quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Chegou 1983: a cerveja campeã



Finalmente, desfeito o mistério.

Chegou a 1983, cerveja artesanal, tipo Ale. Uma cerveja dourada, de alta fermentação, levemente amarga, porque de doce chega a vida.

1983 é uma homenagem ao primeiro clube gaúcho campeão do mundo. O segundo a conquistar o Mundial de Clubes esperou 23 anos, mas igualmente merece uma homenagem, o que deve acontecer em breve.

1983: sabor campeão.

Exclusividade do Boteco do Ilgo.

Ainda mato um técnico, mas não é o Renato

Felizmente, a escalação que era anunciada com Lúcio jogando de volante ao lado de Adilson não foi confirmada. Resultado: 4 a 2 em cima do São Paulo.

Renato manteve o esquema com três volantes, o que venho defendendo aqui há muito tempo e que foi usado contra o Atlético Mineiro. Improvisou o zagueiro Wilson, que ele conhece bem, como primeiro volante, adiantando Adilson e completando com Lúcio. Douglas, assim, ficou mais livre para criar.

Foi com essa formatação que Silas viveu seu melhor momento no Grêmio. Era Adilson, Maylson e W. Magrão. Fora disso é invenção.

Renato, portanto, está mostrando que não é como Silas: sabe por que ganha, e sabe por que perde.

Fora isso, Renato mostra também que é criativo. Gosto de técnicos com criatividade, que ousam, mas desde que em cima de um esquema que privilegie o sistema de marcação.

Posso estar enganado, mas acho que foi a melhor partida do Grêmio. Forte na defesa, consistente no meio e efetivo na frente. No segundo tempo, ao contrário de outros jogos, não houve maiores sobressaltos. Ninguém morreu do coração. E isso é um ótimo sinal. Um sinal de que o time está se consolidando, e isso começa com a definição, finalmente, por um esquema com três volantes.

No final, Renato declarou que demorou um pouco, mas achou o esquema adequado. E o esquema adequado, amigos, é esse que defendo há horas: três volantes. Os nomes a gente vê depois. Mas ainda prefiro Adilson, Maylson e W. Magrão (ou F. Rochemback).

Além de resgatar a auto-estima da torcida e do próprio time com a vitória dentro de casa, e sobre um time forte como o SP, o jogo serviu para dar mais moral para o centroavante André Lima, que agora só tende a crescer.

Quando Jonas ia mal do Grêmio, a ponto de ficar na reserva do decadente Alex Mineiro na Libertadores do ano passado, eu dizia aqui que ele precisava de sequencia, de alguns gols, para ganhar moral, porque talento sempre teve.

Centroavante sem moral, sem auto-confiança, não existe. Morre por falta de gols.

Gostei também o Gilson na lateral-esquerda. Acho que deu por Fábio Santos.

Paulão na zaga foi soberbo. Gostei também do Wilson como cabeça de área. É uma alternativa. Méritos do Renato.

A criatividade que Renato tinha como jogador, mantém como técnico. É só cuidar para não cruzar a linha que pode torna-lo um inventor.

A meu ver foi pênalti do Paulão, que enfiou a perna no Marlos. Também foi Pênalti do Cléber, que tocou o braço na bola de propósito.

Registro ainda a falha de Ceni no gol de Diego Clementino. E isso que o pai de Ceni não é gremista, é colorado.

SAIDEIRA

O Inter levou 2 a 0 do Palmeiras. O time estava desfalcado, jogava fora de casa. Natural a derrota. O problema é que Renan falhou de novo. Justifica, assim, a angústia dos colorados. O Inter não tem um goleiro realmente confiável. Agora entendo porque muitos colorados, todos que conheço, gostariam de ter Victor. Bem, aí só daria Inter no futebol mundial e interplanetário.
Ah, os secadores do Felipão começam a morder a língua.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Treinadores: ainda mato um

Treinadores, treinadores. Ainda mato um, dizia um antigo dirigente do Guarani de Campinas, Beto Zine, se não me engano. O Noveletto andou repetindo esse mantra por aqui.

Vejamos o caso do Silas. Ele foi vaiado, chamado de burro. Primeiro, pela torcida do Grêmio. Agora, pela torcida do Flamengo.

“As críticas não foram para mim, é a cultura do futebol”, disse, após o jogo em Goiânia. Ele começou, vejam só, com cinco volantes. Aqui, gostava de jogar com dois.

Depois, arrogante, ainda comentou que ele não joga, não faz gol contra, uma referência ao gol contra de Jean. Que caraterzinho...

Todos os jogadores foram solidários ao zagueiro. Quer dizer, Silas está pela bola sete.

Aliás, Silas está confirmando o que escrevi aqui: é mau treinador e dificilmente será destaque nessa profissão. É o tipo que não sabe por que ganha, nem por que perde. Bem, talvez um dia aprenda.

O Fidel Castro não reconheceu, depois de meio século, que seu regime fracassou?

Ainda sobre treinadores. Começo a desconfiar que Renato Portaluppi segue a linha do Silas, ou seja, não sabe por que as coisas acontecem. Por enquanto, é só desconfiança.

Mas pode ser que ele seja um técnico do tipo ‘intuitivo’.

Contra o SP, hoje, ele volta ao esquema de dois volantes, sendo que um deles é um lateral improvisado, o Lúcio, que recém voltou de longo afastamento e não é mais guri. Na esquerda, ele coloca Gilson, finalmente na sua posição de origem.

É claro que essa invenção de Lúcio como segundo volante não vai dar certo. Se ele começasse com o Maylson no lugar do Roberson penso que haveria mais equilíbrio. E aí Lúcio poderia render mais, completando o setor com Adilson.

Agora, vai gostar do Roberson assim...

Treinadores, treinadores...

Sabor campeão

Aguardem, 1983, Sabor Campeão, está chegando.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Política de novo, mas no futebol

O Grêmio tem tantas correntes, mais até do que os fantasmas que assombram velhos castelos, que eu me confundo. Nunca sei exatamente quem é quem.

Ontem, ao participar do Cadeira Cativa, na Ulbra TV, sentei ao lado do Homero Bellini Jr (que é a identidade secreta do Ernani Campello, de tão parecidos). Perguntei de cara qual é a facção dele. Grêmio Independente, ele respondeu.

O GI vai compor a nova diretoria ao lado do grupo liderado pelo Paulo Odone, que eu não sei exatamente qual é, mas acho que é o Grêmio Novo. Não sou muito ligado nisso.

Descobri que uma proposta do grupo vencedor, o Renova Tricolor (composto por Grêmio Independente, Grêmio Novo, Grêmio Sem Fronteiras e Grêmio Democrático) é de que o comandante do futebol gremista seja um vice-presidente, com assento no tal Conselho Administrativo.

Aparentemente é pouco, mas isso significa que o homem do futebol poderá participar das reuniões do CA, interagindo diretamente com o cara das finanças, da administração, etc.

Levei um susto quando soube que isso não acontece hoje, porque o homem do futebol não faz parte desse seleto grupo. Um absurdo que explica em parte o que acontece com o Grêmio.

Alguém consegue imaginar o Fernando Carvalho, homem forte do futebol, não debatendo diretamente com seus companheiros de diretoria?

Aliás, um aparte rápido: continuo apostando que FC será presidente do Inter, entrando no vácuo da disputa dos três nomes hoje cotados. Antes, seu projeto era o Clube dos 13, que ficou com o FK. Agora, só lhe resta o Inter.

Mas voltando ao Grêmio: o vice de futebol será mesmo Antonio Vicente Martins. O projeto é que ele fique acima de gente profissional no futebol. Não deve haver mais diretor não remunerado no futebol gremista.

Até aí tudo bem. Resta saber quem serão os indicados.

