quinta-feira, 30 de abril de 2009

Lula vice de Dilma e festa no Apolinário

Três assuntos nesta véspera de feriado (amanhã eu trabalho igual no CP):

1 - Túlio, contratado pelo Grêmio, fez uma temporada esplendorosa no Brasileirão do ano passado, jogando no fraco time do Botafogo. Marcou vários gols.
No Corinthians, de onde está saindo, quase não jogou. Se repetir no Olímpico o futebol que jogou no pelo Botafogo nos últimos tempos, será um grande reforço. É aguerrido, experiente (33 anos), tem boa técnica, tem liderança (está faltando ao time). Enfim, vem para jogar. Acho até que é o prenúncio de um esquema 4-4-2, o preferido do Paulo Autuori.

Outra coisa: Joilson, do SP, e Lúcio Flávio (Santos) também dever acertar com o Grêmio ainda nesta sexta-feira.


2 - Bem que eu quis acreditar naquela lenga-lenga do Adriano, mas o currículo apontava que tudo não passava de uma armação para ele sair numa boa da Inter. Agora, fica um tempo no Flamengo para não dar muito na vista, e logo logo estará de novo na Europa, de chinelo de dedo e bermuda, e com muitos milhões de euros.

3 - Por falar em armação, lanço em primeira mão para os meus 18 leitores: Lula, que não quer largar o osso ( e quem gostaria de largar estando no lugar dele?), será o vice da Dilma na eleição presidencial. Quem viver (sem trocadilho), verá.

Bom dia do Trabalho.

APOLINARIO, QUE NINGUÉM É DE FERRO
Ah, amanhã, depois do jornal, ali pelas 23h, estarei no Apolinário, na José do Patrocínio, com alguns colegas do CP, inclusive com a doce (ela voltou a ser doce) Mariana.Quem aparecer com uma cópia deste post GANHA uma ceva de brinde, por minha conta.

Inter, Nilmar e os devotados secadores

Quem viu o Inter no campo esburacado do estádio dos Aflitos conseguir tocar a bola e tabelar, dominando o adversário acostumado a jogar naquele terreno inóspito, pode constatar, sem os olhos da paixão, que ali pode estar o mais forte candidato ao título do Campeonato Brasileiro.

Só não é o meu favorito absoluto ao título porque ainda há muita água para rolar debaixo da ponte, apesar da seca que assola o Rio Grande amado.

É que o time colorado, esse que deu show no Gauchão, ganhou três clássicos seguidos na temporada, e que agora prova que está bem também nos jogos longe do Beira-Rio, sofre o risco de perder um ou outro de seus craques.

Para começar, pode ficar sem o melhor do time, o fora de série Nilmar. O Inter não tem como recusar 12 milhões de euros por seu atacante, que ontem deu mais uma amostra de sua genialidade. Sim, além de técnica apurada, Nilmar ainda é muito inteligente. Abriu o marcador nos 3 a 0 sobre o Náutico com uma jogada de muito talento. Um talento que vejo, em dose menor, no Souza, o melhor do Grêmio.

Agora, mesmo com a venda de Nilmar para o Palermo, o Inter ainda tem boas alternativas para a posição, a começar pelo Alecsandro. E tem ainda o Walter, que me parece um jogador bom, mas problemático.

O fato é que, com ou sem Nilmar, o Inter é forte candidato a ser campeão também da Copa do Brasil. A mim não resta dúvida: o Inter, na pior das hipóteses, leva uma vaga para disputar a Libertadores de 2010.

Por enquanto, em termos de Libertadores, só lhe resta secar o Grêmio, como tenho visto muitos amigos e colegas de trabalho colorados fazendo com ardor, rezando a todos os santos com devoção inigualável.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Grêmio, o surpreendente

O Grêmio é mesmo surpreendente. Para o bem e para o mal. Surpreendeu quando foi eliminado precocemente do Gauchão e da Copa do Brasil do ano passado.

Depois, quando ninguém esperava, surpreendeu ao liderar o Brasileirão de 2008 durante longo tempo. Na mesma competição, surpreendeu ao não conquistar o título.

Neste ano, levou 4 a 0 do Caxias e perdeu três gre-nais seguidos na mesma temporada, algo que não deve ter ocorrido nem no tempo do Rolo Compressor e nos anos 70. De novo saiu mais cedo do Gauchão. Foi surpreendente.

Agora, na Libertadores, quem imaginaria que esse time, primeiro com Celso Roth e agora com um técnico interino, iniciante, poderia terminar a primeira fase como o número 1? Com o direito de decidir todas as fases no Olímpico? Uma baita vantagem.

O Grêmio foi favorecido pelo grupo mais fraco, mas ainda assim tem méritos inegáveis. Jogou três partidas fora de casa e não seria anormal que perdesse ou empatasse ao menos um jogo. Mas ganhou todos os confrontos. Na Libertadores, independente do adversário, todos os jogos são imprevisíveis. Nesse aspecto o torneio é parecido com a Copa do Brasil, na qual grandes equipes sofrem contra os pequenos, e não raro são eliminadas. O Inter não sofreu com o modesto União, em Rondonópolis (sua única derrota no ano)?

Então, parabéns ao Grêmio pela campanha memorável. A história vai registrar essa trajetória: 16 pontos em 18 disputados. Só não foi 100 por cento por detalhe. Em 2007, num grupo um pouco mais forte, o Grêmio se classificou com as calças na mão. E tinha no comando o festejado (não por mim) Mano Menezes.

Bem, agora acabou a moleza. A exemplo da Copa do Brasil, agora é tudo ou nada. Chegou a hora da verdade, tanto para o Grêmio como para o Inter. Um brincou na Libertadores, outro no Gauchão.

QUESTÃO DE ORDEM

Depois de ver e rever o lance do famoso pênalti de Carlos Simon, lendo o depoimento do zagueiro que teria feito a falta e também o que disse o atacante que caiu na área, admito a possibilidade de ter realmente ocorrido infração. Na corrida, em alta velocidade, os dois jogadores meio que se cruzam na entrada da área. E o zagueiro, na passada, sem intenção, toca de leve o calcanhar o atacante. Mas o toque, se ocorreu mesmo, foi em cima da risca da grande área, centímetro pra lá, centímetro pra cá. Então, ao menos já não considero que foi um lance claro e que seria um erro clamoroso de Simon, como pareceu nos primeiros momentos. E mais, já estou achando que realmente houve o toque, como os próprios jogadores começam a aceitar. Fico feliz pelo Simon.

Agora, não invalida uma coisa: ele já não é o mesmo, está decadente. Ocorreram outros pênaltis muito mais claros que ele deixou passar. Aliás, ele é conhecido por marcar pênaltis só em caso de fratura exposta.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Simon e Vera Fischer: o que passou, passou


Quem acompanha a trajetória de Carlos Simon sabe que ele já não é o mesmo de outros tempos. Só os velhinhos da Fifa ainda olham para o Simon e enxergam nele aquele árbitro atento, sempre ligado, próximo dos lances, e com poucos erros – embora alguns clamorosos, que fazem até o pipoqueiro do lado de fora do estádio protestar.

É mais ou menos assistir a Vera Fischer na TV e encontrar nela o frescor da juventude, pele acetinada, seios firmes e, bem, melhor ficar por aqui. O que passou, passou. E Simon até pode e deve continuar apitando. Mas quem sabe com mais humildade. Agora, representar o Brasil de novo numa Copa do Mundo é premiar quem já não faz por merecer. Leonardo Gaciba seria o meu indicado.

O erro de Simon na partida entre Fortaleza e Ceará é de inscrever em concurso para apontar as maiores lambanças de arbitragem de todos os tempos. Com certeza, terá registro especial no livro que o Eduardo Bueno, o Peninha, promete escrever sobre o juiz.

O Fortaleza vencia por 1 a 0 (o gol foi marcado em posição duvidosa, seria impedimento, mas aí é mais culpa do bandeirinha). No segundo tempo, talvez com a consciência pesada, sabe-se lá, ele viu falta num lance em que o atacante Edu Sales se atira escandalosamente na área, sem ser tocado por ninguém. Pênalti, empate do Ceará.

Detalhe 1 – Simon estava a uns 8 m do lance

Detalhe 2 - Arlindo Maracanã cobrou duas vezes. Menos mal que o Fortaleza ainda fez o segundo gol e venceu.

Detalhe 3 – Paulo Pelaipe, ex-diretor do Grêmio e, digamos, inimigo de Simon, é dirigente do Fortaleza

Os dois clubes pagaram 10 mil pelo trio de arbitragem. Um trio local ficaria por R$ 3 mil.

http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM1015092-7824-SIMON+ROUBA+A+CENA+NA+VITORIA+DO+FORTALEZA+SOBRE+O+CEARA+POR+A,00.html

domingo, 26 de abril de 2009

Escolinha do professor Ronaldo

Os dois gols de Ronaldo na vitória por 3 a 1 sobre o Santos, na Vila Belmiro, deveriam ser exibidos, várias vezes, para todos os atacantes deste país, principalmente aos mais inábeis, aos afoitos, aos inseguros e aos pouco inteligentes.

Ronaldo poderia ministrar um curso. O Grêmio deveria contratá-lo para aulas teóricas e práticas no Olímpico. Jonas e Herrera poderia sentar na primeira fila.

A arte de dominar a bola poderia ser o primeiro capítulo. Então, seria exibido o primeiro gol de Ronaldo sobre o Santos, ontem. Aos 25, Chicão deu um chutão para o ataque. Ronaldo fez a bola dormir em seu pé direito, encaminhando-a ao mesmo tempo para o pé esquerdo. Saiu um chute rasteiro, preciso, seco, mortal.

Já num estágio mais avançado do curso, seria repetido à exaustão o segundo gol de Ronaldo, acompanhado de comentários e análises do próprio. Ronaldo contaria como se faz para marcar golaço com simplicidade, sem maior esforço, mas com técnica, sabedoria e visão de jogo.

É como xadrez. É preciso antever a jogada. O grande atacante intui, mas o craque também antevê o lance. Foi o que fez Ronaldo. Como se fosse Pelé, que assistiu a tudo das tribunas da Vila Belmiro, Ronaldo cortou o zagueiro, sentiu o goleiro adiantado e meteu por cobertura com o pé esquerdo. Há quem diga que foi com a mão, tamanha a perfeição do chute.

No vestiário, após a partida, Ronaldo revelou que havia observado Fábio Costa muito adiantado em várias jogadas. "Fiquei com isso na cabeça. Quando surgiu a chance, aproveitei", disse. É mais uma lição que Ronaldo poderia destacar no currículo de sua escolinha para atacantes pouca-prática.

Depois de ver e rever esse lance genial, com Ronaldo decidindo um jogo que era dominado pelo Santos (Mancini vencia o duelo com Mano), me lembrei do que escrevi quando ele foi contratado pelo Corinthians. Afirmei que ele jamais chegaria a ser sombra do Fenômeno que um dia foi, lembrando principalmente suas graves lesões de joelho.

Se fosse nos velhos tempos de Correio do Povo, quando ainda trabalhávamos com as Remington da vida, comeria as laudas. Sem sal, sem pimenta. Assim, me penitencio reverenciando o talento e a genialidade desse jogador, que está dando o título de campeão paulista ao Corinthians. Mano Menezes tem mesmo muita estrela.

Ronaldo viveu seu dia de rei no reduto de Pelé.

