sexta-feira, 30 de julho de 2010

Causas da crise gremista

Sempre que alguém me pergunta o que está acontecendo com o Grêmio, eu vacilo, olho pro lado, assobio, e tento seguir em frente ou mudar de assunto.

Se insistem, peço mais um chopp e arrisco uma explicação com base na minha experiência como repórter esportivo e observador das coisas que envolvem a dupla Gre-Nal há mais de 30 anos.

Assim, ouso enumerar aspectos importantes e que ajudam a explicar o que está acontecendo no clube já há alguns anos:

1 – um quadro social influenciável por velhos caciques, vencedores no passado e que hoje, em boa parte, estão afastados, só aparecendo em determinados momentos, como em processos eleitorais, a exemplo do que aconteceu na última eleição, para alçar ao comando os seus escolhidos;

2 - um corpo de conselheiros acomodados, em sua grande maioria, e que fazem qualquer coisa para não perderem seus postos, mesmo que isso resulte em prejuízo do clube que dizem amar, que consideram sua religião, etc. São as vaquinhas de presépio, que dizem amém ao que dita a diretoria, embora, muitas vezes, fora das assembléias, se transformem em touros sanguinários criticando (em blogs e programas de rádio e TV) duramente determinados dirigentes, em especial aqueles não afinados com o seu grupo;

3 – um clube dividido em vários grupos, uma colcha de retalhos mal costurados. Gente que se aglutina algumas vezes por interesses partidários (PT, PMDB, DEM, PC, etc), afinidade pessoal, e principalmente em torno de determinados caciques, como ex-presidentes, muitas vezes até por uma questão de gratidão a quem os indicou para o Conselho Deliberativo ou para algum cargo na diretoria;

4 – uma diretoria composta por integrantes de grupos que lhe dão sustentação política, como se o clube fosse um órgão público, onde o comando é loteado para satisfazer a ânsia de poder e de vantagens dos partidos. Então, acontece de existir numa mesma diretoria gente que não se suporta, gente mais preocupada em ocupar espaço e puxar o tapete de ‘colega’. É onde ciúme e vaidade são sentimentos comuns, superando em muito o espírito de doação, de abnegação e de um autêntico interesse de servir. Em função disso, acontece de pessoas despreparadas (por vezes desonestas, o que no futebol até pode ser virtude no futebol dos dias que correm desde que não sejam também incompetentes) assumirem cargos importantes, contribuindo para o fracasso;

5 – o grupo, ou os grupos, que por ventura ficam de fora dessa diretoria ‘frankestein’ ainda tentam disfarçar, mas em alguns casos, talvez na maioria, torcem descaradamente pelo fracasso de quem está no poder, não raro repassando informações à mídia que comprometam a gestão, colocando gasolina no fogo.

6 – é importante frisar também que os clubes de futebol atraem todo o tipo de pessoas, nem todas bem-intencionadas. O volume de dinheiro que gira no futebol é um chamariz e pode seduzir até mesmo indivíduos que nunca cometeram deslize ético ou moral. Ao mesmo tempo, os clubes, em especial os grandes como o Grêmio, podem servir de vitrine e trampolim profissional e político, desde que o indivíduo tenha sucesso como dirigente, é claro. Caso contrário, perde o clube e perde o sujeito que pretendia usar o clube como alavanca profissional, política ou comercial;

7 – agora, tudo o que está referido acima (que existe também no Inter e em outros clubes em maior ou menos intensidade) cresce ou diminui de importância se o clube tiver no comando pessoas realmente capazes, conhecedoras de futebol, aptas a exercer o poder com autoridade, sem desprezar o diálogo, com capacidade de aglutinação e liderança, mas acima de tudo com personalidade e pulso firme diante de situações difíceis. Dentro do regime presidencialista que caracteriza o clube de futebol em geral, quem dá o tom, como o maestro que rege os músicos, é o presidente.

Cabe ao presidente escolher seus comandados, seus músicos. O problema hoje é que cada ‘partido’ da tal sustentação tem nomes a indicar, e ai do presidente que ignorar as indicações.

O clube é sempre o reflexo de quem o preside; se o presidente for apático, sem força e vontade para mudar o rumo das coisas, do tipo ‘laissez faire,laissez passer,le monde va de lui-même’, que significa mais ou menos ‘deixai fazer,deixar passar,o mundo caminha por ele mesmo’, o presente se torna tumultuado e o futuro sombrio.

Um presidente desse tipo pode afundar o mais poderoso dos clubes de futebol.

O que escrevi talvez não explique tudo, mas não tenho dúvida de que ajuda a entender não apenas o atual momento do Grêmio, mas o que aconteceu nos últimos anos e o que ainda pode ocorrer se não houver uma mudança ampla e profunda no clube, que, ainda por cima, vive uma crise de bons nomes para assumir cargos de comando.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Esperança gremista é o famoso pé-frio barbudo

O presidente da República declarou há pouco, no Beira-Rio, que é colorado.

Notório pé-frio ao menos na área esportiva, em especial no futebol, o sr. Lula sem querer devolveu a esperança à torcida gremista, que vê nessa afirmação e no ato em si à beira do Guaíba um sinal de que o bi colorado na Libertadores passou a ficar ameaçado. Na pior das hipóteses, não será tão fácil quanto parece.

A meu ver, a energia negativa emanada pelo estadista do 'nunca antes' já se fez sentir ontem, na vitória minguada por 1 a 0.

Eu havia previsto que seria 3 a 0. Errei, mas o resultado mais justo pelo que se viu no jogo seria mesmo o 3 a 0. O Inter foi imensamente melhor que o SP, que praticamente não ameaçou o goleiro Renan.

Aqui um aparte que faço a mim mesmo: foi uma temeridade colocar o Renan, que falhou contra o Flamengo por estar sem ritmo. Para sorte dele, Renan, e dos doutos que sacaram Abondanzieri, o SP não atacou.

O Inter mereceu uma vantagem maior.

A estratégia do SP até que foi a mais adequada: jogar para não sofrer gol e, se der, achar um golzinho. Foi acima de tudo um reconhecimento da superioridade técnica e física do adversário.

Agora, se o técnico Ricardo Gomes fosse um pouco mais audacioso, talvez até sofresse um gol a mais, mas com certeza teria boas chances de fazer o gol fora de casa.

Fernandão, temor do colorados e esperança dos gremistas, foi um fracasso. Por que não colocar Ricardo Oliveira em seu lugar? Por que não colocar Fernandinho muito mais cedo, não quando faltavam seis minutos para terminar? Por que limitar Hernanes à marcação? Na única vez que entrou na área colorada, no final, Hernanes quase fez o gol.

Ricardo Gomes acertou no atacado com a sua estratégia de respeito ao rival, mas falhou no varejo, nos detalhes, na correção de rumo.

No Morumbi, o SP será mais agressivo, muito mais. Mas dará espaço para os contra-ataques, um trunfo do Inter.

Se o pé-frio do presidente não influenciar, o Inter elimina o SP e vai para a final da Libertadores, com a faca e o queijo para ser campeão.

SAIDEIRA

Eu imaginava que a atual direção gremista errava apenas no futebol. Esse 'apenas' não cabe, porque o futebol é quase tudo num clube de futebol. Mas vejo agora que a administração toda vai de mal a pior. A direção admitiu antecipação de receita de TV de 2011 na ordem de R$ 10 milhões, e uma folha de pagamento total na faixa dos R$ 4 milhões (no futebol, 3,2 milhões oficialmente).

Então, meus amigos, a coisa está mais feia do que parecia.

Só nos resta cantar 'tornei-me um ébrio, na bebida busco esquecer...'

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um espinho encravado

Alguém sabe tirar espinho da ponta do dedo?

(Explico: nas minhas andanças pela colônia no oeste catarinense, em Saudades, fui pegar bergamota no pé. Pouca prática, enfiei o dedo num galho e sai com o espinho encravado no dedo indicador da mão direita, o que dificulta o teclar.)

Desde domingo faço essa pergunta aos meus conhecidos. Pesquisei até no google.

