segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Raios de sol entre nuvens sombrias

Ainda é cedo para soltar foguetes, mas sei que Renato Portaluppi está conseguindo colocar ordem na casa.

Quem diria, o festeiro Renato virou um disciplinador. Quem acompanha de perto o trabalho dele sabe que Renato tem autoridade, sem ser autoritário. Ele fala a linguagem dos boleiros e ninguém melhor do que ele próprio para identificar os malandros, aqueles que pensam que são isssspertos.

Renato sabe como lidar com essa gente que ainda sobrevive nesse futebol cada mais profissional, no qual só tem futuro aqueles jogadores sérios, compenetrados, aplicados nos treinos e com vida regrada fora de campo.

O Renato dos anos 80 teria problemas hoje.

Mas o importante é que percebo raios de sol entre nuvens sombrias. Confio nas informações que recebi sobre como era e como está a situação no vestiário.

E mais firmo a convicção de que Silas demorou a sair. Ele e o sr Meira.

Sei que havia jogador fumando no intervalo dos jogos. Na cara dos comandantes. Isso acabou.

Hugo tentou escalar o time, sugerindo e descartando nomes. Não está mais no Olímpico, para onde jamais deveria ter retornado. Contribuiu apenas para inflacionar a folha de pagamento.

Acabou o dízimo para a igreja.

Agora, com Renato, ajoelhou tem que rezar.

Só espero que Renato se convença de uma vez por todas que é preciso robustecer o meio de campo. Três volantes e um meia apenas. Esta é a fórmula. Se não tiver um meia com disposição, que se escale quatro volantes. Nunca, mas nunca mesmo dois meias, dois articuladores que pouco articulam e não marcam.

SAIDEIRA

Soube que Renato não assistiu ao jogo do time B contra a Sapucaiense, hoje à tarde. O Grêmio venceu por 1 a 0, gol do Bergson. Ele poderia ter observado Pessali, um jovem meia que poderia começar a ser testado. Na zaga, Saimon e Brock, dois ótimos zagueiros. E por aí vai.

Renato teve de comandar o treino dos reservas. Uma pena. Pelo menos designou seu auxiliar para conferir o time B. Espero que o técnico tenha tempo para ver de perto essa gurizada.

domingo, 29 de agosto de 2010

Renato arma time faceiro

Confirmada a escalação com dois volantes e dois meias no meio de campo, minha previsão é de que o Grêmio vai perder outra, e talvez até de goleada.

É um meio de campo faceiro. F. Rochemback há muito tempo deixou de ser um jogador de marcação forte, de pegada, tanto que raramente suja o calção.

Gilson estreia. Foi contratado como lateral. Dizem que quebra o galho também no meio. Por que não o garoto Fernando, ou Adilson, que está voltando? Gilson poderia ser um terceiro jogador de marcação, saindo Souza ou Douglas.

Renato, porém, quer os dois meias, além de dois atacantes. É pouca gente marcando num jogo fora de casa e contra um adversário que sempre complica, ainda mais jogando em sua casa.

Então, temo o pior.

E mais: Renato imita Silas no pior que Silas fez, que é justamente insistir num time com dois meias, ainda mais meias que não sabem e, no caso de Douglas, não gostam muito de marcar.

Bem, começou o jogo. Rezemos.

FINAL DE JOGO

Renato corrigiu parcialmente seu erro no intervalo, ao colocar Adilson no lugar de Gilson. O meio-campo ganhou um volante mais combativo. Gilson em todas as bolas que recebeu para fazer jogada ofensiva foi mal. Na marcação, pouco acrescentou. O meio-campo ficou vulnerável, conforme eu previ e qualquer um podia imaginar.

Com Douglas e Souza o time jogou quase num 4-2-4, com momentos de 4-3-3, já que Souza jogou quase como um ponta direita. Jogou é modo de dizer, porque ele pouco fez.

