Dourado
Ex Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense"

O aprendiz e os medalhões

Quando critico o aprendiz (sem qualquer referência ao Roberto Justus) Silas, sou rotulado de amargo. Idem quando pergunto o que ainda faz Joilson no Grêmio.

Quem viu com olhos de ver, não de torcer, o Grêmio contra o Corinthians, não pode deixar de ser amargo, ácido.

Bato na mesma tecla: Maylson não pode ser reserva desse time.

O meio-campo só pode ser um: Adilson, Willian Magrão, Maylson e Douglas.

Tudo o mais é invenção, é tentativa de acomodar medalhões em claro prejuizo ao time, ao clube, à instituição, à torcida.

Hugo, Leandro e Fábio Rochemback são bons para figurar no banco de reservas e entrar em determinada circunstância.

Joilson até que fez um primeiro tempo razoável. Teve um lance dele que gostei, foi quando passou entre dois adversários e sofreu falta, o adversário até levou cartão amarelo.

Naquele momento poderia ter sido substituído, porque, seguindo sua trajetória na equipe, nada mais faria de útil. Dito e feito. Foi o grande e único bom momento de Joilson jogo. No finalzinho, ele ainda nos brindou com um cruzamento perfeito para as arquibancadas, sob protestos de atacantes que estavam na área esperando a bola.

Aliás, o aproveitamento do Grêmio em escanteio tem sido precário. Foram vários escanteios contra o time do Mano, que armou uma retranca desprezível para enfrentar o misto gremista, provando que é um técnico medroso.

Agora, escanteio na área do Grêmio é meio gol.

Victor falhou no primeiro gol. Ele avançou para pegar o cruzamento, teve de recuar rapidamente e acabou saltando tarde para defender o cabeceio. Nesse lance, Mário Fernandes estava na bola e perdeu para o adversário. Não saltou um centímetro do chão. Como zagueiro é um ótimo lateral direito.

No segundo gol, a bola cruzou a pequena área, a dois metros de Victor, que a deixou passar. Bruno Colaço, que jogou bem, foi mais ousado e menos burocrático do que nas vezes anteriores, foi afastar com o pé direito, que não é o bom, e deu o gol para Souza.

Alguém precisa dizer ao aprendiz que Bérgson é um segundo atacante. Colocar o guri no meio da área, como referência, é um crime, danoso ao patrimônio do clube. O guri deixou o campo sob vaias.

Teria mais o que escrever sobre o jogo, mas fico por aqui.

SAIDEIRA

O Inter foi valente em Goiânia. Não é fácil vencer o Goiás lá, ainda mais com time reserva ou misto frio.
Nós da dupla Gre-Nal temos trauma do Serra Dourada, principalmente o Grêmio.

A vitória só foi possível graças ao Valter, que já provou ser um jogador diferenciado.

A virada de 3 a 2 dá moral pro Inter, que vai para o jogo contra o Estudiantes ainda mais animado e confiante.

Já escrevi aqui: o Inter tem mais chances de passar que o Grêmio.

Ainda mais que o Grêmio vai jogar na Vila Belmiro com uma defesa desfalcada, sem seu melhor zagueiro, Rodrigo, e talvez sem Mário Fernandes. Sem contar o Neuton.

A PROPÓSITO

Quem foi o iluminado que escalou o já lesionado Mário Fernandes? Ou foi só coisa do aprendiz?

Aí tem dedo de dirigente pouca prática.

CARTOLA

Afundei na última rodada do Cartola. Caí para o quarto lugar. Vexame. Acho que vou pedir pro Meira escalar meu time.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Onde está Joilson?

Quando o Grêmio sofreu o terceiro gol do Santos, perguntei a mim mesmo por que Robinho estava tão livre, leve e solto dentro da grande área, a poucos metros do goleiro Victor.

Questionei se naquela posição não deveria estar o lateral direito do Grêmio, coladinho no jogador santista.

Afinal, Robinho é um atacante dos mais perigosos e requer atenção extremada, quem sabe um pitbull esfomeado ao seu lado.

Eu estava no Olímpico, perto da goleira onde aconteceu apenas um gol, exatamente esse que pode simplesmente significar o fim do sonho de título, de volta à Libertadores, etc.

Eu vi Robinho dominar a bola no peito, deixá-la cair mansa e oferecida, pronta para o arremate mortífero. Não vi ninguém próximo. Robinho era uma ilha isolada naquele imenso espaço da grande área.

Foi aí que vi um vulto diminuto na risca da grande área, a uns seis metros de Robinho. Na hora, me pareceu ser ele, o tal lateral direito que deveria estar colado no atacante.

Depois, vendo o lance na TV, tive certeza: Joilson era o cara que se encontrava na risca da grande área e, atento e compenetrado como só ele, ainda deu uns passos em direção a Robinho. Era tarde evidentemente. A bola já havia saído dos seus pés para vencer o pobre Victor, fuzilado em pleno Olímpico pelo jogador preferido de Dunga, o técnico que fuzilou o sonho de Victor disputar a Copa.

Lembrei na hora de um livro que fez muito sucesso no século passado: onde está Wally?
Onde estava Joílson quando Robinho marcou o gol?

Joilson é um privilegiado. Não só por ter visto o lance de tão perto, um lance de invulgar beleza plástica. E sem pagar ingresso. Pelo contrário, ganhou (e ainda ganha) um bom dinheiro para estar ali vendo Robinho fazer o terceiro gol do Santos no auge da reação gremista.

Só faltou pedir para tirar uma foto ao lado do Robinho, pedir um autógrafo, talvez.
Mas Joílson não tem culpa. Sua contratação foi um erro, que a direção tentou corrigir tentando negociá-lo meses atrás.

Joilson não tem culpa de ter sido requisitado pelo técnico gremista. Muito menos de voltar a figurar ameaçadoramente no banco de reservas, sujeito a entrar no time a qualquer momento.

Inclusive num jogo decisivo como esse de quarta-feira no Olímpico.
Joilson é um sujeito de sorte. Pelo futebol que joga, ou tenta jogar, está num dos grandes clubes deste pais do nunca antes.

Agora, mais sorte tem o Silas, que acumula equívocos e até alguns erros grosseiros (como esse de recuperar o 4-3-3 logo contra o Santos) e até alguns acertos, como corrigir o erro no mesmo jogo, viabilizando a reação.

