sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Arena desmorona

Depois de ler o relatório oficial de uma comissão do Grêmio sobre a transação Olímpico x Arena (confira no blog do Grêmio Sempre Imortal: http://sempreimortal.wordpress.com), fiquei ainda mais convencido de que, do jeito que está proposto, o negócio deve ser desfeito. E será desfeito, não tenho dúvida.

O relatório é de dezembro do ano passado, e se tudo que ali está é realmente verdadeiro e/ou não sofreu alteração, fica difícil entender como o contrato com a OAS ainda não foi rompido.

Resumindo e simplicando, o negócio, que realmente só é bom mesmo para a empreiteira, é mais ou menos o seguinte:

1 - A OAS ergue a Arena, linda, maravilhosa, exuberante, moderna e tudo mais numa área total de 32 hectares.

2 - O espaço do Grêmio, que somente poderá ser chamado de seu depois de 20 anos, é de 4,9 hectares. Toda a área restante, 27,1 hectares e o que nela for erguido, é da OAS. Nem um mísero campo suplementar sobrou para o clube.

3 - Para receber essa reluzente Arena, com capacidade para 53 mil pessoas, o Grêmio entrega uma área de 8,8 hectares que é quase o dobro da que receberá, com um imóvel usado, mas em bom estado, e que é exclusivamente seu.

Vale a pena uma leitura atenta do relatório, feito por gente idônea e capacitada. Há muitos detalhes preocupantes e intrigantes, para dizer o mínimo.

E pensar que tinha (e ainda tem?) gremista brigando com gremista por causa da Arena.

Só uma perguntinha: por que a nação gremista não teve acesso antes a esse documento, se tudo era para ser 'transparente'?

Bem, acho que está chegando a hora de olhar com um pouco mais de carinho para o projeto de reforma e modernização do Olímpico.

O importante não é o lugar em que se mora, mas como se mora.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Tcheco e as arbitragens: a arte de deixar no time na mão

Tcheco reclama dos árbitros. Perseguição contra o Grêmio, disse ele, ontem, depois de outro jogo em que ganhou cartão amarelo por reclamação.

Jogador experiente, tarimbado, conhecedor dos atalhos dos gramados e das manhas dos apitadores, deveria ser uma bússola a guiar os mais jovens, os mais afoitos.

Ao contrário, é um líder negativo na abordagem aos juizes. Um exemplo nefasto, que compromete todo um trabalho. Pode até ser uma liderança positiva no vestiário em outros aspectos, mas dentro de campo ele estimula os colegas a também reclamarem.

Tcheco, que já havia deixado o time na mão no Gre-Nal ao ser expulso - de novo por reclamação - contra o Coritiba. Deu até a impressão de que estava querendo escapar do clássico. Mas foi só uma impressão. Forte, mas uma impressão. Afinal, ele não teria razão para fugir de um Gre-Nal. Ou teria?

Aí, ele volta ao time, que estava abalado pela derrota no Beira-Rio, e de novo leva o cartão amarelo. Qual a credibilidade desse jogador (veterano jogador), que cansei de elogiar aqui por sua técnica, inteligência e visão de jogo, para levantar qualquer tipo de suspeita contra a arbitragem?

Se tivesse um comando forte no clube, desde a presidência até o vestiário, esse jogador seria punido duplamente por ser reincidente sistemático. Useiro e vezeiro, como diria um personagem antigo da TV.

EM TEMPO

Por que Paulo Autuori não deu entrevista depois do jogo contra o Avaí? Estava irritado, ao que parece. E com razão: é muita gente levando cartão por reclamação. A continuar assim, ele terá desculpa por seu fracasso no Grêmio.

QUESTÃO DE ORDEM

O Inter é RS no Campeonato Brasileiro. O simpático e afável Duda Kroeff diz que o Grêmio vai ganhar todos os jogos que faltam e vai entrar no G-4. E eu vou ganhar na Megasena, é mais fácil. Sobre o Inter, grande jogo contra São Paulo. Se tivesse jogado assim contra o Grêmio, teria goleado.

DIZEM POR AÍ...

... que Celso Roth vai, de novo, morrer na praia.

(escrevo quando o Atlético está perdendo para o Flu por 2 a 1).

DIZEM POR AÍ...

... que os doutos do Grêmio e alguns torcedores neófitos agora vão desistir do Washington, vaiado até por sua torcida.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

SP larga Washington e Borges. Quer Maxi López

Quais os mais espertos e conhecedores, os dirigentes do Grêmio ou os do São Paulo? Não conheço os do SP, mas conheço os daqui.

O SP já acertou com o Fernandinho, do Barueri, e com o Marcelinho Paraíba, que os doutos do Olímpico desdenharam. Preferiram Herrera, e olha que tem gente que gostou de ver o argentino de volta ('ele é guerreiro, lutador', diziam).

Agora, o SP cresce os olhos para cima do Maxi Lopez. Se o Grêmio não bancar os R$ 4,5 milhões que o FC Moscou quer pelo passe do argentino, o SP vai chegar junto.

Ah, mas e o Washington e o Borges? Eles simplesmente estão fora dos planos. Dos planos do SP, mas não nos do Grêmio, e de parte de sua torcida, conforme tenho percebido.

O SP não quer mais esses dois. Mas o Grêmio quer ao menos um deles. O lento e pesado Washington e o inexpressivo Borges, que nunca conseguiu se firmar. Se ele é tão bom como dizem alguns gremistas, por que o SP não o quer mais?

O SP quer o centroavante do Grêmio. Maxi López não é nenhuma maravilha, mas pelo custo benefício vale a pena investir. Seu salário é até inferior ao que recebe Washinton (150 mil contra 200 mil). O de Borges é de R$ 110 mil. No Grêmio, claro, seria o dobro, porque o Grêmio é um clube rico. Quem paga 400 e tantos mil por um técnico não é rico?

Se o SP não conseguir Maxi, vai tentar Alecsandro e Deivid. Qualquer um, menos Washington e Borges.

Quem será que entende mais de futebol, os dirigentes do Grêmio ou os do SP?

EM TEMPO

O Inter enfrenta o SP daqui a pouco. Veremos os dois atacantes do SP em campo. Não tenho palpite sobre esse jogo. Tudo pode acontecer. Agora, time por time, acho que o São Paulo é melhor, ainda mais que o Inter não terá Guinazú. Se der a lógica, o Inter perde. O Inter penou para vencer um Grêmio desfalcado de seus dois goleadores e de seu articulador, considerando-se ainda que o Grêmio jogava fora de casa onde não ganha de ninguém. É difícil que possa fazer frente ao SP.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Grêmio planeja 2010. Oremos.

O Grêmio não é TÃO ruim. A frase é do presidente Duda Kroeff, que considera, então, seu time apenas ruim.

Imagino um jogador entrando no vestiário antes do treino e comentando a desastrada declaração do presidente do clube: ‘Olha aí, gente, o pessoal engravatado diz que nós somos (ou semos, conforme o jogador) ruins’. Como vai reagir essa equipe?

Além de infeliz, a frase do Duda, que é uma pessoa muito afável - gente boa no lugar errado – está equivocada, e, pior, remete para a aterrorizante conclusão: se o time é fraco, o treinador não tem culpa.

O time do Grêmio é bom, está no nível dos demais. Tivesse um técnico capaz de tirar um pouco mais de seus jogadores, explorando suas potencialidades com mais cuidado, o Grêmio estaria hoje no G-4, ou quase ali.

Teria, por exemplo, conseguido mais duas ou três míseras vitórias fora de casa.

É muito vencer três ou quatro jogos fora do Olímpico? Que treinador é esse que vai terminar o campeonato com uma vitória apenas longe de casa? Que treinador é esse que depende tanto da torcida para vencer? É preciso pagar tanto para um treinador tão dependente de sua torcida?

Ouso afirmar, e duvido que alguém me conteste, que com Celso Roth (toc-toc-toc) o Grêmio estaria com melhor pontuação hoje no campeonato. Não é uma rendição ao Roth, mas o reconhecimento a um técnico que sabe extrair o máximo de cada jogador, embora muitas vezes acabe arrumando conflito em função de seu temperamento.