A resposta: só extraindo.

Alguém sugeriu que colocasse o dedo numa xícara com água quente e sabão comum. Para fugir da tortura, fiquei uma hora com o dedo mergulhado na fórmula salvadora.

Não adiantou. O dedo murchou, mas o espinho continua lá, sem nenhuma pontinha de fora. Tentei simpatias, benzedura e tudo mais. Rezei pra todos os santos.

Ontem à noite, pedi pra minha mulher extrair o espinho. Foi só ela encostar a agulha pra eu quase urrar de dor (confesso, sou um covarde, um cagão).

O espinho continua ali. A ponta do dedo inchada. Vou esperar que forme um abcesso, que aí sai ao natural.

Quer dizer, a região no entorno do espinho precisa apodrecer. Até lá vou conviver com a dor.

É assim que os gremistas se sentem em relação ao Grêmio.

Tem um espinho encravado no vestiário. Pior, tem dois.

Dói, incomoda, angustia, apavora, e pode causar sequelas.

O presidente Duda Kroef é como eu: espera que a situação se resolva sem a dor maior, que seria fazer a extração do corpo estranho. Ele prefere conviver com a dor, à espera de uma solução milagrosa, como eu com o meu espinho.

Duda não pode esperar que apodreça.

Ele precisa agir rápido, mesmo que doa. Precisa cortar a carne para salvar o dedo, a mão e o corpo todo.

Ah, já se sabe, mergulhar os dois na água quente com sabão no resolve.

E não adianta tirar apenas um espinho. O outro vai continuar incomodando.

O problema é que Duda parece ser como eu: um medrosinho...

SAIDEIRA

Tenho programa para esta noite: vou alugar um filme. Acho que o Massacre da Serra Elética cai bem hoje.

Vou começar na hora do jogo entre Inter e São Paulo (antes irei ao Cadeira Cativa, da Ulbra).

O jogo no Beira-Rio vou acompanhar pelos foguetes. Vou ouvir três foguetórios. Vai dar 3 a 0.

Não gosto de jogo fácil, pedra cantada.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A crise gremista e a lista de Mano

Recolhido para meditação no interior de Saudades, uma pequena cidade fundada por gaúchos lá pelos anos 50, às margens do rio Saudades (incrível coincidência), perto de Chapecó, abandonei o mundo por três dias. Imitei o Raul, que queria parar o mundo para descer.

No domingo (ontem), depois de uma churrascada com a alemoada, amigos e familiares, regada a cerveja é claro, assisti ao jogo do Inter. Isso depois de tirar uma breve siesta que ninguém é de ferro. Assisti ao lado dos parceiros (todos gremistas, porque a região lá é dominada por gremistas). Boa parte do tempo eles trocavam palavras em alemão, e eu ficava boiando mais que o Onofre no vestiário tricolor.

Então, vi o misto quente do Inter conquistar sua quarta vitória seguida no Brasileirão, confirmando o que previ semana passada: o Inter vai ser campeão da Libertadores, do Brasileirão e, de quebra, do mundo. Estou providenciando o visto para o Casaquistão. O Grêmio acompanhei através de relatos do meu cunhado, que se fechou no galpão com um radinho para ouvir o jogo pela Guaíba (ele é guaibeiro fanático).

Lá pelas tantas, o Inter vencedo por 1 a 0, ele chega correndo, olhos esbugalhados, feliz, para anunciar o gol do Borges.

- Sossega, olha o coração, que não vale a pena. Daqui a pouco o Cruzeiro empata - alertei. Ele não gostou muito do que falei e saiu resmungando.

Antes de viajar escrevi que o pessoal da região, os gremistas, estava pensando em suicídio coletivo diante do que acontece de ruim no Grêmio e de bom no Inter. Exagerei, claro. Mas foi eu pisar em Saudades, onde fica a fábrica da Umbro, da Fila e outras grifes, que um grupo de gremistas me cercou.

- Diz aí o que está acontecendo com o nosso Grêmio? -, perguntaram, quase implorando, em coro. Na hora pensei que ao brincar que eles estavam desesperados e que pensavam em se matar até que não errei tão feio.

Diante daquela pergunta assim, de sopetão, logo após os cumprimentos de praxe, fiquei mudo. Pensei alguns segundos:

- Vocês têm muuuuito tempo para me ouvir, ou querem um resumo?

Aconteceu o que eu temia: eles tinham todo o tempo do mundo. O problema é que eu estava cansado. Era sexta-feira. Eu havia saído de POA às 8h. Viajei quase oito horas. Então, depois de garantir o chimarrão nas minhas mãos, sugeri para conversar com mais calma à noite. Ele toparam.

O que falei depois é tema para outro comentário aqui nas mesas do boteco. Só adianto que eles saíram preocupados. E a ideia do suicídio coletivo ganhou corpo. Não sei se não vou aderir.

SAIDEIRA

Mano era pedra cantada. A surpresa foi Muricy ser convidado no sábado e recusar. Passou o cavalo encilhado.

Mano aceitou na hora, não é bobo. Um baita emprego.

Hoje, anunciou a seleção que enfrenta os EUA em agosto. Há muitos nomes discutíveis na lista, o que é natural porque se trata de uma renovação. Gostei de ele ter lembrado do Lucas, do Ganso e do Hernanes(que eu queria no time do Dunga), e também do lateral André Santos (mil vezes melhor que os convocados pelo Dunga, mas dizem que ele tem problema extra-campo). Gostei também que ele chamou o Pato, que tem tudo para ser titular em 2014.

Enfim, é um começo. Não gosto do Mano, mas reconheço que é um técnico equilibrado, que sabe armar um time, e, ao contrário do Dunga, tem experiência de treinador.

Se vai dar certo, é outra história.

Só não gostei que logo de cara o Mano deu uma exclusiva para a Globo. Só pra Globo.

SAIDEIRA II

Os doutos do Grêmio querem passar a imagem de que são firmes e duros contra a indisciplina. Anunciaram multa para Jonas e Rodrigo, que, pelo que soube, brigaram em Minas. Alguém sabe explicar o motivo da briga?

Deve ser aquela multa amiga, tipo a que o Lula e a Dilma recebem do TSE. Sai na urina.

Aposto que o Jonas está do lado do 'bem'. Vem cá, tomar dois gols de cabeça?

A zaga deve explicação. E também o Silas, porque com ele o Grêmio vive tomando gol de cabeça e/ou por descuido de marcação. Ele não sabe armar uma defesa, entre outras coisas. Pode jogar com quatro zagueiros na área que isso vai se repetir.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Tite, a salvação de gremistas e sãopaulinos

Continuo no aguardo do meu visto para o Casaquistão, onde serei recebido não como um exilado político, mas como exilado esportivo.

Cheguei a pensar em me esconder em Cuba, onde nem à internet teria acesso, mas desisti porque aí estaria em território altamente hostil, sem qualquer tipo de liberdade. Talvez até acabasse numa masmorra como tantos que lutam contra a ditadura da múmia ambulante.

O fato é que a iminência de o Inter ser bi da Libertadores e o Grêmio tri na segundona me apavoram. Tenho amigos colorados que já compraram caixas e caixas de foguete. Um deles, ampliou uma foto do Roth e colocou na parede do seu quarto. Escreveu em cima: "São Roth".

Outro colorado, que odiava o goleador Alecsandro até mais que o Juremir Machado, agora jura que não o trocaria nem pelo Nilmar.

Tenho amigos gremistas que não sabem mais o que fazer. Foram ao Olímpico quarta-feira, xingaram até a quinta geração do Duda, do Meira e do Silas, sairam do estádio sem voz e sem rumo. Andam como zumbis pela Cidade Baixa. Já passaram por todos os bares e 'inferninhos' da João Alfredo.

Estou viajando nesta sexta para o oeste catarinense. Existem muitos gaúchos por lá, a maioria gremista. Entre outras coisas, vou conferir se o Rio Uruguai subiu muito e se é verdade que dezenas de gremistas estão se suicidando por causa do time armado pela dupla Duda/Meia, com influência do Aprendiz.

