domingo, 30 de agosto de 2009

Autuori erra de novo e Fernandão desaba

O Grêmio recuou demais. A frase é do Souza, ao sair de campo depois de mais um jogo sem vencer fora de casa. Empate por 3 a 3 com o Botafogo até que saiu barato, porque os cariocas no finzinho perderam um gol na cara do Victor.

Autuori gosta de fazer isso: tem a vantagem no segundo tempo e saca um atacante, por coincidência sempre o Jonas. Sempre o que mais gols faz, como hoje no Rio.

'Já fez gol demais, pode sair", poderia ter dito o técnico-que-ainda-não-justificou-seu-salário. aí, entra o Makelelê. O rapaz não tem culpa. Está ali, entra.

Autuori explicou que pretendia fechar o meio para evitar chutes de fora da área e faltas por ali. O time ficou com tres volantes. O curioso é que foi o Rever quem saiu da área para abafar o chute. Onde estavam os três volantes?

Bem, não vou me estender. Autuori está confirmando o que eu pensava dele. registrei isso aqui no boteco, entre uma cerveja e outra. Mas, pensei, pior do que o Roth ele não é, pelo menos ganhou títulos importantes. Ganhar títulos não chega a ser uma credencial definitiva, um atestado de qualidade.

Fico imaginando o que diriam de um treinador sem prestígio, sem fama, um iniciante, se fizesse o que Autuori fez hoje. Aquela de tirar o garoto Bruno ainda no primeiro tempo também foi demais. Se fosse o contrário: ele sacaria o Lúcio para colocar um garoto, ou teria mais respeito pelo jogador veterano?

Vocês sabem a resposta. Guri dá pra sacar do time a qualquer hora, não é mesmo? Guri não dá carteiraço, só implora por uma chance.

É o que fez o Marquinhos, no Inter. Há tempo venho dizendo que se trata de um jogador de ótimo potencial. Eu o vi em alguns jogos da base. Marquinhos passou meses só treinando. Viu Leandrão se recuperar, viu ele jogar e viu ele partir. Sem reclamar.

Os guris da base são assim: não reclamam. Ficam em silêncio esperando pelos doutos do futebol. Às vezes, só jogam se assinam contrato com um empresário mais influente. Infelizmente é assim.

Marquinhos foi destaque colorado na goleada.

Enquanto nascia um novo talento no Inter, o velho ídolo desabou no Beira-Rio. Fernandão, sempre um jogador pacato e disciplinado, agrediu o Magrão. Foi um ato grosseiro, estúpido. Se fosse o contrário, seria mais razoável. Mas o Fernandão? E aos 13 minutos de jogo? Sorte do Inter, que viu um jogo que prometia complica se transformar numa goleada que nem o colorado mais fanático poderia prever.

Fernandão, que prometia não comemorar caso fizesse gol, provou que realmente é um grande colorado.

Deixou o Goiás na mão e ajudou a fazer a alegria da torcida que tanto o admira.

Fernando Carvalho deve estar dando risada.

sábado, 29 de agosto de 2009

Fernandão e o Colorado Delirante

Antes de sair do jornal (CP), ontem à noite, esbarro no Colorado Delirante, um colega que inspirou o grande cronista Sérgio Jockymann a criar esse personagem lá pelos anos 70.

- O Fernandão disse que se fizer gol em nós, domingo, ele não vai festejar – disse, comovido, emocionado, os olhos úmidos. Me afastei antes que ele começasse a chorar.

Os colorados estão assim desde que a dupla dinâmica do Beira-Rio - essa que quer se eternizar no poder no revezamento 2 x 2, talvez abrindo espaço para um terceiro, mas do mesmo grupo – deixou escapulir entre os dedos a volta do grande ídolo.

O Inter pode ser dividido nesta últimas décadas em Antes e Depois de Fernandão. A chegada dele é um divisor de águas na história recente do clube. Ele já chegou fazendo gol. Elevou a auto-estima dos colorados até os anéis de saturno. Liderou grandes vitórias, o título de Libertadores e o Mundial.

Ele queria voltar ao Beira-Rio. O Inter não parecia tão interessado, não fez o menor esforço. Estava mais preocupado em contratar Edu, este que estréia contra o Goiás. O Inter tem o direito inquestionável de fazer suas escolhas, definir suas prioridades. Fernandão, claramente, não era uma delas.

O grande ídolo foi parar no Goiás. Hoje, ele enfrenta o Inter. Do outro lado estará Edu. A noite de domingo no RS vai depender do que esses dois jogadores farão em campo.

A direção colorada depende disso. O acerto ou não de sua decisão em relação a Fernandão será definido nesse jogo contra o time goiano, que na minha opinião vai ficar no G-4 e até brigar pelo título.

Agora, como vai reagir a torcida colorada? Aposto que Fernandão vai ser ovacionado quando entrar em campo. Qualquer coisa diferente disso simplesmente vai provar que os colorados não valorizam seus ídolos. Afinal, qual a culpa de Fernandão se o Inter não fez muito esforço (estou sendo condescendente) em repatriá-lo?

Sexta-feira, no Terceiro Tempo, da Guaíba, falei sobre isso. O Luís Carlos Reche disse que Fernandão havia pedido 400 mil mensais ao Inter e teria assinado por 200 mil com o Goiás. Eu retruquei se existe comprovação disso e sustentei que essa era uma versão passada pela dupla dinâmica colorada para justificar-se perante os torcedores. Reche não discordou.

Agora, será um grande jogo. Considero o Goiás favorito. Lembro que no ano passado, no Brasileirão, o Grêmio começou sua derrocada depois de perder em casa para os goianos. O Inter está muito desfalcado. Seu ataque aparentemente é muito fraco. Se Edu jogar muita bola, apesar de ainda estar fora de forma, é possível que o Inter até empate.

Friamente, sou mais a dupla Iarley (este sim inquestionavelmente desprezado pelo Inter) e Fernandão.

E o pior é que vai sobrar para o Tite, que até tem suas culpas, mas elas são menores que as dos dirigentes.

Volto ao Colorado Delirante, que me segue até a velha escada do jornal. Brinco com ele:

- O Fernandão vai fazer três gols domingo.

Ele responde, olhos brilhando, quase feliz, conformado:

- Não importa, ele não vai festejar...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Francenildo, um herói brasileiro


Quem, em algum momento, acreditou que o deputado federal Antonio Palocci, do bravo PT, seria condenado por violar o sagrado direito do sigilo bancário de um trabalhador, de um humilde trabalhador? Aqui entre nós, nem que fosse o de um megaempresário.

Vocês lembram, não? Foi em 2006, depois de outro escândalo, o do Mensalão, que também não deu nem dará em nada, até porque a nação já se acostumou a chafurdar na lama. Ninguém mais se importa com corrupção, dinheiro público desviado da saúde, da educação, da segurança. Em breve, esse pessoal todo envolvido com o Detran também estará dando risada. De mim, de ti, de todos nós. Quem sabe comprando belas casas...

A notícia na ocasião era esta:

"À CPI dos Bingos, Francenildo confirmou que Palocci e lobistas ligados a um grupo conhecido como "República de Ribeirão Preto" frequentavam uma mansão em Brasília. Dias depois, o sigilo bancário do caseiro foi divulgado. Inquérito da Polícia Federal concluiu que partiu de Palocci a ordem para violar as informações bancárias de Francenildo”.

FRANCENILDO DOS SANTOS COSTA. Assim, em letras maiúsculas. Um humilde trabalhador, um caseiro, enfrentou um dos homens mais poderosos deste governo, um grande parceiro do presidente Lula.