Já houve isso num passado recente, e os resultados não foram melhores.

Remunerado ou não, o que interessa é a competência e a honestidade.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Assim não dá pra falar de futebol!

Não fosse a imprensa, em especial a revista Veja e os jornais Estadão e Folha de SP, grande parte das falcatruas permaneceria ignorada. E falcatruas de todos os partidos, dos governos de plantão. Quem deveria fiscalizar as contas, os procedimentos, e tudo mais, não o faz com eficiência. Ou tapa os olhos e o nariz. E isso acontece em toda nação.

Não consigo acreditar que a fraude no Detran, por exemplo, tenha sido descoberta só depois de mais de quatro anos, e que hoje alguns de seus protagonistas continuem numa boa. O mesmo vale para o mensalão, cujos protagonistas desfilam por aí, nariz empinado, alguns de jatinho pago sabe-se lá por quem. E esses escândalos na Casa Civil? 'Caraca, o que é esse dinheiro todo na minha gaveta?'.

No âmbito da União as descobertas da imprensa repercutem mais porque sempre envolve muito mais dinheiro, sem contar nomes que ocupam postos elevados na corte. As últimas notícias dão conta que grana alta jorra também em alguns Estados, como Tocantins.

Pois essa imprensa incomoda. E incomoda tanto que alguns setores insistem em tapar sua boca. Elaboraram até um projeto que institui a ‘lei da mordaça’, que tramita no congresso e agora, com a maioria que o tal partido terá, será aprovada talvez ainda em 2011.

Estamos enveredando por um caminho perigoso, seguindo exemplos de nossos vizinhos, em especial de Cuba, onde impera a voz oficial.

E o pior é que ainda há jornalistas apoiando o fim de liberdade de imprensa, ou seja, o fim de democracia. Até sindicatos de jornalistas são a favor de limitar a liberdade de expressão. Sindicatos pelegos, como tanto ouvi nos anos 70.

Escrevo sobre isso depois de ler a notícia que tirei do site do Estadão desta segunda-feira.

“SÃO PAULO - A Polícia Federal teve de ser acionada na madrugada deste domingo para garantir a distribuição dos 8 mil exemplares da revista Veja no Tocantins. Para tentar impedir que a publicação chegasse às bancas, o governo do Estado mobilizou efetivo de 30 policiais militares. Armados de fuzis, os PMs ficaram de prontidão no Aeroporto de Palmas à espera do voo que levava a revista.
Os PMs tinham a missão de localizar e apreender os exemplares de Veja. A revista, no entanto, não faz parte da lista de veículos de comunicação censurados pela liminar do desembargador Liberato Póvoa.
Acionado na madrugada, o procurador da República Álvaro Lotufo Manzano requisitou apoio da PF para escoltar o carregamento do aeroporto até a distribuidora da revista em Palmas.”


SAIDEIRA

Se a gente não reagir, será como naquele poema atribuído ao russo Maiakovski, mas que é de autoria do fluminense Eduardo Alves da Costa, escrito não por coincidência em 1964:

Despertar é preciso

Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma Flor do nosso jardim e não dizemos nada.
Na segunda noite, Já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, Já não podemos dizer nada.

domingo, 26 de setembro de 2010

A estrela de Roth e a montanha russa tricolor

A rodada do Brasileirão neste domingo começou com a estrela de Celso Roth brilhando intensamente. Roth, sem dúvida, sepultou o passado de pé-frio.

O Corinthians era melhor no segundo tempo. Havia empatado e buscava a vitória. Aí, Roth chamou Andrezinho e Alecsandro. Ah, feliz o técnico que olha pro banco e tem jogadores deste nível.

Alecsandro faz 2 a 1 logo em sua primeira chance. O Corinthians empata, após pênalti cometido em defesa sensacional com a mão do goleiro, digo, lateral Nei. Eram 45 minutos: o empate parecia inevitável. Aí, Andrezinho de falta, no último lance, faz o terceiro gol.

O Inter continua brigando pelo título. Conforme prognostiquei, depois de ver que tudo dá certo no Beira-Rio desde a chegada de Roth, o Inter ganharia a Libertadores, o brasileirão e o Mundial. Por enquanto, um acerto.

A estrela de Renato não chegou a brilhar, mas que ele tem um santo forte, tem. Não fosse o goleiro Victor o resultado seria outro. Mas o Grêmio venceu, fez 2 a 1 no Atlético (sua terceira vitória seguida fora de casa, quem diria?).

É claro que a vitória não se deve apenas a Victor. O time começou avassalador. O gol de JOnas logo no começo foi importante. Assustou o Atlético. Depois, Gabriel ampliou. Ele começa a me convencer.

Bem, aí o Grêmio aliviou. Poderia ter matado o jogo. Não o fez, e deixou o Atlético renascer. Daniel Carvalho, ainda um pouco roliço, deitou e rolou. Renato deveria ter mandado alguém colar nele. Ainda mais que tinha três volantes.

O gol de Diego Tardelli (no comentário anterior eu escrevi que ele faria gol, ele sempre faz gol no Grêmio). Felizmente, ele saiu mais cedo, lesionado.

O segundo tempo foi um horror. Renato custou a acertar a marcação. O Atlético atacava pelos flancos e ainda tinha Daniel Carvalho passeando pelo meio.

Neuton e Maylson entraram para colocar ordem na bagunça que o Atlético fazia. Os dois reforçaram a marcação pelas laterais.
Depois, Roberson entrou e por pouco não fez o seu gol, depois de bela jogada em cima de Rever.

Gostei da vitória, claro, mas gostei principalmente de constatar que Renato viu o jogo e soube fazer as mudanças necessárias, embora um pouco demoradas para o meu gosto.

Resta agora torcer para que o técnico tenha saído do jogo convencido de que não dá pra abrir mão de três volantes. Adilson e F. Rochemback, outra vez muito bem, são titulares. O terceiro volante seria Maylson, que hoje voltou ao time, ainda inseguro, sem confiança, o que é natural depois do freezer. Mas pode ser também o William Magrão. Fernando deve ficar na fila por enquanto.

Com esse esquema, a máquina mais azeitada com a sequencia, o Grêmio tem condições de começar a jogar 90 minutos sem tantos sobressaltos. Hoje, assistir a jogos do Grêmio é como andar numa montanha russa.

sábado, 25 de setembro de 2010

Um pensador do futebol esquecido no Grêmio

Enquanto o Inter joga uma partida de seis pontos contra o líder Corinthians, com esperança ainda no título brasileiro, o Grêmio faz o mesmo, mas na ponta de baixo, enfrentando o Atlético MG.

Se o Grêmio conseguiu vencer o Timão, ainda por cima em SP, por que o Inter não pode também dar uma surra no seu mais cruel algoz desde 2005?

O Timão está entalado na garganta de todos colorados. Arrisco um palpite: empate.

O Grêmio pega um Atlético desesperado. Desconfio que sem Vanderlei Luxemburgo o Atlético vai jogar mais. Não tenho dúvida de que Diego Tardelli vai fazer o seu, ele sempre vai bem contra o Grêmio.

Se Renato escalar mesmo três volantes, aproveitando-de da providencial lesão de Souza, ainda acredito que possa voltar com um empate. Vitória acho difícil. A não ser que na última hora ele descubra que tem Maylson no grupo.

Só o fato de testar o time com três volantes já é um alento.

DICA DE FIM DE SEMANA

A propósito dessa história de dois ou três volantes.

Há uma interessante série de artigos publicados no blog gremioacimadetudo.blogspot.com que deve ser lido por todos os que se interessam em analisar o futebol com mais profundidade.

Futebol não é um jogo de azar, nem de sorte. Esses dois fatos influem, claro, mas futebol precisa acima de tudo de ideias, planejamento, administração e execução.