Prometo notícias.

SAIDEIRA

Com o Inter subindo como o prestígio do Fortunatti depois que abriu a Ramiro bloqueada pelo PT, e o SP caindo como o conceito do Collares depois que abriu voto para o Tarso Genro, só vejo uma saída para impedir o bi colorado.

Claro, tem ainda a esperança de que Roth confirme sua biografia, mas já escrevi que a queda do Roth acontece depois de três meses. Portanto, na decisão da Libertadores ele ainda estará por cima da carne seca.

A minha sugestão é que o SP afaste de uma vez o Ricardo Gomes e contrate o Tite. Essa do Dunga é dose. O Dunga é outro aprendiz. Silas não, por favor. Seria ótimo que ele saísse, mas não para o SP, ao menos agora. Silas treinando o SP apenas aumentaria as chances de o Inter ser campeão.

Minha sugestão, então, é Tite no SP. Ninguém conhece o Inter melhor que o Tite, nem o Fernando Carvalho.

Se o SP quer ser campeão, que contrate o Tite. Além de conhecer o time colorado melhor do que qualquer um, Tite costuma se dar bem contra o Roth, seu freguês de caderno.

Se alguém puder, repasse essa sugestão à diretoria do SP.

Tite, a salvação.

Sigo agora para o oeste catarinense.

Até domingo, ou segunda.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cinco sentimentos, uma esperança e outra decepção

Sentimentos que tive ao ver o Inter bater o Atlético Mineiro, lá, em Minas:

1 - surpresa ao ver o time tão organizado em tão pouco tempo.
2 - embasbacado pelo futebol moderno, rápido, marcação e velocidade
3 - inveja porque o Grêmio está muito longe disso, embora tenha alguém considerado treinador há meio ano
4 - pavor porque se continuar jogando assim vai ser campeão da Libertadores
5 - pânico porque depois poderá ser campeão do mundo de novo e ainda por cima campeão do brasileirão

Depois de entrar nesse turbilhão de sentimentos angustiantes e assustadores, me senti como alguém se afogando e fazendo esforço para voltar à tona, e em meio a esse esforço para sobreviver me veio um pensamento mágico, que me salvou. Emergi, busquei o ar salvador e senti que enquanto há vida há esperança, e que a esperança é a última que morre e todos os outros chavões nesse sentido.

Mas qual foi o pensamento que me salvou?

A esperança de que Celso Roth mantenha sua biografia. Por enquanto, está tudo como sempre: um começo deslumbrante, fascinante para o seu torcedor. Falta agora a queda.

Ela virá, não tenho dúvida. Mas talvez tarde, só depois da Libertadores.

Será que o clima no Casaquistão é bom?

SAIDEIRA

Musiquinha de campanha enviada pelo parceiro Francisco (que, aliás, de tão apavorado só fala em categoria de base do Grêmio, política e comida), direto de Alagoas:

É LuLLa apoiando Collor
É Collor apoiando Dilma
É os três pelo bem do povo

TROCANDO AS PERNAS

ACRESCENTO O TEXTO ABAIXO APÓS OUTRO EMPATE EM CASA DAQUELE TIME QUE GANHAVA TODAS EM CASA.

'Nós temos uma gestão séria e responsável aqui no Grêmio'. A frase é do douto sr. Meira explicando por que não contratou Rever e outros após o empate com o Vasco por 1 a 1. Diz ele que Rever custaria 3 milhões de euros para voltar. Será mesmo?

A gestão 'séria e responsável' seria por acaso a mesma que paga mais de 200 mil mensais a FR, ao Leandro, e outros?

O ilustre comandante futebol tricolor se mostra indiferente às vaias da torcida. Para ele, uma segmento da torcida quer a sua saída, e também a do Duda e a do Aprendiz. Acredita ele, ou finge acreditar, que é uma parcela pequena que quer essa mudança radical.

Teve também o discurso do presidente e do aprendiz. Segundo eles, o campo encharcado prejudicou a reação do Grêmio. O Vasco, nesse raciocínio idiota e/ou afrontoso à inteligência das pessoas, foi beneficiado pelas condições do gramado.

Arrisco dizer que num campo normal o Grêmio teria perdido.

Enfim, Silas continua, Meira continua e Duda continua.

Como é mesmo o clima no Casaquistão?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Cinco doses ácidas

1ª dose - Informação que obtive de duas fontes absolutamente confiáveis: o vice-presidente Luís Onofre Meira é motivo de chacota por parte dos jogadores.
Se é assim, e não tenho por que duvidar, a situação é mais feia do que parece.
Afinal, o presidente Duda Kroef afirmou que a influência de pressões contra Silas e Meira é zero, que ele está acostumado com isso desde piá.
Vamos ver se a firmeza demonstrada pelo presidente resiste a um eventual resultado negativo contra o Vasco.

2ª dose – Leio declarações do preparador físico Anderson Paixão sobre o momento do time, lesões, etc. Ele diz que em todos os clubes existem jogadores lesionados. Citou, por exemplo, o zagueiro Miranda, que desfalcou o SP por causa de um corte.
O que se questiona é o elevado número de lesões musculares no time gremista desde o começo do ano, nunca contusões resultantes de ação externa.
A propósito, o preparador físico não deveria ser o Paulo Paixão?
Por melhor que seja seu filho, Paixão é insubstituível. É um dos profissionais mais conceituados da área e, pelo que sei, tem forte influência no vestiário.
É inegável que falta pelo menos uma voz forte e impositiva no vestiário gremista.

3ª dose – Soube pelas minhas fontes que alguns jogadores andam abusando da bebida, o que ajuda a explicar o declínio do time – além do despreparo do treinador – após a Copa do Brasil.
No recesso, sem maiores compromissos, o pessoal pode ter passado da conta.
E como aparentemente não há maiores cobranças, o resultado é um time incapaz de se impor ao adversário, mesmo que seja um Vitória, em casa, e o Prudente com um jogador a menos.
Ah, esse pessoal não freqüenta o boteco.
Aqui, se aparecerem, é só água. Da torneira.

4ª dose – A constatação que fiz já faz uns 10 dias sobre a perda de comando do vestiário pelo técnico aprendiz ganhou múltiplas adesões desde ontem. Muita gente da mídia e fora dela está chegando agora à mesma conclusão.
Se nem assim o presidente Duda vê motivo para mudar...

5ª dose – O Grêmio poderia alterar seu estatuto. Sugestão: proibir que o comando do futebol fique nas mãos de empresário que anuncie seu produto na mídia que faz cobertura esportiva.

Qualquer relação com o que está acontecendo não é mera coincidência.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Inter rumo à Libertadores e a Ramiro liberada

A Fifa, entidade séria e absolutamente inatacável, escancarou a janela. O Inter pode registrar Tinga, Renan e Sobis (esqueci alguém ou fica por aí?) no Brasileirão e na Libertadores.

Mas não fica por aí: Tinga, que deveria cumprir suspensão de um jogo pela expulsão contra o SP em 2006, está livre para jogar. A punição expirou.

Os deuses do futebol abraçaram o Inter?

Não, isso é obra dos homens, a começar pelo presidente Chico Noveletto, da FGF, que de vez em quando pensa em disputar a presidência do Inter, seu clube de coração.

A direção do Inter trabalha com muita eficiência nos bastidores.

Quando alguém, no futuro distante, escrever a história do futebol gaúcho neste início de século, irá concluir que a superioridade colorada sobre o Grêmio neste período foi em razão da melhor qualidade de seus seus dirigentes.

Se bem que já hoje isso está muito claro.

O Inter segue rumo ao título da Libertadores como um navio de armada, enquanto o Grêmio parece uma nau desgovernada rumo a um iceberg, conforme escrevi semanas atrás.

PERGUNTINHA

Afinal, por que essa tal de janela de transferências?