Ironia das ironias: dois homens de origem humilde. Um é caseiro, teve a vida prejudicada por ser honesto, íntegro, corajoso. Outro, é o presidente deste país do ‘nunca antes’.

No julgamento, com voto do grande Gilmar Mendes favorável à absolvição, FRANCENILDO teve dificuldades para entender o vocabulário daqueles homens doutos, de semblante sério. Por vezes, cochichava ao seu advogado ao ouvir uma dessas palavras pomposas que parece dizerem tudo, mas não dizem nada.

- Isso é bom ou é ruim?

Mas o que mais aborreceu esse brasileiro digno é ter sido chamado de “quase indigente” pelo ilustre defensor (o oficial, o advogado, porque havia outros defensores na sala, como se veria depois) de Palocci, que, aliás, pode ser candidato à presidência. Sério, não é piada.

Esse “quase indigente” enfrentou um sistema cruel, implacável, duro. Sofreu fortes pressões e se manteve reto, firme, altivo, um autêntico cidadão, que ficou fiel aos seus princípios, às suas convicções, mesmo sabendo que seria atropelado impiedosamente, como deveria ocorrer com outros indigentes, os indigentes morais e éticos que abundam em todos os setores da sociedade.

FRANCENILDO.

ESTE trabalhador humilde nunca chegará à presidência da República.

DIZEM POR AÍ....

...que a cotação do Sandro depois da surpreendente convocação para a Seleção Brasileira vai dar um salto e ele será vendido....

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Chiclete assassino e o veneno invejoso de Maradona

Dia desses sofri uma lesão de menisco no joelho esquerdo. Caminhando na Osvaldo Aranha. Doeu, não conseguia nem tocar o pé no chão. Hoje, 15 dias depois, mal sinto um desconforto, mas suspeito que não posso facilitar.

O problema é que gosto de desafios. E a vontade de voltar a jogar, exibir o meu talento, é maior do que o receio de nova lesão. Amanhã, vou fazer um teste de esteira, aquele do esforço, pra ver como está o 'bobo'. Se tiver tudo em dia, volto ao futebol sete, que larguei faz uns três anos por causa de hérnia inguinal. Fiz cirurgia, a mesma do Fernandão naquele tempo. Coisa que só dá em craque. Alguém já viu perna de pau fazer cirurgia de hérnial inguinal?

Escrevo tudo isso só para comentar essa história de jogar mascando chiclete. Eu costumava fazer isso. O problema é que nos meus dias derradeiros de craque eu mascava uns 10 ou 15 minutos e jogava o chiclete fora. Só o ato de mascar já me deixava mais cansado. É impressionante o que o tempo faz com a gente.

O Aloísio, do Vasco, que também não é mais criança, tem a mesma mania. (Tuta, toc toc toc, também ficava todo o tempo mascando, com as mãos na cintura enquanto o Grêmio perdia a Libertadores) Entrou no jogo contra o Brasiliense mascando dois chicletes. Bateu cabeça com um zagueiro, desabou, ficou quase dez segundos sem respirar.

Ele só não morreu engasgado com o chiclete (no meu tempo de guri a gente dizia chiclé, e só mascava o ping pong) porque o médico percebeu que havia obstrução na garganta. Enfiou a mão e tirou o chiclete, salvando a vida do jogador. Ontem, o médico foi aplaudido pelos jogadores do Vasco. E Aloísio disse que "chiclete nunca mais". Aliás, segundo o médico, não se deve mascar nem quando se está dirigindo. Dá uma batida e o sujeito pode engasgar.

Agora, quem tem tudo para se engasgar, não com chiclete, mas com seu veneno verbal, fruto de uma inveja doentia, é o Maradona. Ontem, no site da Fifa, ele alfinetou Pelé de novo. Disse que Pelé ficou atrás dele numa pesquisa popular feita pela Fifa. Esqueceu, claro, que dizer que especialistas apontaram Pelé como o grande astro do esporte em todos os tempos.

Lembrou, também, que Senna ganhou de Pelé em outra pesquisa, esta no Brasil. Ora, se fizerem pesquisa semelhante na Argentina hoje é capaz de dar o Messi, porque tem muita gurizada votando.

Como se bastasse, gozou do Dunga: "O Dunga queria ser o xerife. Vinha com as pernas grandes e queria ocupar metade do campo. Como nao me apequenava, queria ser dono do meio-campo. No gol do Caniggia, em 1990, ele tentou me acertar com um chute e eu antecipei. Nao pegou nem na bola, nem em mim".

Maradona é digno de pena. Não tem nenhum futuro como treinador. É um falastrão incorrigível. Foi um grande jogador, mas não melhor que o holandês Cruyff. No Brasil, ele está ao nível do Zico. Talvez do Romário. A comparação com Pelé é completamente indevida, a começar pelo número de gols que cada um marcou. Maradona não dá nem pra largada.

DIZEM POR AÍ...

... que dia 5, em Rosário, o Dunga dá a sua resposta para o Maradona.

EM TEMPO

Grande jogo na Vila Belmiro. Escrevo no final do primeiro tempo. Bolívar falhou duas vezes. Deveria ter ficado na lateral mesmo. Errou o Tite ao começar com o Daniel, deslocando o Bolívar para a zaga. O Inter começou melhor, mas levou dois gols talvez pela maldição da Vila Belmiro. Depois, reagiu com personalidade. Vamos ver como termina o jogo. Acho que dá empate.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

É o que lhes cabe nesse latifúndio

Sem D'Alessandro e Nilmar, o Inter se tornou um time comum, em nada superior aos que brigam pelo título. No começo do campeonato, era apontado favorito por muita gente, inclusive por mim. Nos últimos jogos, com as constantes alterações e sem um jogador sequer capaz de desequilibrar como os dois citados, o time ficou irregular. Tite ainda busca manter a estrutura vencedora, mas falta a qualidade que sobrava e que criou nos colorados uma expectativa de que o Inter seria campeão até com um pé nas costas.

Contra o Palmeiras, na derrota por 2 a 1, o Inter fez o que estava ao seu alcance. Perdeu porque o Palmeiras foi superior. O resultado em si é até natural, mas na curva descendente cada ponto perdido é um drama. O Inter está caindo gradativamente no campeonato. Outros times já subiram e caíram, até aí tudo bem, é normal num campeonato tão disputado e tão longo.

Contra o Santos, na Vila Belmiro, onde, assim como o Grêmio o Inter se torna um cordeirinho, o Inter terá de fazer o que nunca conseguiu ali: vencer. Neste ano, o Santos até quem tem perdido demais em seu campo, o que levou Luxemburgo a cobrar só vitórias a partir de agora nos jogos em casa. Sobrou para o Inter.
Se o Inter jogar sem medo, ser ousado sem se expor demais, vence o Santos. O time do Santos é apenas razoável. Disputa uma vaga na Sul-Americana, mais nada. O G-4 é apenas um sonho delirante, febril.

Agora, se o Inter perder, a situação para o técnico Tite começará a ficar insustentável. Domingo, o adversário será o Goiás, que neste ano tem tudo para garantir ao menos uma vaga na Libertadores. Com Fernandão, o Goiás é capaz de vencer o seu ex-clube em pleno Beira-Rio. E isso, se ocorrer, fará a casa cair, inevitalmente. Ninguém conseguirá segurar Tite, para alegria da grande maioria dos colorados que nunca engoliu sua contratação.

Por outro lado, o Grêmio se reforça. Se for confirmada a contratação de Leandro, com Lúcio confirmando que está bem e com o garoto Mithyuê voltando, o Grêmio terá um time mais competitivo, potencialmente semelhante ao do Inter. Ambos, então, irão disputar vaga na G-4.