Os artigos são de Paulo Deitos, que comandou o amador do Grêmio. Conquistou títulos e revelou jogadores. Talvez por isso tenha batido de frente com o Sr Meira.

Só agora descobri que Deitos é um estudioso do futebol. Tem ideias e sabe colocá-las em prática. Vale a pena dedicar um tempo para ler seus artigos com atenção.

O que ele escreve é mais ou menos o que penso e tenho dito aqui no boteco.

Resumo:

- é precido decidir a forma de jogar do Grêmio, faça chuva ou faça sol. Deitos cita o exemplo do Ajax, que institucionalizou o 4-3-3, e dele não abre mão.

- Decidido o esquema, de preferência com três volantes, ele deve ser mantido, aceitando-se sutis alterações. Assim, quando se buscar um treinador, ele deve se enquadrar ao que o clube quer, e nunca o contrário. Com isso, não se contrataria nunca um Paulo Autuori, um Silas ou um Renato.

- nunca poderá ser um time faceiro, alegre, como os que temos visto nos últimos anos.

- os jogadores deverão ter determinadas características básicas. O time deverá sempre contar com um autêntico camisa 9, com tamanho de camisa 9 de preferência. É claro, sem radicalismo.

- o time principal deverá ter pelo menos uns 4 ou 5 jogadores criados em casa. Deitos comprova que os times vencedores do Grêmio sempre aproveitaram bem a base.

- preferência por jogadores de fora com trajetória vitoriosa, com personalidade de vencedor, profissionais sérios (chega de gambás)

- jogador da série B nunca para virem como solução.

- parágrafo 1, jogador do Avaí nem pensar (brincadeirinha).

Não quero me alongar e paro por aqui. Aconselho que leiam o material produzido pelo Deitos, desde já meu candidato a comandar o futebol do Grêmio, de cima para baixo, verticalmente.

Contra ele, apenas uma coisa: foi indicado pelo sr. André Krieger, aquele que ficou 40 dias esperando por um treinador (com o agravante de ser Paulo Autuori, aquele que deixou Jonas e preferiu Alex Mineiro, o dos gols perdidos contra o Cruzeiro) em plena disputa da Libertadores, ambição maior dos gremistas.

Mas ainda assim fico com Deitos e suas ideias lúcidas e inteligentes sobre futebol.

ATENÇÃO

VEM AÍ '1983'. ESTE BOTECO NUNCA MAIS SERÁ O MESMO...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Brizola, Bruno, Andrigo e a velha canção italiana

Faz uns dez anos, surgiu a informação de que o Manchester United tinha interesse num juvenil de 15 anos, do Grêmio. Bruno, o nome dele. Um novo Ronaldinho Gaúcho, diziam dele os mais comedidos. Os mais entusiasmados vislumbravam um novo Pelé.

A proposta do clube inglês era de 500 mil dólares, muita grana para aquela época.

Fiquei curioso. Nessa época eu ficava na redação, bunda acomodada na cadeira, ouvido colado no telefone para furar a concorrência.

Naquela noite foi diferente. Eu tinha que conferir de perto a informação que havíamos recebido. Descobri onde ficava a casa da família do jogador, ali pros lados da PUC. Fui até lá acompanhado de um fotógrafo, acho que o Ricardo Giusti ou o José Ernesto. Bem, está nos anais do CP.

Era uma casa humilde, instalada num terreno da prefeitura, destinado a uma praça. Fomos bem recebidos pelo Joaquim, pai do guri, ex-jogador do Inter e funcionário do Grêmio. Logo apareceu a mãe de Bruno e o próprio, com uma camisa do Manchester nas mãos.

Conversamos rapidamente – eu precisava retornar à redação para escrever a matéria – e tiramos umas fotos. A família estava inclinada a continuar no Olímpico, rejeitando a oferta então milionária.

Saí dali convencido de que Bruno ficaria em troca de um aumento, uma casa para os pais, etc. E não deu outra.

Bruno ficou, perdeu o cavalo encilhado. O guri tímido se revelou mais forte que o guri talentoso. Bruno nunca deslanchou. Não conseguiu carregar o fardo de ser apontado como sucessor de Ronaldinho Gaúcho.

Fez alguns bons jogos, e eu mesmo cheguei a me enganar. Via nele um jogador dos mais talentosos, diferente de RG, mas também com muitas qualidades.

Bruno sumiu. Antes disso, passou por grandes clubes, sem sucesso. Chegou a ser conhecido como Bruno Soneca. A última informação que tive é que jogava no RS ou no Porto Alegre, talvez no Cerâmica.

Lembro de Bruno, o guri que conheci cheio de sonhos e esperança, a propósito de Andrigo.

O nome me remete imediatamente a Endrigo, Sergio Endrigo, cantor italiano, autor (?) de uma das mais belas músicas dos anos 60 e 70: Io che amo solo te, canção que ouço agora graças ao You Tube enquanto escrevo estas mal traçadas.

Andrigo tem 15 anos. Joga no Inter. Foi destaque no mundial sub-15, uma dessas competições feitas para os mega empresários piratearem jovens talentos do segundo e terceiro mundos.

A proposta que o guri recebeu seria de 5 milhões de euros, pra ele. Nada para o Inter ou para o investidor Sonda. O clube receberia uma esmola pela formação.

Com esse dinheiro, mesmo que fracasse, que nunca deslanche, Andrigo estará rico. Poderá proporcionar uma vida confortável, no mínimo, a seus pais, sonho de todo guri pobre que ascende na vida.

Andrigo pode ser um novo RG, um novo Pelé, um novo Alexandre Pato.

Mas pode ser também um novo Bruno.

SAIDEIRA

Sensacional o artigo do David Coimbra na página 2 de ZH. Exalta a figura do meu maior e único ídolo na política: Leonel Brizola. Vou recortar e emoldurar. Se pudesse, esfregaria na cara de muita gente calhorda que aí está. De todos os partidos.
David só não referiu, talvez por falta de espaço, que Brizola, ao vivo, na TV, chegou a propor a Lula uma aliança para derrotar Collor. Mas Lula (que virou Lulla), assim como seu partido, queria assumir o poder sozinho. Mesmo que isso custasse a vitória de Collor, hoje um grande amigo, parceirão.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A instabilidade gremista e o Inter à espera do banquete

Decididamente, Maylson caiu em desgraça no Olímpico. E com ele caem as chances de o Grêmio terminar o Brasileiro entre os melhores.

Renato melhorou o Grêmio, sem dúvida. Os resultados estão aí. O time corre mais. Agora, a instabilidade técnica e tática que havia com Silas permanece.

Uma análise serena e crítica aponta que alguns resultados positivos foram alcançados no detalhe. Assim como venceu, poderia ter perdido ou empatado.

Ontem, no Olímpico, que já foi uma trincheira onde o Grêmio era imbatível e que desmoronou na gestão Duda/Meira/Silas, o time deixou escapar uma vitória nos minutos finais.

Questão de ordem: estará o Olímpico amuado, aborrecido e revoltado com essa história de ser demolido e trocado por uma Arena?

Para mim – e não desprezo opiniões em contrário -, o problema maior está no esquema. A opção pelo esquema com dois volantes e dois meias (sendo que um só corre, não pensa e erra jogadas simples) é um erro. Se os dois meias fossem, por exemplo, Hernanes e Kaká, nenhuma objeção. Mas são Souza (argh) e Douglas.

Diante disso, é difícil entender por que Maylson segue fora do time. Souza ocupa a posição indevidamente. Marca mal, articula mal e conclui mal. Este é o momento de Souza. Será que Renato o escala no carteiraço?

Ontem, Maylson poderia ter entrado. Renato optou por Roberson e Fernando. Maylson joga mais que esses dois, ou pelo menos já mostrou mais que os dois este ano. Muito mais.