A sorte dele foi que o festejado Dorival Jr colocou em campo um jogador, Mancha, que errou bisonhamente nos dois primeiros gols do Grêmio. Dorival também corrigiu seu erro, sacando o pobre jogador, que entrou a dez por hora num jogo em que todos cometiam excesso de velocidade, com exceção dos goleiros.

Agora, para empatar com o Santos na Vila Belmiro (ainda por cima sem o melhor zagueiro do time), Silas precisará muito mais do que sorte. E, claro, vai precisar de alguém capaz de prestar mais atenção num jogador chamado Robinho, que fica ali de bobeira pronto para dar o tiro de misericórdia.

SAIDEIRA

Justiça seja feita: o comentarista Vinicius Sinott, da rádio Guaíba, alertou minutos antes do jogo, e também quando a bola começou a rolar, que Silas estava cometendo um grande erro ao mudar o esquema. Não deu outra. Agora, eu pergunto: se o comentarista sabe disso e boa parte de quem acompanha futebol concorda e percebeu o erro na hora, como é que um técnico de futebol, ex-jogador profissional, comete tamanha barbaridade?

E a direção o que faz?

Não precisam responder.

OLHO NA MÍDIA I

Em sua coluna na ZH, o colunista Wianey Carlet, normalmente certeiro em suas análises, decretou que Paulo Henrique Ganso, apesar de “técnica primorosa”, ainda “não está pronto” para a Seleção Brasileira.

Ninguém defende Ganso titular na Seleção. Ele deveria estar na lista. Simples. Joga muito e, a meu ver, está mais do que pronto.

Quem não está pronto (ou porque nada acrescenta ou já passou do tempo) são jogadores como Josué, Gilberto, Ramirez e outros.

Pisou na bola o Wianey, meu velho companheiro do CP.

Pior é que o Pelé agora também acha que não chegou a vez de Ganso.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Inter com vantagem sobre o Grêmio

Sorondo, desprezado por nove entre dez colorados, salvou o Inter. O uruguaio mandou para a rede a dois minutos do final. O gol deixa o Inter perto da vaga à próxima fase da Libertadores.

Tivesse o time colorado o ataque do Grêmio, principalmente Jonas, muito mais criativo que seus similares no Inter (Walter e Taison), teria feito uns dois ou três no Estudiantes.

O Inter jogou com sabedoria. Tratou de não tomar gol. Só não fez melhor porque o time argentino tem marcação forte, congestionou o meio-campo. Como o ataque colorado decididamente é modesto, insuficiente para quem ambiciona um título de Libertadores, o placar ficou mesmo no 1 a 0.

Fossati está mostrando que sabe com quem está lidando. Percebeu que tem um ataque de asma e trata de jogar com o regulamento debaixo do braço.

Agora, vai para o segundo jogo precisando de um empate. Ser perder por 2 a 1, por exemplo, ainda garante a vaga.

Já o técnico Silas parece ignorar o gol qualificado (não vou imitar determinado comentarista de TV e explicar do que se trata até porque quem acompanha futebol sabe o que é).

Foi com tudo para o ataque, deixou buracos imensos na defesa, levou dois e depois correu atrás para reverter.

Venceu por 4 a 3, num jogo heróico, em que o Grêmio teve 100 por cento de aproveitamento no segundo tempo em suas conclusões a gol, contando ainda com ajuda do pobre do Mancha, que jogou 9 minutos, o suficiente para abrir caminho para a virada tricolor.

Na inevitável comparação entre os dois, o Inter vai melhor para o segundo jogo. O Grêmio só se classifica se empatar. Ah, se perder por 5 a 4 também se classifica (é bom frisar isso antes que um espertinho o faça). Derrota por 4 a 3 vai para os pênaltis. Abaixo disso, eliminação.

O Inter, portanto, vai melhor. Ao menos em tese.

Sei que vão me apedrejar, jogar guaraná no meu chope ou me servir cerveja morna, mas se Fossati treinasse o Grêmio, a situação seria melhor. Ele é mais técnico do que o Silas, o que também não significa grande coisa. Os dois são precários.

Agora, o Silas é um novato, e tem a sorte dos novatos. Só.

O que ele fez contra o Santos, mudar o esquema contra a forte equipe de Ganso e Robinho, é coisa de técnico pouca prática.

Teve, ao menos, a sabedoria para retomar o 4-4-2 antes que a noite se transformasse no maior dos seus pesadelos.

Para concluir: os dois times estão em situação difícil. O Inter um pouco melhor. Mas continuo convencido de que ambos chegaram aos seus limites.

O homem de pouca fé e a grande virada

Um homem de pouca fé, é o que sou. Quando o Santos fez 2 a 0 eu lamentei ter acertado minha previsão de que o Grêmio levaria pelo menos um gol no Olímpico.
Senti, então, que a vaca havia ido pro brejo.

Depois que Silas corrigiu sua mancada (eu ia escrever cagada, mas este é um boteco família) de alterar seu esquema num jogo tão importante, apelando para o 3-5-2 que já havia fracassado no começo da temporada (viram, não é só o Fossati), o Grêmio melhorou. Mário Fernandes saiu da zaga e passou para a lateral direita. Edilson foi para a esquerda e Hugo passou para o meio-campo.

Melhor posicionado, o Grêmio melhorou, apesar da péssima partida que Douglas fazia. Em seguida, Borges perdeu um gol. Jonas conseguiu perder um pênalti, e Borges de novo perdeu chance de descontar, mas aí por causa de grande defesa do goleiro, que seria um frangueiro, conforme me disseram.

Confesso: quando Jonas perdeu o pênalti pensei em ir embora. No intervalo, com os pés quase gelados, o vento frio e cansado de ficar 45 minutos em pé, voltei a pensar em ir embora. Mas estava com um grupo de amigos. Ficava chato sair assim, logo que eu que voltava a campo pela primeira vez como torcedor depois de 32 anos de jornalismo esportivo.

Fiquei. Foi uma sábia decisão. Assisti, então, a um dos jogos mais sensacionais da minha vida. Sem dúvida, um dos grandes jogos deste século no Brasil.

A reação do Grêmio foi sensacional, ainda mais considerando-se a qualidade do adversário. O Santos pode até perder o título da Copa do Brasil, mas é um grande time, dá gosto de ver seu toque de bola, suas jogadas tramadas.