Gostei do FR, apesar de sua falha no gol. Acho que dá para acertar o time com ele de segundo ou terceiro homem de meio campo, saindo um dos 'articuladores' que nada ou quase nada articulam. Deixa-se de ter um articulador precário para ganhar mais combatividade e força no meio-campo, com três volantes.

O resultado acabou sendo justo, e bom. Empatar com o Atlético na Arena não é fácil.

Agora, minha preocupação aumentou, principalmente depois que Renato, no vestiário, sinalizou que gosta de jogar com dois meias de criação. Não vejo nada mais anacrônico no futebol do que jogar com dois meias, em especial dois meias que não marcam. Mais ultrapassado só o 4-2-4. Ou dois pontas.

Em função desse conceito equivocado, por exemplo, Maylson sequer ficou no banco, perdendo lugar para Leandro. Está bem, ele acertou o cruzamento e deu alguns passes, mas é visível que se tornou um burocrata da bola, sem compromisso com o jogo, ao contrário de Maylson, que não é um virtuose, mas é aplicado, marca e ataca. E não toca a bola pro lado e pra trás.

Assim, diante do que é posto no momento pelo Renato, o Grêmio vai penar até o final. Infelizmente, Renato segue os passos de Silas e mostra sua preferência por um time com dois meias.

Renato deveria imitar, por exemplo, o Roth, que não abre mão de três volantes e ainda tem um meia articulador, D'Ale, que dá combate e se entrega para o time.

sábado, 28 de agosto de 2010

O filmezinho colorado

Está aí uma guerra que promete não ter fim.

Depois de receber a parabenização do Grêmio por seu o segundo clube do RS a conquistar o bi da Libertadores (um anúncio que seguiu o padrão de anúncio anterior do Inter também provocativo), o Inter ataca agora com um vídeo, que já está disponível no site colorado e será veiculado em rede nacional (sobra dinheiro no Beira-Rio!).

O filme mostra mostra torcedores de vários times (não identificados). A referência ao Grêmio, sutil como um elefante numa loja de cristal, é a seguinte: ”Paulo, 14 anos. Nunca viu seu time ganhar uma Libertadores.” Vestido de azul e preto, o adolescente aparece sentado em uma escadaria com o semblante triste. Para finalizar, a sequência do vídeo mostra um garotinho e a frase: “Luizinho, quatro anos. Já viu seu time ganhar a Libertadores duas vezes.”

Está aí um negócio inteligente, brincalhão e provocativo. Quem está por cima agora é o Inter, e está no seu direito revidar mais de duas décadas de expectativa de um título do porte da Libertadores. O Grêmio foi campeão em 1983, e o Inter chegou lá somente 23 anos depois.

Na redação do CP conheci jovens colorados que só viram o Inter vencer uma Libertadores depois de formados em jornalismo. É triste, sei que doeu muito. Não fosse assim, o Inter não faria esse tipo de filme, que, além de bem-humorado, reflete uma dor profunda que nunca será realmente curada.

Afinal, por bem ou por mal, aconteça o que acontecer, os gremista sempre poderão dizer:

- A primeira Libertadores conquista pelo futebol gaúcho pertence ao Grêmio.

Agora, isso serve apenas para provocações e brincadeiras, porque o que realmente importa é o presente. E aí...

SAIDEIRA

Vamos ver o que dirão agora os colorados que tanto criticaram a propaganda do Grêmio dias atrás.

Como diz o Lauro Quadros, a banca paga e recebe.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O estranho poder de Alfredo Possas

A Inter de Milão começou a tremer. A onda vermelha emanada do Sul do Brasil cruzou o Atlântico e assustou o time italiano, que até pouco tempo era imbatível, exemplo de futebol moderno, de marcação forte, velocidade, etc.

cantado em prosa e verso, a Inter caiu diante do Atlético de Madrid, que nem é lá essas coisas, e perdeu a supercopa da Europal. Quer dizer, começou a cair. Quando chegar o dia da decisão contra o Inter será um leão transformado num gatinho.