É o máximo que lhes cabe nesse latifúndio.

domingo, 23 de agosto de 2009

O leão rugiu de novo no Olímpico

Por vezes sou acometido de megalomania, delírios de grandeza. Quando vi o Grêmio entrar em campo diferente daquele time caricato que se anunciava, delirei que o prof. Autuori tinha lido minha crítica e, em função dela, mudado de ideia.

Túlio foi mantido no meio-campo, não na lateral como se anunciava; Douglas Costa ficou no lugar que merece, por enquanto, que é o banco de reservas; e Thiego entrou na lateral para dar mais consistência defensiva ao time. Então, o time anunciado e que mereceu a seguinte manchete do CP deste domingo ('Grêmio tem escalação ofensiva') ficou mais próximo do seu ideal no momento.

O prof. Autuori, que estava dando uma de inventor, prof. Pardal, recuou a tempo de evitar uma catastrofe, que seria uma vitória do Rotho no Olímpico, algo que fatalmente aconteceria com o time entrando em campo da maneira anunciada.

Mesmo melhor estruturado, o Grêmio começou vazando de novo. O Atlético entrou na área três ou quatro vezes com muita facilidade. Aí, aconteceu o gol salvador de Réver, na bola parada do Tcheco (sim, do Tcheco). A partir daí, tudo mudou. O Grêmio pareceu iluminado, e chegou à goleada ao natural. Perea, Souza e Jonas completaram o placar de 4 a 1, com Evandro descontando quase no final.

O Grêmio completou quase 90 por cento de aproveitamento no Olímpico. Praticamente 9 pontos em 10 disputados.

O termômetro do time, Souza, um leão em casa e um gatinho fora, deu passe para dois gols e ainda fez o seu cobrando falta.

Então, graças ao bom senso do prof. Autuori (influenciado pelo boteco, mantendo meu delírio) não tivemos que aguentar o 'indesejado' festejando uma vitória à beira do campo, o que seria insuportável, um prato quase tão indigesto quanto um discurso de improviso do Lulla.

EM TEMPO

No sábado, deu a lógica. O Inter perdeu para o Palmeiras. Foi um jogo de seis pontos. Ainda é cedo para ser definitivo, mas o Inter se encaminha para brigar só por uma vaga na Libertadores. O título ficou mais distante. Está bem, o time tem dois jogos a menos que o líder, mas com o futebol que anda jogando acho difícil o Inter somar mais do que três pontos nesses jogos.

DIZEM POR AÍ...

... que Tite não resiste a mais uma derrota e que Roth, em queda (eu já sabia) no Atlético, pode ser contratado, atendendo assim a desejo do meu amigo Juremir.

Se a coisa está ruim, sempre pode piorar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

As invenções do prof. Autuori

O professor Paulo Autuori - é assim que ele deve ser chamado depois que ouvi até o meu amigo Luís Henrique Benfica (veterano repórter que eu ouvia ainda garoto em Lajeado) repetir o que outros repórteres mais jovens já haviam dito, que estão recebendo 'aulas de futebol' do treinador - está apavorando a torcida gremista. Ao menos parte dela, pelo que tenho lido e ouvido por aí.

No programa Terceiro Tempo, da Guaíba, prognostiquei que o Grêmio vai perder para o Atlético Mineiro e que a torcida pode até cantar, num ato de extremo desespero, "Volta Roth", caso se confirme o time que está sendo anunciado pelos setoristas. Segundo o Juremir Machado, Autuori está fazendo uma "lambança".

E ele está certo. Vejam só: Túlio passaria para a lateral direita, Tcheco recuaria para a função de segundo volante, abrindo espaço para Douglas Costa. Na zaga, dois jogadores com características semelhantes, ambos de boa técnica: Mário Fernandes e Réver. O ideal, como se sabe, é um zagueiro mais tosco ao lado de um mais técnico.

Se o Grêmio tem Joílson para a lateral, por que não simplicar? Autuori vive colocando esse jogador no time, mas no meio-campo, então até deve gostar do seu futebol. Ainda não vi o Joílson jogar 90 minutos na sua verdadeira posição. Até acho que não vai dar certo, mas antes é preciso testá-lo. Não quero ser tão preconceituoso. Então, coloca o Joílson e deixa o Túlio no meio.

Ah, mas a ideia é encontrar um lugar para o Douglinha. Tirar o Tcheco? Melhor seria colocar o garoto ao lado do Jonas, ou do Perea, depende da vontade do freguês. É mais ou menos como escolher entre uma Brahma e uma Polar, não há grande diferença. Maxi Lopez, que seria uma Serramalte, formaria boa dupla com o Douglinha, ao menos em tese e para aqueles que ainda levam fé no guri.

A impressão que eu tenho é que o 'professor' Autuori está perdido. Quando um técnico começa a improvisar demais, inventar, é sinal de que está perdendo coisas essenciais para um profissional: a coerência e a convicção. Alguém pode supor que se trata de criatividade, mas na realidade está mais próximo de pura invenção.

EM TEMPO
Palmeiras e Inter fazem o grande jogo da rodada. São dois aspirantes ao título do Brasileirão no duelo direto, jogo de seis pontos. O Palmeiras está no desespero, não vence há quatro jogos. Muricy (vejam só) já sofre contestatação. Já o Inter segue irregular e não está confirmando o favoritismo inicial. Aposto no empate.

DIZEM POR AÍ...
... que Celso Roth, qual um Midas, vai transformar vaias em aplausos hoje no Olímpico.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Cara de quem ganha...

São muitas as coisas que me deixam irritado. Nada supera, porém, os discursos e os atos do Lula, ambos danosos ao País sob qualquer ângulo de abordagem.

No futebol, é irritante o discurso de técnico após seu time ter vencido com ajuda da arbitragem. O Mano Menezes, notório chorão quando prejudicado (aliás, como todos os técnicos), deitou falação ontem após a vitória por 2 a 1 do seu time sobre o Inter, que está virando saco de pancadas do Timão.

Sutil como um elefante numa loja de cristais, Mano deu um recado para o Tite, que ele não poderia atribuir ‘a derrota a erros de arbitragem porque aí ficaria longe de corrigir os seus problemas’.

Discurso de quem ganha ajudado pela arbitragem é mesmo muito diferente do discurso de quem perde prejudicado pelos homens de preto.

Não há dúvida de que o Inter levou dois gols em impedimento. O primeiro até dá para isentar o bandeira e o juiz. Já o segundo é impedimento de concurso, clamoroso. O bandeirinha não marcou, mas esse até o juiz poderia ter assinalado.

Agora, por questão de justiça, o gol de Alessandro foi marcado em situação no mínimo duvidosa. Se a arbitragem estivesse determinada a favorecer o Corinthians, poderia ter anulado o gol.

Há ainda o lance do Bolaños, que deveria ter sido expulso, e o pênalti sobre o Andrezinho, não marcado.

Em resumo, foi uma arbitragem beirando à calamidade. Vamos vez se o trio será punido.

O Inter publicou nota em seu site para destacar que o Corinthians tem sido sistematicamente favorecido nos jogos entre as duas equipes. Realmente, isso tem acontecido, mas acho que o Inter exagera ao colocar a situação nesses termos. O Jogo de ontem teve erros para os dois lados. A maior parte para o Corinthians.

Agora, haveria um complô contra o Inter e a favor do Corinthians. Mas é só nesse confronto, porque o time do Mano tem amontoado resultados negativos desde o desmanche com a saída de jogadores importantes. Perdeu até para o Grêmio.