E o que dizer do Ganso? Resumo: craque. Dunga está cometendo um crime ao deixar esse jogador de fora da Copa. Algo semelhante ao que fez Menotti em 78, quando não convocou Maradona, que surgia de maneira fulgurante.

No intervalo, eu, homem de pouca fé, sentenciei aos meus companheiros que o Grêmio até poderia virar, mas que o jogo de 180 minutos estava perdido.

Pis bem, o Grêmio chegou ao empate através da sua dupla de ataque, ponto alto do time, Jonas e Borges. E o que parecia impossível: virou para 3 a 2. E foi além, ampliou. Depois, cedeu o empate após belíssima jogada de Ganso, que encontrou Robinho livre para descontar. Ah, não era Joílson quem deveria estar ali, marcando Robinho?

Foi um jogo desses antológicos. Vai virar DVD? Não é para tanto, mas foi um jogo sensacional. E eu, homem de pouca fé, que queria sair no intervalo, estava lá.

SAIDEIRA

Silas comprometeu a classificação. Ao começar o jogo com 3-5-2, desorganizou o time. Levou 2 a 0. Depois, no 4-4-2, fez quatro gols e levou 1. É preciso dizer mais alguma coisa a respeito desse treinador?

O Grêmio joga pelo empate na Vila Belmiro. Se conseguir seu objetivo, aí sim já podemos pensar num DVD.

Como diz o hino que cantei antes do jogo: ...sirvam nossas façanhas de modelo à toda terra.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

De volta ao Olímpico como ex-cronista esportivo

Vou ao Olímpico conferir de perto os meninos da Vila. Só lamento a ausência do Neymar. Felizmente, jogam Robinho e Ganso, jogador que destaquei aqui neste espaço por suas atuações na seleção sub-20.

Lamento também as ausências de Mário Fernandes e Neuton.

Vou de ‘sangue doce’, como dizia o Lauro Quadros nos seus tempos de comentarista esportivo. O Grêmio joga com seusjogadores mais importantes pendurados. O segundo jogo será na Vila Belmiro, onde a dupla normalmente fracassa. Por isso, não acredito na classificação do Grêmio.

Mesmo assim, vou torcer por uma vitória. Deve ser por pelo menos dois gols de diferença. E o Santos não pode fazer mais do que um gol (um gol é certo que fará).
O Santos tem neste ano tem a média de três gols por jogo, e apenas um contra. Em casa, é quatro por um.

Já o Grêmio sofreu gol na maioria dos seus jogos. Portanto, tudo indica que hoje não escapa de pelo menos um gol.

Minha projeção é de 3 a 1 para o Grêmio, resultado perigoso. O ideal seria 4 a 1, ou mais, claro.

Felizmente, Victor estará no time no jogo da volta. Graças ao Dunga.

Hoje, escutei e li protestos contra a ausência de Victor da Seleção. Os protestos mais veementes são de cronistas com matiz vermelha. Curioso, não?

Como vai reagir Victor? Isso é o que me interessa. Ele precisa entender que muitos excelentes jogadores ficaram de fora. Para seu consolo, o Brasil inteiro ficou perplexo com sua ausência da lista, o que não é pouca coisa. Mostra o respeito que o torcedor e a imprensa tem pelo seu futebol.

Vamos ao que interessa: o Grêmio tem duas chances de classificação:

1 – Victor continuar salvando o time

2- Borges aproveitar melhor as oportunidades de gol

Se acontecer isso, o time terá condições de vencer por dois ou três gols de diferença, fundamental para garantir a vaga na final da Copa do Brasil.

SAIDEIRA

Está será a primeira vez, depois de 32 anos, que vou ao Olímpico sem ser cronista esportivo. Tenho carteira da Aceg, mas ao deixar o CP não me considero no direito de usá-la. Dono de ‘boteco’ não pode ser filiado à associação dos cronistas esportivos do RS.
Só espero que pare de chover.
Banho de bola ainda aceito, mas banho de chuva, no frio, só com uma garrafa de conhaque debaixo do braço.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A Família Verri e a seleção sem batata podre

A última vez que realmente torci pela Seleção Brasileira foi na Copa de 70. A primeira, em 66, que tinha Pelé, Garrincha, Alcindo, Tostão, Manga, etc, e ainda assim fracassou.

Antes de 66 eu era piá e não ligava pra Seleção, futebol, Grêmio.

Hoje, já curtido pela vida, não estou nem aí pra Seleção. Não acho que isso seja falta de patriotismo. Patriotismo pra mim é outra coisa, algo que passa longe do futebol, especialmente nesses tempos em que os ‘heróis de chuteira’ são milionários e a maioria nem mora no Brasil.

Como jornalista, nunca me interessei em ir ao Mundial. Só quando a Copa foi na França e na Alemanha me deu uma vontadezinha, mas a vaga do CP já estava ocupada. Eu tinha que ficar aqui na retaguarda e editar os tais cadernos da Copa.

Ficava secando pro Brasil sair mais cedo.

Na próxima Copa estarei em casa. Vou ficar indiferente, talvez até torça pela Seleção. Esta seleção do Dunga me agrada.

Tenho restrições a um outro jogador. Acho que poderia ter o Ganso no meio-campo no lugar de um volante. Tem volante demais. Acho que o Lucas é melhor que o Josué, mas respeito as opções do Dunga, que formou a sua família, a Família Verri.

São jogadores imbuídos da filosofia de Dunga. Jogadores que Irã se doar, colocar o coração na chuteira. Vai faltar um pouco de qualidade se Kaká se lesionar, por exemplo.

A opção por Grafitte é sensata. É o atacante que mais aproxima das características de Adriano. Ele não poderia levar o Neymar para essa função, nem o Diego Tardelli, que está jogando muito.

A seleção do Dunga me agrada essencialmente por uma coisa: não há nela jogadores como Ronaldo, Adriano e Ronaldinho Gaúcho.

São três elementos que desrespeitaram a torcida brasileira na Copa de 2006.
Dunga deu oportunidade para que eles provassem que estavam realmente determinados a honra a camisa amarela.

Então, minha torcida será pela moralização que Dunga conseguiu executar, e que só teve sucesso em função dos resultados de campo, aliás os melhores que um técnico obteve com a Seleção antes de uma Copa desde que me conheço por gente.