Vou ainda mais longe: Marcelo Rospide faria pior que o sr. Paulo Autuori? O sr. Autuori me parece aquele general com o peito coberto de medalhas, mas que nem sabe ao certo como elas foram parar ali.

No final do ano passado, meados de dezembro, declarei aqui no boteco sem ter sorvido um gole sequer do chopp virtual da casa, que 2009 passaria em branco para o Grêmio. Era o ‘ano que havia terminado sem ter começado’, tudo porque o sr. André Krieger e seus fiel escudeiro, o sr. Luís Onofre Meira, haviam confirmado Celso Roth para começar a temporada.

Agora, um ano depois, o sr. Meira, um gremista abnegado e trabalhador, anuncia que está planejando a próxima temporada. É de fazer gremista se contorcer, suar frio, porque se está ruim, pode ficar ainda pior.

O sr. Meira, repito, um grande gremista, é o mesmo que ajudou a ‘planejar’ este ano que ‘terminou sem ter começado’. É o mesmo que apoiou o sr. Krieger, com aval do presidente do clube, na estapafúrdia decisão de esperar 40 dias por um treinador em pleno andamento da Libertadores.

Com o agravante de que esse treinador – e eu registrei isso antes de ele vir -, apesar de seu currículo, não tem perfil para dirigir o Grêmio, e isso os doutos do futebol gremista deveriam saber e levar em consideração, já que não levaram em conta o custo dessa operação aos cofres do clube (bem, não é dinheiro do bolso deles).

Em pouco tempo, descobri – e verificamos todos nós – que o problema maior do sr. Autuori nem é tanto a questão do perfil, é mais a incapacidade avaliar corretamente os jogadores os jogos, promovendo escalações e substituições equivocadas. E isso eu realmente não sabia. Fui descobrir quando ele foi para os jogos decisivos contra o Cruzeiro, na Libertadores, com Alex Mineiro de titular.

A partir dali, percebi que o Grêmio estava mesmo mal de comando, dos gabinetes até o vestiário.

E é assim que vai entrar 2010.

Oremos.

Observação: estou pensando em transformar o boteco numa capela.

domingo, 25 de outubro de 2009

Deu a lógica

O Inter confirmou seu favoritismo. Contra um Grêmio desfalcado de Tcheco e, principalmente, de Jonas e Maxi López, e considerando ainda que o adversário é um notório perdedor em jogos fora de casa neste Campeonato, tudo indicava que o Inter venceria, credenciando-se a brigar pelo título do Brasileiro.

O que ainda sustentava o Grêmio para o embate e dava alento à sua torcida é a velha máxima “Gre-Nal é Gre-Nal”. E vice-versa.

O Grêmio foi bravo. Seus jogadores lutaram até o limite de suas forças, como costumam fazer, com uma ou outra exceção. Se já não tem sido fácil vencer, em especial fora do Olímpico, o que dizer quando aquele jogador que tem salvado o time em inúmeras oportunidades erra.

Se quando até Victor falha, pouca coisa mais resta. O goleiro gremista tem atenuante. A bola desviou numa saliência na risca da pequena área, mas não era um chute forte. Faltou reflexo. O fato é que o gol não chegou a abalar o Grêmio, o que seria perfeitamente aceitável, já que se tratava de um clássico.

Esse Grêmio de Paulo Autuori tem sido assim: calmo e sereno, até nas adversidades.

Com o gol logo no começo, o Inter poderia ter mantido aquele ímpeto inicial sob o comando do meia argentino. Mas nitidamente o time se mostrou satisfeito com a vantagem. O técnico Mário Sérgio posicionou sua equipe mais atrás, preocupado não se sabe exatamente com o quê. Com certeza não poderia ser com Perea, de atuação apática, mostrando que Herrera é quem deveria ter começado.

Ah, havia Douglas Costa. O garoto estava bem, driblava, se movimentava e dava trabalho aos atentos marcadores colorados. Sua saída no intervalo foi surpreendente.

Herrera entrou disposto como sempre, mas não era Douglas Costa quem deveria sair. Talvez Rochemback, de atuação decepcionante.

Mas os técnicos hoje são assim: primeiro é jogar para não perder. Depois, para perder por pouco. Se Autuori não queria levar mais gols, Mário Sérgio temia levar um e colocar em risco uma vitória que se encaminhava tranquila diante de um Grêmio sem a menor ousadia. Deu a lógica.

EM TEMPO

O Inter venceu o Gre-Nal. Jogou um futebol pragmático, buscando os três pontos que o credenciam a seguir na disputa pelo título brasileiro. Mas não foi um futebol convincente. Não é jogando assim, com tamanha penúria ofensiva, que o time será campeão. Ontem, nem a defesa chegou realmente a ser testada.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O clássico dos poltrões

O botequeiro Francisco, parceiro de muitas rodadas, acabou com a minha tese (Lúcio no meio-campo e Colaço na lateral-esquerda) sem dó nem piedade, assim como faz quando vai talhando um pernil de ovelha, enquanto entorna uns goles de Norteña.

O Francisco publicou a relação dos concentrados para o Gre-Nal, pelo Grêmio: "Victor e Grohe, Lúcio e Thiego, Léo, Mário, Rafael e Réver, Adilson, Rochemback, Maylson, Túlio e Willian, Douglas, Renato e Souza, Bérgson, Herrera, Perea e Roberson. Collaço está fora e assim, será Lúcio. Estou sentindo a escalação de Bérgson para que seja o homem grenal e renovar o contrato...".

Bruno Colaço saiu do time titular, foi para o banco e agora nem concentra. Estranho.

Confesso que superestimei o filósofo. Pelo jeito, ele vai mesmo com três volantes. Por momentos pensei que ele fosse um pouco mais ousado. Pode dar certo? Claro. Mas o Grêmio sem seus dois goleadores, Jonas e Maxi, terá muita dificuldade de fazer gol. A saída será mesmo a bola parada (mas sem o Tcheco para lançar?), o cabeceio de Réver.

Então, consciente disso, Autuori vai se fechar para garantir o empate, e quem sabe especular um golzinho mágico. Maylson é uma boa alternativa, assim como William Magrão, que volta depois de longa parada. Se ficar no banco é sinal de que pode jogar, pelo menos parte do jogo.

Sobre Bérgson pouco sei, mas se o Francisco avaliza quem sou para contrariar.

Quem sabe o garoto não começa? Douglas Costa é uma esperança, mas não é um salvador. Até hoje não justificou tanta expectativa em torno dele. Duvido que faça isso num Gre-Nal em que o Inter está melhor arrumado, sem desfalques tão importantes quanto os do Grêmio.

O Inter, que joga em casa, com apoio de 90 por cento da torcida, é o favorito. Seu desfalque é um zagueiro, mas há substitutos de bom nível. Se Mário Sérgio for ponderado, e não inventar, o Inter deve ganhar o jogo. E pode ser até sem muita dificuldade, porque, repito, o Grêmio não terá seus dois goleadores e também o homem da bola parada de qualidade, Tcheco.

Pelos murmúrios que saem do Olímpico e do Beira-Rio, os dois técnicos estão, digamos, borrados. Eles só não querem é perder. O clássico dos poltrões.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A pauta do Boteco e o livro do Chicão

Ontem eu levantei aqui no boteco, além de vários copos de chopp, a possibilidade de que o filósofo do Olímpico escale Lúcio na meia, no lugar de Tcheco, colocando o jovem Bruno Colaço na lateral-esquerda.

Assim, o time jogaria no 4-4-2, esquema favorito do técnico, com dois volantes, dois meias e dois atacantes.

Não sei o que aconteceu, mas hoje a ideia, colocada aqui em primeira mão, foi assunto dos setoristas e de alguns comentaristas.

É o Boteco pautando a mídia.

Para fechar este brevíssimo comentário, anuncio que hoje é o dia de lançamento de mais uma pérola da literatura brasileira, quiçá universal. Te cuida Paulo Coelho. Te cuida Juremir.

O colega Chico Izidro, autor do festejado Era Vidro e se Quebrou, está lançando seu mais novo romance: Olhos Verdes.

Tem até um prefácio meu. Peguei carona no sucesso do amigo. Sou mesmo um sanguessuga, como disse um anônimo frequentador do boteco.