De minha parte, fica uma lição: devo acreditar mais no poder de superação das pessoas, mesmo quando tudo cheira a puro marketing.

sábado, 25 de abril de 2009

Ricardo: uma aposta acertada

Ele chegou de mansinho, discretamente, assim como quem não quer nada. E ninguém por ele dá nada. Nesse aspecto, lembrou Jardel, reserva da reserva do Vasco, que acabou se revelando um grande centroavante.

Estou falando de Ricardo, o atacante que veio do Londrina.

E por que escrever sobre alguém que é apenas uma aposta do clube? Ocorre que recebi um e-mail de uma amiga gremista com um link sobre lances e gols de Ricardo.

Fiquei entusiasmado. É claro que se trata de uma seleção dos melhores momentos, mas ainda assim é possível verificar que estamos diante de um atacante de múltiplas qualidades. Tem boa presença de área, chuta com os dois pés (a preferência é pelo direito), joga pelos dois flancos do campo com a mesma desenvoltura, dribla com facilidade impressionante, cabeceia, tem velocidade, chuta bem, é frio na frente do goleiro, tabela, faz parede, busca o jogo.

Alguém, para me provocar, vai dizer que estou falando de um novo Pelé. Então, me antecipo como faço, com muita técnica, quando jogo de quarto-zagueiro ou líbero de espera, e digo que ele faz tudo isso dentro de um padrão de médio para bom, sendo que em um ou outro item de modo excepcional.

Além de tudo o que já escrevi, ele tem uma coisa especial, e que o Felipão define como ‘atrevido’, que é aquele jogador que encara o zagueiro e vai para o drible sem medo de ser feliz.

Eis que estamos diante de um raro acerto da direção gremista. Podem me cobrar. Sei que vão me cobrar se eu estiver errado, e ninguém vai lembrar se eu estiver certo.

Confiram:

youtube.com/watch?v=8ILI7v_DPaE&feature=fvsr

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A 'panelinha' no vestiário gremista


Em meados de 1983, escrevi uma matéria de página inteira no velho Correio, tamanho standard, que repercutiu bastante. Não me lembro bem do título, mas havia nele a expressão ‘panelinha’.
No texto, eu revelava que havia no grupo uma ‘panelinha’ no vestiário. Citava todos os jogadores, eram uns cinco ou seis. Quase sempre saiam juntos depois do treinos, alegres, em carreata. Eram muito unidos.

O técnico Valdir Espinosa se dava muito bem com todos os jogadores, em especial com os desse grupinho. Dizem que até tomava umas geladas e fazia churrasco com eles. Inclusive com a presença de dirigentes. Tudo na maior harmonia e felicidade.

De León era o líder da ‘gang’ (no bom sentido), que tinha, claro, Renato Portaluppi. Outros dois que eu lembro agora: Osvaldo e Paulo César (este o principal parceiro de aventuras de Renato na noite da Capital).

Era uma ‘panelinha do bem’, porque colaborava com o técnico e com os objetivos da direção: conquistar a Libertadores e o Mundial. Era um grupo tão participativo e influente que conseguiu trocar o comportado Casemiro por um de seus integrantes, o Paulo César, na partida contra o Hamburgo.

Escrevo sobre essa panelinha porque é algo comum nas equipes de futebol, mas nem sempre para o bem coletivo. O coletivo aí envolve o clube e sua torcida, não apenas os jogadores.
Nem sempre são detectadas tão claramente.

Hoje, no Grêmio, existe uma panelinha que comanda o vestiário, e tenho minhas dúvidas se não mantém sob controle a direção do departamento de futebol.

A panelinha, que ironia!, bloqueou a entrada de Renato Portaluppi no vestiário. E passou o recado para a diretoria. É o que me parece. Se for assim, as coisas não irão terminar bem. A não ser que a decisão de não atender a torcida tenha sido tomada em conjunto - jogadores e dirigentes.

Considero aceitável que os dirigentes ouçam os jogadores na hora de contratar um treinador. Mas a decisão deve ser da direção, nunca dos jogadores. E espero que tenha sido assim.

O grupo, como um todo, foi muito receptivo a Marcelo Rospide e seu escudeiro, Mauro Galvão. Pelo jeito, o time jogou pelo novato. Deu força para quem está iniciando e que foi jogado na fogueira. Foram solidários, e isso é bom.

Cláudio Duarte viveu situação semelhante em 1978, quando foi improvisado de treinador depois de saber que não jogaria mais futebol por causa de uma lesão. Os medalhões do grupo (a panelinha de então) deu apoio ao ex-companheiro de equipe.

Esse tipo de coisa funciona por um período, um curto período. Uns três ou quatro meses. O tempo de disputar uma Libertadores, não mais do que isso. Depois, o novato precisa provar que é mesmo um treinador competente.

Não poderia encerrar sem dizer quem são os integrantes da ‘panelinha’ atual no Olímpico, as lideranças do grupo:

Victor, Ruy, Léo, Souza e Tcheco.

Não é como a de 1983, que era muito unida não apenas dentro, mas também fora de campo. O que prova que uma cervejinha bebida moderamente não faz mal a ninguém.

Como diria o Claudiomiro: salta uma brahma da polar aí.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Bate-boca de boteco de segunda, ou de quinta

O boteco, qualquer boteco, é o lugar apropriado para debates liberais, sem pauta definida, sem limites verbais, mas com um mínimo de ética nas relações e elevado respeito aos companheiros de mesa.

Enfim, em mesa de boteco vale quase tudo.

O mesmo não se pode dizer de um órgão como o Supremo Tribunal Federal, onde os debates podem ser acalorados, mas nunca descambando para a baixaria, como se viu ontem no bate-boca entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa.

Penso que não há muito mais a ser dito. Só nos resta lamentar, porque parece que estamos mesmo seguindo rumo ao fundo do poço em termos de moral e ética neste país do ‘nunca antes’.

Enquanto isso, segue o massacre da serra elétrica na Amazônia. Quando terminar o atual governo talvez não reste mais uma árvore para o Lula colocar seu burro na sombra.

Se o meu boteco não fosse um lugar família, até poderia convidar esse pessoal para degustar um ‘escondidinho’ e saborear um chopp na medida certa, dois ou três dedos de colarinho.

Pensei em chamar o Lugo, o libertino. Quando apareceu o primeiro filho, imaginei que poderia haver. Quando apareceu o segundo, não tive dúvidas que haveria mais. Deixei o assunto de lado. Dizem que vai a seis filhos.

Imagino que Lugo seria um bom papo na hora de falar sobre as coisas ligadas ao sexo e à religião. Ao menos, num aspecto ele seguiu os preceitos católicos: não usou camisinha. Grande figura o Lugo. Prova que no Paraguai até bispo pode ser falso, não apenas o uísque.

Alguém quer uma dose de uísque? É Ballantines legítimo, trouxe ontem de Assunção.

Em mesa de boteco rolam todos os assuntos. Futebol não pode faltar, claro. Foi só eu elogiar o Mancini, me rendendo à sua sabedoria, que o sujeito consegue ser eliminado da Copa do Brasil pelo poderoso CSA. O Santos jogou com um misto quente, muito quente. E perdeu. É claro que o time está focado no Paulistão, mas perder em casa pro CSA?

Isso só prova, mais uma vez, que não existe tiro certeiro em treinador. Até o nome mais poderoso pode falhar. Então, mais fico sem entender essa obsessão pelo Autuori.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Inter, o Gremista Patético e os Três Mosqueteiros

Quando Índio fez 1 a 0, abrindo caminho para a goleada sobre o Guarani, o Gremista Patético - personagem famoso na redação do Correio do Povo por seus chiliques e também por suas tentativas de passar por imparcial - quase surtou em plena redação:

- Zagueiro não tem que fazer gol, tem que saber defender. Quero ver o Índio jogar é no Brasileirão, contra times fortes.

Depois veio o segundo gol, do Alecsandro, em belíssima jogada do D'Alessandro. No terceiro, na bomba do Taison, o Gremista Patético explodiu, sendo vaiado debochadamente pelos setores mais festivos da torcida colorada na redação.

- Quero ver o Inter golear no Brasileirão. No ano passado, foi aquele fiasco -, resmungou o Gremista Patético, negando ser gremista. "Falo isso como observador, como conhecedor de fuTEbol (ele fala assim fu-TE-bol, não fu-TI-bol, como todo mundo). Não adianta me chamarem de gremista, que eu não sou", acrescentou, enfurecido.

E quanto mais o pessoal ria, feliz com outro show do Inter (está bem, era o Guarani, mas o Inter fez o que deve fazer um time muito superior ao outro), mais o Gremista Patético se exaltava.

Os gremistas estão meio assim, quase todos. Enlouquecidos, desnorteados. Se pudessem, iriam todos ao Olímpico vaiar a 'entrada em campo' dos dirigentes. Duda, Krieger e Meira, os Três Mosqueteiros da Azenha.

Quando a torcida elegeu Renato Portaluppi para ser contratado, eles trataram de, veladamente, passar a "informação" de que o ídolo cobrava o clube na justiça, que os jogadores não teriam aprovado seu nome, etc.

Eles querem Paulo Autuori. É possível que ele chegue a tempo de ainda ajudar o time na Libertadores, é possível. Mas se o time cair antes? Isso também é possível.
Será que vale a pena esperar tanto por um treinador? E, de antemão, anunciar que ele será um manager, com plenos poderes também nas categorias de base?

No Olímpico, os setoristas que viveram o ano do centenário, de triste memória para todos os gremistas, comentam que esta direção em tudo lembra a de 2003/04. Eles acompanham de perto as ações dos dirigentes. Estão habilitados para fazer essa avaliação. Que, aliás, não é muito diferente de quem está aqui, mais afastado, mas atento. E preocupado.

Temo que em breve aumente o número de gremistas patéticos.

QUESTAO DE ORDEM COMPANHEIRO

Trabalhadores das indústrias petroquímicas de Triunfo revoltados com o homem que eles ajudaram a colocar no poder. Vale a pena ler 'o apedido' publicado por eles nos jornais (página 5 do CP deste dia 22). Trecho da nota:
"Não dá para admitir que o dinheiro público e dos trabalhadores, que deveria ser investido para garantir melhores condições de vida à população e geração de emprego, seja usado justamente por uma empresa que promove demissões e precariza o trabalho, como a Braskem".
Outro trecho: "...há um sentimento generalizado de traição e indignação com este Governo".

NOS ACRÉSCIMOS

Walter pode estar indo para o Manchester United. Melhor vender ele do que o Taison, não é mesmo?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O gaúcho que jogou com Alfio Basile



Quando o nome de Alfio Basile entrou na longa lista de técnicos já citados para treinar o Grêmio a primeira reação que tive foi de incredulidade. Continuo sem acreditar, assim como não acredito que Lula não queira continuar na presidência.

A notícia, mesmo provavelmente infundada, me fez lembrar de um ex-atacante do Grêmio que havia atuado com Basile num clube argentino, lá pelos anos 60. Um jogador que saiu daqui desconhecido, muito jovem, para jogar no Newell's Old Boys. Uma rápida pesquisa na internet e, pronto!, encontrei: trata-se de Cardoso.

No blog http://impedimento.wordpress.com/ (de um pessoal aqui de POA) há uma belíssima matéria sobre Cardoso, o João Rodrigo Cardoso, que hoje, aos 70 anos, mora na Sul da Capital.