Tivesse fracassado, talvez hoje tivéssemos uma seleção impregnada por algumas batatas podres.

Dunga fez na Seleção o que deveria ser feito nesta nação: moralizou, acabou com a impunidade, cobrou conduta, comprometimento e honestidade de propósitos.

A vitória da Seleção Brasileira na Copa pode sinalizar que é possível vencer trabalhando sério, com ética e dignidade.

Uma derrota poderá nos levar de volta ao tempo da gandaia, das farras e das orgias.

Já tenho um motivo para torcer pelo Dunga e seus comandados.

SAIDEIRA

Sobre a ausência de Victor: acho normal. Os três goleiros chamados são muito bons e têm experiência internacional. Doni, muito criticado mais pelo seu passado no Juventude, é hoje um grande goleiro. Sinceramente, concordo com a escolha de Dunga para esta posição.

Além do mais, Victor será mais útil jogando pelo Grêmio do que sentado no banco ou na arquibancada de um estádio da África.

FECHANDO A CONTA

Gostei da postura de Dunga na coletiva. Foram uns 90 minutos de bombardeio. Ele não baixou a cabeça, foi altivo, forte, e até muito educado, mesmo diante de algumas grosserias de colegas indignados e contrariados por causa de um ou outro jogador ter ficado de fora.

Teve um que saudou o fato de Dunga não ser o técnico da Seleção em 58, porque aí, segundo ele, deixaria Pelé de fora.

Dunga não se perturbou:

- Vejam, ele está citando simplesmente Pelé. Digam onde eu encontro um novo Pelé que ele será convocado e vai jogar até com as duas pernas engessadas.

Como dizia o Ênio Andrade, parte do salário do treinador é pra aguentar a imprensa.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O chef de cozinha e o futebol

O técnico de uma Seleção e o dirigente de futebol são como o chef de cozinha.

O chef vai à feira para comprar os melhores ingredientes do prato que irá preparar. Se não escolher direito, pode comprometer o resultado, prejudicando a refeição.

Um técnico de seleção, como o Dunga, por exemplo, precisa saber quais os melhores ingredientes, digo, os melhores jogadores, para formar uma equipe competitiva, comprometida, capaz de atingir os objetivos propostos. Uma convocação equivocada...

Da mesmo forma, o dirigente. Se comprar mal, forma um grupo incapaz de conquistar títulos.

Fernando Carvalho já foi um chef de primeira linha. Foi à feira, comprou os melhores produtos e levou seu clube a título mundial.

Hoje, como tantos chefs que entram em declínio e levam seus restaurantes a perder suas cinco estrelas, FC mostra que está errando a mão. Compra mal, tempera pior ainda.

Qualquer colorado sabe que as contratações de FC nos últimos tempos foram desastrosas. Não vou me dar o trabalho de enumerá-las porque corro o risco de cometer injustiça e deixar algum perna de pau de fora da lista.

Paulo César Tinga é outra tentativa de FC. A meu ver, outro equívoco.

O mesmo dirigente que vetou Fernandão, agora investe pesado em Tinga, que deve assinar por três anos, pelo que soube. Tinga tem 32 anos e, por mais que se cuide, já não é mesmo jogador que passou pelo Beira-Rio tempos atrás.

Lembro que ele, Fernandão e Nilmar jogavam por música. Tinga já não tem essa companhia, nem é o mesmo de três ou quatro anos atrás.

Também Fernando Carvalho já não é o mesmo.

Já o chef Dunga tem mais jeito de quem prepara um bom churrasco, costela macia e picanha no ponto.

Mesmo assim, enfrenta as panelas com habilidade e desenvoltura, seguindo sua formação e sua intuição. Tem muita gente opinando, mas Dunga, experiente, não esquece as chibatadas que levou no passado, quando foi responsabilizado injustamente pelo fracasso da seleção de Lazaroni.

Dunga segue sua cabeça, suas ideias, suas convicções. E bem que faz.

Hoje, ele convoca 23 jogadores para a Copa.

Tenho quase certeza de que Ganso e Neymar, do Santos, estão na lista.

E se Dunga mantiver a coerência, não chamará Adriano e RG. O primeiro, porque seria como levar uma batata podre para contaminar todo o resto. O segundo, porque não conseguiu provar que está melhor do que na Copa de quatro anos atrás.

Ganso deve ser chamado porque pode ser o substituto de Kaká, que anda passando por problemas de lesão. E Neymar porque é um dos raros jogadores hoje capazes de resolver um jogo encardido.

Neymar é como o RG do início de carreira: alegre e criativo.

SAIDEIRA

Aprendi com mestres da preparação física que o jogador que só treina e que de repente entra em jogos decisivos, nos quais o nível de exigência é altíssimo, corre sério risco de sofrer lesão se n~]ao fizer uma pausa para recuperação.

É incrível, mas a comissão técnica, que tem Paulo Paixão como estrela maior, desprezou esse detalhe. Insistiu com o jovem Neuton. Resultado: o jogador que resolvia o problema da lateral-esquerda, sofreu lesão muscular e desfalca o time nas semifinais da Copa do Brasil.

É muito amadorismo!

domingo, 9 de maio de 2010

As estreias e a briga na coletiva de imprensa

O Inter perdeu com um time misto, um misto frio. Estava com apenas três titulares (Eller, Guinazu e Kleber), e nenhum no banco.

Mesmo jogando em casa era um convite para começar com derrota no Brasileiro. Foi batido por 2 a 1 pelo misto quente do Cruzeiro.

No final, o técnico Fossati reclamou de novo da arbitragem. O repórter Sérgio Couto entrou em discussão com o uruguaio, questionando por que ele não fala nada quando vence com ajuda da arbitragem.

O problema é que o colega não conseguiu dar um exemplo sequer de uma situação como essa. Ficou mal pra ele. Fossati se aproveitou e foi pra cima. Os dois quase se pegaram a tapa, e/ou socos.

É notório que existe má vontade com o treinador colorado. Tanto da torcida como de parte da imprensa.

Sobre o misto, Fernando Carvalho (e também Fossati) defendeu a idéia de jogar tão desfalcado, pensando na decisão contra o Estudiantes.