O livro será lançado no Memorial do RS, no antigo prédio dos Correios. Será às 18h, com direito a trago e comidinhas.

Estarei lá para brindar com o Chicão.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O espião colorado e as possíveis surpresas (?) do Gre-Nal

O Inter mandou um espião ao Olímpico. Perda absoluta de tempo. Está certo que as comissões técnicas dos grandes clubes hoje são inchadas - afinal, não são os dirigentes que pagam - e é preciso dar trabalho para esse pessoal.

O sujeito é cinegrafista da equipe. É mais um dos modernismos do futebol. Será que ele entende tanto assim para conseguir passar informações importantes para Mário Sérgio?

Agora, a perda de tempo é porque realmente não vejo nada que Paulo Autuori possa fazer para surpreender no Gre-Nal. Mesmo que tivesse, Autuori não é um sujeito criativo. Ele faz um feijão com arroz simples, sem tempero, e, a meu ver, aguado, sem sabor. Por isso, o treino com portões abertos, de manhã e de tarde. Na parte vespertina, só treino físico.

A segurança do Olímpico nem deu bola quando uma equipe da RBS TV começou a filmar o sujeito nas sociais. Surpreendido, ele ainda pediu para o cinegrafista não alertar os seguranças do Grêmio, com medo de levar um pau. Não adiantou. Ele continuou sendo filmado.

Depois, foi embora tranquilo, sem ser perturbado. Até os seguranças sabem que não havia nada para ser escondido. Então, pode espionar à vontade.

O que poderia fazer Autuori para surpreender seu rival? Fiquei aqui dialogando com meus botões - são meus melhores intercolutores, nunca me contestam - e seguei à seguinte conclusão:

Tcham-tcham-tcham-taam (cortina musical de suspense).

Autuori pode escalar três volantes: Túlio, Adilson e Fabio R. É o mais óbvio, e todo mundo está apostando nisso. Até eu, pelo menos até este momento de profunda reflexão de 45 segundos sobre o assunto.

A surpresa - que estou estragando agora - pode ser Lúcio no lugar de Tcheco. Lúcio já jogou nessa função no próprio Grêmio, tempos atrás. Lúcio, ao lado de Souza, pode dar uma saída de bola rápida.

Na lateral, entra Bruno Colaço, bom marcador. Com isso, fica mantida a estrutura. Resta definir os dois volantes (por mim, Adilson e Fábio R.). Na frente, Douglas Costa e mais um (Peréa e Herrera, ainda sou mais o argentino, mas sem muita convição).

Se Autuori quer mesmo surpreender, pode optar por Robérson ao invés de Douglas Costa, que ficaria para o segundo tempo.

Bem, esse é um problema dele, que ganha quase meio milhão de reais por mês para fazer esse trabalho que por enquanto não vale um tostão furado.

EM TEMPO

E o Inter como jogará: três zagueiros, dois alas (não duvido de Taison aparecendo por ali, mas deve ser Daniel). No meio, Sandro, Guinazu, D'Ale e Giuliano, Na frente, Alecsandro e Taison (Marquinhos).

GOL CONTRA

O diretor de futebol Luiz Onofre Meira não gostou da indicação (sorteio) de Wilson Seneme para apitar o Gre-Nal. Se é fato consumado, não é melhor ficar calado?
Claro, mas...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

FC Ladeira Abaixo e os centroavantes decadentes

Vão gostar de centroavante decadente lá no Futebol Clube Ladeira Abaixo!

Em 2007, o Grêmio encarou uma Libertadores com Tuta de centroavante. Ele fez apenas um gol. O ataque foi uma calamidade: 11 gols em 14 jogos. Foi a pior campanha de um time que chegou à final da Libertadores. Depois, nunca antes (sem querer imitar o Lula) um finalista foi tão humilhado numa Libertadores: 5 a 0 para o Boca nos dois jogos.

E onde estava o Tuta: parado como um poste gordo, mascando chiclé.

Neste ano, veio o glorioso Alex Mineiro, que até enganou alguns (não eu) no Gauchão, onde o Taison deitou e rolou, e de onde o Inter saiu campeão e apontado como grande favorito ao título brasileiro (nesta eu embarquei).

Depois de liquidar com as pretensões do Grêmio contra o Cruzeiro (com a ajuda de quem o escalou, claro), perdendo dois gols que até o Tuta teria feito, ele agora descansa no Atlético PR, que, aqui entre nós, merece.

Pois agora os doutos do futebol gremista (o melhor seria escrever o douto, porque só tem um) querem o gordo Washington, que anda se arrastando na área, sem mobilidade, sem reflexo. Enfim, rumo à aposentadoria.

Esse é o centroavante pretendido pelo sr. Luís Onofre Meira, que de um simples coadjuvante no futebol gremista por sei lá quantas décadas ou anos - ele está lá há tanto tempo que chego a me confundir - hoje dá as cartas sozinho, ao que parece.

Quem enxerga um pouquinho de futebol e não se deixa influenciar pela conversa de empresário não poderia sequer pensar nesse centroavante, que realmente já foi um grande goleador, mas hoje já não tem condições de jogar num clube de ponta. E o Grêmio ainda é um clube de ponta, ou não?

E mais, se Marcelinho Paraíba não veio porque foi considerado 'velho', pior ainda o Washington. Compare o futebol que os dois estão jogando. O São Paulo, onde tem gente que conhece futebol, já anuncia interesse no Marcelinho e abre mão do Washington. Por que será?

Outro que não pode vir, porque não consegue ser titular no SP, é o Hugo. Há informações de que estaria também nos planos do Grêmio. Hugo é o tipo de jogador que deixa o time na mão na hora H.

Para concluir, desconfio de uma cláusula no contrato de Tcheco estabelecendo que o clube não pode contratar nenhum jogador capaz de disputar posição com ele, ao menos neste ano de 2009.

Ah, é sério que o Grêmio vai renovar contrato com Tcheco?

Essas coisas para 2010 não deveriam ser feitas por quem vai continuar no comando do futebol gremista?

Até aonde eu sei, Meira não continua. Já prestou relevantes serviços. É hora de dar lugar para outro, ou ao menos ceder a titularidade.

domingo, 18 de outubro de 2009

Sorte e competência

Sorte e competência A sorte e competência que sobraram ao Grêmio no Olímpico faltaram ao Inter no Maracanã. Pela terceira rodada seguida no Brasileirão, a maioria dos resultados da ponta de cima da tabela foi favorável ao Inter, que ontem acabou cedendo empate ao lanterna nos minutos finais.

Com isso, deixou escapar a luminosa oportunidade de assumir a vice-liderança e dar um bafo na nuca do líder Palmeiras, que voltou a perder. Já o Grêmio mostrou que jogando em casa, mesmo quando a torcida nem é tão numerosa, como ontem, parece abençoado pelos deuses do futebol, expressão que o colega Milton Jung consagrou ao microfone da Rádio Guaíba.

Senão, como explicar o gol de Perea no finalzinho de um primeiro tempo de futebol apático da equipe? Um drible e um chute forte, cruzado, quase sem ângulo. Foi tudo o que Perea fez no jogo. Foi até muito diante do que ele e o time apresentavam. Mas seria insuficiente se Victor não tivesse erguido uma muralha em sua goleira, constantemente assediada por Marcelinho Paraíba e seus companheiros, que desfilaram diante de uma defesa que mais uma vez foi passiva e vulnerável.

Aos 32 minutos do segundo tempo, depois de salvar o time mais uma vez, o goleiro Victor virou-se para perguntar quanto tempo ainda faltava para o jogo terminar, conforme registrou o repórter Flávio Dal Pizzol. Era grande o sufoco do Coritiba, que desde os 10 minutos tinha um jogador a menos em campo. O gol de Souza, após jogada de Maxi López, foi providencial e garantiu os três pontos.

Agora, o preocupante é que o Grêmio aos poucos está trazendo para o Olímpico o futebol que acumula fracassos fora de casa. Ontem, Tcheco, jogador que admiro pela inteligência para jogar futebol, foi decepcionante. Chegou a trotar em campo em vários momentos, enquanto Marcelinho Paraíba, de idade equivalente, parecia um guri, esbanjando técnica e vitalidade.