Sem Rever e Maxi Lopez, o Grêmio, esse mesmo que dá vexame fora de casa, aplicou 3 a 0 no Corinthians, ao natural. Gol até do Alex Mineiro.

Concluindo: o Inter está criando um monstro ao insistir que só perdeu ontem por causa da arbitragem. Sem contar, que está enganando a si próprio. O Inter perdeu também por causa da arbitragem, mas não apenas por causa da arbitragem, como está querendo fazer acreditar com essa nota tão infeliz quanto aquele dossiê na Copa do Brasil.

A direção colorada precisa antes admitir que o time perdeu qualidade. Mas é mais fácil transferir a responsabilidade.

Ah, no bolão da ESPN cravei Inter 2 a 1. Vou emitir uma nota contra a arbitragem, porque também me considero prejudicado. Desse jeito vou cair pra segundona no bolão.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

'O Grêmio ainda vai ganhar fora'

A sorte que salvou o Grêmio contra o Flamengo não deu as caras hoje à noite na Vila Belmiro.

O técnico Paulo Autuori, que não jogo anterior teve mais sorte que juízo nas substituições, desta vez ficou sem sorte nem juízo.

Escrevi no tópico anterior que ele é lento para perceber as coisas, o que é inaceitável para um técnico tão bem conceituado e, principalmente, valorizado.

Réver improvisado de volante é uma invenção. Cabe numa situação emergencial, nunca como rotina. Quando Autuori vai perceber isso?

Para agravar a situação, Souza e Tcheco foram sofríveis. Souza, já escrevi e repito, vira um jogadorzinho fora de casa. No Olímpico, com o bafo da torcida na nunca, ele cresce, vira um gigante, um leão. Fora, é um gatinho.

Na frente, dois jogadores valentes, aguerridos, abnegados. Jonas estava melhor que Perea. Mas saiu quem? Jonas, é claro. Douglas Costa entrou mais avançado (como eu e quase todos defendem) e deu melhor resposta do que no jogo anterior, quando ficou perdido.

Joílson, pra variar, por força de hábito, voltou a entrar no time. Autuori ainda acredita nele. Depois, o Thiego. Quer dizer, engrossou de vez. Autuori confirma a cada jogo que não gosta de esquema com três zagueiros. Gosta de 4, 5...

Eu seria insano se escrevesse que o Autuori me decepciona, porque já escrevi antes de sua contratação que ele não tinha qualidade para justificar tanta espera e tanto dinheiro. Falta qualidade ao time? Falta. Mas o Roth (toc, toc, toc) sabia fazer cada jogador rende mais.

No final, o time que estava em campo era um verdadeiro 'samba do crioulo doido (afro-descendente mentalmente abalado)'.

No bolão da ESPN cravei Santos 2 a 1. Não acreditava sequer no empate, porque não me iludi com os 4 a 1 sobre o Flamengo. O Grêmio segue em sua vexatória campanha em jogos fora de casa.

Dia desses ouvi o grande Meira afirmar com toda a pompa: o Grêmio ainda vai vencer fora de casa neste campeonato. Me lembrou o Pércio França dizendo um tempo atrás, quando o Grêmio vencia todos os clássicos: "Nós ainda vamos ganhar um Gre-Nal".

Por fim, começo a me conformar: nunca verei o Ricardo jogando no time titular. E talvez nem o Roberson. Em compensação, o Joílson verei até enjoar. Aliás, já enjoei.

Minha dor de cabeça aumentou.

Gripe A e a Vila Belmiro

Bah, peguei a gripe A. Foi o que pensei quando comecei a sentir dores no corpo e uma dor de cabeça que foi crescendo, crescendo até ficar insuportável, como uma dor de dente daquelas que faz o sujeito sair da cama de madrugada implorando por um alicate salvador. Tirei a temperatura. Menos de 37 graus. Se tivesse febre também, eu estaria com os três sintomas principais da gripe A. Consultei informalmente um médico amigo. Recomendação: relaxante muscular, repouso e controle da temperatura. Em caso de febre, que eu fosse direto para a emergência do Clínicas.

Escrevo essas linhas já sem dor de cabeça, mas ainda com um pouco de dor muscular. Sem febre. De modo que estou pronto para conferir o Grêmio na Vila Belmiro, o templo sagrado de Pelé pisoteado hoje por um dos piores times que o Santos formou nos últimos anos. O técnico Luxemburgo, que também já não mete medo em ninguém, até porque parece estar mais preocupado com sua candidatura a senador por Tocantins (sério, ele imitou Sarney e arrumou um domicílio longe de casa), alertou que o Santos tem perdido demais na Vila, o que era raro de acontecer.

Agora, o Grêmio que é o Grêmio porque é o Grêmio normalmente se dá mal ali e vai contribuir, sem dúvida, para restabelecer a mística do lugar.

Menos mal que o Jadilson ficou. De titular, nem seguiu com a delegação. Será que o Autuori não conhecia o Jadilson? É aquilo que escrevi, ele custa a identificar as coisas. Por exemplo, ele foi para os jogos decisivos contra o Cruzeiro, na Libertadores, com o Alex Mineiro, que jogava em ritmo de aposentadoria. Então, Autuori, o técnico marcha- lenta, aos poucos, e bota aos poucos nisso, vai tomando as decisões corretas, ou as menos ruins.

Seu tivesse que apostar, jogaria as fichas na vitória do Santos, mas se o Grêmio entrou em maré de sorte, como parece indicar a vitória sobre o Flamengo, aí não tem quem faça gol no Victor.

EM TEMPO

A proposta por Rever seria de 9 milhões de reais. Então, ele não deve ser vendido. Ele é um zagueiro diferenciado, de exceção. Vale muito mais do que isso.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Autuori ainda não disse a que veio

O goleiro Victor salvou Celso Roth no ano passado. Domingo, salvou Paulo Autuori. No primeiro turno do Brasileirão de 2008, Victor fez milagres. O esquema de três zagueiros implantado por Roth depois de fracassar no Gauchão e na Copa do Brasil, só não desmoronou porque Victor deu a sustentação necessária para que se firmasse. Se o esquema de Roth era tão sólido, por que Victor muitas vezes foi escolhido o destaque maior do time?

Contra o Flamengo, Victor evitou uma goleada no primeiro tempo. O esquema de Autuori fracassou. A defesa vazou como há muito não se via dentro do Olímpico. Algo inaceitável para um técnico tido e havido (não por mim) como um especialista, um profissional superior. Alguém pode dizer que falta material humano de qualidade. Roth com jogadores iguais ou piores nunca tomou um “vareio” (é como se dizia “chocolate” nos meus tempos de craque em Lajeado) tão grande jogando em casa, e talvez até jogando fora.

Jadilson compromete. Ele liquida qualquer esquema. É ruim marcando e improdutivo no ataque. Ele faz uma ou duas jogadas conseqüentes por partida e entrega atrás por absoluta inaptidão para marcar, para se posicionar razoavelmente. Nos velhos tempos, seria um ponta-esquerda, um “Volmir Massaroca”, com todo o respeito ao Volmir, que foi um ponta que entortava lateral direito. Agora, quem escalou o Jadilson, sabendo quem é o Jadilson? Eu não fui.

Então, para não me alongar, resumo: não vejo vantagem do Autuori sobre o Roth (toc-toc-toc). A diferença em favor do primeiro, é que ele é um sujeito educado, equilibrado, diferente do segundo. Agora, o que me parece cada vez mais nítido é que Autuori não consegue tirar o máximo do potencial de cada jogador. Algo que Roth sabe fazer em muitos casos, fora quando implica com um ou outro jogador.