Eu acho que é uma decisão correta. Só discordo do número de jogadores poupados. Outros clubes fazem o mesmo, mas sempre deixam alguns titulares no banco para uma emergência. E aí está o erro maior.

Já o Grêmio se deu melhor. Foi com um misto quente e voltou com um pontinho de Goiás. Gostei que jogou o trio Adilson, W. Magrão e Maylson, a meu ver a base do time ideal para o Grêmio.

Não assisti aos dois jogos. Fui pra Jaguarão me abastecer de vinho porque esse inverno promete. Assim, não tenho condições de comentar a atuação da dupla.

Pelo que li e ouvi, o Grêmio deu pro gasto; enquanto o Inter foi muito mal no primeiro tempo e melhorou no segundo.

A lamentar a lesão do Neuton.

É impressionante o que acontece de lesão no Grêmio.

SAIDEIRA

Autuori, Marcelo Rospide e Silas. São os três técnicos que não deram bola para Ricardo Bueno, goleador do campeonato paulista deste. Repito: goleador do paulistão, não do Gauchão.

Pois o atacante que não serve para os três técnicos acima (Rospide tem atenuante), serve para Vanderlei Luxemburgo, um dos treinadores mais vitoriosos do futebol brasileiro.

Luxemburgo anunciou Ricardo logo após a vitória sobre o Vasco na abertura do Brasileiro.

Sinceramente, eu esperava que ele retornasse ao Olímpico.

Menos mal que o jogador tem vínculo com o Grêmio até 2012. Será mesmo?

Bem, vamos ver os gols de Ricardo com a camisa do Galo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O Brasileirão, o Cartola e a foto meiga

Está começando o Brasileirão, e com ele o Cartola. Criei a liga Boteco do Ilgo. Como o que mais tem aqui é candidato a cartola e a técnico de futebol, acredito que essa é uma boa oportunidade para verificar quem conhece mesmo futebol.

É claro que estou exagerando, porque nem sempre o desempenho do jogador confere que a nota que ele recebe do pessoal que coordena do Cartola.

Mas é um joguinho interessante. Fica o desafio. É só entrar no site http://cartolafc.globo.com/liga/boteco-ilgo e se cadastrar.

Agora, vamos ao que interessa.

Com várias equipes envolvidas com a Copa do Brasil e a Libertadores, o começo do Brasileirão é meio enganador. Veremos equipes mais fracas superando os grandes, que estarão desfalcados.

Grêmio e Inter vão de time misto.

Pelo que vi, são mistos quentes. Ainda não há confirmação oficial de quem joga, mas a tendência é de que sejam times fortes, capazes de um bom enfrentamento.

No Beira-Rio, Inter e Cruzeiro vão poupar alguns jogadores. Portanto, tudo igual.

Já o Grêmio pega um Atlético Goianiense completo, pelo menos é que se diz. O time goiano, que disputa a Copa do Brasil também, aparentemente tem grupo pequeno e, por conta disso, não teria como colocar um misto. Duvido. Acho que na hora serão dois times mistos em campo.

Acho que um empate em Goiás está de bom tamanho.

No Beira-Rio, acho que dá empate.

Aguardo vocês no Cartola.

SAIDEIRA

Meiga a foto do Piqué e do Ibrahimovic, de mãos dadas, corpos muito próximos, olhos nos olhos. Ibra ficou irritado com o assédio da imprensa sobre o assunto e provocou um repórter:

- Venha até a minha casa para ver se sou homossexual. E traga sua irmã também.

Como diz o Reche: uiuiuiuiuiiiii!

A reação é normal, só podia ser esta mesmo, com cara de macho, mas não prova nada. Nem a foto prova alguma coisa, mas que é um flagrante estranho e comprometedor, é.

Como diz um amigo meu, a viadagem campeia.

Que sejam felizes...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A estranheza de Fossati e a fórmula para vencer o Santos

Conforme eu previ logo após os 3 a 1 em Buenos Aires, o Inter passou pelo fraco time do Banfield. É claro que era um jogo de alto risco em função do primeiro jogo, mas acreditava que o Inter passaria, como passou. Venceu por 2 a 0 (primeiro gol do desprezado Alecsandro, sempre ele) e garantiu a vaga.

O Inter vai pegar o atual campeão da Libertadores. O Estudiantes é de outro nível, mas não sei se é muito superior ao Banfield, embora tenha o veterano Verón.

Agora, depois de garantir a classificação, Fossati deu uma longa entrevista. Nela, ficou claro pra mim porque ele se espanta com tanta cobrança, algo que ele admite ter dificuldade para lidar.

- Um torcedor me encontra na rua, me cumprimenta, mas já me cobra vitória no domingo seguinte -, contou ele, observando que acha isso estranho.

É uma questão cultural. Nós somos brasileiros. Nossa seleção sempre entra numa Copa do Mundo, e isso há mais de 50 anos, como candidata ao título ou favorita.

O que se espera de uma seleção uruguaia, já treinada pelo Fossati? Nada, a não ser uma campanha digna. No Equador, onde ele trabalhou e é idolatrado, alguém cobra grandes títulos dos clubes locais?

Quer dizer, Fossati ainda não entendeu que está numa terra habituada a conviver com vitórias e títulos. Se o segundo lugar numa Libertadores para um time equatoriano, colombiano, etc já é algo a ser comemorado, aqui pode virar motivo de chacota.

Fossati precisa entender que se for vice na Libertadores com o Inter será demitido. Aqui, só o primeiro lugar interessa.

Em outros países, na maioria deles, seria festejado.

SAIDEIRA

O Santos decidiu poupar vários titulares para o jogo contra o Botafogo, estreia no Brasileirão. O Grêmio já havia decidido isso ontem. Concentração total para o grande duelo pela Copa do Brasil.

FECHANDO A CONTA

Silas precisa conversar com Fossati, que tem a fórmula para vencer o Santos. Ou conversar com o técnico do Santo André. No último Gre-Nal, Fossati anulou o ponto forte do Grêmio, seu setor ofensivo.

Congestionou a zona diante da grande área, encurtou o campo e impediu o toque de bola de Jonas e cia.

O Santos tem seu ponto forte no ataque. Todo time que tem um ponto forte, no caso muito forte, tem outro ponto pelo menos vulnerável, ou mesmo fraco, é o caso do Santos e de sua defesa.