Cardoso saiu de Uruguaiana, em 1959, para jogar no Grêmio de Osvaldo Rolla. Era um supertime. Jogou poucas vezes. Participou de uma grande excursão do clube pela Europa, em 61. Enfrentou o Real Madrid de Puskas (confiram a história no blog).

Em 1962, sem chance, deu um jeito de cair fora. Foi parar no Newell's, onde jogou até 1966, sempre idolatrado. Depois de uma temporada no Independiente, transferiu-se para o Racing. Foi campeão da Libertadores e do Mundo, em 1967. É nesse time que estava Alfio Basile, entre outras legendas do futebol argentino, como Perfumo, Maschio e Cárdenas.

Hoje à tarde, dia 20, conversei por telefone com Cardoso, um senhor bem-humorado, espírito jovial, gremistão, como percebi logo de cara.

- Vamos ser tri da América -, disse, cantarolando em seguida: "Sonho meu, sonho meu...".

Pergunto de uma rápida trova, perguntei: Basile seria um bom treinador para o Grêmio?

- Olha, o time precisa de um grande nome neste momento. O problema é que ele é argentino, e brasileiro tem bronca com argentinos. Até ele se firmar seria uma luta. O Autuori me parece um bom nome. Se não der ele, pode ser esse que está aí (Rospide), que seria uma aposta, mas conhece os jogadores.

Como era o Basile jogador (ele formou dupla de área com Perfumo, que depois jogaria no Cruzeiro. Cejas era o goleiro)?

- Era um zagueiro forte, firme, para ele nada estava perdido, pura alma castelhana, era uma liderança. Chegou a ser capitão do time.

Cardoso vai pouco ao Olímpico. 'Prefiro ver pela TV, assisto tudo que é jogo que aparece', diz.

O que o sr acha desse time do Grêmio?

- Precisa melhorar muito para ser campeão. O jogador que mais gosto é o Jadilson. Os outros são fraquinhos. Os atacantes são meio lentos para o meu gosto.

Cardoso era um atacante veloz e de boa técnica. Parecido com quem hoje?, pergunto.

- O que mais se aproxima ao modo como eu jogava é o Taison, dribla, se desmarca, aparece para receber. Tem também o Nilmar, esse é um fora de série.

E os argentinos do time?

- O Guiñazu é um guerreiro, bom marcador, e só. O D'Alessandro quando não entra pra brigar e criar confusão é muito bom. O Inter tem um timaço.

Foi uma conversa rápida com alguém que tem muita história para contar. Parte dela está no blog citado lá em cima.

O PSOL, o delegado e a imprensa

Assim como é impressionante o esforço da direção do Grêmio para jogar no lixo a oportunidade de brigar pelo título da Libertadores, é de admirar também a disposição de alguns setores da imprensa em denegrir a imagem dos poucos que ainda lutam por um Brasil melhor, e que não cansam de combater a corrupção.

Levei um susto quando abri a Zero Hora (o Correio do Povo também deu, mas de maneira mais discreta), nem foi preciso abrir, porque já na capa havia uma chamada com a ‘grave denúncia’ de que a deputada Luciana Genro (uma das poucos pessoas que fazem política com ética e dignidade neste país do ‘nunca antes’) também teria usado verba da Câmara para bancar passagens aéreas de terceiros. No caso, o ‘terceiros’, é o delegado da PF, Protógenes Queiróz.

Em reportagem de uma página, além do comentário principal da Rosane de Oliveira, a altiva deputada do PSOL é colocada num saco de gatos junto de deputados que bancaram passagens de familiares, namoradas e coisa e tal para fazer turismo ou coisa parecida.

São duas coisas distintas. As passagens destinadas a Protógenes foram para difundir mensagens de honestidade na vida pública, de combate aos corruptos que atuam em todas as esferas do Poder, dentro da plataforma de atuação do PSOL, criado após o escândalo do Mensalão, que envolveu muita gente boa que fez uma pausa para meditação e hoje volta lépida e faceira, esfregando as mãos.

Pode ser que Protógenes tenha exorbitado nas investigações, utilizado meios até ilegais (a revista Veja se fixa demais nesse aspecto), mas o brabo é que isso, a forma de agir do delegado, está abafando o resultado das apurações, que apontam nomes proeminentes da sociedade. Em vez de ações no sentido de trabalhar em cima dos resultados obtidos, o que existe é uma união de esforços para desmoralizar o investigador e seus aliados.

Melhor ficar no futebol.

domingo, 19 de abril de 2009

Inter com Tite: o céu é o limite

O Inter não tomou conhecimento do Caxias. Repetiu os 8 a 1 do ano passado (aplicados no Juventude). Sinceramente, desconfio que, depois de fechar o primeiro tempo com inacreditáveis 7 a 0, média de um gol e cada seis minutos e meio, ficou acertado no vestiário que o time tentaria repetir a goleada na final do Gauchão de 2008, até para equilibrar a gozação na Serra. Afinal, se quisesse, o time comandado por Tite, repito Tite, só para provocar os incréus e os detratores desse excelente profissional, teria feito uma dúzia de gols.

O Inter passeou no campeonato e sem dúvida alguma foi campeão, invicto, com toda a justiça. Se algum gremista alegar que seu time estava mais preocupado com a Libertadores, acho que ninguém terá coragem de fazer isso, vou lembrar que o Inter venceu os três clássicos disputados no Gauchão.

Aliás, começo a me convencer de que o Grêmio tem realmente um plan ejamento - ele é pouco visível, pouco palpável, mas existe). O Grêmio, na realidade, trabalhou todo o tempo para evitar um confronto com o Inter numa final. Temia sofrer um monumental vexame, optando pelos fiascos menores, que iniciaram-se no Gauchão do ano passado (com a eliminação precoce para o Juventude), também para fugir do Gre-Nal na decisão.

Por fim, rendo minha homenagem ao técnico que sugeri ao Grêmio depois que Mano Menezes deixou o Olímpico. Tite descobriu Taison, que era ignorado por Abel Braga (outro ótimo treinador) e conseguiu formar uma equipe uniforme, competitiva, técnica. Armou uma estrutura sólida, como fez no Grêmio campeão da Copa do Brasil de 2001, quando os reservas entravam, mesmo sem muita qualidade, e davam resposta positiva.

O Inter tem alguns grandes jogadores, mas até os neófitos em futebol e os mal-intencionados nas análises sabem que não basta amontoar talentos em campo. É preciso alguém que os organize e os oriente. E isso pode ser feito com educação, sem palavrões, acreditem. Tite provou mais uma vez que conhece sua profissão e é, portanto, digno e merecedor de todos os aplausos.

Ao menos os meus aplausos, aplausos que estendo também ao Fernando Carvalho e ao Giovani Luigi, que bancaram o Tite contra a grande maioria dos colorados.

sábado, 18 de abril de 2009

A cantora dona de casa e os técnicos de futebol

Sempre defendi a contratação de Tite pelo Grêmio. E depois pelo Inter. Quando veio Vágner Mancini, fiquei decepcionado. Piorou quando veio Roth.

Hoje, o Grêmio está nas mãos de um iniciante.

Não quero ser preconceituoso, mas faz parte da nossa natureza pré-julgar. Nós, da raça humana, nos apressamos a julgar pelo aspecto, pelo vestuário, pela cor da pele, pelos costumes, etc.
Há um vídeo no You Tube que é exemplar. Exibe a apresentação de uma senhora escocesa, desempregada, com ar de dona de casa, meio gorda, estraçalhando num show de calouros na Inglaterra, tipo Ídolos. O nome dela é Susan Boyle. O público e os jurados não davam nada por ela. Quando ela soltou a voz, a reação foi impressionante. Como que arrependidos do julgamento precipitado, todos se ergueram a passaram a aplaudir a caloura freneticamente. Um espetáculo emocionante.

Eu tive preconceito em relação ao Mancini. Achava que ele não tinha currículo para treinar o time. Hoje, com o trabalho que realiza no Santos, que estava mais por baixo do que pau de galinheiro antes de sua chegada, vejo que Mancini é um bom treinador.

Com dois garotos rápidos puxando contra-ataques, Madson e Neymar, e uma forte estrutura defensiva para dar sustentação aos atacantes, o Santos está chegando. Bateu o Palmeiras duas vezes. Hoje, por 2 a 1. Só não foi 2 a 0 por causa do frango de Fábio Costa, justo o destaque do time na partida anterior.

Méritos de Mancini. É claro que o Palmeiras, envolvido com a Libertadores, está mais desgastado, e isso não pode ser ignorado.

Lamentável o Diego Souza. Foi expulso e, mesmo seguro pelo Marcão, voltou a campo para agredir por trás um jogador do Santos, o Domingos. Vai pegar uma punição severa.

Mas ele tem atenuante: o Domingos entrou claramente para provocá-lo, orientado pelo Mancini, provavelmente. Domingos encostou nele e disse alguma coisa. Os deram empurrões leves, coisa de menina. Aí o juiz, o Sálvio, expulsou só o Diego Souza. Ninguém deveria ter sido expulso. Alguém vai punir esse juiz? Agora, ficou mal também para o Mancini. Mas quem não sabe que os técnicos fazem dessas coisas?

Agora o Grêmio tem um iniciante no comando do time. Penso que é muita responsabilidade nas costas de Marcelo Rospide. O Grêmio precisa de um treinador que assuma o vestiário na totalidade, alguém que seja respeitado por jogadores e dirigentes. Nesse sentido, um medalhão, um grande nome (Autuori, por exemplo), é o melhor neste momento. Ao menos em tese.

Mas, diante das circunstâncias, e o tempo que escoa rápido, penso que apostar em Rospide, sem preconceito, se não é a solução mais adequada, ao menos permite que o clube possa planejar – agora sim planejar, de verdade – a estratégia para brigar pelo título da Libertadores, a começar pelos jogadores a serem contratados. Caso contrário, vai ficar tudo nas mãos dos dirigentes até a chegada de Autuori.

E não é isso que queremos.

Rospide, ao lado de Mauro Galvão, aparentemente conquistou o grupo. O que já é meio caminho andado. Quem sabe ele não será a nossa Susan Boyle. Vamos deixá-lo soltar a voz?



Questão de ordem


E o medalhão Luxemburgo, hein? E o medalhão Parreira? Seriam dois nomes fortes para comandar o Grêmio na Libertadores, ou não? Mas os medalhões também fracassam. E é um fracasso que custa caro.

Os pets de Obama

Abro o jornal e não acredito: o falastrão Hugo Chávez todo sorridente diante de Obama. Só pode ser montagem, pensei com meus botões. Não foi o Hugo quem chamou o Obama de ‘pobre ignorante’ dias atrás?

Cada vez me convenço mais de que quando um guaipeca ataca, é porque ele só quer atenção, carinho. Talvez um ossinho, ou um resto de comida. Precisa de afago para abanar o rabinho e rolar feliz no chão.

- Quero ser teu amigo -, derreteu-se o grande ‘líder’ venezuelano, que late grosso quando está distante, mas sai ganindo ao menor sinal de ameaça.

Em outra foto, ‘o cara’, o mesmo Chávez e o honorável ex-padre Fernando Lugo, que se elegeu presidente paraguaio omitindo que era pai de uma criança fruto de relacionamento com uma jovem com quem transava desde quando ela contava com apenas 16 aninhos.