Já escrevi aqui, faz um mês: nada nem ninguém segura o Inter. Tudo dá certo no Beira-Rio. Escrevi que o Inter seria campeão da Libertadores, do Brasileirão e do Mundial. E continuo convencido disso.

Vou ainda mais longe: essa onda vermelha não será interrompida tão cedo, confirmando tudo o que meu astrólogo previu cinco anos atrás. Parte do que ele previu está publicada no CP, mas a maior parte está na minha caixa de email (qualquer hora eu volto ao assunto).

Agora, isso não significa que o Grêmio siga em seu martírio, embora tudo indique que a situação no Olímpico não irá melhorar tão cedo.

Se as contratações que estão chegando e Renato acertar a mão, tudo pode mudar. Mas não creio numa mudança radical de rumo. Infelizmente, a tendência é de que o melhor que o time pode conseguir ainda é uma vaga na sul-americana, o que a meu ver nada significa, é só ver como o time foi eliminado da competição recentemente.

Então, já será motivo de festa continuar na série A. Quem sabe alguém não faz um DVD sobre a arte de como não se deve administrar um grande clube de futebol?

Soube que a direção tentou negociar Leandro Dodói. Ninguém se interessa por ele. Os dirigentes responsáveis por essa contratação não deveria ser chamados a dar explicação? Ou esse jogador só passou a sentir lesão quando desembarcou em Porto Alegre?

O que faz o conselho administrativo? Se o presidente não corresponde às expectativas, não é hora de uma ação mais firme dos companheiros de diretoria?
Bem, isso era para ter sido feito antes, muito antes.


SAIDEIRA

O Ganso vai ficar fora seis meses. Tempos atrás escrevi do estranho poder que meu ex-colega do CP, Alfredo Possas, possui. Quando ele 'seca' um jogador ou um time, sai da frente. Foi assim com o SÃo Caetano, odiado pelo Possas. Aí, morreu aquele zagueiro em pleno jogo. Depois, o time revelou um ótimo centroavante, goleador. Possas botou tanto olho grande que o cara foi considerado inválido por causa de um problema de coração. Esqueci o nome dele.

O exemplo mais recente é o Santos. Ele odeia o Santos e seus garotos. Ganso já sucumbiu. Tenho pena do que possa acontecer com o Neymar, que considera 'exibidinho', 'pi´poqueiro', mascarado, etc

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Homenagem inoportuna

Está no site do Grêmio: Duda e César Pacheco, sorridentes. Entre eles, com um sorriso meio constrangido, o técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes. Com a ajuda de chefe do marketing gremista, ele segura uma camisa tricolor com um enorme 89pintado, significando, vejam que relevante, o número de vitórias de Mano dirigindo o time do Grêmio.

Eu não sei o que é pior: a homenagem em si, sem fundamento, sem necessidade, beirando o absurdo, ou a permissão de colocar a foto no site do clube após novo fracasso no Campeonato Brasileiro. Se tivesse vencido o Santos, a foto passaria batida, mas hoje ela se mostra ridícula.

Cada vez mais essa gestão me lembra outra que se ufanava de ter ônibus moderno e site festejado enquanto o clube afundava cada vez mais.

Nova derrota e o boato Koff

É muito ruim ser repetitivo. Fico com a impressão de estar sendo chato, cansativo, mas tudo o que escrevi lá por abril ou maio está acontecendo.

O Grêmio começou mal o ano. Nas contratações, mais errou do que acertou. Gastou dinheiro demais para trazer jogadores que nunca foram destaque por onde passaram e/ou que estavam numa descendente na carreira. Salários na faixa dos 200 mil reais para jogar uma bolinha de segunda divisão.

A insistência em manter Silas foi outro erro. Demorou demais para trocar. Mais do que um motivador, o Grêmio precisa de um organizador. Não era o momento de Renato. Escrevi isso. Mas não foi só: pedi ao irmão de Renato, o Adão, que é meu amigo, mandasse um recado meu: "Não vem que é fria, é só pra se queimar".