Se anular o poder de fogo do Santos, imitando a estratégia do Inter, o Grêmio tem todas as condições de superar o time de Robinho, Neymar, Ganso e outros menos votados.

O Santos e os pontos corridos

O primeiro jogo contra o Santos será no Olímpico, dia 12. O segundo, na Vila Belmiro, dia 19. É o que deu no sorteio.

Quem me passou a informação foi o Gremista Delirante, já angustiado. Ele queria jogar fora primeiro, porque Neymar está suspenso, mas volta no segundo.

- O Neymar na Vila ninguém segura. Aqui no Olímpico ele já não seria tão perigoso. Em casa, ele desequilibra, é um demônio- explicou, todo choroso o GD, pelo celular, a caminho da redação do Correio do Povo.

Em tese, ele tem razão. Mas o Santos não é só Neymar. E também não é invencível, que o diga o Santo André e seus craques não reconhecidos. Ah, Nunes é um centroavante que poderia ser contratado. É matador. Se bem que prefiro o Ricardo de volta.

Agora, me preocupa a forma como o Grêmio vai estrear no Campeonato Brasileiro. Falam em time misto. Tudo bem, mas que seja um misto quente, capaz de brigar pelo vitória ou ao menos pelo empate.

É preciso não esquecer que os três pontos do primeiro jogo valem tanto quanto os três pontos do último jogo. E que eles podem decidir um título e um rebaixamento, ou uma vaga na Libertadores.

O Inter só não foi campeão brasileiro no ano passado por causa de um ou dois desses pontinhos perdidos no início da competição.

Agora, é contra a gurizada do Santos

Minha torcida deu certo. Queria ver Grêmio x Santos na fase semifinal da Copa do Brasil.

Tinha convicção de que o Grêmio passaria pelo Flu, apesar de boa parte da mídia transformar o pequeno Conca num Riquelme. Ah, é preciso ter muito cuidado com Riquelme, digo, Conca, quem sabe uma marcação especial como aquela que o sábio Mano Menezes desprezou no confronto contra o Boca Juniors, e que contribuiu para a derrota na final da Libertadores.

Conca é um bom meia, acima da média, mas não será ele quem fará do Fluminense um supertime de uma hora para outra. Muito menos o ranzinza Muricy.

Agora, tinha dúvidas sobre o Santos. Imaginava que o Luxemburgo, idolatrado por muita gente boa, seria capaz de garantir um empate, já que havia vencido por 3 a 2 no jogo de ida. Mas Luxa mais uma vez fracassou, provando que entrou numa curva descendente que parece não ter mais volta. Ah, foi campeão mineiro, alguém pode lembrar. Tudo bem. A hora de mostrar que continua por cima aconteceu na Vila Belmiro. Luxa não aproveitou. Parece que não viu a lição do Santo André, que mostrou como se enfrenta o festejado time santista.

Agora o jogo no Olímpico.

Neuton foi o nome do jogo. Formidável, é o adjetivo que reservo para sua atuação. Ali pelos 17 minutos do segundo tempo, ele recebeu uma bola enforcada (um certo comentarista de TV que analisa o jogo como se tivesse falando para leigos, acrescentaria que bola enforcada é aquela bola que alguém recebe em situação difícil) rente à linha lateral, pela intermediária de ataque gremista. Lado esquerdo, claro, porque o referido jogador é lateral-esquerdo, reforçaria o tal comentarista.

Normalmente, um burocrata de plantão, receberia e bola e faria o recuo para o zagueiro. Neuton mostrou neste lance que é diferente. Ele fez que iria recuar a jogada, driblou três adversários, com força, velocidade e habilidade. A bola sobrou para Hugo, que usou sua maior virtude, o chute forte com o pé esquerdo. Aliás, Hugo fez boa partida.

Agora, Neuton foi formidável. Titular, titularíssimo. E pensar que ele só entrou no time porque os titulares, Fábio Santos e Lúcio, estão lesionados. Ah, no segundo gol, o cabeceio para Jonas fazer 2 a 0 foi dele, Neuton.

Guri é assim, só entra quando os medalhões se machucam. Menos no Santos, claro. Será que o Neymar estaria jogando de titular no Grêmio, com seus 18 aninhos? É óbvio que não.

Com aval de boa parte de imprensa, seria decretado que ele é muito franzino, que ele precisa entrar aos poucos para não se queimar. Pura desculpa para privilegiar medalhões contratados por dirigentes incompetentes ou mal-intencionados.

No mais, outra atuação soberba do Adilson. Errou alguns passes, mas acertou outros tantos (seus críticos só falam nos errados), desarmou como um enlouquecido e ainda puxou contra-ataques no segundo tempo.

NOS ACRÉSCIMOS

Se a tarefa do Flu era das mais difíceis, a do Inter não fica atrás. Não duvido que o Inter irá vencer, até porque seu adversário é fraco, e só venceu em Buenos Aires com ajuda da arbitragem.

O problema é vencer e eliminar o Banfield. A derrota por 3 a 1 é difícil de ser revertida.
Agora, é atuante essa direção colorada. Primeiro, valorizou de maneira absurda a vitória (derrota) no Gre-Nal só para elevar o astral projetando o jogo desta quinta, no que fez muito bem.

E mais: na véspera de um jogo em que a torcida está assim meio atordoada, desapontada, desconfiada, deixa escapar informações sobre grandes contratações. Os nomes da vez são Paulo César Tinga e Diego Souza.

Com isso, a torcida se anima e vai ao jogo com outro astral. Bem bolado.

Agora, Diego Souza é quase impossível. E Tinga, aos 32 anos, não será o mesmo Tinga que deixou o time três anos atrás. E sem Fernandão e Nilmar para tabelar...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Silas, o SP e a bola fora de Pelé

O São Paulo estaria assediando Silas. É a notícia. Não há por que duvidar da informação. O SP costuma piratear jogadores e assediar técnicos empregados. Aliás, quem não faz isso? A diferença é que o SP é mais freqüente nessas ações pouco éticas.

Mas quem liga para a ética neste país em que um partido chegou ao poder sustentando ser o último reduto dos éticos e honestos, e depois se viu que era igual ou pior que todos os outros?

Hoje, seu líder maior atropela tudo e a todos para perpetuar-se no poder.