SAIDEIRA

Uma boa notícia, afinal: a Ramiro Barcelos foi reaberta. A 'grande obra' da administração petista em Porto Alegre foi o fechamento absurdo da Ramiro Barcelos, 15anos atrás. Felizmente, agora estamos mesmo numa 'cidade viva'. Seria melhor se nos 16 anos de poder o PT tivesse feito as obras necessárias, especialmente no trânsito.

Hoje, saí do meu caminho só pra ter o prazer de cruzar a Osvaldo Aranha pela Ramiro. Fazia frio e chovia. Mas eu me senti feliz. Grato, Fortunatti.

Collares, uma decepção

É ruim quando uma pessoa que a gente admira e confia nos decepciona.

Nunca me decepcionei com o Collor, Sarney, FHC e o Lula. Nunca nada deles esperei diferente do que eles fizeram e ainda fazem.

Ficaria arrasado se o Brizola tivesse em algum momento me decepcionado. Ele era e é minha referência política.

Enfim, muita gente já me decepcionou ao longo da vida. E não tenho dúvida de que devo ter causado decepção a alguém.

Só para me limitar ao âmbito da política:

Alceu Collares, sim, me decepcionou. Sei que posso surpreender – e até decepcionar – alguém com essa afirmação: eu gosto do Collares. Quer dizer, cada vez gosto menos. Mas sei que muita gente o detesta, inclusive entre esse grupo ao qual se aliou aqui no Estado, o PT. Por interésses, como diria o tio Briza, eles trocam sorrisos.

Houve uma época, Collares na prefeitura e no Piratini, em que o PT simplesmente tentou destruir seu novo parceiro. O PT fez de tudo para liquidar o Collares, e não apenas o político, mas o cidadão.

Hoje, Collares está ao lado desse pessoal, apoiando o Tarso. Insinuam que é por causa do emprego que ele tem no governo Lula. Emprego de consultor, em que se aparece de vez em quando e se ganha uma nota. Na ZH de hoje ele evitou dizer quanto ganha e lembrou sua história para respaldar sua decisão sob todos os aspectos lamentável. Ele sustenta, ainda, que está seguindo a diretriz traçada pelo PDT nacional: que é ficar ao lado de Lula e do PT.

Collares nunca foi de seguir diretriz, a não ser quando lhe interessasse.

Enfim, Collares volta a me decepcionar. A primeira vez foi quando ele assumiu o governo do Estado, derrotando o PT, que depois o atacou ferozmente como um pitbull faminto.

Eu esperava, naquela época, que ele, como seguidor de Brizola, fizesse uma revolução modelo na educação gaúcha, com melhores salários para os professores e uma política séria e diferenciada nessa área.

Ele fez uma revolução, mas uma revolução negativa, com aquele absurdo que foi o calendário rotativo idealizado por sua companheira Neusa.

Foi uma grande decepção. Até maior do que esta de apoiar o PT para o governo gaúcho, porque desde aquela época estou vacinado em relação ao Collares. O que ele diz e faz já não me surpreende tanto.

Agora, é duro assistir à derrocada de uma pessoa que a gente um dia admirou.

É por essas e outras que sei o quanto sofreram aqueles petistas autênticos, sinceros em seus propósitos, que um dia depositaram suas esperanças em Lula, José Dirceu, Genoíno e outros.

Por outro lado, não entendo aqueles que, mesmo decepcionados, continuam fiéis.
Quer dizer, até entendo...

De minha parte, voto agora no que considero o menos pior.

domingo, 18 de julho de 2010

Contagem regressiva para Silas

Alguém contou quantas vezes o Grêmio esteve a ponto de marcar um gol contra o poderoso Prudente?

O time titular (sim, o titular) de Silas foi bisonho. Perdeu por 2 a 0, mas poderia ter levado mais um ou dois gols que não seria injustiça. Ah, e jogou mais da metade do segundo tempo com um jogador a mais, mas foi como se o adversário estivesse com onze também.

Victor voltou a ser o grande goleiro que conhecemos.

É possível que alguém lembre que o Grêmio teve um pênalti a seu favor, mas que o juiz marcou fora da área. Os comentaristas de rádio referiram esse lance, quase no final da partida.

Mas é muita mediocridade exigir que o juiz acerte quando o time todo foi um erro só, erros individuais e, o principal, o erro coletivo de um sistema que não funciona porque simplesmente não tem um comando competente.

Um aparte: alguém ouviu algum dirigente ou algum jogador protestar contra a arbitragem? Foi de vergonha? Ou foi porque não tem ninguém no vestiário para erguer a voz e ao menos registrar seu protesto em nome da instituição?

O Grêmio de Silas, de Meira e de Duda é isso. Perdido e desorientado em campo, sem rumo, sem comando fora dele.

Alguém aí perdeu seu tempo ouvindo as vozes do vestiário gremista? Silas chegou a dizer que é preciso também ver o outro time, que jogou muito bem e foi melhor. O outro time deve ter sido o Chelsea, o Barcelona, não o modesto Grêmio Prudente.

O sr Meira manteve inalterado seu tom de voz. Na alegria e na tristeza sempre a mesma coisa. Lá pelas tantas admitiu pressão interna para trocar o treinador, mas observou que está difícil encontrar alguém para o cargo e insinuou um pedido de sugestões. Algo assim: não adianta só pedir a saída de Silas, precisa indicar um substituto.

E eu que pensava que o diretor de futebol é que deveria ter essa resposta, porque está ali justamente para enfrentar esse tipo de situação.

Se ele não sabe, não seria o caso de encontrar alguém de saiba e colocar no lugar?

Silas na semana passada projetou dez pontos em 12. No primeiro jogo, conquistou apenas um. Neste domingo, zero.

Agora, a minha projeção: o Grêmio vai conquistar dois pontos em 12. Tem o Vasco e o Cruzeiro pela frente.

O Grêmio chegou à zona de rebaixamento mais rápido do que eu havia projetado há uns dois meses, quando fui criticado por alguns botequeiros, chamado de pessimista, ave agourenta, e sei lá mais o quê.

Eu escrevi que o Grêmio se continuasse com Silas depois da Copa seria candidato ao rebaixamento. Se insistir com ele, a queda será inevitável. Penso que agora isso já é unanimidade.

O pior é que não sei se só a saída de Silas vai adiantar alguma coisa.

SAIDEIRA

Para agravar o quadro febril do Grêmio, temos o Inter acumulando seis pontos em dois jogos e já se aproximando da zona da Libertadores.

E não apenas isso, o que já é muito, porque o negócio é somar pontos, o time de Roth está jogando um futebol convincente. Ainda não entusiasma, mas joga para o gasto e vai subindo, enquanto o Grêmio cai.

Agora, os fãs de Pato Abondanzieri devem ter perdido um pouco de seu entusiasmo juvenil em relação ao goleiro. Ele falhou no gol do Ceará, faltou-lhe agilidade e reflexo.

Imaginem se isso acontece contra o São Paulo...

FECHANDO A CONTA

Tite seria o treinador ideal, mas sem Meira no comando. E teria de mudar também a preparação física, imagino eu. Então, descartado. Ou não?

Adilson Batista não me entusiasma, mas é melhor que o Silas. Dorival Jr é outro ofensivista.

sábado, 17 de julho de 2010

O velho Moura

Um dos maiores orgulhos de Paulo Moura era contar que ninguém sabia qual a cor do seu time.

- O Petry (Rudi, um dos mais importantes dirigentes do Grêmio nos anos 60 e 70, e sempre muito influente) nunca descobriu qual o meu time. Ele dizia que sabia o time de todos os repórteres, menos o meu -, lembrava, todo orgulhoso.

Esse curto relato ouvi dezenas de vezes ao longo de mais de 20 anos de convívio com o Moura na redação do Correio do Povo, desde os tempos do 'jornal grande', tamanho standard, ao atual.

Moura trabalhou quase cinco décadas na Caldas Júnior. Começou na antiga Folha Esportiva, na curva dos anos 50 para os 60.

Moura era um grande profissional, uma formiguinha para trabalhar. Sentava e já dedilhava sua Remington, ou Olivetti. Lembro da transição da máquina de escrever para o computador, isso há uns 20 anos.