Autuori demora a enxergar. Por exemplo, Douglas Costa, até prova em contrário, só pode jogar numa função: na frente, como segundo homem de ataque, com ampla liberdade. Na função do Souza, como foi domingo, ele não deu certo. Não chegou a ser um fracasso, mas praticamente não criou nada em termos ofensivos. Na verdade, Douglas ainda é um jogador indefinido. Tanto pode se tornar um craque (esta é a possibilidade menor), como entrar na galeria das gloriosas decepções. A propósito, depois que ele começou a jogar sumiram as propostas milionárias ou é impressão minha?

Em resumo: Autuori está longe de justificar tanto empenho da direção em contratá-lo, um empenho tão grande que custou uma campanha melhor na Libertadores, quem sabe até o título.

A boa notícia é que ele agora, no desespero, descobriu que há bons jogadores na base gremista, algo que nós, freqüentadores aqui do boteco (em especial o Francisco) sabemos há muito tempo. E isso que não acompanhamos os treinos diariamente.

EM TEMPO

Maxi Lopez está indo embora mesmo. Começam as especulações sobre quem pode vir para o seu lugar. Não será fácil encontrar alguém a essa altura. Mas fica o registro: Maxi chegou aqui decadente, desprezado pelos europeus. Em pouco tempo, ganhou projeção suficiente para retornar aos euros. O Grêmio é especialista em recuperar jogadores. Lúcio, que está voltando, era só um lateralzinho a mais no Palmeiras, quando veio para o Olímpico. Aqui se destacou e foi pra Europa. Vamos ver em que condições ele está retornando. Espero que não seja para ficar na enfermaria.

domingo, 16 de agosto de 2009

Victor salva e o Grêmio goleia

Victor salvou no primeiro tempo e continuou salvando no segundo. Mas aí já com o time jogando a favor. Réver, só pra me contrariar, fez grande jogada saindo de trás e fez 2 a 1. Depois, ele lançou Perea, que sofreu pênalti: 3 a 1. Então, o grande zagueiro por momentos foi mais do que um volante razoável. Mas ele deve voltar correndo para a zaga, que vazou mais do que nunca.

Foi correta a ideia de Autuori ao sacar Douglas Costa logo após o segundo gol gremista. O guri não acrescentou muita coisa ofensivamente, e o meio-campo estava marcando muito mal, dando espaço para o Flamengo criar. Só achei que deveria entrar o Maílson, não o Joílson. Mas o Joilson acabou cavando um pênalti e até foi útil, porque fechou mais o meio. O que o Maílson faria melhor, sem dúvida nenhuma.

Victor foi o melhor em campo. Fez grandes defesas, algumas auxiliado por conclusões a la Herrera dos flamenguistas. Agora, me chamou a atenção o lateral Éverton. Joga demais. Fez o gol do Flamengo e cavou pelo menos três amarelos.

Quando se esperava uma goleada do Flamengo, deu goleada do Grêmio. Um 4 a 4 seria mais justo. Mas desde quando o futebol é justo. Como diria o filósofo Autuori, o futebol como a vida tem suas injustiças.

Victor evita goleada no 1º tempo

O Grêmio escapou de uma goleada no primeiro tempo. Antes do jogo, ouvi gente lamentando o público pequeno. Questionavam os motivos. Simples: desencanto, descrença, desânimo. O Grêmio hoje só disputa vaga na Libertadores. Título, nem pensar.

A torcida é o reflexo de sua direção, do seu técnico, de seu time. Não o contrário.

Falta vibração de alto a baixo. Exemplo: aos 47 minutos, o Grêmio demorou a cobrar escanteio. Douglas Costa deixou a bola na bandeirinha e se afastou lentamente, enquanto Jadilson se aproximava sem muita pressa. O Grêmio foi um time sem vibração, sem pegada, marcação displicente. Adriano que o diga.

Antes do jogo, ouvi e li que haveria cuidados especiais em relação a Adriano. Ninguém jogou mais livre do que ele, que fez as principais jogadas do Flamengo.

Perea fez 1 a 0 aos 15. Jogou bem o colombiano. O gol dele foi de uma cruzada do Jadilson. O Jadilson tem um potencial bom, mas nunca sai do potencial. Eu costumo dizer, ele faz uma jogada boa por partida, jogada com conseqüência, fora os salseiros que impressionam e não resolvem Ele fez a jogada aos 15, já poderia sair. Autuori custa a ver certas coisas. O Flamengo deitou e rolou em cima do Jadilson, ou da ausência do Jadilson.

Ele saiu no intervalo. Poderia fazer as malas para não ocupar espaço. Ah, o Douglas Costa foi razoável. O Réver confirmou o que eu previ no tópico anterior: o Grêmio perde um grande zagueiro e ganha um volante razoável.

Vamos para o segundo tempo. Vamos ver se Victor vai continuar salvando.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Autuori acerta o esquema, em tese

Há algum tempo escrevi que achava o esquema do filósofo Autuori bastante vulnerável. Dois volantes de que saem muito, um deles, Túlio, sem a força de outros tempos, e dois meias, sendo Tcheco cada vez tem menos velocidade e combatividade, embora possua muita técnica e inteligência para jogar, e isso é o que o mantém.

Neste sábado, o técnico arma um esquema mais consistente, colocando Réver de primeiro volante (como Sandro no Inter), formando um trio de marcação e também com boa saída com Adilson e Túlio. Douglas Costa com mais liberdade. É uma grande oportunidade para o guri tirar qualquer dúvida a seu respeito.

A improvisação de Réver só acontece porque a direção gremista não providenciou na contratação de uma camisa 5 legítimo. E não tem ninguém no grupo com essa característica. Desconfio que o Grêmio perde um grande zagueiro e ganha um volante razoável. Bem, se ele aprovar, Autuori acena com a possibilidade de seguir com esse esquema. Assim, Tcheco dançaria, porque Souza é titularíssimo. A não ser, claro, que Douglas jogue muita bola. E também tem o Mithyuê chegando aí devarinho. Sem contar o Roberson, que é sempre esquecido.

A direção prefere investir num tal de Renato Cajá e ainda se envolve num rolo jurídico. Deve jogar muito esse Renato.

Outro providência correta foi escalar Mário Fernandes, que é muito melhor do que o Thiego, ao menos jogando na lateral. Então, acredito que o Grêmio ganha do Flamengo. A não ser, é claro, que o Douglas Costa, a quem caberá maior responsabilidade criativa, não deslanche, o que é muito possível.

Vou ao Olímpico também na esperança de ver o Roberson e o Ricardo. Torcendo, ainda, por um bom retorno do Perea.

Já o Inter tem tudo para somar mais três pontos. O Santo André só perde sob o comando do Gallo. Agora, o time paulista não é bobo, tem jogadores experientes. Se o Inter facilitar, o jogo pode ficar complicado. O Inter está se reforçando com qualidade e volta a ser candidatíssimo ao título. Precisa ainda de outro centroavante.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A guerra das TVs e BRIZOLA

A redação do Correio do Povo parou ontem à noite (dia 11) para ver o Jornal Nacional. A Globo bateu forte na Igreja Universal, no Edir Macedo e por tabela na TV Record. Explorou notícia que havia sido divulgada pela Folha de São Paulo: a Justiça de SP acatou denúncia do Ministério Público paulista contra o bispo e cia., acusados lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Até aí é notícia e não tem por que não divulgar. O problema é que a Globo foi fundo, aproveitou o fato para detonar o bispo Macedo, inclusive usando uma cena que anda há tempo na internet, e que compromete a imagem do fundador da Universal. Foi declaração de guerra, motivada, provavelmente, pelo crescimento da Record, que tem superado a líder de vez em quando. Declaração de guerra.