Então, não há por que manifestar surpresa com o interesse do SP. E tem tudo a ver mesmo. Silas foi ídolo do Morumbi. O SP adora seus ídolos do passado, até certo ponto, claro. Foi assim com Muricy, por exemplo. Era bom enquanto ganhava títulos.

Silas, não resta dúvida, um dia irá treinar o SP.

Se depender de mim, pode ser agora. Sem problema. Defendi sua contratação quando ele era do Avaí, até por falta de alternativas que não levassem aos medalhões de sempre.

Silas mostrou que é bom treinador. Minha nota pra ele é 7. Seria maior se as melhores mudanças feitas no time fossem resultado de uma ação sua, não fruto do acaso, como as lesões que afastaram uns e outros do time. Não vou repetir os nomes. Todos sabem quem são eles.

O fato é que o acaso, o destino, os deuses do futebol, colocaram no time titular um jogador como Maylson, por exemplo.

Mithyuê não é mais aproveitado porque aí ele barraria ou reduziria o espaço de jogadores como Leandro e Hugo, portadores de altíssimos contracheques. Portanto, Mithyuê fica na fila, e só será chamado quando não tiver mais nenhum medalhão à disposição.

Não torço pela saída de Silas. Até porque é desnecessário, ela se dará ao natural. E, a meu ver, não vai demorar muito.

O mesmo em relação ao Fossati, que não cansa de dar sinais de fastio e aborrecimento.

O fato de ele ter sido sondado pelo Grêmio, conforme ele revelou após o Gre-Nal, mostra que os dois clubes estão mal de direção.

Pela Lei das Probabilidades, Fossati não daria certo, porque até hoje, ao menos nos tempos modernos, nenhum técnico estrangeiro se deu bem no Brasil.

Então, de saída, seu nome deveria ser descartado por qualquer dirigente mais atento e menos inventivo.

SAIDEIRA

Até o Pelé entrou na campanha pró-Ronaldinho Gaúcho. Quando RG caía no esquecimento, dando lugar a Neymar e Ganso (este sim um jogador capaz de agregar qualidade ao meio-campo da Seleção na Copa, Pelé levanta a bola de novo.

Olha, não duvido que RG seja convocado. Mas isso só irá acontecer por alguma ingerência econômica, coisa de patrocinadores do Mundial e/ou da Seleção.

Pelo futebol, RG está fora da Copa.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A seleção do Gauchão

A Federação Gaúcha de Futebol apresenta esta noite, daqui a pouco, a sua seleção do campeonato. Eu estou indo pra lá, conferir de perto a festa. Será que vai aparecer alguém do Inter para receber o troféu de vice?

Ontem, no Olímpico, o Bolívar encarou sozinho a bronca. Recebeu o troféu com altivez em meio a festa gremista.

Não concordo com vários nomes que estão disputando. São três para cada posição, confiram no site www.fgf.com.br. É preciso entrar em ‘todas as notícias’. O negócio acontece hoje e nem está na ‘capa’ do site. É muito amadorismo.

Vou dar a minha seleção a partir dos nomes apontados pela FGF:

Marcelo Pitol; Edilson, Mário Fernandes, Rodrigo e Paulinho (NH); Gavião, Guinazu, Guilherme (SJ) e Douglas; Borges (Jeferson, SJ) e Jonas.

Melhor técnico: Argel ou Iser (Silas não)
Revelação: Mário Fernandes
Craque: Jonas (as opções são Marcelo Costa e Mário Fernandes)
Juiz: Leandro Vuaden ou Márcio Chagas. O Simon nem figurou.

Sei que é uma questão polêmica. Cada um tem a sua seleção.

Vamos lá, façam as suas.

domingo, 2 de maio de 2010

Grêmio festeja um título merecido, e talvez o único da temporada para a dupla

Mais um Gre-Nal em que o favorito frustra as expectativas. No anterior, foi o Inter; agora, o Grêmio. Com um gol a mais na decisão, o Grêmio levou o título de campeão gaúcho de 2010, e foi merecido.

O Inter vacilou em alguns momentos decisivos, preocupado com a Libertadores. O Grêmio sempre foi mais compenetrado. Teve mais foco, para usar essa palavra tão na moda ultimamente.

Os resultados dos clássicos prova que os dois times estão muito parelhos. A vitória, na maioria das vezes, acontece no detalhe.

Por exemplo, no jogo deste domingo, o Grêmio não levou muita fé no chute de Giuliano, que teve de dominar, deixar a bola quicar, olhar para a goleira e chutar. Só Adilson correu para abafar o chute, mas saiu tarde. Assim como Victor, que saltou tarde na bola. Atenuante: foi um chute rasante, certeiro, e tinha muita gente na frente. Mas foi de longe, muito longe.

Se não me engano, foi o único arremate perigoso do Inter. Victor quase não trabalhou.

A proposta de jogo do Inter era segurar atrás e especular contra-ataques. Sua estratégia foi um reconhecimento à superioridade técnica do Grêmio, até porque faltavam alguns titulares.

Fossati armou seu time muito bem para atingir seu objetivo. Fez duas linhas de marcação em sua intermediária, para neutralizar o que o Grêmio tem melhor: as jogadas de aproximação de Douglas, Leandro, Jonas e Borges. Resultado: os quatro não foram bem no jogo. Quer dizer, não foram bem em relação a outros jogos.

Borges perdeu duas ou três chances claras de gol. Nos grandes jogos, nos grandes confrontos, não se pode desperdiças as oportunidades, porque elas costumam ser raras. Mesmo assim, gostei do Borges num aspecto: foi um excelente ladrão de bola, guerreiro, esforçado.

Jonas também lutou muito, literalmente. Teve pegas com a zaga colorada, provocação de ambos os lados. O resultado foi a expulsão de Taison, nos minutos finais.

Leandro foi o pior desse quarteto. Saiu no intervalo. Só não gostei da entrada de Hugo. O Mithyuê daria um calor na marcação colorada. Maylson também poderia ter entrado, mas está voltando de lesão. Mas Hugo é bruxinho do Silas. Acho que ele fica no banco com o contracheque pendurado no pescoço.

Douglas poderia ter saído mais cedo. Na metade do segundo tempo ele já não acertava lançamentos e até passes. W. Magrão caiu bastante no segundo tempo.