Por que Maylson sequer entra na equipe? Eu pergunto e arrisco uma resposta: se ele entrasse no jogo poderia jogar muito melhor que o Souza, e aí Renato ficaria com dificuldade para insistir com o seu preferido. Sinceramente, espero estar errado nesta minha hipótese.

Maylson, no momento e na função de terceiro jogador de meio-campo, joga mais do que o Souza. Dá mais consistência ao setor e ao mesmo tempo é mais efetivo na frente. É um dos goleadores do time na temporada. Renato não sabe disso?

Quantos gols Souza marcou?

O próprio Renato justifica o desempenho de Souza pelo tempo que ficou parado. Mas se admite que Souza não está bem, sendo até vaiado, por que ele continua titular? Vai entrar em forma jogando e comprometendo a campanha do time? Não seria melhor entrar nos jogos e, quando e se passar a jogar mais, aí sim ser titular?

Renato ainda não entendeu que seu time precisa ser encorpado, ter uma estrutura mais forte de marcação. Os jogadores da defesa são apenas razoáveis, que ora jogam um pouco melhor, ora comprometem. Com um meio-campo de mais pegada, a defesa daria resposta melhor e não tomaria um gol bobo como o de empate do Flamengo.

Se Renato não vê isso, então já me dou por satisfeito só pelo fato de não ser rebaixado de novo.

SAIDEIRA

Escrevo pouco sobre o Inter porque a fase é de expectativa para a decisão do mundial em dezembro. Se eu posso deixar de escrever, o Inter não pode parar de jogar. O Inter espera o tempo passar jogando. Precisa cumprir a tabela de jogos. Isso não impede que pense também no título do Brasileiro. O time procura se manter na ponta de cima, à espera que os líderes fraquejem e caiam. O Inter faz a sua parte, mas sem esquecer que logo ali está o que realmente interessa: o bi mundial. O Brasileirão, portanto, é apenas o aperitivo, no máximo o prato de entrada do banquete que se aproxima.

FECHANDO A CONTA

Se eu começar a atacar a mídia, chama-la de golpista e tudo mais, será que serei beneficiado com um contrato parecido com o que recebeu o jornalista e blogueiro Luís Nassif ? Vejam esta notícia do Portal Imprensa:

Segundo o Estadão, ele teria sido contratado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) há uma semana, sem licitação, para prestar serviços de "entrevistador" e comentarista nos programas "Repórter Brasil" e "Programa 3 a 1", exibidos pela TV Brasil. A EBC pagará R$ 180 mil pelos serviços de Nassif, conforme publicado no Diário Oficial da União. O contrato do jornalista com a estatal terá vigência de seis meses e foi assinado pela presidente da empresa, Tereza Cruvinel, na última quinta-feira (16).

Nassif faz parte do conselho consultivo do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que integra a organização "Contra o Golpismo Midiático e em Defesa da Democracia". Em seu blog, Nassif havia publicado comentários de leitores sobre o protesto contra a imprensa, marcado para acontecer nesta quinta (23), em São Paulo (SP), e organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

FECHANDO A CONTA II

A organização acima diz defender a democracia. O que ela achou da declaração do presidente Lula querendo a extinção de um partido político que lhe faz oposição? Será esta a democracia que esse grupo defende? A democracia de uma só voz?

DE ÚLTIMA

Como se esperava, Mano não convocou Neymar. Fez muito bem. O guri é um talento, mas precisa de limites.
Giuliano foi chamado. Também é justo. Idem o Vitor.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O furacão Silas e a frase do Caetano

O estrago que Silas fez em sua passagem pelo Olímpico não pode ser comparado ao do furacão Katrina que devastou parte dos EUA cinco anos atrás, muito menos ao que fazem determinados grupos unidos para desviar recursos públicos e acabar com o que resta da ética e da moralidade neste país do ‘nunca antes’.

É certo, também, que outros treinadores fizeram até pior que o atual treinador do Flamengo. O mesmo vale para alguns dirigentes. Até o hoje o clube sofre com heranças malditas, o que contribui para esse longo período sem títulos de expressão.

A diferença é que a presença de Silas é mais recente. O corpo ainda está quente, como diria um detetive apalpando um cadáver jogado num beco qualquer.
Por isso, é no mínimo interessante essa volta de Silas ao Olímpico, de onde saiu sem deixar saudades.

Acredito que o douto Luís Onofre Meira, que o manteve mais tempo que o bom senso poderia tolerar, irá recebÊ-lo no aeroporto. O criador e a criatura. Quem sabe não irão juntos a um culto religioso, sem esquecer de passar na ‘caixinha’?

Na verdade, Silas até nem tem culpa. Ou pelo menos sua culpa é menor. Nem culpo Meira por investir em Silas. Eu mesmo achei que poderia ser uma opção, já que Tite não estava nos planos, muito menos Renato Portaluppi, nome que defendi no ano passado.

Então, foi uma aposta do Meira. Responsabilizo esse dirigente por ter insistido demais, percebendo que o time afundava cada vez mais.

Eis aí a culpa de Meira: a incapacidade de agir na hora certa. Ah, tem outra: quando agiu, agiu mal.

A situação do Grêmio no campeonato seria outra, muito melhor, se Silas tivesse sido deletado do clube muito antes.

Hoje, ele volta. E eu saúdo sua volta. Estou feliz, porque agora ele está do outro lado.

Tenho pena do Flamengo.

Agora, todo o cuidado é pouco. Alguém acredita que as arbitragens não vão começar a errar mais seguidamente a favor do Flamengo?

Vamos ver como será já nesta quarta-feira.

SAIDEIRA

Gosto do Caetano Veloso. Cada vez gosto mais do irmão da Maria Betânia. Aliás, até hoje tem quem acredite que Betânia é a identidade secreta do Caetano, assim como Peter Parker e o Homem Aranha.

As últimas declarações de Caetano são maravilhosas. Um alento para a minha alma tão sofrida, um bálsamo, quase como a voz das cariocas que deixei cheio de dor e saudade depois de três dias no Rio.

Classificar de 'golpista'a afirmação do presidente ao defender o fim do DEM...

Ah, Caetano.

Alguma coisa acontece no meu coração...

domingo, 19 de setembro de 2010

Rio, Serra e a doçura das cariocas

Antes que algu[em estranhe minha ausência aqui no boteco, informou que estou no RJ desde sexta-feira. Precisei fazer uma pausa para refletir, pensar na vida.

As últimas notícias vindas de Brasília sáo apavorantes. Talvez sumir no Casaquistáo seja mesmo a última saída.

No futebol, as coisas náo es'~ao melhores. Duvido que o Grêmio vença o Avaí. A segundona ainda é uma ameaça.

Parei numa banca de revistas. A Veja segue com fortes denúncias, comprovadas com depoimentos e documentos. A cada edição uma lição de jornalismo, de verdade.

A Isto É segue oficialista. Vergonha. Na capa, uma entrevista exclusiva com a Erenice, amigona da Dilma. Erenice diz que foi traída.

Se ele foi traída o que dirá o trabalhador que paga seus impostos e ve esse dinheiro na bola, na mala e nas cuecas de uns e outros?

Hoje, caminhando em Ipanema, deparei com uma grande passeata junto ao mar de militantes da candidatura Serra. Muita gente. muita alegria. Músicas falando de corrupção e coisa e tal. Marchinhas alegres. Por momentos fiquei feliz, e cheguei a sonhar que Serra venceria a eleição. Foram alguns segundos de felicidade.

Minha previsão, agora, é de que as pesquisas vão começar a apontar um `"crescimento"de Serra, porque a manipulação j[a foi feita. Até para explicar uma possível "reviravolta" diante dos dados forjados apresentados até agora de vantagem avassaladora da amiga da Erenice.