E pensar que a diretoria do Grêmio – afinal, quem dá a última palavra? – desprezou o meia do Coritiba, um dos destaques do Brasileiro, muito em função de sua idade, 34 anos (Tcheco tem 33).

DIZEM POR AÍ...

... que Leonardo Gaciba, ao se indicado pelo Luis Meira para o Gre-Nal, perdeu qualquer possibilidade de apitar no clássico.

EM TEMPO

Inter favorito para vencer o Gre-Nal.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Maradona e a Fifa

A Fifa quer punir Maradona por ofensas feitas aos jornalistas argentinos durante a entrevista coletiva depois do jogo em que a Argentina se classificou para o Mundial.
Entre outras coisas, ele mandou os jornalistas hermanos chuparem. Até uma camisa já foi lançada com um trecho da frase de Maradona.

Não resta dúvida que a Argentina garantiu a vaga apesar de Maradona, que não deve seguir no comando da seleção.

Se ele sair agora, ainda sai por cima, classificado, e pode preservar o que ainda resta do mito Maradona (tem até uma igreja lá, a Igreja Maradoniana, coisa de fazer inveja ao Pelé, que poderia ter a Igreja Peleniana).

Agora vem o tal do Blatter. Ele se considera mais poderoso que o Obama e até mais que 'o cara' (de pau) Lula, hoje o presidente mais importante do planeta, segundo ele próprio em meio aos seus delírios de megalomania infinita.

Pois o Blatter quer punir Maradona com cinco jogos de suspensão. Se isso ocorrer vai ser um escândalo. O poder da Fifa deve ser restrito ao jogo de futebol em si, nunca alcançar uma entrevista coletiva.

Se Maradona ainda tivesse ofendido um dirigente da Fifa, alguém da arbitragem, ou algo assim, tudo bem. Ele falou genericamente, irritado com as críticas anteriores aos jogos decisivos da Argentina.

E ainda foi gentil ao pedir desculpas às mulheres presentes antes de vomitar sua ira sobre os colegas argentinos, que, aqui entre nós, são umas malas. Não que sejamos melhores...

EM TEMPO

Brasil sub-20 conseguiu perder para Gana na final. Ficou mais de meio jogo com um jogador a mais e não marcou um golzinho sequer. Depois, nos pênaltis um fiasco. Três perdidos. Os 'gaúchos' Giuliano, Alan Kardec e Douglas Costas acertaram suas cobranças.

NOS ACRESCIMOS

Já que o Blatter gosta de meter seu nariz suiço em tudo, poderia apurar o escandalo na segunda divisão do Maranhão. Um time aplicou 11 a 0 no outro, sendo que nove gols foram em nove minutos. E com a TV cobrindo. Está tudo nos sites.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Maradona, Dunga, Autuori e Mário Sérgio

Alguém aí contrataria Maradona para treinar Grêmio ou Inter? Não, eu imagino. A não ser alguém que priorizasse o marketing, a repercussão que isso teria. Em campo, os resultados provavelmente seriam pífios (esta palavrinha está na moda aqui no RS).

E o Dunga? Hummmm.

Uma coisa é treinar a Seleção Brasileira, onde abundam (sem nenhuma outra intenção) os jogadores de talento, outra é treinar uma equipe de clube.

Em princípio, não seria contra o Dunga no Olímpico. Ele sabe administrar egos, o que é uma das principais qualidades de um técnico vitorioso. Caso contrário, não sobreviveria tanto na Seleção. Mas acho que ainda falta mostrar mais conhecimento tático, estratégico.

Agora, com certeza não contrataria um Paulo Autuori. Li numa coluna de jornal hoje que existe preconceito contra Autuori. Se conhecer o trabalho de um técnico vencedor ou não, e não gostar de seu estilo é preconceito, então eu me enquadro, porque nunca gostei do estilo do Autuori. O seu distanciamento, a sua frieza, beirando à indiferença sobre o que acontece em campo.

A frase dele (‘Se é o Paulo que incomoda, então tire-se o Paulo’) mostra essa indiferença, quase apatia, um tanto-faz-tanto-fez que incomoda, principalmente vinda de um profissional renomado e com alta remuneração.

Eu gosto de técnico que joga com o time, com vibração, com energia. Não precisa gritar, xingar, apenas mostrar que está ali, presente, preocupado, atuante.

Mas é claro que precisa ser competente. No perfil acima existem muitos que se encaixam, mas poucos são realmente capazes. Exemplos de vencedores: Felipão e Muricy. Depois vem um segundo pelotão, com Mano, Adilson, Luxemburgo (sim, ele caiu muito depois que perdeu o foco profissional).

Então, muito antes de o Grêmio sonhar com Autuori, eu já tinha restrições a ele. E manifestei isso aqui no boteco entre um chopp e outro. É claro que ele poderia vir aqui e mostrar tantas outras qualidades que o seu estilo pacato ficaria em segundo plano. Mas não é isso que está acontecendo depois de cinco meses de trabalho.

E o Mário Sérgio? É um técnico dentro do estilo que me agrada, mas não tem conseguido bons resultados em sua carreira. Ele até conseguiu fazer alguns trabalhos bons, mas nenhum duradouro. É possível que ele desminta sua trajetória e consiga mostrar no Inter que pode entrar na galeria dos técnicos vitoriosos.

Particularmente, acho difícil.

Autuori e Mário Sérgio são o que são, com suas qualidades e seus defeitos. Às vezes acertam, às vezes erram. Para ser um vencedor é preciso somar mais acertos, e isso vale tanto para o “futebol como para a vida”, como diria o filósofo do Olímpico.

EM TEMPO

Gostei da classificação dos argentinos. Pena que o Uruguai também não entrou direto na Copa do Mundo.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Refém do treinador

O técnico Paulo Autuori disse hoje, na coletiva à imprensa, que não faz média com ninguém, e que se o problema é ele a solução é fácil, que ele não criará dificuldade para um rompimento. É claro que esse acerto sairia com uma gorda indenização.

Eu me pergunto, contratar um treinador, qualquer treinador, por dois anos, com salário incompatível com a realidade financeira de um clube, não caracteriza gestão temerária, não é algo passível de uma ação do Conselho Deliberativo, do Conselho Fiscal?

No caso, a direção do Grêmio, que sustenta fazer esforços descomunais para montar uma equipe com alguma capacidade competitiva, não deveria ser interpelada, questionada?

Como ela explica a contratação de um técnico com remuneração tão elevada (algo em torno de 400 mil reais, conforme se diz extra-oficialmente)?

Nem entro na questão técnica de esperar 40 dias por esse treinador, prejudicando o time em plena Libertadores.

A propósito, o sr. André Krieger, que levou adiante e, pelo que sei, é o pai dessa contratação, não deveria ter interpelado, instado a dar explicações ao Conselho?
Não, claro que não, fica tudo como está.

Os dirigentes de futebol fazem nos clubes o que não ousam repetir em suas atividades profissionais ou na vida pessoal. Se tivessem que prestar contas de seus atos, de seus desmandos com o dinheiro alheio, o dinheiro do torcedor, por certo pensariam muito antes de pagar o que pagam para determinados profissionais.

A atual direção do Grêmio apenas repete erros cometidos por inúmeras outras gestões, inclusive em todos os outros clubes, uns mais outros menos.

Enquanto continuar assim, os dirigentes fazendo o que lhes dá na cabeça, acontece esse tipo de coisa: o clube refém de um treinador.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Uma TV nova

A rodada mais uma vez 'sorriu' para o Inter. Se tivesse vencido, estaria a quatro pontos do lider Palmeiras, no segundo lugar. O Atlético Mineiro, que poderia ultrapassar o Inter perdeu. Dos integrantes do G-4, só o colorado pontuou.

Já o Grêmio segue colecionando resultados negativos fora de casa. Dos times que ocupam hoje a faixa da Copa Sul-americana, o Grêmio foi o único que não pontuou. Isso significa que marcou passo enquanto outros avançaram. Se continuar vacilando, vai cair fora da Sul-Americana e ingressar no limbo.