Ficou a convicção de que a Record reagiria à altura. E não deu outra. Durante uns 10 minutos (tempo semelhante ao do Jornal Nacional na véspera) foi pau puro, fora um tempo destinado a exibir a filantropia da igreja.

O Jornal da Record (curiosamente apresentados por dois ex-globais) revirou arquivos para responder ao ataque. Foi míssil contra míssil. Vinculou a Globo com a ditadura. Lembrou a tentativa de fraudar uma eleição no RJ, em 95 se não me engano, para impedir a eleição do meu guru, LEONEL DE MOURA BRIZOLA, mostrou o famoso debate Collor (cria da mídia) x Lula, em 89, e por aí vai. Fechou destacando que a Globo está desesperada com o crescimento da Record, que é dona do jornal em que trabalho.

Bem, fica uma certeza: não tem anjo nessa história.
Vamos ver os próximos capítulos... Esta novela, ao contrário de outras que estão no ar, promete muitas emoções.

EM TEMPO

Agora, o melhor dessa briga é que ela me proporcionou a chance de matar a saudade do grande BRIZOLA, o único que peitou a Rede Globo quando ela realmente reinava sozinha, absoluta. Fez a emissora veicular no JN, na voz do Cid Moreira (com ar pra lá de constrangido), os direitos de resposta do TIO BRIZA, alvo preferido da Globo naqueles tempos. Tem outro momento (esse não foi colocado no programa), em que o grande BRIZOLA enfrentou no ar, ao vivo, o poderoso chefe de jornalismo da Globo na época, Armando Nogueira, responsabilizando, na lata, a emissora pela fraude na eleição do Rio, em parceria com uma tal de Proconsult.

BRIZOLA ESTÁ FAZENDO UMA FALTA...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A pegada e o filósofo do Olímpico

Time gaúcho tem que ter pegada. A frase é do Fernando Carvalho, após a vitória por 3 a 0 sobre o Sport, resultado que encaminha o Inter a brigar pelo título brasileiro. O conceito (para usar expressão repetida pelo filósofo do Olímpico) tem unanimidade no RS. O Grêmio tem pegada, não tem é qualidade em algumas posições.

O futebol está tão parelho, as diferenças entre as equipes são sutis, as coisas se decidem no detalhe, que nenhum time pode entrar em campo com jogadores que comprometem só pelo fato de vestir a camisa no vestiário e pisar no gramado. O Grêmio tem uns dois ou três assim a cada jogo. Aí, não há pegada que resolva.

Some-se a isso um treinador de discurso elegante, com conceito fundamentado no futebol arte, em que as faltas são recursos dos pobres tecnicamente falando – ao que eu acrescento, também dos times desorganizados taticamente -, e temos uma equipe que vai sempre ficar ali beliscando a ponta de cima e namorando a ponta de baixo.

É claro que se vierem reforços o Grêmio vai melhorar, mas sempre restará o conceito de futebol de seu técnico e a postura de lorde inglês da diretoria, o que compromete qualquer objetivo maior, como, por exemplo, uma vaga na Libertadores. De título nem falo, porque isso está fora de questão.

Já o Inter tem todas as condições de buscar o título. Fabiano Eller, que foi oferecido ao Grêmio, é um excelente reforço. Excelente reforço. Uma liderança que o Grêmio não tem. A direção está reforçando a equipe, que já é boa, e que tem um técnico que defende o futebol jogado, mas que não abre mão da pegada, e que de vez em quando vence fora de casa, pré-requisito para qualquer clube grande que se preze.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Gremio e a cultura da acomodação

Tcheco tem razão em reclamar da falta de pegada do time. Tcheco não culpou ninguém especificamente. Souza, que sempre dá uma boa entrevista porque fala pelos cotovelos, protestou. Ele ouviu o galo cantar e não sabe onde.

Souza é assim. Fala sem pensar, e pelo que tenho visto joga sem pensar. Porque se ele realmente pensasse, seria um craque. Potencial técnico o Souza tem.

A meu ver, Tcheco (pelo menos alguém está indignado no time) criticou foi a filosofia de jogo que Paulo Autuori está querendo implantar. Algo que não tem nada a ver com a cultura gremista, mas que eu até aprecio, porque gosto do futebol mais bonito, time organizado, que não precisa apelar para os pontapés. Mas para isso, é preciso ter material humano de qualidade.

Com jogadores como Fábio Santos, Jadilson, Joilson e outros não tem jeito. Tem que ser na base da garra, da pegada mesmo. É claro que faltas desnecessárias são inaceitáveis. Assim como reclamações banais, que resultam em cartões.

A rigor, o Grêmio hoje tem apenas um goleiro muito bom, zagueiros bons, um volante (Adilson), um meia (Souza) e um atacante (Maxi). Depois tem uns que quebram o galho, como o próprio Tcheco.

Aliás, não consigo entender o posicionamento de Tcheco. Volante de origem, articulador de boa qualidade, toque de bola, lançamentos curtos e médios, ele está jogando muito dentro da área adversária. Foi assim contra o Barueri. Quem deveria estar ali, mais próximo do Maxi ou do Jonas, seria o Douglas Costa.

Mas o garoto ficou numa correria improdutiva, mais cercando do que criando jogadas ofensivas. Ele deveria estar lá na frente, atacando e marcando a saída de bola dos zagueiros, laterais, etc.

Só pode ser opção do técnico. Mas aí estamos diante de um grande equívoco de Autuori. Tcheco é armador e Douglas é um meia ofensivo ou um segundo atacante. Uma alternativa para Souza, por exemplo.

Mas isso em tese, porque na prática ainda não vi bola que justifique a titularidade do garoto.

O fato, lamentavelmente, que a minha frase premonitória de dezembro do ano passado, após a confirmação de Rotho como técnico, é que 2009, que nem havia começado, já estava encerrado para o Grêmio. Seria um ano perdido.

Por fim, Autuori é um técnico que tem a cara da atual direção: elegante, pacata, cordata, apática. Há uma expressão francesa que define o que se passa hoje no Olímpico:

"Laissez faire, laissez passer".

Significa isso ou mais ou menos isso: deixai fazer, deixai passar.

Quer dizer, a cultura da acomodação.

EM TEMPO
Não se impressionem, é a única coisa que eu sei dizer em francês.

domingo, 9 de agosto de 2009

Um turno inteiro sem vencer fora de casa

Houve quem se impressionasse com a atuação do Grêmio contra o Palmeiras. Alertei que o desempenho bom do time tinha a ver com problemas do adversário, que se arrastou em campo no segundo tempo. Mas dei um crédito de confiança: vamos esperar os próximos jogos para ter uma opinião definitiva.

A derrota por 1 a 0, neste domingo, em Barueri, indica, não prova, mas indica que a atuação no empate por 1 a 1 foi mesmo enganadora, conforme eu suspeitava.

A experiência de jogar com apenas Maxi Lopez na frente, com Douglas compondo o meio campo e buscando a aproximação na frente não deu certo. E não dará certo.

Douglas não jogou absolutamente nada. Ele e Jadilson potencialmente teria condições de fazer jogadas pela esquerda. Fizeram uma no início. E foi só. Douglas ficou perdido em campo, não marcou, não armou e não agrediu.

Numa comparação com o Fernandinho, por exemplo. Quem é mais efetivo?

Souza, também já escrevi aqui, cai muito de rendimento fora de casa. No Olímpico, é um leão. Fora, é um gatinho.