Volto amanha, dia 20, no começo da noite. Na hora do jogo do Grêmio estarei refugiado num teatro. Saio do teatro só depois do jogo.

Terei uma hora e meia sem notícias ruins.

SAIDEIRA

Sábado, entrei em meia duzia de lojas só para ser atendido por vendedoras cariocas.É uma doçura o jeitinho de falar das cariocas. Faz bem aos ouvidos, para a alma, um canto de sereias. São ésses intermináveis, me fazem sonhar.

Não sei se volto.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Roth, Renato e a urgente volantização do Grêmio

Celso Roth tem seus defeitos, mas ele guarda uma virtude que aprecio muito: gosta de armar seus times a partir de volantes. O Tite, que deveria ter voltado ao Grêmio há muito tempo, também é assim. Idem o Mano. E mais que idem o Felipão.

O Grêmio campeão da Libertadores com Felipão tinha três volantes: Dinho, Goiano e Émerson. Mais solto, Carlos Miguel. Na frente Paulo Nunes e Jardel.

É claro que ter três volantes não garante vitórias, mas é uma base para armar uma equipe capaz de vencer mais do que perder.

Se a felicidade não existe, não passa de um número maior de situações felizes; também não existe o time imbatível, mas aquele que vence mais do que perde. E, principalmente, vence na hora certa, na hora da decisão.

O Inter encarou o SP com três volantes. Dois deles reservas, só Tinga de titular. Mas manteve a estrutura, a ideia, a proposta, a filosofia de jogo.

Coisa simples, mas talvez por ser tão simples não existe no Grêmio, que ficou sofisticado com seu presidente fashion e com aquele vice que inventou o gentleman Autuori.

O Inter venceu por 3 a 1, humilhou o SP diante de sua torcida. O SP virou freguês de caderno.

Gostaria que Renato Portaluppi se mirasse nos técnicos que citei, e não no Silas, ou no Autuori, que passagem danosa pelo Olímpico. Renato, como seu antecessor, gosta de jogar com dois volantes. E, a exemplo de seu antecessor, vai dançar logo, logo, e com ele o Grêmio.

A salvação de Renato, e do Grêmio, é mudar seu conceito. ainda há tempo. Se ele tivesse dois meias de grande qualidade, ainda seria aceitável que mantivesse o esquema atual, mas nem Douglas, e muito menos e ventilador Souza, que parece ter um cérebro do tamano de uma ervilha, são craques. Longe, muito longe disso.

Gosto do Douglas, e também acho que Souza, em forma, pode ser útil. Mas não é o que estamos vendo. Não há nada que justifique sua presença no time. Ainda mais que no banco está Maylson. Ah, mas Maylson é comportado, não cria caso, não dá declarações polêmicas, não fala demais. E ainda por cima é da casa. E se é da casa, que espere sua chance, que virá quando 'os de fora' não puderem jogar.

Maylson não é o salvador da pátria, mas ao menos com ele se reconstitui um modelo que deu certo no próprio Grêmio, três meses atrás.

Não há no Olímpico alguém para encostar no Renato e transmitir essa informação pra ele? Ou já fizeram isso e ele não deu bola?

E mais: quando contrataram Renato não perguntaram qual o esquema que ele gosta de usar? Ou se preocuparam apenas em trazer um nome para sacudir a torcida?

Não é assim que se faz futebol.

Futebol exige planejamento, seriedade, organização. O factóide no futebol tem a duração de um grito de gol.

Se Renato não seguir o exemplo de Roth, povoando o meio-campo com jogadores que marquem e saiam rapidamente para o ataque, será atropelado e sequer terá tempo para anotar a placa.

Volantização é a salvação!

Vamos ver o que ele fará contra o Avaí. Estou começando a ficar apavorado. Pior que isso só o que estão apontando as pesquisas eleitorais.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

E a festa virou velório

O técnico Renato avaliou que o time não repetiu jogos anteriores, caiu de rendimento em relação ao que vinha jogando.

Não é verdade. O Grêmio jogou o que vinha jogando. Nem mais nem menos.

O Grêmio somou alguns pontos e saiu da zona de rebaixamento, mas em todos os jogos o time sofreu muito, penou para empatar e vencer. Foram jogos equilibrados. O Grêmio venceu como poderia ter perdido.

É claro que o time cresceu com Renato, mas ainda falta muito futebol para ambicionar algo mais que uma vaga na Sul-Americana.

Nesta noite, que começou com festa e terminou em clima de velório, o Grêmio poderia ter vencido o Palmeiras. E também poderia ter perdido. Exatamente como foi nos outros jogos. O Grêmio ainda está devendo uma atuação convicente, alentadora.

Desta vez os ventos não sopraram a favor do Grêmio, que deixou o campo, no dia de seus 107 anos de existência, amargando uma derrota por 2 a 1. A dupla de área titular fez falta. Neuton é bom jogador, mas deu mole no lance do primeiro gol.

Mais uma vez a arbitragem, na dúvida, pendeu para o adversário. Normalmente isso acontece nos jogos fora de casa. A juizada não respeita mais o Olímpico, a exemplo dos adversários, que desde Silas fazem da casa gremista um salão para suas festas.

Difícil entender é a insistência de Renato com Souza. Depois do jogo, o técnico admitiu que Souza, que vem de longa parada, ainda está abaixo do que pode render. Mesmo admitindo isso, o mantém em campo quase até o final.

Quem tem Maylson para jogar na função erra ao insistir com Souza, um ventilador, uma enceradeira, esforçado, mas pouco eficiente e objetivo. Comece com Maylson e coloque Souza aos poucos. É a minha sugestão.

Para culminar, a lesão do Borges. Ficará fora uns 30 dias, é a estimativa.

Se for para contratar cabeça de bagre, que se invista no Robertson e no Bergson, fixando Jonas como centroavante. Roberson tem jogado muito bem.

Contratação agora só na série B. Ou no exterior. Quem sabe um argentino, um paraguaio ou um uruguaio?

Está faltando um castelhano nesse time.

Para completar, os dois laterais não foram bem. Gabriel ainda não me convenceu. Senti saudade do Edilson. E o Fábio Santos é isso aí.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Noite de 'festa' e o poder de Odone

Em outra circunstância o jogo desta quarta-feira no Olímpico seria de festa e confraternização.

Afinal, é o jogo mil do Grêmio no Brasileirão; justo na data de aniversário do clube; e com dois ídolos, dois dos maiores ídolos, frente a frente.

O problema é que não há clima pra frescura.

Grêmio e Palmeiras já abusaram demais, ultrapassaram a cota de maus resultados no campeonato e hoje precisam vencer para galgar posições mais dignas.

Por isso, fora os cumprimentos e sorrisos formais que irão trocar Renato Portaluppi e Felipão antes do jogo, sob aplausos e lágrimas de torcedores, hinos e tudo mais, o clima é de guerra, de hostilidade. Claro, isso quando a bola começar a rolar. Aí, é cada um defendendo o seu lado.

Espero que Renato não permita que o ambiente festivo contamine o vestiário. Tenho certeza que Felipão não vai deixar que isso aconteça no seu. Raposa velha, vai querer tirar proveito da situação para sair do Olímpico com três pontos, algo que seu time não tem conseguido com freqüência.

O Grêmio vai para o jogo sem sua dupla de área titular. E isso é outro problema. Até nem é um problema grave, porque os dois titulares são, na verdade, dois zagueiros razoáveis apenas. Estão quebrando o galho enquanto não aparece coisa melhor.

Assim, em princípio, Paulão e Neuton não ficam devendo nada aos titulares. A questão maior é o entrosamento. Paulão parece um zagueiro do estilo do titular, o Wilson, uma grata surpresa para mim; enquanto Neuton só não tem a experiência de Rafael Marques. Em troca, tem mais facilidade para aparecer na frente, de surpresa.