- Eu nunca vou aprender a trabalhar com isso. Tenho que largar - resmungava.

Mas Moura aprendeu, assim como eu e outros dinossauros.

Moura não era de muita brincadeira no trabalho. Era compenetrado, mas aos poucos era envolvido pelo clima ruidoso da editoria de esportes. Outras vezes, reclamava de uma risada mais espalhafatosa (claro, do Chico Izidro), das broncas do Possas, das piadas, das conversas paralelas em tom elevado, das brigas do Chicão com o Possas, etc.

- Vocês não trabalham, não tem o que fazer?

Reclamava também do Agenda Negativa, apelido que dei ao Carlos Corrêa, que sempre vinha com notícia ruim dos clubes.

Agora, se derretia para a Mariana, a dama do esporte. A primeira a se firmar na editoria depois de décadas de domínio de cuecas.

Conquistador inveterado, distribuia balas para as gurias da redação. Só para as mais belas. A Vivian, então na diagramação, o explorava. Todas as noites se encostava ao lado do Moura, com um sorriso sedutor e voz melosa.

Moura já sabia. Abria sua gaveta discretamente e entregava balinhas com um olhar safado que ficava acompanhando a Vivian se afastar feliz.

Enciumada, a Mariane, que só comia alface e tomate quando se incorporou à nossa equipe, também aderiu às 'balinhas do Moura'.

E eu ali, ao lado do Moura, esse tempo todo, sempre lançando umas pegadinhas para ver se ele se traía em relação ao seu time do coração.

- Moura, um dia a gente vai te dar um porre e tu vai se abrir - eu o provocava.

Ele sorria e garantia que nunca seu segredo seria revelado. De vez em quando ele se traía, o que gerava meia hora a mais de bagunça na editoria.

A gente brincava também com o saudosismo dele no futebol. Ele não se cansava de citar craques do passado, normalmente do Grêmio, como o Gessy, o Juarez, o Airton. Por que será?

- Hoje é tudo japonês -, repetia.

Foi o que ouvi do Moura quando o vi pela última vez num churrasco de confraternização, há uns 20 dias, quando conversamos rapidamente sobre a Copa do Mundo. Ele dizia que só tinha visto seleção ruim.

Logo que me viu, ele reclamou que eu saí do jornal sem me despedir. Respondi que foi uma decisão repentina, que não deu tempo...

Moura brincou muito com a gente aquela noite. Bebeu muita cerveja, não como nos velhos tempos, em que ele era dos últimos a deixar a mesa. Perguntou como eu me sentia depois de deixar o CP. Só sinto falta de vocês, das nossa amizade, nossas brincadeiras, respondi.

Moura parecia mais cansado, mas estava animado como sempre, brincalhão. Rimos muito.

Moura saiu mais cedo do que de costume. Colocou o seu boné. Eu o abracei com força. Sabia que ele estava meio doente. Ele sorriu quando nos separamos. Percebi uma sombra de melancolia naquele sorriso, naquele olhar.

Foi a última vez que vi o Mourinha.

A despedida final, mesmo, será daqui a pouco, neste sábado chuvoso e triste. Estou indo para o velório do meu velho parceiro, no São Miguel e Almas, junto ao estádio Olímpico.

Já não verei o sorriso generoso e amigo do velho Moura.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

'Um dia o Grêmio ganha fora'

Ainda com os dedos congelados, arrisco teclar. Além dos dedos congelados, virando picolé, fiquei de cabelos em pé depois de ler que o sr Meira, o brilhante estrategista e condutor da política de futebol do Grêmio, declarou que 'um dia o Grêmio vai vencer fora de casa'.

Na era PS (Pré-Silas), o Grêmio vencia em casa e perdia fora. Hoje, tanto faz, perde ou empata em casa e também fora.

Eu cheguei a acreditar que o Silas daria uma boa resposta depois de acampanhar um pouco seu trabalho no Avaí. Concordei com sua contratação. Errei, mas erros no futebol podem ser corrigidos assim que detectados. A direção insiste em manter o erro.

Adilson Batista está desempregado. Sei que muita gente no Olímpico gosta dele. Mas quem manda é o poderoso sr Meira, diante da omissão do presidente do clube.

O Dorival Jr, prioridade do clube anteriormente, está a perigo no Santos. Sofre contestações das principais estrelas.

Talvez os doutos do Olímpico estejam esperando sua queda, pode ser.

Ou talvez acreditem em milagres, ou seja, que Silas tem condições realmente de armar um time em condições de brigar por vaga na Libertadores. Claro, título do Brasileiro nem pensar.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Noite de 'terrir' no Olímpico e o (des) comprometimento

É fácil prever o que vai acontecer nos jogos do Grêmio. Antes do jogo contra o Vitória, disse a um amigo que se preparava para ir ao Olímpico na noite gélida:

- Será um filme de terror, não vai.

Depois, me ligou de dentro do estádio. Estava apavorado. Posso imaginar o quanto ele sofreu, ele e todos que foram ao jogo ver que o Grêmio, depois de 40 dias de pausa, com todo o tempo para treinar e se entrosar, voltou ainda pior.

Eu vi o jogo pela TV, enrolado em cobertores, tomando sopão e degustando um vinho tinto que trouxe de Jaguarão.

Aconteceu tudo conforme eu imaginava. Foi um filme de terror, misturado com comédia pastelão. Antigamente se dizia um filme de 'terrir'.

O Aprendiz quanto mais treina, mais piora o time. Sem contar o que já escrevi aqui: ele perdeu o comando.

Ele começou com Leandro. É possível que Leandro quando puder jogar cinco partidas seguidas sem sofrer lesão possa dar uma resposta melhor, é possível. Técnica ele tem.

Agora, é inegável que Maylson com sequência correspondeu. Mas Maylson sabe, e o Aprendiz faz questão de deixar isso claro, que ele não passa de um tapa-furo. Por mais que jogue e faça gols, irá para a reserva assim que Leandro estiver apto a jogar.

Vocês conseguem imaginar o quanto isso é ruim para qualquer profissional, principalmente para um oriundo da base ver os medalhões sempre privilegiados?

Situação assim serve apenas para tirar a confiança do jogador, no caso, de Maylson.

Por que não começar com Maylson e colocar Leandro no decorrer dos jogos até que ele prove de uma vez por todas que tem condições de resistir?

Coisas de Aprendiz, ou de técnico comprometido com os medalhões e com a diretoria que quer ver seus contratados jogando de qualquer jeito.

Nos últimos anos, nunca o Grêmio se mostrou tão frágil em sua casa, seu templo, como agora. Depois de mais de um ano acumulando vitórias no Olímpico, o Grêmio hoje já não mete tanto medo em seu estádio. Conseguiu perder para o Pelotas, imaginem.

O Aprendiz e essa diretoria estão fazendo ruir a mística gremista, que ainda sobrevive graças a jogadores como Adilson e à torcida.

Em contraponto, o Inter bateu o Guarani fora de casa. Vi partes do jogo. O Guarani é mais fraco que o Vitória, sem dúvida, mas jogava em seu estádio. O que importa é que vi um Inter organizado, que conseguiu trocar passes, que marcou bem e atacou com velocidade. É cedo para avaliar se é resultado do trabalho de Roth.

SAIDEIRA

Recuperando uma palavra muito usada por Dunga: comprometimento. Não vejo comprometimento do sr. Silas com a história, a tradição, a grandeza do Grêmio.

E isso desde a primeira vez em que ele foi vaiado e declarou que isso não importava porque havia outros grandes clubes interessados em seu trabalho.