Os melhores do Grêmio: Adilson, soberbo na marcação, um guerreiro, e marcando posição diante da zaga; e o lateral Edilson. Depois, o Rodrigo.

Os melhores do Inter: Abon, pelas defesas difíceis; Bolívar, que não deu folga para Jonas; e Sandro.

Era um jogo imprevisível. O Grêmio tentando furar o bloqueio, e até criando alguns lances de muito perigo (Abondanzieri fez grandes defesas), e o Inter com jogadores atrevidos na frente. O velocista Taison e Walter.

Fossati teve um momento no jogo em que poderia e deveria ser mais ousado. Ele colocou o Thiago Humberto no lugar de Walter. Com isso, matou o que restava do ataque colorado, e isso para um time que precisava correr atrás de mais um gol ao menos. Ali ele deveria ter sacado um zagueiro. Aliás, como erraram os zagueiros colorados, em lances bisonhos inclusive. Poderia ter tirado o Glédson também.

Mas eu entendo o Fossati. Melhor perder o título vencendo Grêmio em pleno Olímpico, do que arriscar de levar um ou dois gols e, assim, apertar a corda que já está no seu pescoço.

Então, faltando 15 minutos, era a hora de ir para cima do Grêmio, correndo o risco de levar contra-ataque, mas ao menos daria um calor na defesa gremista, e talvez até fizesse o gol que levaria aos pênaltis.

Foi um belo jogo, com muitas alternativas. O Grêmio sempre esteve mais perto de marcar, teve maior controle da bola, mas o Inter, se a defesa vacilasse um segundo, tinha tudo para também chegar lá.

Então, o jogo se encaminhou até o final indefinido. Tudo poderia acontecer, até aquele tumulto causado pelo Taison.

Bem, o único título realmente ao alcance da dupla ficou no Olímpico. Os outros são mais difíceis de serem conquistados. Quase impossíveis.

SAIDEIRA

Coisas de treinador: Kléber Pereira para resolver? Joilson? É por essas e outras que sigo com a minha opinião: o título que eles tinham para conquistar era esse.

sábado, 1 de maio de 2010

Os crimes no futebol e a volta de Manguita

O que mais tem no futebol é crime.

Crime é a palavra mais adequada quando o favorito perde de maneira absurda, absolutamente surpreendente.

O Gre-Nal do último domingo não pode ser definido como um crime, talvez uma zebra. Afinal, o jogo era no Beira-Rio, 90 por cento da torcida era de colorados. O Inter vinha de uma atuação convincente e segura. Era o favorito.

O Grêmio neste domingo é o favorito. Inverteu a situação. Tem tudo para conquistar o título do campeonato.

Se não for campeão, será um crime.

As condições agora são favoráveis ao Grêmio. No clássico dos 2 a 0, os dois times foram com seus titulares, exceto um ou dois desfalques.

O que se vislumbra hoje que o Inter não terá sua força máxima. Não terá uns três ou quatro titulares. Pensa no jogo contra o Banfield.

Além disso, o Grêmio pode perder até por 1 a 0 que garante o título. É muita vantagem. Se deixar escapar o título em sua casa, será mais do que zebra, será mesmo um crime.

O que me remete para outros jogos cujos resultados podem ser definidos como crime. O Inter bater o Barcelona, ainda mais com gol de Gabiru, foi um crime. Um retumbante crime que resultou o título mundial.

Não resta dúvida que o título foi justo e tem grande peso por ter sido obtido em cima do então melhor time de futebol do planeta.

Foi um senhor crime.

Eu comecei minha vida ‘artística’, digamos assim, assistindo a um crime horroroso: a vitória do Inter por 2 a 1 sobre o Grêmio, em 17 de dezembro de 1978. Foi em pleno Olímpico. Inter campeão gaúcho com um técnico interino, Cláudio Duarte, e o tricolor treinado por Telê Santana.

Digo que foi horroroso porque eu estava lá como repórter da Folha da Tarde, era minha primeira decisão. Recém havia ingressado no jornal. E ainda tinha um sentimento gremista muito forte, porque meses antes eu era torcedor de arquibancada.

Não daqueles ufanistas, mas sim um torcedor crítico, na verdade um chato de galocha, já cheio de teses e convicções inabaláveis sobre o futebol e quase todas as coisas.

Então, foi um golpe. Se alguém tiver a Placar publicada logo em seguida me verá ao redor da taça junto de jogadores e dirigentes colorados. Verá que eu apareço com um olhar sofrido e perplexo, como se perguntasse: “O que eu estou fazendo aqui no meio dos vermelhos?’.

Aquele título estava nas mãos do Grêmio. Se bem me lembro, o Inter tinha problemas de escalação. Beliato, que havia sido dispensado durante a semana do jogo, foi recolhido no aeroporto quando se preparava para viajar. Pode-se dizer que ele saiu do aeroporto direto para o vestiário no Olímpico.

Claudião conseguiu mobilizar o grupo e contou com o apoio de Valdomiro e outros líderes. Todos queriam ajudar Cláudio Duarte, que havia abandonado a carreira de jogador naquela temporada por causa de uma lesão. Havia, então, um acentuado sentimento de solidariedade ao técnico. E isso se refletiu na partida, vencida pelo Inter por 2 a 1.

Como disse, um crime. Fiquei tão abalado, traumatizado, que até hoje fico sempre na expectativa de um novo crime.

SAIDEIRA

Manga desembarcou neste sábado. Chegou com uma camisa vermelha. Ele conhece a aldeia. Conheci o Manga no Inter, em 1976, como estagiário. Era uma figura de aspecto sombrio, mas simpático, que não se incomodava de conversar com um jovem repórter depois dos treinos, à beira do campo. Muitas vezes fiquei atrás da goleira enquanto ele treinava, e treinava forte. Um profissional aplicado, com vida complicada.

Gostava muito de jogar em cassino, hábito que adquiriu em Montevidéu. Perdeu muito dinheiro. Vivia ‘mordendo’ os dirigentes, principalmente o grande Frederico Balvê, que cansou de tirar dinheiro do próprio bolso para ajudar o Manguita Fenômeno, como o próprio costumava se chamar.

Gostei dessa atitude da direção colorada. Os velhos ídolos do passado não podem ser desprezados. Ao contrário, devem ser valorizados, reverenciados.