E assim vai Obama, seduzindo os espertos líderes do Cone Sul. Um sorriso aqui, um aperto de mão ali e um ‘esse é o cara’ para inflar o ego de quem já está explodindo de vaidade. Logo em seguida, ‘o cara’, anuncia empréstimo de 5,5 BILHÕES DE DOLARES ao FMI, aquele fundo internacional que era odiado no passado recente, pré-eleição. Enquanto isso, não há dinheiro para a saúde, etc.

Não sei por que, ao ver a foto do cãozinho da Casa Branca – esse Obama é um grande marqueteiro -, que já é personagem de um livro a ser lançado em seguida, logo relacionei a esses ‘estadistas’ do Terceiro Mundo.

Tudo o que eles querem é ser tratados com atenção e carinho. Assim como o pequeno Bo, o cãozinho que come na mão de Obama.

São os pets do Obama.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Técnicos que caem em desgraça

Quando começaram a cogitar o nome de Gilmar Iser para treinar o Grêmio, diante da dificuldade para trazer Autuori, o técnico do Ju só caiu. Perdeu para o Vitória em casa, caiu no clássico contra o Caxias e, ontem, foi eliminado da Copa do Brasil.

O Paulo Autuori, antes de ter seu nome referido como preferencial, estava bem no Qatar, com seu time disputando a liderança. Depois, desandou. O Grêmio não dá sorte? (não uso aquela palavra, aquela que é contrário de sorte).

Agora, outro nome cogitado pelo Grêmio, Ney Franco, começou a cair em desgraça. O Botafogo foi eliminado da Copa do Brasil. Qualquer coincidência não é mera semelhança, só para inverter o ditado. O Bota caiu diante do grande Americano, nos pênaltis, jogando em casa.

A torcida do Americano no estádio Engenhão festejou animadamente na arquibancada. Depois, foi embora numa kombi. O Chico Izidro, para provocar a ex-doce Mariana (a editoria está magoada com ela, que prefere os coleguinhas da Guaíba), disse que a torcida do Americano é um pouco maior que a do Ju.
Temos, então, que o Ney Franco é outro nome que sai da lista da atenta e ágil direção tricolor. Domingo, traumatizado com a eliminação, o Botafogo deve perder para o Flamengo, seguindo, aliás, uma história recente. Se bem que o técnico do Fla é o Cuca. Aí, tudo pode acontecer.

CAMISAS VIOLENTADAS

Sobre o Flamengo, ainda. Tempos atrás escrevi aqui a respeito das logomarcas gigantescas nas camisas. O Banrisul nas camisas de dupla Gre-Nal poderia ser menor. Pois o Flamengo está lançando camisa oficial sem patrocínio, perdeu a Petrobras. A procura de seus torcedores por essas camisas é enorme. Por enquanto, só existe uma camisa assim, que está no mostruário da loja do clube. As outras, com logo da Petrobras, estão em liquidação. Prova de que a torcida quer voltar aos velhos tempos.

A dupla poderia negociar a redução do tamanho da logo estampada em suas camisas. Quem sabe, algum dia os clubes não precisarão mais apelar para essas aberrações.

Não adianta, de vez em quando me bate um saudosismo. Acho que é a proximidade com o Paulo Moura, o decano da redação, que vive resmungando contra o futebol atual.

NOS ACRÉSCIMOS

A direção do Grêmio precisa definir o técnico de uma vez. Seja quem for. A partir daí, começar as contratações, dentro de uma proposta do novo treinador. Insisto que Renato Portaluppi é um bom nome. Fora isso, acredito que é aceitável seguir com o Rospide e o Mauro Galvão, que pelo jeito têm a confiança e o apoio do grupo.

O Francisco me mandou um e-mail sobre jogadores do Aguia, de Marabá, que no momento em que escrevo está vencendo o Fluminense por 2 a 0 pela Copa do Brasil.
O time é bom, tem jogadores que merecem ser melhor observados. Ah, mas eles não falam espanhol e, provavelmente, são baratinhos.

E quem precisa de Autuori?


Depois que a nuvem preta se afastou do Olímpico, as coisas melhoraram em campo. Sem o indesejado, duas vitórias seguidas na Libertadores.

Até Maxi Lopes já começa a mostrar jogo. A vitória por 2 a 0 sobre o Universidade, no Chile, não é pouca coisa, não. O adversário, que aqui foi bisonho, um gatinho, lá se transformou num Leão.

Não fosse o goleiro Victor (bem, ele é do Grêmio, ou não?) a história poderia ser diferente. Sei que algumas vozes, todas mal-intencionadas, vai argumentar que o time chileno é fraco. Mas como pode ser tão frágil uma equipe que briga pelo título do seu país?

Vencer na Libertadores, fora de casa, seja contra quem for, é sempre um parto de bigorna incandescente. E o Grêmio venceu seus três jogos fora. É claro que os adversários não são lá essas coisas, mas já vi grandes equipes perderem fora para adversários insignificantes.

A vitória não deve iludir ninguém. Muito menos os dirigentes do clube, que devem seguir buscando reforços urgentemente. O Grêmio faz a melhor campanha na competição entre os brasileiros. É bom? É, mas ainda falta alguma coisa para o time ser realmente capaz de brigar pelo título.

E digo mais: nem é o treinador. Se um grupo de jogadores fecha com o técnico, é meio caminho andado. E parece que isso está acontecendo.

O treinador, seja Marcelo Rospide ou Mauro Galvão, viu bem o jogo. Por exemplo, posicionou Souza pelo lado esquerdo, para que dali ele fizesse jogadas. Pode até ter sido idéia do Souza, mas deu certo. O segundo gol saiu dos pés do Souza, que meteu para Maxi Lopes desviar com categoria, mostrando que talvez ele, afinal de contas, seja um matador. Ainda não me convenceu, mas já mostrou algumas qualidades interessantes.

Os melhores do time foram Victor, Adilson (soberbo, incansável) e Souza. Maxi Lopes vem em segundo plano. Herrera, para variar, perdeu gol feito em jogada do Souza, com um toque genial de Fabio Santos, que deixou o argentino no cara do goleiro.

Bem, o Grêmio deve fechar o grupo com 16 pontos. Só não é 100% como o Boca (ah, o Boca), porque não fez um golzinho sequer naquele massacre no Olímpico sobre o mesmo Universidad.

Sei que irão tentar diminuir a vitória do Grêmio ao longo desta quinta-feira, mas será coisa de secador frustrado. É com vitórias sobre times como esse que se molda uma equipe vencedora, ainda mais se não tem ninguém para atrapalhar.

NOS ACRESCIMOS

Paulo Autuori já está se fresqueando demais. Se ele quisesse vir, já teria se acertado com o seu patrão árabe. Se não vier o Renato, prefiro os que está no Grêmio: Rospide e Galvão. Mas com reforços. Economiza no técnico e traz uns dois ou três bons jogadores. Mas já, porque caso contrário a queda é logo ali adiante, na primeira curva.

Ah, pena que o Grêmio não investiu no Léo Dias, que eu havia sugerido. Ontem, ele fez gol pelo Juventude.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vuaden e a traição da Mariana

O árbitro Leandro Vuaden, sorteado para apitar Inter x Caxias, está mais feliz que pinto no lixo e raposa em galinheiro.

Se fosse apenas isso - estar se sentindo feliz -, que bom. Mas ele ‘está se achando’, como diz a ex-doce Mariana, quando se refere a um ou outro colega do jornal ou da rádio Guaíba, que arrisca uma investida, tipo aquelas do Taison no contra-ataque sobre a defesa adversária.

A propósito da Mariana, sexta-feira a turma do esporte marcou encontro no boteco Apolinário, que eu insisto em chamar de Ataliba. O Fabrício Falkowski, sempre distraído, rumou para outro boteco, o Anastácio, digo, Natalício, ambos na Cidade Baixa. Estávamos ali, eu o Chico Izidro, o Márcio Beyer e o Rafael Peruzzo bebericando umas geladas e apreciando a paisagem florida e esvoaçante, quando recebo uma mensagem do Fabrício: ‘já estou aqui’.

Olhamos ao redor. Nada do FF. Liguei. Ele estava no Natalício, com a patroa. E por lá ficou. Primeiro desfalque. Nisso, salivando, o Chico pergunta: ‘e a Mariana?’.

Ela não vem, ela não se mistura, é moça fina, prendada – respondi quase mergulhando na Serramalte.

Chico telefona. Ela diz que chega em seguida. Chico percebe um burburinho ao fundo do outro lado. Deduz, com sabedoria invulgar, que ela, a Mariana, está em outro bar, com outras pessoas. Minutos depois, ela manda uma mensagem dizendo que não viria mais. Frustração na mesa. Peruzzo vira o copo e Beyer entra em depressão.

- Eu não disse -, bradei, lamentando estar mais uma vez certo. É chato estar sempre certo, ainda mais num caso como esse. ‘Aposto que ela está com a gurizada da Guaíba’, disse, afundando na cadeira.

Para concluir: ontem, descobrimos que ela estava mesmo com os colegas da Guaíba, os novos ‘queridinhos’ da nossa ex-doce Mariana. Acertei outra, lamentavelmente.

Agora, o Vuaden. Ele está dizendo que vai deixar o jogo correr, que isso deixa o futebol mais bonito, que ele, Vuaden, está resgatando isso.

É o fim da picada. É muita pretensão. Ele está resgatando o futebol bonito. Primeiro, que ele não resgata nada, muito menos o futebol bonito, que, para quem não sabe, prescinde da porrada, dos pontapés, que é o que mais acontece num jogo apitado por quem deixa o jogo correr.

Um árbitro desse tipo é bom principalmente para o time de menor qualidade, que precisa apelar mais para o jogo ríspido, leia-se porrada, para conter o adversário superior tecnicamente. Quer dizer, prejudica o time que apenas quer jogar futebol, jogar bonito, mas competitivamente, como faz o Inter do técnico Tite.

Então, acho que está faltando um pouco de humildade ao Vuaden, que é um bom árbitro, quando não se deixar levar por essa tendência de deixar o pau comer, e que em determinado momento o deixou sob os holofotes de setores deslumbrados da imprensa do centro do país.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ao pó voltaremos

Se for confirmada a vinda de René Weber para esquentar o assento do seu chefe, Paulo Autuori, a direção do Grêmio estará inovando: contratando um treinador a prazo, a prestações. Jack, o estripador, diria que é aos pedaços.

Depois do René, viriam o cachorro e o papagaio do Autuori.

Se fosse para trazer o Felipão dessa forma, tudo bem, mas o Autuori?

Não há dúvida que Autuori é um grande nome, mas o futebol nos ensina que os ‘pequenos’ nomes muitas vezes se mostram enormes, gigantescos, enquanto os ‘grandes’ podem minguar até virar pó.

Se do pó viemos, ao pó retornaremos.

O projeto Libertadores pode estar nesse caminho. Pode virar em pó em curtíssimo prazo. Em plena competição, o time não tem treinador. E o próprio time não é ‘aquele’ time capaz de realmente lutar pelo título.

Estamos, então, diante de um planejamento capenga feito por gente despreparada, mas não usar expressões mais fortes e talvez mais adequadas.

Se Celso Roth foi o maior erro – e não é implicância com esse profissional, que não teve culpa de ser contratado nem de ser mantido durante tanto tempo -, há outros menores que, juntos, confirmam a necessidade de mudanças em nível acima do vestiário. É evidente que agora não é o momento para isso.