O Palmeiras não é lá essas coisas (Tadeu é o centroavante, vê se pode), mas tem um técnico ardiloso e experiente.

Afora o clima de festa que sempre me preocupa, Felipão no banco do Palmeiras é a minha maior preocupação.

Time por time sou mais o Grêmio.

Técnico por técnico, sou mais o Felipão.

Mas, parafraseando antigo personagem do Chico Anísio: “Mas quem não é?”

SAIDEIRA

Leio e ouço manifestações de conselheiros preocupados com o poder que Paulo Odone terá no Grêmio com a eleição de 150 conselheiros da oposição.

É muita força. A mesma, ou até menos, que Fábio Koff teria se atendesse o apelo e as orações da torcida e voltasse ao clube do seu coração, que hoje abriga também os integrantes do Clube dos 13.
Odone angariou inimigos ao longo de sua trajetória como dirigente. Mas também colecionou amigos e admiradores. Como todos nós, tem seus defeitos.

E também suas virtudes. Umas delas, é reconhecer em quem lhe faz oposição capacidade para colaborar de sua gestão. Já fez isso outras vezes pensando no bem do clube e, por tabela, de si próprio.

Para isso, é preciso grandeza. Uma grandeza que não percebi no grupo que está no poder há quase dois anos.

FECHANDO A CONTA

De novo a Casa Civil. De novo a lama fétida e nojenta atinge os pés do ídolo de barro. E, de novo, ali ficará.

sábado, 11 de setembro de 2010

Grêmio vence contra tudo e contra todos

Foi uma grande vitória. O técnico Renato, logo que terminou o jogo no Pacaembu, emocionado com o 1 a 0 garantido na raça e na bravura, desabafou que havia sido um desempenho de time que "quer chegar na Libertadores".

É um exagero aceitável, porque o Grêmio havia acabado de obter sua primeira vitória fora de casa depois de um ano.

Mas o mais importante é que havia batido uma equipe muito forte, com alguns grandes jogadores, como o estupendo volante Jucilei. Melhor que ele no jogo só mesmo Adilson, mais uma vez insuperável. Uma muralha.

Agora, o que mais valoriza a vitória sobre o poderoso clube do presidente do País do Nunca Antes é que o Grêmio precisou ser superior também ao juiz.

Que a CBF não seja injusta com o alagoano Francisco Carlos do Nascimento. Ele, afinal de contas, fez o possível e até um pouco mais para ajudar o Corinthians, que além de um estádio novo quer também o título brasileiro no ano de seu centenário. Tem, ainda, um presidente parceirão do Ricardo Teixeira (chefiou a delegação do Brasil na Copa). E, vocês sabem, amigos merecem toda a atenção.

O juiz merece ser promovido, receber jogos internacionais para apitar, entrar no quadro da Fifa. Ele é esforçado.

Logo que começou o jogo percebi que ele estava ali para fazer o serviço. Minou o time do Grêmio com cartões amarelos, quase todos injustos, e foi benevolente com as faltas corintianas.

O cartão amarelo que ele deu para o Wilson, por exemplo, foi absolutamente injusto, sem contar o de Ferdinando logo no começo.

Mas é bom amarelar jogadores de marcação, não é mesmo?

Depois, percebendo que era preciso dar mais de si, o juiz marcou um pênalti, que se fosse para o lado oposto ele por certo ignoraria. E ainda expulsou o Wilson, segundo amarelo, porque já havia recebido um, aquele injusto. Viram como foi útil aquele amarelo?

O Grêmio resistiu heroicamente 30 minutos. Mais, porque, é óbvio, o juiz deu mais cinco de acréscimo.

Então, homens da CBF, continuem apostando no Francisco Carlos do Nascimento. Ele merece.

SAIDEIRA

Douglas, único jogador do Grêmio que eu tinha no meu time do Cartola, marcou um golaço. Pena que o saquei do time antes da partida. Coloquei quem do Grêmio, então? Sim, o Wilson. Me quebrei. Mas não importa. O que vale mesmo é essa vitória extraordinária do Grêmio. Um resultado que o reabilita na competição e que faz o Renato sonhar com a Libertadores.

Na minha opinião, o Grêmio não tem time para entrar no G-4.

E não podemos ignorar que o Grêmio teve, além de valentia, muita sorte para vencer o bom time do Corinthians e também o aplicado juiz.

FECHANDO A CONTA

Foi uma lavagem, como a gente dizia em Lajeado quando o meu batia o time da colônia por goleada. A Oposição deu um vareio. Elegeu todos os 150 conselheiros. Foi a resposta da torcida à gestão de Duda Kroeff.

Só não sei se isso (a falta de diversidade) é bom para o clube.

Eleições, Koff e o twitter do Douglas

Se a eleição para a presidência e para o governo gaúcho já estão decididas segundo as insuspeitas e seríssimas pesquisas eleitorais, resta agora conferir a eleição para a renovação do conselho deliberativo do Grêmio.

A tendência é de que a oposição coloque mais nomes diante da fragilidade da situação a partir dos resultados de campo.

O presidente Duda Kroeff parece que não vai mesmo comparecer. Sem comentários.

Reina grande expectativa sobre a presença ou não do ex-presidente Fábio Koff. Dois anos atrás ele jogou todo seu peso na balança a favor de Duda Kroeff para impedir que o candidato de Paulo Odone, Antonio Martins, emplacasse.

Se Duda, o eleito por Koff não deve ir ao Olímpico, por que seu criador o faria?

Além disso, Koff poderia passar por algum constrangimento se for ao estádio pedir votos para a situação. É melhor mesmo se preservar. Se ele aparecer e anunciar que será candidato à presidência no final do ano, alguém vai acreditar?

Sim. Não tenho dúvida que sim. O torcedor gremista está como um desenganado, um sujeito com sentença de morte.

Assim, espera por um milagre, um Messias.

Mesmo que tudo indique que possa ser mais um blefe de Koff, que há dois anos prometeu atuar até no vestiário para ajudar o Grêmio e seu escolhido, o torcedor quer, o torcedor precisa acreditar que o dirigente que levou o clube a suas maiores conquistas está realmente disposto a voltar, abrindo mão de vultoso salário no Clube dos 13.

Portanto, se Koff anunciar sua candidatura, todos irão acreditar.

O torcedor de futebol é, acima de tudo, um crente.

SAIDEIRA

Já conhecia o twitter do Douglas, indicação do meu colega Fred, um gremista atento e ainda lúcido. Fred havia chamado atenção para uma frase de Douglas, coisa informal, em que ele manifestava vontade de um dia voltar ao Corinthians. Coisa boba, disparada num bate-papo descompromissado. A ZH esquentou a frase e fez uma página sobre isso. Falta de assunto?
Ontem, Douglas foi provocado pelo Elias, volante corintiano. Douglas havia escrito que fazia tratamento. Aí, Elias escreveu que Douglas estaria pipocando, uma brincadeira entre boleiros. Douglas retrucou que não é de amarelar: "Pipocando o que negão?"
Será que o Elias vai processar o Douglas pela expressão 'racista'? Ou vai aparecer um delegado louco por holofote para dar voz de prisão ao jogador quando ele entrar em campo em SP?
Neste país do nunca antes em que as eleições são decididas por pesquisas cabotinas já não duvido de mais nada.
Ah, o endereço do cara: twitter.com/10doga.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Falcão do Olímpico

Depois da quebra de sigilo de toda a família do Serra – há quem não veja mal algum nisso, principalmente porque a ação é contra o ‘inimigo’, esquecendo que mais adiante isso pode acontecer com os ‘seus’ ou a si próprio -, resolvi não me meter mais em política.