Renato está se revelando um acomodador. Se esforça para colocar os medalhinhas no time. Maylson no banco deeeeesse time? Pelo amor de Deus!

A derrota por 2 a 1 para o Santos depois de sair na frente, dentro de casa, é inaceitável. E ainda com um jogador a mais. É muita mediocridade.

Inaceitáveis, também, os comentários de Souza, colocando mais lenha na fogueira. Se ele fosse um jogador que estivesse fazendo a diferença, ainda vá, mas com a bolinha que anda jogando?

Não duvido que Renato, com os reforços meia-boca que está recebendo, ainda consiga reverter essa tendência de queda, escapando do rebaixamento.

No momento, porém, o melhor que se tem a fazer é rezar.

SAIDEIRA

O boato de que Fábio Koff pode concorrer à presidência do Grêmio sacudiu a cidade, o Estado. Curioso é que o boato surgiu no dia em que se anuncia um grande evento para lançar Paulo Odone. Existe um grupo no Grêmio, que hoje está no poder com os resultados que estamos vendo, que quer Odone longe do Olímpico. Para isso, é capaz de tudo. Até de lançar Koff para diluir o impacto que promete ter a candidatura oficial de Odone. Koff dificilmente largará o salário que recebe no Clube dos 13 para voltar justamente num momento em que poderá pegar o clube quem sabe até na segunda divisão. Não sou fã de Odone, mas não vejo outro nome melhor para assumir o clube.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A arte de saborear e identificar um bom sagu

É preciso uma certa técnica em tudo na vida. É preciso arte, um tanto de requinte até para as coisas mais prosaicas, mais simples.

Até para comer sagu é necessário, fundamental, uma certa sutileza, apreço a detalhes que normalmente dispenso para qualquer outro tipo de alimento, salgado ou doce.

É que o sagu é a minha sobremesa preferida. Cheguei a essa conclusão depois de meio século de vida. Passei por outras preferências. Arroz de leite e pudim de leite condensado são dois exemplos. Já estiveram no topo. Hoje, é o sagu. Com creme de baunilha, claro.

O problema é que o sagu virou uma obsessão. Entro no restaurante e vou direto ver se tem sagu. Quase todos tem. A maioria, porém, é desprezível.

Só pela cor já percebo que o sagu é ruim. O creme precisa ser... cremoso. Nem muito consistente, nem muito líquido.

O sagu bom tem cor escura, cor de vinho tinto. Já vi até sagu de refresco de uva. Um acinte, uma agressão.

Depois de avaliar a cor, analiso a consistência. A parte líquida deve ser cremosa e as bolinhas firmes, mas macias. O sagu deve, obritatoriamente, exalar um aroma de vinho. Caso contrário, me afasto.

Um sagu bom é também sinalizador de um bufê de sobremesa de qualidade, o que é válido inclusive para o bufê de saladas e de pratos quentes. Um sagu ruim, obviamente, aponta para o oposto.

Quem fizer o teste verá que tenho razão. Sagu bom é sinal de refeição boa.

Para saborear devidamente o sagu que passou no teste visual e de olfato, é preciso saber servir-se de modo adequado.

Eu ensino: pegue o pote (não pode ser pires, de jeito nenhum), coloque sagu até quase em cima. Depois, uma colher de sopa, ou duas, de creme. Eu costumo afastar aquela película mais sólida que se forma na superfície. Se não der, vai assim mesmo.

Agora vem o momento especial, o ápice, é como o atacante na cara do gol. É preciso jeitinho, uma técnica apurada para degustar o manjar que está à frente, indefeso como um goleiro diante do goleador.

Nesse momento eu sou o goleador.

É imperdoável misturar o sagu com o creme, dando voltinhas com a colher, como tem gente que faz com o prato feito.

Mergulhe a colher no sagu e depois no creme, nesta ordem. O creme não pode ocupar mais do que 30% da colher. Eu costumo ficar nos 20, 25 por cento.