CARTA DO LEITOR
Recebi a seguinte 'missiva' eletrônica do leitor do CP, Gilsonmar Martins:

"Sobre a relação do Autuori com os dirigentes do Grêmio, assunto da sua coluna do dia 12 de outubro, eu faço a seguinte analogia:
Há alguns anos, uma TV de 29 polegadas era o top line em matéria de televisores no Brasil. Imagina um sujeito de classe média baixa que sonhava em ter uma TV dessas, mas não cabia no seu orçamento.
Passaram os anos, surgiram outras TVs, com tela de LCD, plasma etc; as velhas TVs de 29 polegadas continuaram a ser vendidas, afinal os fabricantes precisam livrar-se do estoque. Porém, essas geringonças baratearam, e o sujeito finalmente consegue comprar a sonhada TV. Livra-se da sua TV antiga mesmo antes de receber a nova, espera ansioso, e, quando finalmente a TV dos sonhos chega, que decepção: não cabe na estante, a imagem não é muito boa, não é adequada para ser assistida de perto, é um elefante branco. Mas o sujeito, que sonhou tanto tempo, não quer admitir que se enganou, por isso vai ficando com o trambolho, procura encontrar algo de positivo, enfim vai levando...
Como essa estória termina? Não sei, ainda não terminou, mas espero que seja logo, afinal sou gremista".

domingo, 11 de outubro de 2009

Ah, os treinadores...

Os treinadores de futebol muitas vezes mais atrapalham do que ajudam. Foi o que se viu na rodada deste sábado.

Mário Sérgio se atrapalhou, treinou um time, escalou outro, com esquema diferente do que havia sido ensaiado.

Paulo Autuori escalou três volantes e mesmo assim Ronaldo ficou livre para detonar no primeiro tempo, mostrando que depois de quase cinco meses o Grêmio segue sem conjunto, sem dinâmica de jogo.

Autuori reconheceu que é culpa sua os últimos resultados. Ao mesmo tempo, lamentou os gols perdidos pelo seu ataque. Quer dizer, reconhece culpa e ao mesmo tempo diz que o time poderia ter obtido resultado melhor se fizesse os gols nas oportunidades que surgiram. Então, é um reconhecimento de culpa falso. Parece dizer: 'ó, o time que eu armei chegou, mas não marcou, que culpa tenho eu'?

A culpa de Autuori nem está tanto nesse jogo, vitória do Corinthians por 2 a 1, mas no conjunto de sua obra. Uma vitória fora de casa em todo o campeonato, contra o Náutico.

Aí, vem o Sr. Meira dizer que o time gremista não tem qualidade. Com isso, ele absolve o técnico que ele contratou com o grande André Krieger, comprometendo as finanças do clube, e ao mesmo tempo assume que não soube contratar, porque o time que ele herdou da gestão anterior foi vice campeão brasileiro.

Neste domingo de sol e calor, prenúncio de temporal, como o que se abateu sobre Buenos Aires ontem durante a epopéia Argentina diante do Peru (2 a 1 com muito drama), ouço comentaristas antes tão críticos absolvendo os dois treinadores, aderindo à tese de que os times é que são fracos.

Com Tite de treinador, o Inter tinha um time e grupo poderosos. Com Mário Sérgio, falta qualidade.

É comovedor esse esforço de absolver treinadores.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um copo de Cerveja ou suco de Ri-do-rato?

Uma das coisas boas da vida é que a gente sempre acha que já viu, mas descobre a cada instante que ainda muito o que ver.

Por exemplo, técnico faltar a treino eu ainda não tinha visto. Pelo menos em clube grande. Essa do Mário Sérgio deixar o pessoal esperando de manhã e depois transferir o treino para a tarde entra para a história. Até agora ninguém sabe o que realmente aconteceu.

Agora, um texto impecável do Arnaldo Jabor. Transcrevo na íntegra porque reflete o que eu penso, o meu desânimo, o meu desencanto. Champanhe ou cianureto. No meu caso seria um copo de cerveja ou suco de Ri-do-rato?

É um texto longo, mas vale a pena:


Devo pedir champanhe ou cianureto?
ARNALDO JABOR
a.j.producao@uol.com.br

O grande Cole Porter tem uma letra de música que diz: "Questões conflitantes rondam minha cabeça/devo pedir cianureto ou champanha?"
Sinto-me assim, como articulista. Para que escrever? Nada adianta nada. Ando em crise, como vejo nos desenhos do excepcional Angeli, gênio da HQ. E como meu trabalho é ver o mal do mundo, um dia a depressão bate. Não aguento mais ver a cara do Lula de boné, dançando xaxado pelo pré-sal; não aguento mais ver o Sarney mandando no país, transformando-nos num grande "Maranhão", com o PT no bolso do jaquetão de teflon, enquanto comunistas, tucanistas e fascistas discutem para ver quem é mais de "esquerda" ou de "direita", com o Estado loteado entre pelegos sem emprego e um governo regressista nos jogando de marcha a ré para os anos 40; não dá mais para ouvir quantos campos de futebol foram destruídos por mês na Amazônia, quando ninguém jamais consegue impedir as queimadas na região, enquanto ecochatos correm nus na Europa, fazendo ridículos protestos contra o efeito estufa; passo mal quando vejo a cara dos oportunistas do MST, com a bênção da Pastoral da Terra, liderando pobres diabos para a "revolução" contra o capitalismo; não aguento secretários de Segurança falando em "forças-tarefas" diante de presídios que nem conseguem bloquear celulares; não suporto a polêmica nacionalismo pelego X liberalismo tucano de hímen complacente; tenho enjoo com vagabundos inúteis falando em "utopias", bispos dizendo bobagens sobre economia, acadêmicos rancorosos decepcionados, mas secretamente apaixonados pela velha esquerda.
Tremo ao ver a República tratada no passado, nostalgias de tortura, indenizações para moleques, heranças malditas, ossadas do Araguaia e nenhuma reforma no Estado paralítico e patrimonialista; não tolero mais a falta de imaginação ideológica dos homens de bem, comparada com a imaginação dos canalhas, o que nos leva à retórica de impossibilidades como nosso destino fatal, e vejo que a única coisa que acontece é que não acontece nada, apesar dos bilhões em propaganda para acharmos que algo acontece.
Não aturo essa dúvida ridícula que assola a reflexão política: paralisia X voluntarismo, processo X solução, continuidade X ruptura; deprimo quando vejo a militância dos ignorantes, a burrice com fome de sentido, tenho engulhos ao ver a mísera liberdade como produto de mercado, êxtases volúveis de "clubbers" e punks de butique, descolados dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, buscando ideais como a bunda perfeita, bundas ambiciosas, querendo subir na vida, bundas com vida própria, mais importantes que suas donas; odeio recordes sexuais, próteses de silicone, pênis voadores, sucesso sem trabalho, a troca do mérito pela fama; não suporto mais anúncio de cerveja com louras burras, detesto bingo, "pitbulls", balas perdidas, suspense sobre espetáculo de crescimento que só acontece na mídia; abomino mulheres divididas entre a piranhagem e a peruice. Onde está a delicadeza do erotismo clássico, a poética do êxtase?
Repugnam-me os sorrisos luminosos de celebridades bregas, passos-de-ganso de manequim, notícias sobre quem come quem; horroriza-me sermos um bando de patetas de consumo, crianças brincando num shopping, enquanto os homens-bomba explodem no oriente e ocidente, enquanto desovam cadáveres na faixa de Gaza e em Ramos, com ônibus em fogo no Jacarezinho e Heliópolis, museus superfaturados evocando retorcidos bombardeios em vez de hospitais e escolas, espaços culturais sem arte alguma para botar dentro, a não ser sinistras instalações com sangue de porco ou latinhas de cocô de artistas picaretas vestidos de "contemporâneos".
Não aguento chuvas em São Paulo e desabamentos no Rio, enquanto a Igreja Universal constrói templos de mármore com dinheiro arrancado dos pobres, e Sonia Hernandez, a perua de Cristo do Renascer, reza de mãos dadas com Dilma Rousseff de olhos fechados, orando pelos ideais de Zé Dirceu.
Enquanto isso, formigueiros de fiéis bárbaros no Islã recitam o Corão com os rabos para cima antes de pilotar caminhões-bomba, xiitas sangrando, sunitas chorando, tudo no tão mal começado século XXI; não aguento ver que a pior violência é nosso convívio cético com a violência, o mal banalizado e o bem como um charme burguês; não quero mais ouvir falar de "globalização", enquanto meninos miseráveis fazem malabarismo nos sinais de trânsito, cariocas de porre falando de política e paulistas de porre falando de mercado, festas de celebridades com cascata de camarão, matéria paga com casais em bodas de prata.
Lula com outro boné, políticos se defendendo de roubalheira, falando em "honra ilibada", "conselho de ética arquivado", suplentes cabeludos e suplentes carecas ocultando os crimes, anúncios de celulares que fazem de tudo, até "boquete"; dá-me repulsa ver mulheres-bomba tirando foto com os filhinhos antes de explodir e subir aos céus dos imbecis; odeio o prazer suicida com que falamos sem agir sobre o derretimento das calotas polares, polêmicas sobre casamento gay, racismo pedindo leis contra o racismo; odeio a pedofilia perdoada na Igreja, vomito ao ver aquele rato do Irã falando que não houve Holocausto, sorrindo ao lado do Chávez, cercados pelas caras barbudas de boçal sabedoria de aiatolás; repugnam-me as bochechas da presidente Cristina Kirchner destruindo a Argentina, Maluf negando nossa existência, Pimenta das Neves rebolando em cima dos buracos do Código Penal; confrange-me o papa rezando contra a violência com seus olhinhos violentos; não suporto cúpulas do G-20 lamentando a miséria para nada; tenho medo de tudo, inclusive da minha renitente depressão; estou de saco cheio de mim mesmo, dessa minha esperançazinha démodé e iluminista de articulista do "bem", impotente diante do cinismo vencedor de criminosos políticos. Daí, faço minha a dúvida de Cole Porter: devo pedir ao garçom uma pílula de cianureto ou uma "flûte" de champanhe rosé?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Grêmio B, cópia do Grêmio A