Quer dizer, já prometi isso antes, muito tempo atrás, depois do assassinato do prefeito de Santo André, o Celso Daniel, seguido de várias mortes de pessoas envolvidas com o caso, mas agora é pra valer.

Temia que iria respingar chumbo em mim. Não tenho patrimônio material, a não ser um carro popular, mas temo que devassem minha vida.

Podem descobrir, por exemplo, que andei passando minhas coisas mais valiosas para terceiros, laranjas. Uma maneira de ludibriar o fisco.

Meu filho mais novo, por exemplo, herdou meu time de botão, com mesa oficial e tudo. Não é pouca coisa, não. É um time de botão de galalite, não de acrílico.

Minha coleção do Pasquim, do número 1 até o 171, transferi para o nome do meu filho do meio.

Meus discos de vinil, ah meus discos de vinil, acompanhado do toca-discos, passei para a minha filha. Ela nem toca nisso – primeiro, porque ela prefere MP3 ou outra dessas modernidades; segundo, porque eu não deixo, legalmente é dela, mas só legalmente.

Minha máquina de escrever, uma velha Remington de guerra, deixei pra uma afilhada. Até hoje ela não entende bem pra que serve essa geringonça.

Para um sobrinho deixei um relógio Tissot, automático viu!, não precisa nem dar corda. Impressionante.

E por aí vai. Não tenho mais nada em meu nome, só o carro, mas tenho como justificar sua aquisição em 240 prestações, sem entrada.

Quero confessar que, na verdade, todas as outras coisas, sucata para alguns, estão comigo. São minhas, tenho o usufruto em vida, claro, porque em morte fica mais complicado.

Só não entreguei oficialmente, ainda, uma camisa do Baltazar, aquela do time campeão brasileiro de 1981.

Tem, ainda, uma foto minha, lá pelo meus dez anos, ao lado do Airton Ferreira da Silva, num jogo do Grêmio contra o Lajeadense, no estádio Florestal.

Enfim, são meus maiores valores materiais.

Desconfio que a devassa fiscal no governo do nunca antes (agora se vê que é do nunca antes mesmo) não se preocupe com essas coisas, mas nunca se sabe.

É melhor prevenir.

Como já escrevi antes, tem gente capaz de tudo – de tudo mesmo - para não largar o osso.


SAIDEIRA

Por falar em prevenção, não custa repetir que não me agrada o modo de pensar futebol do Renato Portaluppi (Renato Gaúcho é coisa dos cariocas). Ontem, ele armou um 4-2-4 desde o início do jogo. Antes, ele já havia revivido o esquema dos anos 60 durante um jogo, quase matando gremistas do coração. Agora, ele se superou.

O Grêmio venceu, e isso é o que importa num primeiro momento. Mas o campeonato é longo e nem sempre os adversários serão tão frágeis ofensivamente como o Atlético Goianiense, que ainda por cima jogou sem seu goleador.

Adilson foi soberbo, formidável. Me lembrou Falcão no início da carreira, tirando a bola e saindo com a cabeça erguida. Eu posso falar porque vi Falcão jogar mais de 50 vezes, inclusive no Interior, inclusive entregando a ele troféus de melhor em campo numa promoção da Caldas Jr. Dos anos 70.

Adilson, o Falcão do Grêmio. Em breve estará brilhando na Itália, e talvez seja eleito o novo Rei de Roma.

Sei que vou irritar gremistas e colorados, mas é isso mesmo.

Ah, gostei também do Douglas, mais participativo, até marcando

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Maylson, um mistério no Grêmio

Maylson não chega a ser unanimidade, mas não pode ficar fora deste time do Grêmio. Não pode.

Titular da seleção sub-20 ao lado de Sandro, como segundo volante, Maylson tem condições de jogar tanto na segunda como na terceira função do meio de campo.

É um jogador moderno, que marca, arma e chega para concluir. Jogou poucas vezes, mas ainda é assim é um dos goleadores do time na temporada.

Sua ausência do time e até do banco é um mistério. Um crime lesa clube.

Desconfio que há algum tipo de interesse econômico. Um setorista da dupla Gre-Nal me disse que ele está fora porque vai mal nos treinos. É o que se comenta nos bastidores.

Um absurdo. Jogador que tem como seu forte a pegada, a disputa pela bola, dificilmente vai bem nos treinos.

Jogador firula, enfeitado, é craque nos treinos, e some nos jogos muitas vezes.
Dias desses, o Leandro Damião, após o programa Cadeira Cativa da Ulbra TV, do qual participo às segundas-feira (estou chamando ou afugentando audiência nesse dia), me revelou o seguinte:

- O professor Celso chegava pra mim nos treinos e dizia ‘e aí, tu é daquele tipo que arrebenta em treino e amarela em jogo?, vê lá, hein, não vai me deixar mal’. Aquilo mexia comigo, me deixava mordido, pronto pra jogar e mostrar pra ele que eu não sou apenas jogador de treino.

Damião mostrou isso rapidamente. É um jogador que vai longe no futebol. E estava por aí, dando sopa. O Inter foi lá, investiu uma mixaria e trouxe o jogador para testes.
Quando alguém quiser entender realmente por que o Inter está tão superior já há alguns anos pode começar por aí: a garimpagem de talentos com competência.

Foi assim com Giuliano, Pato e continua. Agora, o Inter traz Moisés, jovem revelação do futebol paraense. Pagou 300 mil reais e pode ficar com 70 por cento do passe, ou algo parecido.

Alguém lembra quem o Grêmio trouxe dessa maneira recentemente? Só um nome me vem a cabeça, o Mário Fernandes, mas assim trazido pelo Jorge Machado. Não é dica de algum olheiro.

Mas voltando ao Maylson: não tem explicação ele ficar de fora para jogar o Gilson, que, aliás, está sendo torrado e moído antes mesmo de estrear na posição para a qual foi contratado, a lateral – esquerda.

Pelo atual grupo de jogadores do Grêmio, repito, pelo atual grupo, o Maylson é titular, titularíssimo.

Assim como ele, o Victor, o Adilson e o Jonas. Num segundo plano, mas também titulares: Wilson, Rafael Marques, Neuton (como lateral-esquerdo ou no esquema de três zagueiros), Fábio Rochemback, Willian Magrão e Borges.

Na lateral-direita ainda não estou muito convencido em relação ao Gabriel. Até agora não mostrou grande coisa.

Como quarto homem de meio-campo, Douglas. Seguido de perto por Souza e Leandro. Dois desse trio só podem estar juntos no time por alguma circunstância de jogo.

Sei que muitos irão discordar, mas é assim que eu penso.

SAIDEIRA

A cogitação dE Koff para a presidência foi mesmo, pelo jeito, apenas uma jogada para esvaziar o evento que lançou Odone, semana passada.
Tem agora uma pesquisa do clicrbs apontando disputa parelha entre Koff e Odone para a presidência. Entre um ótimo que não quer a presidência, e outro bom que quer, a torcida está optando pelo segundo.

Fábio Koff foi o último presidente realmente competente que o Grêmio teve. Nem ele, porém, foi capaz de organizar o clube para o futuro, de montar, por exemplo, uma rede de olheiros pelo Brasil, a exemplo do que fez o Inter com resultados excelentes.

Bem, vamos aguardar se Koff não vai mesmo entrar nessa briga.

Se não o fizer, vai pegar mal aparecer no Olímpico pedindo voto para o candidato da hora para enfrentar Odone.

sábado, 4 de setembro de 2010

Renato e os deuses do futebol

Renato é um inventor. Insistir com Gilson no meio de campo depois do fracasso que foi contra o Atlético Paranaense é um absurdo. Quando vi Gilson no time, com Maylson fora, fiquei perplexo.