O momento das mudanças já passou há muito tempo. A própria saída de Roth deveria ter ocorrido antes, não em plena disputa da Libertadores, se planejamento e conhecimento de futebol existissem. Ou, se ao menos, a voz da torcida tivesse sido ouvida no momento oportuno.

Enfim, à essa direção, faltou até agora conhecimento para avaliar melhor o quadro; coragem para mudar o rumo na hora certa; e humildade para reconhecer seus erros e seguir a voz da arquibancada.

A mesma direção que não teve pressa para demitir Roth, não demonstra pressa agora em contratar.

Lamentavelmente, tudo se encaminha para confirmar aquela frase de final de ano: 2009, o ano que terminou sem ter começado.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Bate-papo com Fábio Koff



Conversei ontem à noite, por telefone, com o ex-presidente do Grêmio, Fábio Koff, que me passou a nítida impressão de estar participando da gestão Duda Kroeff –cuja eleição teve sua participação decisiva, fundamental - como consultor.

Negou, porém, que estivesse trabalhando pela volta de Felipão ao Olímpico. “É impossível. Seria ótimo, mas hoje é impossível. O Felipão inclusive tem recebido propostas formidáveis do exterior”, disse Koff, que na semana almoçou com o ídolo gremista.

Para mim ficou claro que Koff tentou repatriar Felipão. Mesmo que ele negue, está insistindo. Mas a missão parece mesmo ser impossível.

- O Paulo Autuori é um nome excelente. Tomara que dê certo e ele venha – comentou Koff.

E o Renato Portaluppi? O Sr. sugeriu mesmo sua contratação?

- Houve um mal-entendido. Eu falei que se fosse para trazer alguém com a preocupação de criar uma ligação forte entre torcida e a boca do túnel, Renato seria o melhor nome no momento, com exceção do Felipão, claro. Renato, além de bom treinador, é um ídolo e com certeza uniria o clube. Mas há outros bons treinadores...

Desses nomes que estão sendo cogitados, o Geninho e outros, o sr. chegou a sugerir algum para a diretoria?

- Nós conversamos a respeito. Me afastei desse processo por uma questão ética. Não poderia mencionar nomes de técnicos que estão empregados em outros clubes.

Para quem colocou a Libertadores como prioridade das prioridades, o sr. não acha que é um erro estar na competição sem um treinador?

Koff deu uma volta, mas deixou claro que o Grêmio demorou a afastar Celso Rott, embora não tenha dito isso com todas as letras, pontos e vírgulas.

O sr. vai voltar a falar com o Felipão?

- Sim, converso com ele seguidamente...

O sr. está preparado para entregar a Taça Fábio Koff ao Inter?

- Sim, sem qualquer constrangimento. Desde o início sabia que a possibilidade de isso acontecer era grande. O Inter está muito bem, dentro e fora de campo. Pela campanha que está fazendo, merece o título.

Conclusão: Koff está atento e ligado à direção. Até que ponto, não sei. Outra coisa: ele se mostrou impressionado com a fase do Inter (crescimento patrimonial, competência administrativa, vitórias, etc) e preocupado com a do Grêmio.

domingo, 12 de abril de 2009

O Fila contra os Pincher, os Fox, os Poodles...



Quando Lauro fez o pênalti, aos 30 minutos, os colorados da redação reagiram. "Esse frangueiro", disse um deles, sem ser contestado pelos demais.

No minuto seguinte, Lauro fez duas grandes defesas, evitando o gol de Lê. Não me contive e provoquei o grupo de invasores da ilha da editoria de esportes:
- E aí, não vão pedir desculpas para o frangueiro?

Eles se entreolharam em silêncio. Lauro tem problema de saída de gol, nas bolas pelo alto, mas é ótimo goleiro. Mesmo assim, existe entre os colorados de um modo geral enorme má vontade em relação a ele. Será saudade do Clemer?

Bem, o Inter venceu, conforme estava previsto. Aos 14 minutos, já vencia por 2 a 0, gols de Nilmar e Alecsandro. Naquele momento, a Ulbra era melhor. Parecia aquele cachorrinho neurótico, o Pincher, enchendo o saco de um Fila. Irritou tanto, latiu, deu mordidinhas, até que o Fila abriu seu bocão para engolir o cãozinho.

O Inter tem sido assim no Gauchão: um Fila enfrentando uma matilha de Pincher, Fox, linguiçinha, poodle, um após o outro. Incomodam um pouquinho, mas acabam sucumbindo.

A Ulbra foi valente. Está de parabéns o técnico Beto Almeida, que conseguiu armar um time competitivo com jogadores que não recebem seus salários há quase dois meses. O Léo Dias, que eu havia citado no comentário anterior, confirmou que é um belo jogador. Dizem que vai para o Juventude.

No outro jogo, o Caxias bateu o Juventude e agora decide contra o Inter o título do returno. O Juventude jogou desfalcado de sua zaga, que acabou fazendo falta, pelo que se viu. Ah, depois de perder para o Vitória no meio da semana e mais essa de hoje, o técnico Gilmar Iser sai da lista gremista.

O Inter, domingo, confirmará o título, de forma invicta. E com todos os méritos.

Só não sei a raça da próxima vítima do Fila. Talvez um Yorkshire.

NOS ACRÉSCIMOS

O deputado João Herrmann Neto, do PDT, foi encontrado morto neste domingo, de madrugada, na piscina. De imediato, me veio à mente cena do grande filme Crespúsculo dos Deuses, em que o protagonista morre da mesma forma, boiando na piscina, uma cena clássica.
Leitor de Agatha Christie e fã de Sherlock Holmes, e de uma teoriazinha da conspiração, acho que aí tem. Pesquisei sobre a vítima, que teria sofrido um mal-súbito. Em 2002, o deputado protocolou um pedido para que a ONU fiscalizasse a eleição presidencial no Brasil, alegando o surgimento de urnas eletrônicas adulteradas em eleições anteriores. A proposta, claro, foi rejeitada. Pena.

Divagações pascoalinas

Há umas duas semanas escrevi que o Grêmio estava tentando repatriar Rafael Carioca. Em primeiro lugar, é uma confissão de erro da diretoria por ter vendido o jogador. Precisava tanto de dinheiro?

Ouvi na ocasiãodois conselheiros próximos da diretoria justificando a venda pelo fato de Rafael Carioca não fazer gols (dias antes o garoto havia perdido um gol feito) e não cometer muitas faltas. Queriam, como o ‘indesejado’ admitiu publicamente, um volante volantão, que sai na porrada, mata a jogada.

Ponderei: sim, vocês gostam daquele volantão que seguidamente deixa o time na mão porque é expulso, principalmente em jogos decisivos.

Rafael se foi. Talvez volte. Reconsiderar é um gesto de grandeza, insistir no erro é pura burrice. Mas parece difícil que Rafael Carioca volte. Só espero que alguém não se lembre do Nunes.

Agora, o time precisa urgentemente de um bom volante. O colega Nildo Júnior lembrou do Rodrigo Souto. Então, fui conferir o volante do Santos contra o Palmeiras. O cara é muito bom. O problema é tirá-lo do Santos, que ontem bateu o Palmeiras num grande jogo. Foi melhor e mereceu a vitória. O Palmeiras sentiu o peso de ter jogado dias antes pela Libertadores, o que é natural. Vamos ver como reage o São Paulo hoje contra o Corinthians. Lá os grandes não desprezam o regional, mesmo que possa custar caro.

Mas tem muita gente boa por aí. Por exemplo, o Renan, do Juventude. É muito melhor que o Diogo (toc-toc-toc), e sai barato. É possível que também o Caxias tenha um volante bom, não prestei muita atenção no time armado por Argel.

Confiram hoje Inter x Ulbra. Nem percam tempo secando, porque o Inter tem muito mais time, está com moral, torcida a favor. Enfim, vence a Ulbra e segue rumo ao título do Gauchão, com toda a justiça. Mas confiram o meia Léo Dias, um articulador de qualidade, força e velocidade. Jogou muito tempo no Atlético Mineiro, está com 28 anos.

Sobre o treinador:

É preciso muito cuidado ao contratar. Essa direção gremista é perigosa, já mostrou isso ao manter Celso Roth. Técnico não se contrata por impulso, assim como se compra um par de tênis. Tampouco pelo seu momento, que pode induzir a erro.

Escrevo isso pensando no Ney Franco. Depois da goleada de 4 a 0 sobre o Vasco, seu nome pode crescer entre os mais distraídos. Técnico se contrata pela trajetória, pelo modo como trabalha, sua proposta de jogo. Ele até pode ser um grande técnico, não sei. Ney Franco só não pode ser contratado em função da goleada sobre esse Vasco mambembe.

Mas acho que vem mesmo é o Paulo Autuori, a melhor pedida no momento. Depois do Felipão, claro.

Boa Páscoa a todos.

sábado, 11 de abril de 2009

Adriano e sua Gente Humilde

É de conhecimento geral que o imperador Adriano há um ano, mais ou menos, vive uma crise emocional, uma crise de identidade, uma crise moral e/ou ética. Uma delas, ou até todas juntas.

Agora, numa atitude inusitada, anuncia que não quer mais jogar futebol. Sabe, aquele esporte que todo mundo gosta de jogar. Quer dar uma pausa para meditação, reflexão sobre os rumos a tomar em sua vida. Se fosse numa relação amorosa, diria que ele quer “dar um tempo”.

Sai de casa, Milão, para buscar aconchego em outro lar. Volta às suas raízes, busca a compreensão de seus velhos amigos, sobe o morro das casinhas modestas, quase cantando Gente Humilde: “São casas simples, com cadeiras na calçada, e na fachada escrito em cima aqui é um lar”. A letra é mais ou menos assim.

Adriano busca, talvez, o velho lar. Há um ano perdeu seu pai, uma referência. Para ele, talvez, algo bem maior. No morro, como disse o Juremir Machado da Silva, meu cronista preferido por seu estilo cáustico, ácido, irônico e por vezes debochado, “Adriano vai poder soltar pipas com os amigos, andar descalço ou de chinelos, livre”.

Juremir mostrou que Terceiro Tempo, da Guaíba, sexta-feira, que está sensibilizado com a história de Adriano, o garoto pobre, que cresceu queimando uma etapa de sua vida (comum no futebol), a adolescência, para ficar rico, tirar os pais da pobreza, e que agora, coberto de dinheiro, abre mão de tudo para curtir pedaços de uma vida que ele deixou pelo caminho na difícil escalada rumo ao sucesso.

Se tudo isso é o que parece, a história de Adriano, além de inédita, é comovente.

Agora, meu coração empedernido, minha mente doentia, que imagina sacanagem em tudo, suspeita que possa ser uma grande armação para Adriano atingir seu objetivo, este sim muito claro: sair da Inter, abandonar Milão, onde ele não se sente vontade, como não cansa de dizer.

Por isso, vou ficar decepcionado, mas não surpreso, se daqui a algum tempo, dois ou três meses, ele não aparecer jogando em outro grande clube europeu, ganhando seus 400 mil euros mensais. Ou, na pior das hipóteses, voltando a vestir a camisa do Flamengo, ganhando bem menos, mas ainda mais do que qualquer outro jogador de futebol em atividade neste país.