A tarde era bonita, e até quente ao sol. Mas nas sociais do Grêmio, franqueadas ao público, onde me sentei quando Grêmio B e Porto Alegre entravam em campo, estava frio. O sol atingia só o campo e o lado oposto do Olímpico. Nas sociais, havia sombra e um ventinho gelado.

No começo do segundo tempo, ali pelos 15 minutos, fui embora, afugentado pelo futebol ruim e pelo frio. Ainda tive tempo de ver o gol de empate do Porto Alegre.
Levei a ficha técnica enviada pelo meu sócio aqui no boteco, o Francisco, que acompanha a base gremista como poucos. Assim, pude analisar jogador por jogador.

Objetivamente: em linhas gerais não gostei do que vi.

O goleiro Busato me pareceu seguro.

Os laterais Sérgio (D) e Marçal (E) razoáveis. Apenas bons marcadores.

A zaga é boa. Spessato e Piccoli. Ambos têm futuro. Spessato vai mais ao ataque, e se não me engano participou do gol, dando o passe para Ricardo marcar.

Os volantes Matheus Magro e Bruno Renan, ambos com 18 anos, foram os melhores do time. Bruno Renan já poderia figurar no time titular, no banco por enquanto.
Matheus precisa ganhar corpo, é muito magrinho. Mas, tem tudo para ser um grande jogador.

Os dois meias foram Fernando Martins, que é volante na real, e Pessali. Não gostei de nenhum deles. Pessali é apontado no Olímpico como grande promessa. Acho que não deslancha. Já Fernando, jogando como volante, talvez tenha futuro. Como meia, não. Ele também é considerado um dos melhores do time.

Na frente, Ricardo e Roberson. Gostei mais do Roberson. Agora, sem entusiasmo. O Ricardo, em quem eu apostava tanto, é bom, mas não jogou o suficiente para ser aproveitado no time de cima. Talvez com jogadores melhores e mais experientes ao lado, ele renda mais.

É preciso considerar, claro, a força do adversário. O time do Porto Alegre é formado por jogadores mais encorpados, em média, um time mais forte fisicamente.

Saí antes e não vi o segundo gol do Porto Alegre, que venceu por 2 a 1.

O que mais me deixou preocupado foi o modo apático, quase displicente, do Grêmio, comandado pelo Marcelo Rospide. Cópia do tipo de jogo, de postura, do time titular. Não vi pegada, atitude, vontade de vencer. Vi jogadores trotando em campo. Os dois atacantes poderiam se espelhar no Maxi, ao menos na disposição.

Preocupante.

Efeito Autuori? Se for, a passagem desse treinador por aqui começa a se tornar nefasta. Que prejudique o presente, mas não comprometa o futuro.

A minha amostragem é pequena para tirar conclusões definitivas, é óbvio, mas que fiquei preocupado, fiquei.

D'Ale, candidato ao Troféu Cupim 2009

‘Bem, o Inter vai somar três pontos. Pode até que seja com dificuldade, porque não tem galinha morta no Brasileiro. O Náutico vem com vários reservas. Mas será que existe diferença relevante entre os titulares e os reservas de um lanterna?’.

Foi o que escrevi antes do jogo no Beira-Rio. O misto do lanterna do campeonato complicou o jogo. Li num jornal que o Inter venceu sem ‘sobressaltos’. O Náutico deu susto até o último minuto e só não empatou aos 44 porque Lauro salvou. Depois, veio o gol do D’Ale.

O D’Ale é um capítulo à parte. O que jogou esse argentino! O futebol que escondeu, omitiu nos últimos tempos com o Tite no comandou apareceu assim, de repente, como num passe de mágica.

Não quero ser precipitado, nem injusto com o jogador, mas tudo indica que temos aí um caso clássico de mau-caratismo explícito.

Não acredito que ele tenha jogado o que jogou porque estava mais motivado, queria mostrar serviço ao novo treinador.

D’Alessandro e Adriano, que fez toda aquela história para ficar livre da Inter e acabou de graça no Flamengo, disputam o prêmio Cupim 2009, porque vão ter cara de pau assim lá no Palácio Piratini, onde se mobilia a residência particular com dinheiro público; ou no Palácio do Planalto, onde o presidente proclama que não vai ter falcatrua com o dinheiro dos Jogos de 2016 porque o ‘povo vai fiscalizar’.

Assim, de improviso, o Boteco do Ilgo acaba de lançar o Troféu Cupim 2009. O vencedor ganhar um galão de Jimo Cupim. O prêmio vai para vários setores. Aceito sugestões.

Na política, Lula e Yeda estão pau a pau na briga pelo Cupim 2009.

Já o Paulo Autuori está disparado para levar o Cupim 2009 de treinador.

Nem vou comentar o empate com o Atlético PR, que até não foi mau resultado, mas que mantém o time cada vez mais distante do grupo da Libertadores, sinalizando que 2009 para o Grêmio terminou há muito tempo, sem mesmo ter começado.

ATENÇÃO - O Francisco informou que o Grêmio B joga hoje no Olímpico. Então, lá estarei.
Em breve, meu relato sobre os jogadores que podem ou não ser aproveitados. Modéstia à parte, tenho olho clínico.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Uma rodada risonha, ou carrancuda?

Se uma rodada pudesse sorrir, como o cachorro que “sorriu latindo” na canção do Roberto Carlos, eu diria que a rodada sorri para o Inter.

Mário Sérgio estreia pegando uma barbadinha, uma teta como se diz na colônia. Um mumu como se dizia nos anos 70, quando foi lançado o doce de leite com essa marca. Era o tempo das calças boca-de-sino. Confesso, eu tive uma, que mandei fazer numa costureira em Lajeado.

Bem, confidências à parte, volto ao que interessa. O Inter deve passar fácil pelo Náutico. Digo deve, porque é a tendência. É claro que o Inter não é mais tão confiável, ou nada confiável, ainda mais que joga meio desfigurado e com algumas apostas do treinador, como o Élton e o Marinho.

Está aí algo que o filósofo Paulo Autuori, entre uma frase profunda como lâmina dágua na calçada e outra, poderia imitar. Pegar quem está se destacando no Grêmio B para testar.

Se num jogo teoricamente fácil como esse não se faz experiência, quando então?

Bem, o Inter vai somar três pontos. Pode até que seja com dificuldade, porque não tem galinha morta no Brasileiro. O Náutico vem com vários reservas. Mas será que existe diferença relevante entre os titulares e os reservas de um lanterna?