E o que dizer do Maxi? Isolado, sozinho, batendo cabeça com os zagueiros, recebendo melancias e abóboras. Saiu no intervalo, alegadamente por lesão. Desconfio que foi para não ter que tirar o omisso garoto de ouro. Desconfio que a escalação do guri é forçada por algum investidor misterioso, porque ele é quem deveria ter saído no intervalo.

Ouvi o que o médico do Grêmio disse. Maxi saiu por precaução apenas, medida preventiva. O time está empatando, teria chance de vencer com seu centroavante titular se ele tivesse um companheiro para brigar com a zaga e tabelar, e sai por precaução. Se o Grêmio estivesse por cima da carne seca até poderia se dar a esse luxo.

Agora, se eu fosse investidor iria preferir o Douglas Costa parado, fora do time, porque jogando ele só está se desvalorizando.

Desconfio que Autuori que não quis dar o braço a torcer, sacar o Douglas e colocar Jonas de volta ao time. Imaginem se o Grêmio ganha sem o Douglas? A teoria do técnico vai pro espaço. Aliás, por que não deixam Jonas ter uma sequencia como todos os outros atacantes tiveram? Ele não é grande coisa, mas é o melhor companheiro que o clube tem para Maxi Lopez. E o Roberson? Por que não dão chance pra ele?

Paulo Autuori está fazendo história. Nunca o Grêmio acumulou uma série tão longa de jogos sem vencer fora de casa. Completa o turno sem vencer fora do Olímpico. Já é uma marca para ser emoldurada e colocada na parede da vergonha.

Outra coisa, sou obrigado a lembrar o Rotho, o indesejado: quando ele, Rotho, tentou jogar com apenas um atacante de ofício, foi massacrado pela mídia, e com total razão. Autuori é levado livre. Mas não por mim.

Autuori está se revelando melhor treinador da imprensa do que do time.

O exterminador do futuro

Há algum tempo escrevi que o governo Lula é o exterminador do futuro. Por muitas razões, a principal delas por permitir o contínuo e crescente massacre da serra elétrica na floresta amazônica.

Agora, vejo que o futuro já chegou.

Na página 19 da ZH deste domingo há esclarecedor artigo de um especialista da Faculdade de Medicina da Ufrgs e do Hospital de Clínicas. Fica claro o terrível erro do ministro da saúde, Temporão, subordinado do Sr Lula, na questão da gripe A. Ao impedir a aplicação do Tamiflu logo nos primeiros sintomas de gripe, dezenas de pessoas já morreram.

Outras tantas estão morrendo porque o tratamento foi liberado tarde demais. E outras, centenas, milhares, quem sabe?, irão morrer se a política devastadora de vidas do Ministerio da Saude não for mudada.

A faixa etária mais atingida é a do adulto jovem. Exatamente aquela que está construindo (no caso dos integrantes da União Nacional dos Estudantes, ajudando a destruir) o futuro.

Assim como árvores majestosas são derrubadas sem dó nem piedade, também vidas humanas são ceifadas pela incompetência e negligência desse governo da pirotecnia, das frases hilárias, agressivas e debochadas, e da luta feroz pela manutenção do poder.

Em tempo

É recomendável o uso de álcool gel nas mãos. Tentar impedir o vírus bebendo vodka ou outras bebidas etílicas, como sugere o parceiro Francisco no tópico anterior é só uma desculpa para beber um pouco mais. O que também é interessante nesse frio. Mas com moderação, claro.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ódios e paixões no futebol

Torcedor de futebol é igual em todo o mundo. Tem suas paixões e seus ódios em relação a um ou outro jogador.

Poderia citar inúmeros exemplos aqui nessa província gaudéria. Há os que amam e os que odeiam Tcheco, por exemplo. Eu apenas acho que ele hoje é insubstituível no time do Grêmio.

D’Alessandro é outro que provoca calorosos debates, principalmente entre o Juremir Machado (a favor) e o Haroldo de Souza (contra).

O que me leva a escrever sobre isso é algo inusitado, um absurdo. Torcedores do Liverpool querem ver o Lucas pelas costas. Vejam só, o Lucas, um volante multifuncional, que poderia ser titular da Seleção Brasileira, é desprezado por torcedores ingleses através de um fórum na internet. E pior, é ironizado por torcedores do Manchester United, votando para que ele fique no rival.

O futebol consegue essas coisas. Divide opiniões.

Sobre o jogo entre Grêmio e Palmeiras já li e ouvi todo o tipo de opinião. A maior parte dos gremistas ficou entusiasmada. "Agora vai."

Já superei a fase do deslumbramento há muito tempo. Na verdade, nem sei se a tive.

O Grêmio foi amplamente dominado em boa parte do primeiro tempo. O Palmeiras teve chance de fazer dois ou três gols, fez um. O Grêmio escapou numa cochilada do adversário e empatou. A partir daí o jogo ficou equilibrado.

No segundo tempo, o Grêmio foi superior. Poderia ter feito pelo menos mais um gol e vencido sua primeira partida fora de casa.

Aparentemente, Autuori venceu o duelo tático com Muricy. Mas percebi o Palmeiras se arrastando em campo a partir da metade do segundo tempo. Havia enorme distância entre a defesa e o ataque. O meio-campo gremista passeou nesse espaço. Pode ser falta de preparo físico, não sei. O fato é que o Grêmio dominou o líder do campeonato e mereceu vencer.

Agora, vamos ver contra o Barueri, e principalmente no próximo jogo fora, o quanto a atuação do Palmeiras pesou para o bom desempenho do Grêmio no Parque Antártica.

Aliás, é inadmissível que o estádio não tenha ambulância ao lado do campo de jogo.

Douglas Costa deu boa contribuição. Foi participativo, sem ser brilhante, como esperam seus admiradores. A tendência é de que melhore a cada jogo e confirme tudo o que dizem sobre ele. De minha parte, sigo achando que ele tem um grande potencial.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O ídolo desprezado

Quando o Inter precisa de um título dá um pulinho no Japão e volta com mais uma taça. Simples. Agora, campeão da Copa Suruga não serve nem de consolo para quem deixou escapar o título da Copa do Brasil. É muito pouco para o ano do centenário. Mesmo assim, já está melhor do que foi o Grêmio no ano em que completou cem anos.

Resta a obrigação para realmente fechar bem a temporada, que iniciou das mais promissoras, a conquista do Campeonato Brasileiro. Na pior das hipóteses, uma vaga na Libertadores. Mas aí sem direito a festejar na Goethe.

Se realmente é fundamental terminar o ano bem, é difícil entender por que o Inter desprezou Fernandão. Aos 31 anos, o ídolo colorado daria grande contribuição ao time, sem contar o entusiasmo que causaria na torcida.

Ontem, ouvi o Fernandão dizer que fez "dez ligações para o celular de Fernando Carvalho", sem receber retorno. Depois, ainda segundo o jogador, que já provou ser um homem sério, ele telefonou para Giovani Luigi. "Conversamos durante meia hora e ele desligou dizendo que o Fernando ligaria em dez minutos. Ele não me ligou. Aí eu tive certeza de que o Inter não me queria. Seria tão simples. Não precisa disso tudo. Era só dizer que eu, aos 31 anos, talvez já não pudesse dar a resposta que dei em quatro anos. Eu entenderia e partiria para outra", desabafou Fernandão.

Sobre o e-mail que recebeu dias atrás de Fernando Carvalho, depois dessa maratona para manter um contato verbal com seu "amigo", o jogador interpreta como uma tentativa do dirigente de ficar calçado no caso de Fernandão assinar com outro clube, passando a impressão de que realmente tentou a sua contratação.