Com dinheiro no bolso, feliz, jogando futebol, soltando pipa e caminhando de chinelo de dedo no morro. E, quem sabe?, de volta aos braços da mulher –sim, tem uma paixão mal resolvida no caso – para dar ao enredo um toque de novela global.

Torço para que o Juremir esteja certo, mas desconfio que não. Infelizmente.

Para encerrar, juro que gostaria de imaginar Adriando cantando esse samba do Agepê, um sambista que anda sumido, sufocado pela mediocridade que assola a música brasileira:

"Moro onde não mora ninguém/ Onde não passa ninguémOnde não vive ninguém/ É lá onde moroE eu me sinto bem/ Moro onde moro ....

Não tem bloco na rua/ Não tem carnaval Mas não saio de lá Meu passarinho me canta a mais linda/ Cantiga que há Coisa linda vem do lado de lá Coisa linda vem do lado de lá Moro onde moro ... (Eu também moro...)

Uma casinha branca/ No alto da serra Um coqueiro do lado Um cachorro magro amarrado Um fogão de lenha, todo enfumaçado É lá onde moro/ Aonde não passa ninguém É lá que eu vivo sem guerra É lá que eu me sinto bem Moro onde moro"

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Simon e o livro do Peninha



A maioria dos gremistas que eu conheço diz que o Carlos Simon é colorado, que só prejudica o Grêmio. Lembram, por exemplo, aquela recuada de bola com o pé para o Clemer, que ele deixou transitar em julgado. Isso num Gre-Nal.

Tem também aquela decisão de Gauchão, entre Inter e XV de Novembro, que ele introduziu uma nova regra para contagem de tempo na prorrogação.

Mas também conheço muitos colorados que consideram Simon um baita de um gremistão.

Tudo isso para relatar o que saiu na coluna do Marco Antonio Bierfield, no Jornal do Comércio (http://www.espacovital.com.br/), especializada em assuntos jurídicos.

Ontem, dia 8 de abril, foi publicada a sentença que beneficia Simon por causa de algumas expressões usadas no livro "Grêmio: Nada Pode Ser Maior", escrito pelo jornalista gaúcho Eduardo Rômulo Bueno (o Peninha) e publicado pela editora carioca Ediouro Publicações Ltda.

A indenização nominal será no valor de R$ 11.625,00 correspondente a 25 salários mínimos. Com o implemento de juros legais, a contar da citação, a cifra chega a R$ 14.880,00. A honorária será de 20%. Na petição inicial, Simon refere que, além de sua formação profissional de jornalista, exerce a profissão de árbitro de futebol há 25 anos, com atuação nacional, em todos os continentes.

Nos últimos tempos - relata o apitador - começou a receber dezenas de mensagens e cartas lhe reportando que, no livro referido, estava sendo acusado de "ser um dos que roubou o Grêmio ao longo dos últimos cem anos". O livro conta que um árbitro de nome Nuxi, que - na época (início do século passado) era chamado de "juiz de futebol" - foi "apenas o primeiro de uma vasta e infame estirpe de juízes que surrupiaram o Grêmio ao longo dos últimos anos, entre os quais é lícito incluir Armando Marques, Oscar Scólfaro, Edílson Soares da Silva, Dulcídio Wanderley Boschilla, Carlos Simon e tantos outros".

Na fundamentação da ação ajuizada por Simon, o advogado Ademar Pedro Scheffler sustentou que "está evidente que o livro afirma, com todas as letras que o autor roubou o Grêmio, o que lhe atribui a pecha de ladrão". Essa conjunção comprovaria o ato ilícito.

A petição sustenta ainda que "a responsabilidade pela reparação é do autor do livro e da editora, na forma da Súmula nº 221 do STJ".

Então tá.

Copa Brasil, Libertadores e o sonho possível

Mais uma vez o Inter não conseguiu matar seu adversário na Copa do Brasil na primeira rodada. Mas agora se saiu muito melhor do que na fase anterior, quando havia perdido para o surpreendente União de Rondonópolis. Ontem, bateu o Guarani, tão fraco quanto o adversário anterior, com muita dificuldade. Nem parece o Inter que patrola seus rivais no campeonato gaúcho.

Taison mostrou que é o atacante mais perigoso da equipe. Aqueles que criticam Magrão devem ter sentido a falta do volante, que marca forte e ainda aparece no ataque, sem muita qualidade, mas aparece, o que dá alternativas ao treinador.

Tite até que foi ousado no segundo tempo, provando que estava mesmo decidido a liquidar a fase em Campinas mesmo, sem necessidade de um segundo jogo. Sacou o pitbull Guiñazu e colocou um articulador. Tirou também Nilmar. E foi para cima. Conseguiu o segundo gol, de novo com Taison. Aí, no finalzinho, sofreu o gol que transferiu a decisão para o Beira-Rio. Joga pelo empate, mas joga. E isso o Inter não queria.

Na Libertadores, os jogos da rodada só confirmaram que o Grêmio precisa evoluir muito se quiser ser campeão. Está claro, porém, que até agora não apareceu nenhum bicho-papão. Pode até ficar com técnico interino, com Mauro Galvão, da casamata, dando uns pitacos, como fez na partida contra o Aurora. Só não pode abrir mão de pelo menos dois reforços de qualidade, de muita qualidade.

Coloco como prioridade um volante para jogar ao lado do Adilson, extinguindo a herança do indesejado, o esquema com três zagueiros. Mas só se vier um grande volante. Quem sabe o Rafael Carioca? Depois, um meia articulador. Pode ser o Renato. Se der, um atacante matador e um lateral-direito.

Sobre o técnico: diante das alternativas que estão surgindo, já começo a achar que Ivo Worthman é um bom nome.

Mas ainda acho Felipão um sonho possível.

NOS ACRÉSCIMOS

A direção do Grêmio só confirma tudo o que já escrevi sobre ela - com o reforço de alguns parceiros de blog.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Felipão e a teoria da conspiração




Já deixei claro aqui que sou adepto de teorias da conspiração. Sei que não estou sozinho. Ao ler a Veja desta semana, descubro que J. J. Adams, criador das séries Lost e Fringe (esta eu não vi ainda), também é chegado nessas histórias de conspiração, que tem sempre alguém tramando coisas para o bem ou para o mal.

Essa história do BBB, por exemplo. Não engulo que seja possível tanta gente telefonando ou algo parecido para votar nos tais paredões. Dizem que são milhões de ligações. Depois, desconfio do resultado. Alguém monitora, fiscaliza, esse processo todo. Alguém idôneo. E existe alguém idôneo? Melhor parar por aqui.

Vamos ao que interessa. Minha mente, levemente doentia, parte de um dado real para viajar. O ex-presidente Fábio Koff, que simplesmente elegeu a atual diretoria do Grêmio ao se comprometer a entrar no vestiário durante o processo eleitoral, declarou que gostaria de ver Renato Portaluppi treinando o time neste momento.

O lógico seria o ungido presidente Duda Kroeff acatar de uma vez a decisão do ex-dirigente, até para não perder tempo. Ainda mais que a torcida festejaria a contratação de Renato.
Então, o que está havendo?

A partir dessa pergunta singela, parti para outra das minhas inúmeras teorias da conspiração. Lá vai.

Do auge de sua sabedoria, Koff aplicou a tática do quero-quero. Lançou o nome de Renato como o de sua preferência – o normal ele seria fazer isso na intimidade do poder para não constranger e pressionar os atuais dirigentes – aos quatro ventos. E lá se foi a mídia atrás, como cachorro magro no osso suculento. As emissoras de rádio fazem enquetes, etc.

Enquanto isso, com os perdigueiros distraídos, o mestre negocia tranquilamente a vinda de Felipão.

Se não conseguir, ainda restará Autuori. Ou, por que não?, a isca, Renato Portaluppi.

Aceito adesões à minha teoria.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Um novo clima no Olímpico

Havia um clima leve no Olímpico. Leve como uma pluma. Avalanches de torcedores chegavam ao estádio - o horário complicou bastante o acesso ao Olímpico - quando o locutor do clube anunciou a escalação do time.

Não haveria, dessa vez, o nome do indesejado. Sem combinação prévia, numa manifestação espontânea de alívio e felicidade, a torcida vibrou quando foi anunciado o nome do técnico interino, Marcelo Rospide. Não pelo Rospide, um profissional que atua nas categorias de base há muito tempo, mas pela ausência do outro nome, aquele, o do indesejado.

Foi recebendo os fluidos positivos emanados das arquibancadas que o Grêmio entrou em campo. Alguns jogadores desgastados em função do Gre-Nal de dois dias antes. Outros, tensos, reflexo dos dias difíceis. Mas todos jogando com muita vontade.

Como se esperava, o Grêmio dominou amplamente o Aurora. O gol custou a sair. Rafael Marques marcou de cabeça e foi como se o último resquício de energia negativa evaporasse de repente. Vibração em campo, vibração na torcida.

A partir daí, o time jogou mais confiante. Maxi Lopes passou a mostrar algumas qualidades, jogando para o time, tocando a bola rapidamente e... fazendo gol. Herrera cruzou na medida e Maxi Lopes mandou para a rede, num belo e lúcido cabeceio: 2 a 0.

O terceiro gol foi de Rever, de voleio dentro da área. Em cada gol, muita festa dos jogadores. Muita alegria. Como já disse, havia um clima positivo no Olímpico, mais leve, arejado. Sem ranço ou cara feia.

Não sei quem será o novo técnico (provavelmente Paulo Autuori, um sujeito educado e competente), mas sei que ele encontrará no Olímpico um ambiente bom pra trabalhar.

Renato e o bicho-papão


A simples menção do nome Renato Portaluppi causa calafrios em algumas pessoas, em especial nos colorados. O maior ídolo dos gremistas é um pesadelo para boa parte dos torcedores do Inter. E até para alguns gremistas conservadores.

Tenho um colega, colorado, na redação do Correio do Povo, que tenta se mostrar indiferente, mas ontem quando crescia a possibilidade de Renato ser contratado para treinar o Grêmio, tratou de garimpar os ‘fracassos’ do ídolo gremista. Desprezou, ladinamente, conquistas como a Copa do Brasil e o vice na Libertadores, passando pela eliminação do Boca Juniors da competição, algo que técnicos renomados e festejados tentaram, mas não conseguiram.

Esse meu colega, como outros, tinha pesadelo com Renato na infância. Só pode. Ele era o bicho-papão das crianças coloradas nos anos 80. Hoje, são homens traumatizados. Por isso, se arrepiam como porco-espinho assustado diante da menção do herói do mundial de 1983.


Uma colega colorada, espertamente, sugeriu Mauro Galvão. Nada de Renato, Autuori ou Geninho. Mauro Galvão.

Renato, apontado por uns e outros comentaristas de rádio e palpiteiros de plantão, como um treinador ruim, despreparado e incompetente – são os mesmos que defendiam Celso Roth com unhas e dentes até pouco tempo e depois se bandearam para o lado da torcida – eliminou o Boca Juniors de uma Libertadores. E isso dói em alguns. O endeusado Mano Menezes, por exemplo, tomou 5 gols e não fez nenhum, e caiu fora, na mais humilhante derrota de um finalista de Libertadores em suas 49 edições.

Mano fez um bom trabalho no Grêmio e até pode ser melhor treinador que o Renato, não duvido, mas dizer que Renato é um mau técnico só pode ser resultado de algum trauma, talvez inveja. Afinal, Renato namorou belas mulheres, como a Luma. Acho que isso também dói em alguns.