Bem, aí chegou a hora de avaliar o sabor. Normalmente, seguindo os passos referidos, não haverá decepção.

Se tudo der certo, é só mandar ver e ir pra galera.

SAIDEIRA

Depois dessa louvação ao sagu legítimo, perfeito e imbatível como sobremesa, só falta uma dica. Onde comer um bom sagu? Descobri um lugar recentemente, perto da minha casa: Romana Becker, um restaurante familiar, comida boa e barata, caseira, alta qualidade. Custa 10 pilas na semana e 14 no sábado. O bufê de sobremesa é nota dez. Com destaque, claro, para o sagu. O restaurante fica na Marcelo Gama com Américo Vespúcio. Está ali há uns 40 anos. Um dos donos é o Astor, colorado doente. Ele é quem faz o sagu.

Antes, eu satisfazia minha fome de sagu no Mamma Mia, no bairro Floresta. Mas ele fechou. Agora, só em Gramado.

Aceito novas indicações.

FECHANDO A CONTA

Do jeito que a coisa está, não dá nem pra falar de futebol.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Roth arrumaria a casa no Olímpico?

Há uns três meses, poucos jogadores serviam para os colorados. A zaga era velha, os laterais irregulares, o meio-campo instável e o ataque inoperante.

No time ideal dos colorados, escapavam, alguns poucos. Unanimidade mesmo, salvo engano, o Guinazu. Depois, ficariam no time Sandro, Giuliano, D’Alessandro e Kleber. Bolívar, um dos líderes do time, era aceito por uns, desprezado por outros. Alecsandro todos queriam ver longe, uma injustiça.

Veio o Celso Roth e tudo mudou. Agora, observem que o setor mais importante de um time de futebol já estava fechadinho, aceito pelos torcedores quase sem restrição. Sandro, Guinazu, Giuliano e D’Ale. Tinga reforçou o meio-campo. Giuliano virou uma espécie de talismã.

Sobis, mesmo fora de sua melhor forma, qualificou o ataque.

O trabalho de Roth foi facilitado pelo fato de que ele já contava com um meio de campo formidável, o ponto alto do time, e também porque não havia focos graves de indisciplina e insurreição. Tudo isso ajudou. É claro que ele azeitou a máquina, corrigiu posicionamentos, etc. Mérito de Roth, sem dúvida. Ele fez o time render mais.

Se Roth tivesse desembarcado no Olímpico talvez não alcançasse o mesmo resultado em tão curto prazo. O comando do clube é apático e leniente, o vestiário é caótico e alguns jogadores pensam apenas em si e desprezam o essencial no futebol, o coletivo.
É intolerável ouvir Douglas dizer que não tem obrigação de marcar. No futebol moderno, só o goleiro não precisa marcar.

Sem contar o excesso de lesões. Duvido que exista no País algum time de ponta com tantos jogadores lesionados ao longo da temporada, boa parte delas musculares.

Alguém lembra do Leandro jogando três partidas inteiras consecutivas? E estamos em agosto, quase setembro.

A direção demorou demais a perceber o que a torcida já havia visto há muito tempo: Silas não servia. E isso agravou a crise.

Por fim, a qualidade técnica do time. Vou citar jogadores que já deram boa resposta outras vezes e com alguma freqüência, o que pode ser um indicativo de que num time ajustado podem ser úteis: Edilson, Rafael Marques, Neuton, Adilson, Magrão, Maylson, Rochemback, Douglas, Souza, Hugo, Jonas, Borges e André Luís. E, claro, o Victor.

Os demais, tirando os jovens da casa, não fazem falta. O mesmo vale para algum nome da lista acima que não passar a mostrar mais comprometimento. Aliás, total comprometimento.

Renato não poderia ter voltado ao seu clube de coração em pior momento. Já escrevi isso antes de ele assumir. Se ele tiver mais apoio, inclusive do festejado preparador físico Paulo Paixão (que me parece ausente), ainda pode dar certo.