SAIDEIRA II

Tenho que trabalhar com o que tenho, disse o Aprendiz. Ele tem um grupo de 4 milhões de reais mensais nas mãos.
O que ele tem é insuficiente? Como terá repercutido essa avaliação entre os jogadores? e entre os dirigentes que fizeram as contratações?
A casa está caindo. Pena que os doutos irão sobreviver.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sindicato dos Jogadores perde ação para virada de mesa

'O juiz Carlos Alberto May, titular 20° Vara do Trabalho de Porto Alegre, decidiu não acolher o pedido de antecipação de tutela solicitado pelos advogados do Sindicato dos Jogadores Profissionais do Rio Grande do Sul. Com isso, os atletas transferidos de clubes do Exterior devem aguardar a abertura oficial da janela de transferências internacionais. A decisão atinge em cheio as pretensões do Inter. Paulo César Tinga, Renan e Rafael Sobis, agora, dependem da autorização direta da CBF para serem inscritos e jogarem a Libertadores da América e o Brasileirão. O presidente da entidade, Ricardo Teixeira, deve se pronunciar hoje. A tendência é que antecipe a janela e autorize os clubes a efetuarem as inscrições de seus jogadores, como quer o Inter.'

Esta notícia é do sempre atento Fabrício Falkowski, mais conhecido como Bito Fura-Fura.

O Sindicato dos jogadores se quebrou nessa. Ainda bem, porque se existe um regulamento ele deve ser cumprido. Se fosse o SP reivindicando a inscrição de jogadores, não o Inter, como estaria reagindo a mídia isenta do RS?

Não precisam responder.

Aliás, o Sindicato sempre tão preocupado com a saúde dos jogadores gaúchos em relação a jogar com excesso de calor não vai entrar com ação judicial para vetar o jogo desta noite no Olímpico?

A previsão é de sensação térmica inferior a zero grau. Se o calor faz mal, o frio muito mais, conforme se pode ver nas emergências hospitalares, mais do que superlotadas.

Ah, como um país tão carente de coisas básicas pode se dar ao luxo de sediar uma Copa do Mundo, gastando bilhões só para atender exigências dos velhinhos da Fifa, beneficiando empreiteiros de todas as grandezas?

Dinheiro para construir e reformar estádio tem. Para leitos hospitalares, consultas médicas, procedimentos cirúrgicos, exames, etc, aí não tem.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Os otimistas do Olímpico

Ainda me recuperando da ressaca de Copa do Mundo, agravada com a derrota da 'minha' seleção, a da Holanda, não a do Brasil, busco forças para me empolgar com o capeonato brasileiro.

Não é fácil. Imagino que esse recomeço é difícil pra muita gente. Acho que até os jogadores vão demorar um pouco para cair na realidade dura e espinhosa o Brasileirão.

Os colorados voltam com um olho no brasileirão e outro na Libertadores. Imagino que isso ocorra também com o time colorado.

Já os gremistas retornam preocupados. O time que foi tão bem na Copa do Brasil - exceção das finais contra o Santos, mas aí por culpa do Aprendiz -, com o aproveitamento maior da gurizada da base, foi parcialmente desmontado.

Ninguém sabe qual é o time titular.

A pausa provocada pela Copa só fez mal ao Grêmio. Os resultados foram péssimos, culminando com a lanterna no torneio de Floripa. Mas o pior é a incerteza e a insegurança em relação ao time.

Vislumbro, além da onda de frio que avança prometendo congelar nossos ossos, nuvens sombrias pairando sobre o Olímpico.

Sei que vão dizer que sou pessimista, mas estou com José Saramago. Para ele, os pessimistas é que movem o mundo. Os otimistas sempre acham que está tudo bom e deixam como está.

Desconfio que os doutos do clube, Duda/Meira são otimistas.

sábado, 10 de julho de 2010

Roth e Silas: a arte de perder o comando

O técnico Celso Roth vem a público informar que deu uma carraspana no bad boy do Beira-Rio, o D’Ale, pivô da queda do grande treinador Tite.

Roth disse que disse para o argentino rebelde que essa era a última vez que ele, D’Ale, sairia da linha (aquela encrenca com um jogador do Cerâmica no meio da semana). Que ele, Roth, não toleraria mais esse tipo de reação, que poderia se repetir num jogo e aí complicaria todo o trabalho.

Está certo o Roth em conversar com o jogador a respeito disso. Ele erra ao divulgar sua cobrança aos quatro ventos, ou seriam cinco ventos, ou seis, sei lá.

Qualquer manual de RH ensina que o chefe deve cobrar o subordinado discretamente, sem estardalhaço. Já conheci chefes, ou chefetes, que gostam de mostrar poder, de humilhar seus subordinados. Existem aos montes, inclusive na imprensa.

Roth gosta de mostrar que ele manda, que ele não deixa por menos.

Na minha opinião, a conversa com D’Ale, se realmente ocorreu, foi em outro tom, não da maneira impositiva como Roth deixa transparecer.

Acho que foi algo mais ameno. Algo como ‘Dalezinho, você não deve mais fazer esse tipo de coisa, cair na provocação do adversário. Você precisa se controlar, tá bem? Eu falo pro teu bem e o bem do time, não leve a mal, tá?’.

Desconfio seriamente que foi mais ou menos assim. É claro que posso estar enganado.
A favor da minha versão tem uma historinha.

Certa vez, no Grêmio, um treinador metido a turrão, homem de poucos sorrisos, cara fechada, pegou um jogador no meio do campo, depois de um treino. O jogador havia criado um problema e precisava levar uma dura.

Ele chegou no jogador (cujo nome esqueci) e disse baixinho que iria gesticular como se estivesse furioso, fazendo de conta que o cobrava com veemência, e coisa e tal.
O técnico ficou ali fazendo o seu teatrinho perante o restante do grupo, que estava mais afastado. O pessoal da imprensa viu aquilo e também pensou que a coisa era séria.

Depois, no vestiário, adivinhem: o jogador revelou aos parceiros que tudo não tinha passado de um teatro. É óbvio que o treinador perdeu o moral com os jogadores e não demorou muito para cair.

Treinador que é treinador de verdade se impõe de outra maneira.

Há duas semanas o técnico Silas quis dar uma de galo ao declarar que M. Fernandes não jogaria mais na zaga, que disputaria posição na lateral.

Não resistiu uma semana.

É por essas e outras (como falar primeiro pra imprensa antes do jogador) que um técnico perde o comando do grupo, onde o que não há é anjinho.

Para refletir:

Essas dores musculares que afastam titulares do time, como Borges (de novo) e Jonas, serão mesmo verdadeiras?

Insisto: Silas perdeu o comando, já não tem o respeito do grupo. Isso para não falar de parte dos dirigentes, dos conselheiros e dos torcedores.

SAIDEIRA

Silas teria proposta do futebol árabe. Pode ser a salvação da lavoura...

ESPAÇO POLICIAL

Dias atrás escrevi que em breve o presídio de MG ou do Rio seria reforçado por um grande goleiro. Hoje, o site do Globo publica foto do Bruno no time de um presídio mineiro, aos 16 anos. A diferença é que era o time dos funcionários do presídio, não dos clientes. Ironias da vida.
Agora, falando sério, dá uma tristeza ver um jogador que sofreu tanto para chegar aonde chegou cair dessa maneira, cometendo um crime tão cruel, tão hediondo. Tudo isso é muito triste.
Tenho convicção de que se as punições em todas as instãncias fossem mais rígidas (como pena de morte) essa gente pensaria melhor antes de cometer tais barbaridades.
A impunidade (e penas brandas para todos os tipos de infrações) é o grande mal deste país.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Chico Xavier e a Copa de 2014


A foto estampa as páginas dos jornais em todo o País. O presidente deste país do 'nunca antes', o Teixeira e o Blatter de mãos dadas. Querem passar a impressão de que estão unidos para a Copa de 2014.

Nem precisava. A gente sabe que eles estão muuuuuito unidos. Afinal, vai girar muuuuuuuita grana, e onde tem dinheiro jorrando como no cofre do Tio Patinhas com seus trilhoes de moedas eles estão por perto.

A Copa não passa de um grande negócio. Eles vêm com a balela que o País sede ganha muito. Se gasta os tubos do dinheiro público para reformar e ou construir estádios para meia dúzia de jogos.

Alguns dos estádios que sediaram jogos na África não são melhores que o Beira-Rio ou o Morumbi. Bastaria uns retoques e os estádios estariam aptos a abrigar jogos. Mas a Fifa é exigente. Não sairá do bolso dela o dinheiro. Ao contrário, a Fifa só ganha, não bota pra perder. A cada quatro anos fatura milhões. Para onde vai o dinheiro?