Vencendo, o Inter vai para 47 pontos, ao lado do Atlético do ‘indesejado’. E passa do Goiás. Os dois jogam amanhã, e jogam fora de casa. Portanto, podem empacar como burro velho.

Assim, há boa possibilidade de o Inter terminar em terceiro lugar, encostado no SP, que tem jogo difícil contra o Coritiba.

Vejam como são as coisas: se Tite continuasse teria esse quadro risonho também.

Depois, o Inter pega o Atlético PR em casa. Tem tudo para crescer de novo na competição.

Já o Grêmio vai pelo lado oposto. O jogo na Arena é de alto risco. Se Autuori conseguir fechar mais a equipe, o Grêmio até pode garantir um empate. Mas meu palpite, pelo que tenho visto do time, indica mais uma derrota do tricolor.

Mas, como dizia outro filósofo, o Dino Sani, o ‘futebol é uma caixinha de surpresa’.

Por isso, até uma rodada que se aproxima risonha pode ficar carrancuda.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mário Sérgio, a surpresa

Sai Tite entra Mário Sérgio.

Se eu fosse Tite, jamais perdoaria o seu 'colega' Dunga (aliás, ele fez referência indireta ao técnico da Seleção, ontem, em sua despedia), que convocou Nilmar às vésperas do primeiro jogo contra o Corinthians, pela Copa do Brasil. Quer dizer, Nilmar ficou fora também do jogo contra o Coritiba. Foi um sufoco. O Inter perdeu e por detalhes não foi eliminado mais cedo.

Com Nilmar na equipe em São Paulo, as chances do título colorado aumentariam muito. Ali começou a derrocada de Tite, porque logo em seguida Nilmar foi embora e começaram a aparecer problemas de vestiário.

Bem, agora é com o Mário Sérgio. Foi um grande jogador de futebol. Teve um início promissor como técnico nos anos 90. Depois, sua trajetória foi irregular, com altos e baixos. Uma passagem muito boa como comentarista de TV. Foi um dos melhores que já vi, contundente na crítica, demonstrando muito conhecimento.

Por aqui, teve uma experiência como dirigente de futebol remunerado do Grêmio. Não foi bem e acabou deixando o clube. Foi quando entrou Mano Menezes, que conseguiu trazer o time de volta à primeira divisão.

Nas enquetes de rádio, há uma forte rejeição dos colorados a Mário Sérgio. Puro preconceito.

Futebol ele conhece. O mesmo em relação ao Inter. Ele tem amigos em Porto Alegre e, portanto, recebe informações sobre o time, seus jogadores, seus problemas.
Para um mandato tampão, onze jogos pelo Brasileirão, não havia mesmo outros nomes melhores.

Hoje mais maduro, mais experiente, Mário Sérgio tem condições de aproveitar essa grande oportunidade que o Inter lhe proporciona para dar uma guinada em sua carreira de técnico.

Luxa vem aí?

Caros botequeiros, o Tite está mesmo sendo demitido. quando lerem estas linhas é possível que o Inter tenha outro treinador.

Há rumores de que seria o Luxemburgo.

Se for, cabe a pergunta: o Inter está trazendo o treinador, o candidato a senador por Tocantins (artifício de político vigário mudar o domicilio eleitor, coisa de Sarney fez muito tempo atrás), ou o homem de negócios, negócios com aspas e sem aspas)?

Se for só o técnico, o que é impossível, o Luxa é tudo isso que citei acima e mais um pouco, pode ser que o time reverta a tendência de queda. Ele tem carisma e conhece. É um medalhão que pode colocar ordem no vestiário.

Mas o Luxa é também um problema, por tudo o que representa. No curto prazo, talvez seja mesmo a melhor solução para o Inter.

domingo, 4 de outubro de 2009

Autuori e seu currículo

POR FALTA DE TEMPO PUBLICO AQUI PARTE DA COLUNA QUE SAI NESTA SEGUNDA FEIRA NO NOVO CADERNO DE ESPORTES DO CP.

Se tradição e camisa não ganham jogo, currículo muito menos. O treinador Paulo Autuori precisa mostra na prática que é muito mais do que um currículo vencedor, no qual reluzem um título Mundial de clubes, duas Libertadores e um Campeonato Brasileiro.

O resultado de seu trabalho até aqui, em quase cinco meses, é de um técnico comum, como qualquer outro, que faria a mesma coisa - se não melhor - por uma remuneração muito inferior. Autuori não está honrando seu prestígio, o seu currículo.

No jogo de ontem, ele foi infeliz nas substituições. Jogo empatado por 3 a 3 - resultado por si só inaceitável para um clube que ambiciona uma vaga na Libertadores diante de um adversário que luta para não cair - , entram na equipe Túlio (mais para bater o ponto), o instável William Thiego e o Lúcio, que ainda não justificou seu retorno ao Grêmio.

Mas por que não colocar mais um atacante? Mário Fernandes pediu para sair? Que entre o Herrera, que o próprio Autuori coloca para fazer jogadas pela direita. Nunca o Thiego, ao menos em tais circunstâncias.

Ah, colocar atacantes para atacar seria óbvio demais. É preciso mostrar “criatividade”, como trocar um volante por outro, Adílson por Túlio. É claro que a torcida gremista, até pouco tempo fascinada pela bagagem cintilante do técnico, vaiou. E vaiou forte, com total razão, principalmente a entrada de Thiego. Autuori foi chamado de “burro”, um exagero, porque de burro ele não tem nada.

O fato é que aquele era momento, faltando uns 15 minutos para terminar o jogo, sair para o abafa, pressionar, porque o time estava perdendo dois pontos preciosos em casa.

Fosse o Celso Roth a fazer essas alterações, o estádio Olímpico viria abaixo para alegria dos que defendem sua demolição. Agora, o mais grave é que a cada jogo, gradativamente, o Grêmio vai perdendo sua personalidade de equipe vencedora, guerreira, que não se entrega.

Ontem, faltou ao time e ao seu técnico, aquilo que sempre sobrou no Grêmio: capacidade de indignação.

Gracias a la vida, gracias Mercedes

O domingo amanheceu cinzento, gris, triste, apesar do sol lá fora.

Morreu Mercedes Sosa. Sei que muita gente não sabe quem foi (é e continuará sendo) uma das maiores intérpretes da música regional latino-americana, e a mais famosa artista argentina depois de Carlos Gardel.

Quase ninguém sabe, também, que ela é um dos inúmeros projetos que tive e não deu certo. Lá pelos anos 70, fã da Mercedes, cantava suas músicas (ainda guardo os vinil), enquanto tentava aprender violão, outro de meus projetos fracassados.

Trabalhava num banco e estudava na Fabico. Inventei de dar uma de promotor de eventos e trazer Mercedes para cantar em Porto Alegre. Era um período complicado, ditadura na Argentina. Ela era perseguida, contrária ao regime. É claro que não podia dar certo.

Muito tempo depois, diretor da Rádio da Universidade, encasquetei de localizar o Geraldo Vandré (pra não dizer que não falei de flores) e trazê-lo para um show comemorativo ao aniversário da emissora. Ele nunca mais se apresentou depois de algum ano qualquer do início da década de 70. Também não consegui.

A voz de Mercedes ecoa no meu apartamento neste domingo ensolarado com cara de velório.

O mundo ficou mais pobre.

Gracias a La vida. Gracias, Mercedes.

EM TEMPO

Confiram e/ou descubram Mercedes no You tube. Ali ela continua viva.

sábado, 3 de outubro de 2009

Malandragem do Muricy e minhas sucessivas derrotas

É malandro esse Muricy. É, talvez, o melhor treinador em atividade no país, hoje. Mas aliado ao conhecimento, esperteza, malandragem. Dias desses, quando seu time foi beneficiado escandalosamente pela arbitragem, ele comentou que isso é do jogo, que acontece com todos os clubes.

Se fosse erro contra ele, gritaria, xingaria, enfim, aquele choro tradicional de quem perde. A favor, tudo bem, faz parte do jogo.

O Palmeiras, já escrevi, será o campeão brasileiro de 2009. Vai ganhar no jogo, porque tem o melhor time, e no apito, quando a coisa complicar muito.