Cabe à torcida participar, ir aos jogos, incentivar e depois cobrar.

É preciso exigir mais garra do time, de todo o time, mas sem esquecer a direção.

É preciso mais garra também da direção.

SAIDEIRA

Sábado fiz um curso para cervejeiro. Em breve, estarei lançando a minha cerveja. Todos os botequeiros serão convidados, com exceção dos petistas.
Quem tiver interesse em aprender a fazer uma cervejinha caseira aqui vai a minha dica (garanto que é fácil):

Alquimia da Cerveja - www.alquimiadacerveja.com
Blog Pessoal - www.mestresdacerveja.com.br
"Uma viagem ao Mundo e a Cultura da Cerveja Artesanal"

domingo, 22 de agosto de 2010

Uma orquestra maluca e a falta de um camisa 5

O Grêmio mantém sua rotina no Brasileirão: não consegue vencer fora de casa.

Pior que a derrota por 2 a 1 para o Ceará, liderado pelo quase ancião Geraldo (autor do gol da vitória no 'apagar das luzes', como se dizia antigamente), foi a atuação do time.

Na verdade, não há time, não há uma equipe.

A impressão é de que ontem cada jogador parecia músico de uma orquestra maluca, na qual cada um toca uma música. À beira do campo, o maestro parecia nada entender, perdendo o controle total de seus músicos, que, para agravar, estavam completamente desafinados.

O Grêmio foi um amontoado desconexo, em descompasso. Um time sem noção.

Não responsabilizo o técnico Renato pelo que aconteceu. A herança que ele recebeu de seu antecessor e da diretoria é macabra.

Renato sabia onde estava se metendo. Eu escrevi que a missão talvez fosse pesada demais para ele. Agora, cabe a ele tomar as providências para começar a montar uma equipe de futebol, na qual todos os jogadores toque a mesma música, tenham o mesmo objetivo, igual comprometimento.

Quem ousar tocar pagode numa peça de jazz,que caia fora. Já. Agora. Ontem.

É preciso uma faxina no vestiário. Quem está lá tem condições de avaliar muito melhor do que nós, observadores distantes, quem está descompromissado, desinteressado, sem qualquer envolvimento com o clube.

A fase da conversa ao pé do ouvido, no canto do vestiário, já passou. A hora é de fazer sangrar a ferida, até escoar todo o sangue ruim que circula pelas artérias, comprometendo todo o organismo.

Na verdade, isso deveria ter sido feito há uns três ou quatro meses, ou pelo menos no momento em que houve uma pausa no Brasileiro por causa da Copa do Mundo.

Ainda há tempo. Não muito, mas ainda é possível fazer essa orquestra tocar a mesma música, que até pode ser um pagode, mas de preferência tangos arrebatadores e passionais, que tem mais a ver com a garra e a tradição do Grêmio.

Agora, se o time do Grêmio tivesse a mesma harmonia, o mesmo entrosamento e a mesma disposição que tem a torcida quando canta o hino do RS com certeza a situação hoje seria completamente oposta.

SAIDEIRA

Só não pode é fazer terra arrasada. Ontem, conversando com alguns torcedores e ouvindo manifestações pelo rádio, vi que o pensamento geral é de que nada mais presta, ninguém joga nada e todo mundo deve ir embora. É nessa hora que são cometidas injustiças. Por exemplo, Willian Magrão não foi bem, até fez gol contra, mas se trata de um titular inquestionável. Ontem, ouvi gente dizendo que ele está acabado, que não tem condições, etc.

Acho que é preciso focar nos que vieram de fora e nada trouxeram, a não ser a vontade de ganhar muito dinheiro e depois partir.

Ouvi também o presidente do clube dizer que todos elogiaram as contratações feitas no começo do ano, e que por isso agora têm mais é que ajudar. Bem, eu critiquei quase todas as contratações, começando pelo Ferdinando e Leandro, e passando pelo Hugo e Borges, que até me surpreendeu positivamente, mas que é outra figurinha complicada.