Não precisam responder.

Outra leitura que faço da foto com os três poderosos é que, como cada um conhece o outro muito bem, tiveram o cuidado de prender as mãos em conjunto. Ninguém solta.

Agora, devo admitir que fiquei mais tranquilo depois que o presidente que descobriu o Brasil afirmou que haverá total transparência em relação aos recursos que serão aplicados nas obras da Copa.

Uma afirmação como essa, vindo de alguém que meses atrás atacou órgãos fiscalizadores, como o Tribunal de Contas da União, por emperrar as obras do PAC só porque encontrou pontos obscuros nas licitações, é realmente tranquilizador.

Posso dormir tranquilo que ninguém vai desviar dinheiro.

Por isso, passo a apoiar a realização da Copa. Meu temor era que acontecesse o mesmo que aconteceu no Pan do Rio, mas agora diante da garantia dada pelo presidente fiquei mais tranquilo. Tudo será muito transparente. Ah, que bom!

Só resta aguardar o clássico mundial Gana x Coréia no Beira-Rio (ou talvez no Banhadão do Humaitá?).

SAIDEIRA

O numerólogo que previu Alemanha campeã com base em alguns cálculos que acredito são conhecidos de todos os botequeiros ficou desmoralizado. Se alguém souber de alguma explicação dele, por favor me informe.
Resta agora desmoralizar o polvo, que aponta a Espanha campeã.
No buquimequi cravei Holanda. Mas tudo pode acontecer, porque são equipes parelhas. A melhor de todas, a Alemanha, caiu.
Então, até não sei se não é de cancelar o jogo e dar logo o título para a Espanha. Afinal, o polvo parece que não erra mesmo. Já poderíamos perguntar quem será o campeão de 2014.

SAIDEIRA II

Não gostei da logo do Mundial de 2014. As cores não foram as melhores (em vez de vermelho deveria ser azul na data), mas também o desenho deixa a desejar.
Vocês repararam que parece o Chico Xavier psicografando? Observem a parte verde no alto (seriam os cabelos do grande Chico), a cabeça debruçada sobre a mão.
Sem dúvida, será uma Copa do outro mundo...

SÓ MAIS UMA DOSE

No post anterior o botequeiro Marcelo Panna escreveu perguntando sobre o 13 salário, que estaria sendo extinto em Brasília. Não é verdade. Mas não duvido que um dia acabe. Grandes empresários estão mobilizados nesse sentido.

FECHANDO A CONTA

Categoria de base do Grêmio conquistou sete títulos na temporada. É bom festejar título, até de peteca e cuspe à distância, mas o principal é formar jogadores. E, depois, aproveitá-los. Não fazer como fizeram com o Mithyuê.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A voz do polvo é a voz de deus

Na briga entre o polvo e o numerólogo, ganhou o molusco marinho. O polvo apontou com seus tentáculos melequentos a Espanha como vitoriosa contra a Alemana, enquanto o estudioso do números garantiu que a Alemanha seria campeã.

Não foi só o numerólogo que se quebrou. Eu também. Eu e muita gente mais depois do que os alemães fizeram com os argentinos, naqueles 4 a 0 memoráveis que me deram muita alegria.

Entrei num estágio de euforia extrema, a ponto de escrever que finalmente surgia uma grande equipe na Copa, a Alemanha, por supuesto.

Enxerguei no time alemão meia dúzia de talentos. Hoje, descobri talentos no time espanhol, que começou fazendo fiasco, mas acabou chegando à final (pela primeira vez em sua história) da Copa com esse 1 a 0 sobre os germânicos.

Minha terra, Santa Cruz do Sul, está de luto.

Vamos agora à final. Duvido que alguém tenha acertado que a decisão seria entre Holanda e Espanha, que pariu uma bigorna incandescente para vencer o Paraguai, enquanto a Alemanha goleava um dos grandes favoritos, a Argentina.

Mas isso é o futebol.

Eu apontei duas seleções como minhas candidatas mais fortes ao título, isso quase um mês atrás: Argentina e Holanda.

Uma delas está na final. Entre Holanda e Espanha, ainda fico com a primeira. Vou torcer pela Holanda, que já disputou duas finais e perdeu injustamente, em especial aquela decisão de 74, com o poderoso carroussel.

Aposto na Holanda, mas vou esperar para ver o diz o polvo.

Afinal, o polvo sempre tem razão. Ou 'a voz do polvo é a voz de deus'.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Lanterna da Hora e a falta de comando

O ‘campeão da hora’ virou o ‘lanterna da hora’. Isso significa que minha previsão segue valendo, ou seja, a de que o título do Gauchão seria o único do Grêmio na temporada.

O time milionário formado pelos doutos do Olímpico com a ajuda do Aprendiz e suas indicações terminou lanterna desse torneio mixuruca.

Se tivesse vencido, o sr. Duda estaria exultante, talvez providenciasse um DVD. Como perdeu, saiu-se com essa frase vergonhosa:

- Nunca foi a do Grêmio jogar amistoso. O Grêmio é um time de competição, de torneio, de Copa do Brasil, já ganhou quatro, de Campeonato Brasileiro, já ganhou duas, de Libertadores, já ganhou duas. É o único time do sul que já ganhou a Libertadores duas vezes, que isso fique bem claro.

O presidente gremista enumerou títulos que ele viu das cadeiras ou da tribuna de honra, não do comando do clube. Esqueceu de dizer que o último grande título foi a Copa do Brasil de 2002, se não me engano, com o técnico Tite.

São oito anos de secura. E o sr. Duda ainda se acha no direito de destacar que o Grêmio é o único do Sul que ganhou duas Libertadores, provocando o Inter, que está na iminência de chegar lá de novo.

Não é hora de provocações, é hora de trabalhar, assumir o posto de presidente do Grêmio, um dos maiores clubes de futebol do planeta, em toda a sua plenitude, não permitindo que subalternos assumam total controle do vestiário e adjacências.

Minha crítica é construtiva.

Aqui de longe, na minha trincheira, o balcão do boteco, percebo que o Aprendiz perdeu o controle do vestiário. Já registrei isso aqui dias atrás. Reafirmo. No amistoso contra o Vasco, no gol de Borges, Edílson fez a jogada, chutou e Borges pegou o rebote. Edílson saiu caminhando como se estivesse na rua da Praia. Não esboçou qualquer reação. Estava indiferente, talvez até arrependido de ter chutado.

Agora, depois de cair vergonhosamente diante do Avaí, a direção e o técnico pouca prática anunciam dispensas. É uma forma de intimidação. Tentativa de retomar o vestiário. É a leitura que faço.

Aquela frase do Mário Fernandes continua saltitante na minha cabeça:

- Ele (o Silas) sempre fala antes pra imprensa.

Referia-se aquela bobagem de anunciar que o guri não jogaria mais na zaga e disputaria posição na lateral, decisão que não resistiu uma semana. Não tenho dúvida de que Mário não falou apenas por si mesmo. É um sentimento também de outros jogadores.

SAIDEIRA

Sobre o Bérgson. Estive com ele no Cadeira Cativa há oito dias. Eu disse, no ar, para o guri e seu procurador que Bérgson estava sendo torrado jogando como primeiro atacante, que eu e a torcida já tinhamos dúvidas sobre suas qualidades, e que ele, Bérgson, deveria pedir uma chance como segundo atacante, caso contrário comprometeria sua carreira. Ele concordou comigo. Ontem, ele jogou na dele e foi melhor, até fez gol, seu primeiro como profissional.

FECHANDO A CONTA

O Aprendiz está anunciando que Maylson será reserva de Leandro no jogo contra o Vitória, dia 14.