O que não pode é levar traumas pessoais ao microfone e às páginas de jornais para desqualificar um profissional.

Fiz um levantamento sobre Renato Portaluppi na Libertadores. Afinal, não é a Libertadores que interessa?

Na fase classificatória, o Fluminense somou 13 pontos e chegou em primeiro lugar, à frente da LDU, que acabou campeã num ‘crime’ no Maracanã.Ao todo, o Fluminense fez 29 pontos, superando São Paulo e Boca Juniors. Na final, perdeu para a LDU, na altitude de Quito, por 4 a 2, e venceu no Maracanã por 3 a 1, tendo Luis Alberto expulso. Todos os seus gols foram de Thiago Neves. Os goleadores Dodô e Washington perderam tantos gols quanto Jonas e Alex Mineiro recentemente. Enfim, em crime, que terminou com a derrota nos pênaltis.

A LDU, ridicularizada pelos neófitos, fez uma decisão com muita dignidade no mundial de clubes, perdendo por um minguado 1 a 0 para o ‘modesto’ Manchester United de Cristiano Ronaldo.

Tudo isso para concluir que Renato Portaluppi é um bom nome para treinar o Grêmio na Libertadores. Mas, se eu pudesse escolher, ficaria com Paulo Autuori, embora sua passagem pelo Inter não tenha sido das melhores. Era técnico colorado nos 4 a 0 do Juventude, no Beira-Rio lotado, pela Copa do Brasil de 1999.

Faço esse registro só para lembrar que mesmo os grandes técnicos têm seus dias de Celso Roth.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Roth: 15/02/2008 - 05/04/2009


Quanto tempo perdido!

Ele foi contratado dia 15 de fevereiro de 2008. São quase 14 meses entre tapas e beijos, muito mais tapas (pontapés, socos, etc) do que afagos com a torcida.

Sem entrar em maiores discussões, vamos reconhecer que a vaga na Libertadores foi uma conquista, ainda mais que era o grande sonho colorado no ano do centenário. Então, algo a ser comemorado, apesar da frustração de entregar o título de mão beijada ao São Paulo.

Bem, garantida a vaga depois de deixar escorrer pelos dedos o título brasileiro, a direção (leia-se André Krieger, porque bancou publicamente a renovação) deveria ter demitido o treinador, antes do Natal, para iniciar com outro técnico. A meu ver, a demissão deveria ter ocorrido antes. Oportunidades para isso não faltaram, inclusive os 4 a 1 no Gre-Nal.

Também neste ano sobraram situações para afastar Roth. Não fosse a forte pressão interna e externa, Roth amanheceria hoje ainda como treinador, preparando o time para enfrentar o Aurora, como estava programado por ele e pela direção até quase o final da noite passada. Mesmo depois da quarta derrota seguida em Gre-Nal.

O veterano Paulo Moura, ao saber que a direção estava garantindo a permanência de Roth, se aproximou de mim com ar pesaroso que estampava a cara de cada gremista naquele momento:

- No meu tempo, técnico que perdesse tanto Gre-Nal caia na hora.

Os tempos mudaram, mas nem tanto. Felizmente.

Mas, uma pena tanto tempo perdido.

QUESTAO DE ORDEM

Em 1998, Roth era demitido do Grêmio. Eu estava envolvido com o material da Copa do Mundo e pedi para um colega editar a página sobre a dupla Gre-Nal. Todo faceiro, ele me mostrou a página editada com a seguinte manchete, bem no alto:

ROTH ESTÁ FORA. QUEM VIRÁ?

Vetei o título, claro. Imaginem se o concorrente sai no outro dia com o nome do contratado, como uma resposta à nossa manchete?

Hoje, posso usar o título/pergunta, sem receio, porque o veículo é outro:

ROTH ESTÁ FORA. QUEM VIRÁ?

domingo, 5 de abril de 2009

Alívio da direção: agora é só a Libertadores

Em nenhum momento cogitei que Celso Roth poderia cair, apesar da quarta derrota seguida em Gre-Nal, da ironia da massa colorada cantando 'fica Roth' e da revolta dos gremistas no Beira-Rio.

Afinal, o Gauchão era uma pedra no sapato da direção, que agora pode concentrar toda sua energia na Libertadores. Alívio. É o sentimento dos dirigentes e também do técnico preferido deles, o Roth.

Revolta, indignação, vergonha. São os sentimentos de quem está do lado de fora do centro do poder gremista. A torcida sabe que com Roth o time não vai ser campeão da Libertadores. Ponto final.

Os dirigentes vão se reunir ainda nesta noite de domingo. Então, pode até ser que Roth saia, o que eu duvido muito.

Ouvi que os doutos do Grêmio destacaram que o Grêmio fez um bom jogo no Gre-Nal do centenário, e que não venceu por falta de sorte, duas bolas na trave, etc.

Cada um tem sua visão das coisas. Eu vi o Roth começar com um erro monumental: Souza na lateral. Nem vou falar do Willian Thiego, de atuação comprometedora, a começar pelo pênalti em Nilmar. Mas não é culpa dele. A culpa é de quem o escala.

Sem Souza para articular no meio, o Grêmio praticamente nada criou no primeiro tempo. Exemplo de como Souza é importante com liberdade para criar: o lance do pênalti em Tcheco começou com um lançamento dele para Fábio Santos, que cruzou para área, onde Kleber fez um pênalti ridículo, até mais ridículo do que o de Thiego.

No segundo tempo, Souza voltou para o meio. O Grêmio, então, meteu duas bolas na trave, Guiñazu salvou de cima da risca e Fábio Santos perdeu um gol numa saída errada de Lauro. Quatro chances de gol com Souza na função em que melhor rende, descoberta pelo próprio Roth, que abriu mão de sua melhor ideia. Nem Roth se entende.

O Inter teve muito mais volume de jogo. Nilmar ficou duas vezes na cara de Victor, que salvou. Depois, em lance genial, D'Alessandro deixou Índio livre para fazer o gol da vitória.

Então, enquanto Tite tem D'Alessandro para colocar no jogo, Roth conta com Makelele. Tinha Maylson, mas Roth optou por Diogo no banco de reservas. De qualquer modo, é inegável que o Inter tem um grupo superior, este sim capaz de brigar pelo título da Libertadores. Sem contar o técnico, que é mais competente e que já acumula vitórias sobre Roth: 4 a 0 no clássico.

Com Roth no comando e com este grupo (a direção deve estar vendo e vai reforçar o time para a segunda fase, imagino) o Grêmio não vai manter muito tempo o sonho do tri na Libertadores.

No confronto entre Davi e Golias, deu a lógica. Injusta, pelo que se viu no jogo, mas ainda assim a lógica.

Questão de ordem

Aos 11 minutos de partida, teria havido pênalti sobre Léo, que sofreu carga por trás de Sandro, aliás, o melhor do jogo ao lado de Tcheco. Fiquei em dúvida sobre se houve ou não a falta. Mas Gaciba fez boa arbitragem.

Davi x Golias


Vejo o Gre-Nal deste domingo como o confronto entre Davi e Golias. Momentaneamente, o Grêmio é um Davi, munido de uma funda, contra um Inter armado como o Rambo ou como um desses personagens de videogame violento.

O Grêmio vai para o jogo me passando a impressão de um clube dividido. A direção de um lado, o treinador de outro e os jogadores dispersos, sem saber direito o rumo a tomar.

É hora (aliás, já passou da hora) de o presidente do clube se fardar, calçar a chuteira e sair dando botinada (força de expressão, embora uns e outros mereçam mesmo um pontapé no traseiro).
O Duda é muito elegante. Se fosse zagueiro, ganharia o prêmio Belfort Duarte (quem não sabe o que é isso recorra ao Google), mas nunca um campeonato.

A direção tem alguns acertos, mas acumula erros em demasia. Essa de não jogar com os titulares, ou maioria deles, contra o Caxias foi um erro tão grosseiro que me faz duvidar da inteligência das pessoas que comandam o clube. Ou então são dirigentes que se deixam envolver para conversa fiada do treinador, que sempre escancarou que por ele jogaria o Gauchão com a baba da baba. Mas sempre com o Victor (este pode se lesionar?).

Uma coisa é perder Gre-Nal com reservas, outra com titulares. Cômodo isso. Mas só pra ele, treinador.

Bem, o Gre-Nal caiu no colo do Grêmio. Sábio é aquele que vê oportunidade em meio à crise. O Grêmio tem a grande oportunidade de ferir o orgulho colorado na festa do centenário.

Tem a oportunidade, mas, como já disse, parece pouco preparado. O jovem pastor tem a funda. No entanto, as pedras caíram do alforje furado. Talvez ainda reste uma.

É o que veremos a partir das 17 horas no Beira-Rio lotado do colorados à espera de um massacre do Golias.

sábado, 4 de abril de 2009

O mano cresceu muito

Ninguém me perguntou, mas no dia dos 100 anos do Inter vou contar como começou minha relação com o nosso irmão mais novo.

A lembrança mais remota do meu gremismo está envolta pela névoa do tempo. Começa com um grupo reunido em torno de um aparelho de rádio, de onde sai um grito de gol. Muita vibração. Alguém grita: Brasil campeão do mundo. Acho que era 1962. Eu começava a descobrir o futebol.

O Grêmio eu descobri através do meu avô materno, Alfredo Herber, nas minhas férias em Santa Cruz do Sul, lá pelos anos 60. Rádio sempre ligado, ele acompanhava o noticiário com avidez nas horas de folga e só dormia depois de ouvir o noticiário final da Rádio Farroupilha.

Desconfio que foi aí que comecei a ser jornalista.

Sobre a geladeira, o boneco de um homem barrigudinho, de bombacha, cuia nas mãos. Era o Getúlio Vargas. Ele me contou quem era Getúlio.

Virei getulista.

De quebra, me contou histórias sobre Brizola, das milhares de escolas que ele havia construído no interiorzão gaúcho. Da reforma agrária que ele havia iniciado, etc.

Virei brizolista.

De tanto ouvir jogos do Grêmio e do Avenida pelo rádio e a alegria do meu avô a cada gol desses times, passei a gostar de futebol.

Virei gremista e avenidense. E craque de talento não reconhecido.

Era bom ser gremista. Alberto (Henrique), Altemir, Airton, Áureo e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; Marino (Paulo Lumumba, Babá), Joãozinho, Alcindo e Vieira (Volmir). Muita surra no irmão mais novo, títulos gaúchos e alguns confrontos nacionais, como um pela Taça Brasil, contra o Santos, em que pela primeira vez me senti roubado no futebol.

Foi em 1969 que descobri que tudo o que é bom dura pouco. O Inter acabou com a minha alegria de piá. Foram oito anos de surra. De desespero, de raiva.

Em 1971, desembarquei em Porto Alegre trazido pelo Expresso Azul. Pouco depois me associei ao Grêmio, mais por causa das piscinas que existiam ao lado do estádio, ainda sem cobertura na geral. A gente sofria sob o sol e a chuva, mas mais com as derrotas sucessivas no campeonato gaúcho.

Mas o pior estava por vir: Inter campeão brasileiro. Mas ainda não era o pior: bicampeão brasileiro. Meu Deus, quando isso vai acabar?, perguntava angustiado, já sentado na sala de aula do curso de jornalismo da Ufrgs.

Se arrastava o ano de 1976 – para os gremistas os anos se arrastavam, intermináveis, naquele tempo). Fiz estágio no Diário de Notícias, um jornal decadente.