O Grêmio vai perder de cinco, pensei, assustado também com a presença de Lúcio desde o início, ele que estava fora há meses. Lúcio até me surpreendeu.

Em 25 minutos estava 2 a 0 (no primeiro gol tinha três botafoguenses pra cabecear e nenhum defensor do Grêmio. No segundo, Herrera entrou passeando na área.

Renato tentou corrigir sua mancada. Colocou Roberson no lugar de Gilson. Levei outro susto. O Grêmio ficou, então, com um 4-2-4.

Roberson entrou bem, agitou bastante.

Aí, Jonas achou um gol, numa bola que reboteou nas pernas de Leandro Guerreiro (velho 'idolo' colorado.

Bem, o Grêmio terminou com quatro atacantes. Perdido por 2 a 1, perdido por 3 a 1, não faz diferença. O Botafogo poderia ter ampliado, mas os deuses do futebol olharam para o grande ídolo gremista mais uma vez.

Jonas, sempre ele, empatou.

O time teve alguns destaques: Jonas, F. Rochemback, Wilson e Adilson, este um herói sozinho na marcação no meio de campo. Merece medalha.

Para quem perdia por 2 a 0, buscar o empate é quase uma vitória.

É preciso, porém, não esquecer o que aconteceu, como esse empate foi obtido.

Estou firmando uma convicção. É com muito pesar que estou concluindo que Renato não serve, não vai durar.

Silas é mau treinador, além de disciplinador ridículo, ao menos no Grêmio.

Renato aparentemente acertou as coisas no vestiário, mas lamentavelmente, pelo que tenho visto até agora, ele não sabe o que está fazendo.

Nem sei se ele é treinador de futebol.

Não sei como ele conseguiu levar o Fluminense ao título da Copa do brasil e ao vice da Libertadores. Eu me amparava nesse trabalho para defender sua contratação, mas agora, vendo o que ele comete assim de perto, estou assustado.

Jonas salvou contra o pobre Guarani. Jonas salvou hoje.

Os deuses de futebol não irão salvar Renato, e o Grêmio, sempre.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Odone, Koff e a hora de voltar

Até agora só existe um vencedor a partir do processo eleitoral do Grêmio: o sr Paulo Odone.

Ninguém pode ter dúvida que o ex-presidente gremista inflou sua candidatura a deputado ao ocupar generosos espaços na mídia com o lançamento de seu nome para presidente o clube mais uma vez.

É díficil calcular, mas Odone deve ter amealhado alguns milhares de votos com esse ato aparentemente apenas político-esportivo.

Para boa parte dos gremistas, saber que Odone está disposto a retornar, ao contrário de outros dirigentes vencedores do passado, é um alento.

A candidatura de Odone vai virar pó - a da presidência do Grêmio - se o sr. Fabio Koff aceitar concorrer, o que seria o ideal para o Grêmio, que precisa não apenas de um presidente, mas de um líder capaz de unir as diversas correntes do clube, ou a maior parte delas.

Odone, apesar de também ser um sujeito carismático, não seria esse nome. Ele tem condições de encontrar soluções imediatistas, mas o Grêmio precisa mais, muito mais.

É o momento de ajeitar a casa para reagir a avalanche vermelha, mas é hora também de reestruturar o clube de uma maneira tal que ele não dependa mais de nomes com tradição de vitórias, gente que nem sempre se encontra disponível.

É preciso montar algo como aquele time armado pelo técnico Tite, última vez que o Grêmio ganhou um campeonato nacional, em que saía uma peça e entrava outra sem alterar a mecânica de jogo, sem afetar o rendimento do time. Mais ou menos como é o Inter hoje.

Koff teve seu nome lançado para presidir o Grêmio de novo. Pode ter sido um factóide, o que é muito provável, mas seria muito bom se fosse verdade.

O sr. Fábio Koff já deu muito de si para ajudar o Grêmio. Mas ele não pode esquecer que foi o Grêmio quem lhe abriu as portas do Clube dos 13.

Quem sabe não chegou a hora de retribuir?

Afinal, 15 anos de Clube dos 13 já é o suficiente, ou não?

SAIDEIRA

O caso envolvendo desvio de recursos via marketing do Banrisul segue os passos do escândalo maior, o do mensalão. Aquele pessoal fez escola. Deixou bons alunos por aí. E tudo é resultado de apenas uma coisa, conforme tenho repetido:

Impunidade.

Vai acontecer alguma coisa também com os mandantes de quebras de sigilo de gente do PSDB e até seus familiares? É muita nojeira.

Até a eleição mais água suja e fétida vai rolar.

Tranquem os narizes.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A eleição no Grêmio e os factóides

Há uns dois meses escrevi que assim como o PT faria de tudo - a quebra de sigilo fiscal, por coincidência, acontece apenas contra seus adversários - para continuar no poder, a atual gestão do Inter também não pouparia esforços para seguir no comando do clube.

A direção colorada já atingiu seu objetivo ao conquistar o bi da Libertadores. Portanto, está com o burro na sombra.

Já o PT segue na luta. Eu não acredito nessas pesquisas até porque não conheço ninguém que tenha sido consultado. Soube que o percentual de gente do Norte e do Nordeste que teria sido ouvida é exagerado em relação a áreas de muito maior densidade populacional, o que explicaria muita coisa. Então, ainda vem muito chumbo grosso por aí.

No Grêmio o jogo não é tão pesado, mas, pelo que tenho visto, pescoço logo, logo vai virar canela.

Existe um movimento forte da situação para não entregar o comando do clube ao ex-presidente Paulo Odone.

Na eleição passada, as maiores forças se uniram para detonar o candidato lançado por Odone. Fábio Koff se fardou, entrou em campo e decidiu a favor do atual presidente, Duda Kroeff. O presidente do Clube dos 13 chegou a prometer no pátio do Olímpico no dia da eleição, entre um aperto de mão e outro, que iria para o vestiário ajudar Duda. Um exagero retórico, claro, mas que decidiu a eleição.

Agora, a situação acena com a possibilidade de Koff largar a presidência do Clube dos 13, onde recebe uma remuneração compatível com a importância do cargo.

Por enquanto, de concreto, só o nome Fábio Koff Júnior está na luta, encabeçando a lista de um grupo na eleição do Conselho Deliberativo.

Gente de peso estaria mobilizada para convencer Koff, o pai, a candidatar-se à presidência.

Na minha opinião, é apenas um factóide político visando a eleição para o CD. O Interessante é que a notícia surge na véspera do lançamento de Odone - em plena disputa para deputado - à presidência.

A cada dois anos, Koff é assediado para voltar. Seria ótimo se ele assumisse o timão dessa nau desgovernada já há muito tempo. Na verdade, hoje, vejo apenas Fábio Koff em condições de ajeitar o Grêmio.

Torço para que ele volte, mas desconfio que isso não irá acontecer, até porque ele acabou de ser reeleito numa disputa pesada contra o grupo de Ricardo Teixeira. Alguns presidentes de clube se queimaram com a CBF para apoiar Koff.

Portanto, só um fato novo, algo muito forte, pode fazer Fábio Koff deixar o Clube dos 13.

O fato novo pode ser a notícia abaixo:

'Globo e Clubes dos 13 deverão ter dor de cabeça nos próximos dias. Pelo menos é o que garante a coluna do jornalista Lauro Jardim no site da revista “Veja”.

Segundo a publicação, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai julgar a emissora e a entidade cometeram crime contra a concorrência nos contratos firmados para os Campeonatos Brasileiros de 1997 e de 2005.

O Ministério Público teria pedido ao Cade a proibição de cláusulas de preferência nos contratos, que dariam para a Globo trinta dias para cobrir proposta de qualquer concorrente.

Caso o Cade aceite a denuncia do Ministério Público, Globo e Clube dos 13 poderão sofrer com multas milionárias.'