Cada vez mais firmo a convicção de que em pouco tempo o Grêmio estará beirando a zona de rebaixamento.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O campeão da Hora

Depois de uma derrota e uma vitória, o Grêmio volta a campo nesta segunda para a última rodada da Copa da Hora. O Tricolor encara o Avaí, a partir das 21h30min desta segunda, na Ressacada, em Florianópolis. Vasco e Coritiba jogam antes, às 19h30min.
Os quatro participantes do torneio amistoso chegam vivos à última rodada. O Grêmio está em segundo lugar pelo confronto direto com o Coritiba (perdeu por 2 a 0 na estreia). Para ser campeão, o time gaúcho precisa vencer e torcer por um empate entre Vasco e Coritiba ou vitória do Cruzmaltino, desde que pela mesma diferença de gols do Tricolor.

Esta é a principal notícia do Grêmio nesta segunda-feira em que o Brasil retoma seu ritmo normal depois da eliminação prematura da Copa, algo previsto por 9 entre 10 torcedores e jornalistas que eu conheço. Aliás, o Brasil só não saiu antes porque não pegou a Espanha nas oitavas. Forte esse time armado pelo Dunga e seu fiel fanático religioso Jorginho. Ambos demitidos, como também era previsível.

Mas voltando ao Grêmio. Quando terminou o Gauchão, eu e alguns botequeiros previmos que esse seria o único título do glorioso tricolor de Meira, Duda e Silas.

Acho que erramos. Existe a forte possibilidade de o Grêmio conquistar a tal Copa da Hora, em Floripa. Copa da Hora, vejam só. Esse nome me lembra os Mamonas (mina, teu cabelo é da hora...), de saudosa memória.

Não duvido que no final do ano, no balanço após o fiasco que se anuncia no Brasileirão, a direção contabilize essa eventual conquista como uma de suas façanhas.

Para um clube que já festejou saite, ônibus, etc, nada mais me surpreende.

Agora, a tendência é que o time do Aprendiz fracasse também na Copa da Hora.

SAIDEIRA

Todos já perceberam que Celso Roth virou um grande treinador, assim de uma hora para outra. Poucas semanas atrás, seu nome não era sequer cotado para treinar o Inter. Ninguém se atrevia a tanto.

Agora, ele já virou até estrategista. Li e ouvi que o time já tem outra cara, em função do jogo contra o Penarol em Rivera.

A imprensa é assim muitas vezes: segue o rumo do vento.

Dunga já devia saber disso e deixar de lado essa bronca com a imprensa, que é volúvel. Se o sujeito vence, é festejado. Se perde, é execrado, mesmo que eventualmente tenha feito um bom trabalho. Não é o caso de Dunga, que só acertou na questão da moralização e em sua guerrinha particular com a mídia. Com menos radicalismo, talvez o resultado fosse outro.

sábado, 3 de julho de 2010

Surge uma grande equipe: a Alemanha

Brasil e Argentina voltam para casa mais cedo do que esperavam seus comandantes e comandados.

Boa parte da imprensa e da torcida dos dois países, na realidade, desconfiavam que a eliminação na Copa não tardaria. Muitos dos freuqentadores do boteco tinham o mesmo pensamento, inclusive eu.

Escrevi várias vezes que bastaria um adversário mais forte e mais organizado que os dois sucumbiriam.

Foi assim com o time de Dunga. Foi assim com o time de Maradona.

Dois aprendizes. Na hora do aperto, da dificuldade, é que o técnico precisa fazer a diferença, justificar seu salário.

Contra os fracos, os jogadores resolvem sozinhos, praticamente.

O bom treinador aparece na hora ruim. É assim com Silas no Grêmio. Não seria diferente com Dunga e Maradona.

O argentino volta com o rabo entre as pernas. Caiu de quatro diante dos alemães. Dunga ainda retorna com um mínimo de dignidade. Perdeu por 2 a 1 jogando com um a menos, o que reduz sua culpa, embora o expulso tenha sido por ele convocado, contrariando todos os que conhecem um pouco de futebol.

Chega de perdedores.

A Alemanha surge agora como grande favorita. Enfim, uma grande equipe, ao que tudo indica. Fui cético na estreia alemã, mas meter 4 a 0 na Argentina numa decisão de Copa do Mundo não é pra qualquer um. É coisa de cachorro grande.

Agora, é preciso ressaltar que o placar foi duro para a Argentina, que concluiu inúmeras vezes de média distância, mas normalmente no centro de goleira.

Vejo na Alemanha alguns talentos: além do goleiro, o lateral e capitão Lahn deu uma aula de como jogar na posição; o volante Schweinsteiger é só espetacular (este sim, não o Mathias do Fernando Carvalho), uma maestro, um marcador e, além de tudo, tem muita técnica como mostrou no terceiro gol; Podolski, o Klose e o Muller. Talvez tenha esquecido algum.

A Holanda é melhor que a Argentina.

Quem sabe a Holanda não devolve o que aconteceu em 1974...

SAIDEIRA

O Aprendiz do Olímpico afirmou peremptoriamente (sempre lembro do T. Fernando, não adianta) que M. Fernandes com ele é lateral.

Sempre desconfiei dessa declaração. Ele parecia mandar recado para alguém. Para o empresário Machado, dono de 50% do passe do guri?

Não sei. O fato é dias depois M. Fernandes volta pra zaga.

A desculpa do Silas é mais do que esfarrapada para justificar dua mudança.

Aí tem coisa. Ou tinha coisa. Ou então o aprendiz é um cagalhão.

Com todo o respeito.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

HEXA FICA PARA 2014, EU AVISEI

Vou emoldurar a coluna anterior.

Silenciaram os foguetes. Um vizinho soltou foguete até em cobrança de escanteio para o Brasil. Insuportável.

Quando Robinho fez 1 a 0, no lançamento de Felipe Melo (o que é a vida?) aproveitando um vale verdejante entre a zaga holandesa, temi pelo pior.

A Holanda me decepcionava profundamente. O Brasil dominava. Aos 30 minutos fui pra cozinha preparar uma carne assada. Larguei.

No começo do segundo tempo fui conversar com o Alfredo, meu cardeal, inquieto com tanto foguetório.

Nisso, empate da holanda. Corri para ver o lance. Falha de Júlio César que saiu mal, com Felipe Melo, até ali um herói, cabeceando para a rede.

Voltei para o meu diálogo com Alfredo.

O jogo estava 1 a 1. Decidi voltar para a frente da TV ali pelos 20 minutos. Estava ali cercado de mulheres enlouquecidas, tendo chiliques a cada lance de ataque brasileiro, quando a Holanda fez 2 a 1.

Vibrei por dentro, para não apanhar.

Como foi o gol? Jogada ensaiada de escanteio. A Holanda havia tentado o mesmo lance minutos antes. A bola jogada no primeiro pau. Luís Fabiano estava posicionado para interceptar o cruzamento. Kuyt saiu do meio e correu para se antecipar ao atacante, que não tem o cacoete do defensor. Sneidjer marcou.

Em seguida, Felipe Melo se transformou no grande vilão. O comentarista Júnior havia alertado ainda no primeiro tempo que o grande perigo era o temperamento desse volante que tanto apoio recebeu de Dunga. O técnico o bancou contra tudo e contra todos. Jogador limitado e ainda por cima nervosinho.

Pois Felipe Melo cravou um punhal nas costas de seu benfeitor ao ser expulso de maneira ridícula e irresponsável.

Quem convocou Felipe, que o embale...

Com a derrota e a eliminação iminente, ficou difícil para Dunga ajeitar o time diante de uma Holanda fria e serena.

No banco sua melhor alternativa era Nilmar. Pouco para quem contava com 15 minutos para buscar um empate. Faltou a tão cobrada q8alidade nesse momento, se bem que a essa altura dificilmente alguém poderia alterar o quadro de catástrofe nacional.

Lula não irá mais receber os 'campeões' em Brasília.

Aguardo para qualquer momento uma paulada dele na seleção. Ele deve estar muito frustrado por não poder capitalizar politicamente o hexa.

Ah, como eu ia dizendo, o hexa ficou mesmo para 2014.

Mas com um técnico que fique no meio termo: nem liberalidade nem prisão.

De preferência, com menos volantes.