E onde eu fui parar? No Beira-Rio. No Beira-Rio. A caminho do estádio, ao lado do chefe de esportes, o Jorge Mendes, ainda portava minha carteirinha de sócio do Grêmio e profunda raiva do clube que só me fazia sofrer.
Lembrava que semanas antes, num Gre-Nal, havia jogado um radinho na cabeça de um colorado que ousara festejar um gol no final do clássico – de Escurinho, claro -, erguendo-se feliz, esquecido talvez que estava cercado de gremistas. Ele quase foi jogado no fosso. E eu perdi meu rádio.

Quando desci do carro, no pátio do estádio, pensei, coçando meu arremedo de barba, típica de um estudante de jornalismo: “Bem, vou encarar de frente meus inimigos, meus algozes, meus carrascos. Olho no olho”.

Havia muita alegria no ar. Alto astral. Afinal, o time recém havia conquistado o bi nacional.
Convivi, então, com estrelas como Manga (grande figura), Figueroa, Cláudio Duarte, Falcão, Valdomiro, Lula, Rubens Minelli, Gilberto Tim, etc.

Tenho até hoje guardadas algumas matérias que escrevi nessa época. Na redação, na Av. São Pedro, quase esquina com Farrapos, trabalhava ao lado do Pato Moure, que fazia o setor do Grêmio. Eu estava substituindo o Wianey Carlet, que fazia setor do Inter, e tinha ido para a Gaúcha.

Bem, eu que tinha a ilusão de destruir o inimigo, fui subjugado. Ao conviver com aquele pessoal, formando um vínculo de amizade, meu gremismo foi diminuindo. Podem me acusar de ter sido fraco, tudo bem, não me incomodo.

Era um pessoal simpático. Também vencia tudo. Apesar de ser um foca, era tratado com cordialidade e respeito. Certo dia, o carro do jornal não me buscou. Eram umas 19h. O Falcão, que saia do estádio, me viu parado em frente ao portão. Me ofereceu carona até o jornal, onde ele aproveitou para conversar com Pato Moure, seu amigo.

Como não simpatizar com Falcão?

Três meses depois, fui para a Folha da Manhã, onde fiquei mais uns dois meses, para trabalhar num banco.

Por ironia, em 1978, novembro, prestes a me formar, fui trabalhar na Folha da Tarde. No Esporte. No setor do... Inter.

Foi um período em que consolidei meu apreço e meu respeito ao Inter.

Deixei de ser sócio do Grêmio para ser apenas jornalista. É claro que continuo gremista, mas, como escrevi há três anos numa coluna do Correio do Povo, quando estou trabalhando, sou acima de tudo jornalista.

Para quem está há tanto tempo nesse meio, as cores se confundem, tanto que até me flagro cantando o belo hino colorado de vez em quando.

Hoje, respeito tanto o Inter que o melhor que posso fazer agora, nesta data tão importante, é esperar que o Grêmio, como irmão mais velho, mostre neste domingo quem é que manda aqui na aldeia.

O que será difícil, porque o mano cresceu muito.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Os caras



O CP recolheu uma frase muito simpática e elegante - inspirada num poema do Vinicius de Moraes - do presidente Duda Kroeff, homenageando o centenário do Inter e que será publicada amanhã ou depois.

Isso me deu a ideia (na verdade, é do Carlos Corrêa) de tentar adivinhar qual seria a frase do técnico Celso Roth para o Inter.

Seria mais ou menos assim:

- Vocês (colorados) pensam que ganharam tudo, mas não ganharam m... nenhuma.

Sobre frases, nada supera a de Obama, apontando para Lula:

- Esse é o cara, adoro esse cara.

Não vou nem comentar, porque esse é mais um sinal de que o mundo está mesmo acabando. Até a febre amarela, por culpa do desmatamento desenfreado que o "cara" faz de conta que não acontece, está voltando com força, se aproximando de grandes cidades devagarinho.

Vejam: "o cara" vive puxando o saco do Hugo, que nunca lhe fez tamanho elogio, considerando-se que Obama não estivesse ironizando. O Hugo, ao contrário, vive criando "pobremas' para "o cara".

Agora, a ex-doce e ainda bela, a juventudista Mariana Oselame, ficou muito irritada com o Obama:

- O cara é só um, é o Mendes - reclamou a Mariana que vive chamando o goleador do Ju de "o cara".

Cada um tem "o cara" que merece.

Por exemplo, a Argentina tem o Maradona, que hoje já começa a ser questionado pela mídia local, principalmente por ter menosprezado a altitude de La Paz.

Vamos apostar: quem cai cai primeiro, o Maradona ou o Roth?

Força máxima e nova humilhação

A minha opinião sobre o técnico Celso Roth, o profissional, não o cidadão, é pode demais conhecida. Na minha opinião, ele deveria ser substituído depois dos 4 a 1 no Gre-Nal do Brasileiro. Vou mais além: depois de ser eliminado do Gauchão e da Copa do Brasil do ano passado.

Dito isso, foco agora apenas na direção. São gremistas abnegados, todos eles. Mas eles não são os donos da verdade. As decisões que estão tomando são equivocadas, uma atrás da outra, todas levando o time para o abismo.

Não vou recapitular, lembrar todos os erros. Fico no mais recente: jogar com reservas contra o Caxias. No programa Cadeira Cativa, na Ulbra, ontem, quarta-feira, deixei bem claro que o Grêmio deveria disputar todos os jogos com os titulares, preservando um ou outro que merecesse mais cuidado por algum motivo.

Se tivesse jogado com um time misto quente, no Centenário, provavelmente venceria ou na pior das hipóteses empataria. Jamais tomaria quatro. Quatro.

Agora, feito o estrago, é fundamental mudar o rumo. Entrar com força máxima no clássico. Qualquer criança sabe que quem vencer será campeão da taça Fábio Koff, credenciando-se a disputar o título depois com o Inter.

Quer dizer, com qualquer resultado, o Grêmio poderá se dedicar à Libertadores integralmente, de corpo e alma, pelo menos por mais alguns dias.

Se vencer o clássico, terá mais moral para buscar o título que mais interessa. Se perder (acho que até é o melhor), será mais uma oportunidade para deixar o seu treinador descansar um pouco, até para refletir e buscar aperfeiçoamento profissional. E que seja feliz.

Longe do Olímpico.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A escolinha do prof. Roth

Frase do professor (é assim que os jogadores chamam os treinadores) captada hoje no treino aberto do Grêmio na manhã de hoje, quando ele dava uma bronca no aluno Douglas Costa, que não teria feito determinada jogada envolvendo Maxi Lopes:

- Velocidade é a única coisa que você tem. Tu estás fisicamente aqui, mas parece que não está interessado. A cabeça não está aqui. Você acha que sabe tudo, mas não sabe m... nenhuma.

Se faz isso em público com um garoto, uma patrimônio do clube, um jogador que a direção pensa em vender (se pagarem bem) para pagar dívidas e contratar outros Maxis da vida, o que ele não faz nos treinos fechados (começo a entender o por quê dos treinos secretos) e no vestiário?

Cola um esparadrapo na boca dos jogadores, como fez aquela sua ‘colega’, a professora de Caxias do Sul, que é, aliás, de onde veio esse profissional?

Em primeiro lugar, se eu fosse dirigente do Villarreal desistiria do garoto, porque ele não passa de um velocista, segundo a voz abalizada de Roth. Sendo assim, Roth teria feito um bem para a torcida, que quer o jogador disputando a Libertadores.

Por outro lado, ficando aqui, com Roth, Douglas dificilmente entrará no time. Então, a torcida perde, o time perde e o clube perde. Perde porque fica sem o dinheiro para aliviar as finanças.

Não é a primeira vez que Roth expõe seu estilo turrão e desrespeitoso. Talvez até Douglas Costa esteja mesmo desatento, mas não justifica esse ataque do professor. É claro que o técnico não precisa tratar os jogadores como mocinhas, mas também não tem o direito de expô-los a situações de constrangimento (nem público nem reservadamente), como ocorreu nesse caso.

Cada vez mais firmo a ideia de que Celso Roth está pedindo para ser demitido.

A torcida já o demitiu.

A direção, ao que tudo indica, vai morrer abraçada.

O problema é que agindo assim ela leva junto para o abismo milhões de gremistas, enquanto o ‘professor’ Roth, com os bolsos cheios de dinheiro, em pouco tempo estará ‘ensinando’ em outra freguesia.

A pátria de chuteiras


Diante de todo esse clima patriótico envolvendo a Seleção Brasileira, lembro a frase do grande Nélson Rodrigues, que dizia mais ou menos assim: a Seleção é a pátria de chuteiras.

Mas escrevo para falar de outra frase, esta sim que remete à pátria amada, porque tem a ver com as coisas que realmente importam: nosso presente e, principalmente, nosso futuro.

A frase é a seguinte:

“Hoje, mais do que fazer uma pauta de reivindicação pedindo mais aumento, temos que contribuir para que as empresas vendam mais”.

Um chopp para quem adivinhar que é o autor dessa pérola neoliberal. O Sarney, o Gerdau, o Collor, o Paulo Skaff (presidente da Fiesp)?

A frase é do Lula. Sim, do Lula.

E foi expelida dia 27 de março, diante de uma plateia de empresários do ramo da construção civil pelo grande líder petista, o mesmo que presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema (1975 a 1981).

Mais de dois terços das categorias profissionais do setor privado têm data-base em maio e já começam a negociar sua pauta com empresários, segundo o Dieese (Departamento Sindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Dito isso, remeto a artigo escrito por Milton Temer.

Ele começa falando sobre Alexandra Kolontai, revolucionária russa, que foi nomeada por Lênin para ser embaixadora na Suécia. Lá chegando, foi interpelada por uma jornalista, numa coletiva:

“Como se explica que eu, filho de um operário, me veja na condição de social-democrata, enquanto a senhora, filha de um general czarista, se transforma em líder bolchevique?”

Kolontai não hesitou, e desmontou o inquisidor com a resposta: “Isto se explica porque somos, ambos, traidores de classe”.

E agora segue trecho do artigo de Milton Temer, jornalista e presidente da Fundação Lauro Campos:

Essa historinha de tempos heróicos, difíceis de imaginar no tempo em que vivemos, me ocorreu por conta da brutalidade das últimas declarações de Luiz Inácio Lula da Silva, em uma de suas incontáveis aparições públicas, onde discursa para criar manchetes de jornal.

Não; não estou me referindo aos vilões de pele branca e olhos azuis. Quem tem que comentar tal deslize com mais propriedade é João Pedro Stédile, que bate na trave da descrição presidencial sobre os responsáveis pela crise gerada com a hegemonia do sistema financeiro privado sobre a economia globalizada. Ou o humanista Leandro Konder, com uma vida dedicada ao combate intelectual sem tréguas ao capitalismo.

Estou me referindo ao absurdo do comício em que Lula conclamou os trabalhadores a, diante da complexa conjuntura atual, abrir mão do direito de reivindicar justa participação salarial na riqueza que produzem. "Hoje, mais do que fazer uma pauta de reivindicação pedindo mais aumento, temos que contribuir para que as empresas vendam mais" foi o que ele afirmou, sem corar, na Feira de Construção Civil (dia 27 de março).

O artigo completo pode ser conferido no site: www.socialismo.org.br