Foi assim no ano passado, quando na reta final o SP (curiosamente, do mesmo Muricy) foi beneficiado em inúmeros jogos. Ah, como diz o raposão Muricy, coisas do fuTEbol, como ele gosta de dizer, destacando o TE.

Agora, na véspera do jogo contra o Santos, com o SP no cangote, o Muricy se antecipa como um zagueiro ligeiro na jogada com o atacante lento, o Tuta por exemplo, e diz que está em desvantagem no duelo com outra velha raposa, o Luxemburgo.

- É claro que o Vanderlei ganha uma ajuda por conhecer o pessoal daqui, ele tem mais informações para trabalhar – disse o Muricy, como se ele não conhecesse o Santos de cor e salteado.

Se perder, o que acho muito difícil, Muricy já tem uma desculpa, esfarrapada, mas um desculpa. É, coisas do fuTEbol.

A rodada aponta um jogo de alto risco para o Inter. Acho que o empate contra o Coritiba, lá, é um bom resultado.

Já o Grêmio tem uma barbadinha. Pega o Sport, no Olímpico, onde o gatinho romrom dos jogos fora se transforma num temível leão esfomeado.

Agora, por via das dúvidas, vou apostar na zebra, que está pagando mais. Claro, também no favorito.

Mas tem aquela velha história: assim como um dia o Grêmio venceria fora neste Brasileiro (o pobre do Náutico é a única vítima), também um dia irá perder em casa. Não deve ser neste domingo, por supuesto.

EM TEMPO

Sequei e continuo secando a Copa do Mundo no Brasil, acho que já perdi.

Sequei as Olimpíadas no Rio, perdi feio (ao menos estou com a maioria no RS).

Seco a Arena no banhadão. Pelo andar da carroça, acho que vou perder também.

Sou mesmo um perdedor.

Alguém já disse: Ilgo, se tu não quer uma coisa, torce a favor.

Tem lógica. Começo já:

Humaitá, Humaitá, Humaitá.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A hora de Tite

O técnico nunca foi completamente aceito pelos colorados. É um direito deles como torcedores. Diferente, por exemplo, da relação dos gremistas com Paulo Autuori, algo quase reverencial.

As poucas vaias que Autuori ouviu no Olímpico quase vieram acompanhadas de um pedido de desculpas.

É verdade que os resultados no Olímpico contribuem, porque são vitórias e algumas goleadas. Mesmo assim, em alguns jogos o técnico comete alguns desatinos, que no início eram aceitos pela torcida. Agora, não mais.

Veremos qual será a reação da massa que tem levado o time dentro de casa na hora ruim, na hora da derrota no Olímpico, cada vez mais próxima.

Já o Tite convive com a adversidade desde que pisou no Beira-Rio. Conseguiu algumas vitórias, inclusive o tão festejado título da Sul-Americana, hoje transformado num reles torneio sem menor sentido, como sempre foi, pela direção colorada. O pessoal quase soltou foguete com a eliminação.

Passado um ano, o trabalho do Tite pode ser considerado de médio para bom. Só não foi melhor porque lhe foram retiradas as condições de trabalho pela diretoria. Com a consciência pesada, já que tem culpa no cartória, a direção o mantém. Pelo Tite, Nilmar estaria no time até hoje.

Pelo Tite, Nilmar teria jogado as duas partidas da decisão da Copa do Brasil contra o Corinthians. O resultado seria muito diferente, não tenho qualquer dúvida.

Além da venda de jogadores, ocorreram lesões, crise interna e convocações, como a do Nilmar naquele momento decisivo do clube. Colorados, agradeçam ao Dunga.

Todos os colorados destacam que a venda de jogadores e as convocações prejudicaram o time até agora. Mesmo assim, pedem a cabeça do Tite.

É injusto? Sim, mas é do futebol. Se pudessem, os colorados tiravam também o presidente e mais alguns nomes coroados.

O fato é que nenhum de nós tem condições de analisar corretamente o trabalho do Tite. Não sabemos exatamente o que acontece nos bastidores.

Agora, pelo que vemos, chegou a hora de Tite sair, a não ser que reverta a situação já contra o Coritiba, o que acho muito difícil.

Se Tite treinasse com portões abertos, todos nós saberíamos realmente como estão os jogadores, principalmente aqueles que não aparecem, nunca recebem chance. Então, saberíamos se os recursos humanos do treinador são mesmo apenas estes, Glaydson, Maicon, etc.

No meu tempo de setorista, eu sabia quais os jogadores que poderiam ser aproveitados no time titular tanto do Inter como do Grêmio. Os treinos não eram fechados. Então, tínhamos condições de criticar o técnico com mais conhecimento de causa.
Lembro, por exemplo, que o Paulo Roberto arrebentava nos treinos, mas quem jogava era Uchoa. Lá ia o Ilgo escrever que era hora de Paulo Roberto (o coelhinho) jogar, que estava bem, enquanto o titular não era essas coisas. O guri entrou no time e só saiu para outros clubes, onde também conquistou inúmeros títulos.

Hoje, o técnico detém o conhecimento absoluto. Tem seu lado positivo, para ele, mas tem também o outro lado da moeda.

Quem garante que outro treinador não descobre nos jovens anônimos que treinam protegidos pelos muros do estádio, distante do olhar crítico da imprensa e da torcida, alguns aptos a jogar imediatamente?

Tite fez isso logo que chegou, descobriu Taison, que era ignorado pelo festejado Abel.

Os treinadores são assim como nós, não são perfeitos, nem fazem milagres. Agora, na maioria dos casos, ganham um dinheiro que não fazem por merecer.

QUESTAO DE ORDEM

MEU VOTO É CONTRA AS OLIMPÍADAS NO BRASIL. SOU TAMBÉM CONTRA A COPA DO MUNDO NO BRASIL. E CONTINUO SECANDO A ARENA NO BANHADO...
SIM, SOU DO CONTRA.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O Enem, a morte anunciada e o caso Gérson

Foi suspensa a prova do Enem. Motivo: vazamento das questões. A prova foi furtada, admitiu o ministro da Educação. Centenas de milhares de jovens se preparavam e agora terão de esperar a definição de nova data.

Tempos atrás, acho que no outro blog, escrevi que o governo que aí está desde 2003 não deixaria pedra sobre pedra, árvore sobre árvore, comprometendo o futuro.

Infelizmente, os fatos apontam para isso.

Como é que o governo que quer obrigar a substituição do vestibular pelo Enem não consegue se garantir? Não consegue preservar o sigilo das provas. É muita incompetência. Quem assegura que as próximas provas também não serão fraudadas? Quem garante que alguns espertalhões não terão informação privilegiada?

Agora, preocupante é a frase do ministro Haddad: ‘a sorte é que eram amadores’. Quer dizer, se fosse coisa de profissional.... Deixa pra lá.

Essa bomba, que não caiu de um desses aviões franceses que o governo quer comprar, sucede outra: a confirmação de Toffoli para ministro do STF. Alguém acreditava que os senadores não o aprovariam?

Diante desses fatos, é difícil falar de futebol. Ainda mais sobre o Inter. Nem o mais fanático colorado acreditava que o Inter passaria pelo Universidad depois do empate em casa e também pelo time desfalcado que entrou em campo.

Saíram Fabiano Eller, Kleber, Guiñazu e Taison e entraram, respectivamente, Sorondo, Marcelo Cordeiro, Glaydson e Marquinhos. E aí o treinador é culpado.

O Inter jogou a não jogar. Jogou porque precisava valorizar a competição que ele comemorou com tanta euforia no ano passado, para atenuar o fracasso no Brasileirão. Hoje, o clube comemora – não abertamente - a eliminação prematura, porque só assim poderá se dedicar ao que realmente interessa: o Brasileirão.

Sobre o Grêmio, a lamentar a facilidade com que o clube perde jovens valores. O zagueiro Gérson, cantado em prosa e verso há muito tempo, mais de um ano, pelo botequeiro Francisco, pode sair do Olímpico ‘de grátis’.

Li que a direção descarta pagar 100 mil reais de luvas para garantir mais um contrato com o jogador. O diretor Luís Onofre Meira disse que não é essa a política do clube.

Nós sabemos, desde o caso Ronaldinho, qual é a política do clube.