É claro que o Inter não quis mesmo Fernandão de volta. Preferiu Edu, que chega hoje, e Cléber Santana. Gosto é gosto. Ou negócios são negócios.

Decididamente, o Inter não sabe cuidar bem de seus ídolos.

QUESTAO DE ORDEM

Se os 40 denunciados do mensalão estão aí livres, leves e soltos, será que alguém vai ser mesmo punido aqui no RS, depois dessa grave denúncia dos procuradores? Se bem que só a denúncia já detona com muita gente.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Arena, a Copa e o BNDES


Em fevereiro deste ano eu conversei com o líder de desenvolvimento de novos projetos da OAS, Eduardo Pinto, e fiquei convencido de que o grupo teria muita dificuldade para encontrar investidores interessados no projeto Arena, seduzidos por espigões com salas comerciais (que acabarão se transformando em imóveis residenciais, eu acredito) no Humaitá. Ele admitiu que não seria fácil em razão da crise mundial.

Desde então apostei minhas fichas que o governo federal acabaria bancando a brincadeira, caso contrário a Arena não sairia do chão. Estava convencido de que a OAS faria valer a sua influência, escavada há décadas, junto aos órgãos públicos.

Há menos de um mês percebi o primeiro sinal de que a coisa já se encaminhava para esse lado. O Corinthians (lembram da declaração do Ronaldo sobre as dicas de empreiteiras feitas pelo presidente Lula?) anunciou que pediria uns 25 ou 30 milhões para reformar o seu estádio. E para quem estava encaminhando o projeto? O BNDES.

Agora há pouco chegou aqui na redação do Correio do Povo a notícia de uma agência. É a seguinte:

BNDES estuda financiar reformas para Copa de 2014
Sao Paulo, 03 (AE) - Apesar de o governo federal garantir que estadios nao serao construidos ou reformados para a Copa de 2014 com dinheiro publico, o Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) estuda a criacao de uma linha de financiamento para esse fim. Representantes das cidades-sede vao se encontrar com tecnicos do banco federal ate quarta-feira - nesta segunda, eles ja iniciaram as conversas com Sao Paulo, Minas Gerais e Bahia.

Então ficamos assim: agora a Arena, infelizmente, deve mesmo sair. Seja o que Deus quiser. Ah, e a reforma do Beira-Rio também.

Pergunta: se o BNDES vai mesmo financiar, por que o Grêmio mesmo não pega os recursos, como fará o Corinthians, e banca uma bela reforma no Olímpico?

Imprensa e os exageros

A revista Veja desta semana traz na capa o rosto de César Cielo e o título ‘Enfim, um herói’. Trata-se de um exagero. Que é bom termos ídolos no esporte não resta dúvida. São exemplos para a garotada. Gente que supera desafios e acaba vencendo.

Cielo bateu recorde mundial nos 50 metros, uma façanha atingida graças a muito trabalho, trabalho árduo, mas longe daqui, mais precisamente nas piscinas de Alabama, Estados Unidos. Isso não faz dele um herói nacional. Não porque suas braçadas vencedoras foram encorpadas em outro país, mas simplesmente porque herói é outra coisa. Pelé não foi herói, nem Senna. Menos ainda o jovem e bravo Cielo, que entra na galeria dos grandes astros do esporte brasileiro. E deu.

Veja, na ânsia de criar um novo ídolo, ou por falta de assunto melhor, saiu com esse excesso, justificável, mas um exagero.

Já o jornal Zero Hora se superou ao manchetear em seu belo caderno de esportes, edição de hoje, página central: Douglas é Maxi. É outro caso de excesso jornalístico. Não faz mal pra ninguém, talvez apenas para o próprio garoto. Não sei exatamente o pode haver por trás de um exagero tão grande, mas penso que a motivação é a mesma que levou a Veja a alçar Cielo à condição de ídolo verde e amarelo.

Nós, aqui do RS, também carecemos de ídolos. Nilmar foi embora, Taison encolheu, o furacão Daiane já passou. Tem ainda o João Derly, mas o judô não é exatamente um esporte popular, sem contar que não é atraente. Ficam aqueles caras se agarrando, se puxando, rolando abraçados. Enfim, uma coisa chata, com todo o respeito aos judocas meus conhecidos, ou não. Claro que judô feminino é mais legal.

Douglas entrou no jogo de ontem, fez duas ou três jogadinhas, e só. Longe de merecer uma manchete tão ufanista. O curioso que tanto destaque para o garoto, que realmente é promissor, e só isso, promissor, como muitos que já vi, acontece justamente no dia seguinte em que li uma notinha na internet: Manchester United desiste de Douglas Costa.

Foi ontem à noite, na redação do CP que dei de cara com essa notícia. Até comentei com os colegas: será que um dia esse clube realmente se interessou pelo jovem gremista? A informação de maior credibilidade que li sobre o assunto apontava que o clube inglês queria Douglas por umas semanas para testes. Bem, nem milhões de euros, conforme anunciado exaustivamente (houve o mesmo semana passada em relação ao Sandro, do Inter), nem programa de testes. Os ingleses que façam testes com seus conterrâneos.

Agora, prefiro os excessos da imprensa (nos casos acima sem maiores conseqüências) do que a censura, como essa que o judiciário está impondo ao jornal Estadão para resguardar Sarney e cia. Espero que o sr. Lula se manifeste a respeito com a mesma veemência com que atacou os críticos do bolsa família.

Vou esperar sentado.

domingo, 2 de agosto de 2009

Tcheco, Douglas e os laterais


Tcheco era o melhor em campo quando cometeu aquele pênalti idiota, coisa de jogador inexperiente e desprovido de inteligência. Não é esse o perfil do capitão gremista, pelo contrário. Ele é o jogador mais inteligente do time e ontem foi muito bem, com exceção desse lance injustificável que quase colocou em risco a vitória.

O Grêmio acabou goleando o Cruzeiro por 4 a 1, mas é preciso deixar bem claro que só começou a criar situações de gol depois da expulsão de Jonathan. Também não se pode ignorar que o time mineiro não tinha Kléber e Wágner.

Escutei entrevistas de torcedores depois do jogo. Tcheco foi muito elogiado, merecidamente. Críticas para os laterais. Thiego está improvisado e logo volta para o seu lugar, que é o banco de reservas. Já Fábio Santos é uma temeridade.

No meu ocaso como craque de futebol, eu jogava no estilo do Réver, um zagueiro de técnica invejável. Posso garantir que nenhum zagueiro joga tranquilo se tem ao seu redor jogadores que comprometem, que o deixam inseguro. Pode ser um colega de zaga, o goleiro, um volante ou um lateral. O sujeito não consegue jogar tranquilo, porque sabe que a qualquer momento pode entrar numa roubada.

Ontem, Fábio Santos ficou livre para fazer o primeiro gol, numa bola com açúcar e com afeito deixada por Jonas, que provou de uma vez por todas, espero, que é melhor do que Herrera. O lateral chutou colocado no meio do gol, nas mãos do goleiro.

A entrada de Douglas Costa foi providencial. Mexeu bem o Autuori, sacando o Thiego. O guri mostrou qualidades e merece continuar recebendo chance até se afirmar.

Agora, por que não dar oportunidade para os outros garotos? Por que insistir com Joilson, que entrou com o time vencendo, o Cruzeiro com dois jogadores a menos, e não conseguiu acrescentar coisa alguma? Ele poderia ter colocado o Roberson pela ala direita. Jadilson entrou relativamente bem, mas também perdeu alguns lances de forma bisonha. É inconfiável.

De positivo, outra boa atuação de Maxi Lopez.

Agora, é o Palmeiras, que se credencia como favorito ao título.