FECHANDO A CONTA

O maior reforço que o Grêmio poderia ter agora é um camisa 5 com qualidade, experiência e liderança. Sugestão: Bataglia, do Boca. Ah, é caro? Simples, é só mandar embora dois ou três que ganham muito para não trabalhar.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O polêmico anúncio do Grêmio

O anúncio do Grêmio cumprimentando o Inter pelo bi da Libertadores mexeu com os colorados. Andam muito sensíveis os colorados.

Para quem não viu, é página inteira. Uma foto da torcida gremista, o distintivo do clube, e, acima, o texto provocativo, cheio de humor, mas que ao mesmo tempo revela, escancara, a dor gremista neste momento de glória vermelha:

O PRIMEIRO CLUBE GAÚCHO
A CONQUITAR O BI DA AMÉRICA
DÁ PARABÉNS AO SEGUNDO

Depois, como linha de apoio:

Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Desde 1995, bicampeão da Libertadores.

No final da manhã, na Gaúcha, ouvi dois apresentadores atacando a iniciativa tricolor. Coincidência, ou não, ambos colorados.

Um deles, mais irritado que o seu colega, vociferava que esse tipo de brincadeira cabe ao torcedor, nunca ao dirigente, à instituição.

Os colegas esqueceram que esse tipo de provocação existe há tempos, que não é a primeira, nem a última vez.

Esqueceram, por exemplo, que os dirigentes colorados, principalmente o presidente, sempre que pode alfineta o Grêmio, sempre lembrado mesmo no auge das comemorações coloradas. Idem, em relação ao Grêmio. Sempre foi assim, sempre será.

Se forem brincadeiras nesse nível, sem apelação, tudo bem. Não vejo motivo para alguém ficar irritado, ou tão irritado a ponto de ir ao microfone reclamar. Ainda mais quem está por cima.

Ao Grêmio, que está por baixo agora, só resta esse tipo de coisa, é uma maneira de amenizar a dor, nada mais do que isso.

Só espero que a direção gremista tão ágil e eficiente para publicar o anúncio provocativo, tenha a mesma agilidade e eficiência para colocar a casa em ordem.

A torcida gremista espera muito mais do que esse tipo de manifestação.

Espera uma direção com capacidade de planejamento, administração e execução, o que sobra no Inter nesses últimos anos.

Caso contrário, o Grêmio vai passar muito tempo ainda publicando anúncios de parabéns ao seu maior rival.

E aí já não haverá mais o que ironizar.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

De novo uma década vermelha

Toca a campainha às 8 e meia desta manhã. Ao longe, ainda detonam alguns foguetes. Moro longe da área de maior tumulto, mas tenho vizinhos que gostam de soltar foguetes, não importa o horário. Foi uma noite mal dormida.

Abro a porta. É um motoboy, de uns 20 anos, todo fardado de Grêmio. Só faltava a chuteira.

- Bah, cara, tu é corajoso, hein?

Ele responde, mais rápido que o Taison fugindo pela esquerda:

- A gente não pode se mixar pra 'eles'. Só agora, 15 anos depois, 'eles' conquistaram um título que a gente já tinha. A gente não pode é se acomodar.

Peguei a encomenda, assinei o recibo e agradeci.

Ele montou na moto, enfiou a cabeça num capacete azul e arrancou.

Não há bem que sempre dura, nem mal que nunca acabe - já diziam os avós.

No futebol não é diferente. Esse motoboy, entristecido, mas altivo em seu gremismo, ainda terá muitas alegrias com o seu clube. O futebol é assim. É como a vida, ciclos que se alternam. Por vezes, bons; outras vezes, nem tanto; e alguns ruins. O problema é que os ruins marcam mais.

Eu sou um sobrevivente da década de 70. Sou curtido, forjado naqueles anos de muito sofrimento para os gremistas. Eu era jovem. A década de 60, de supremacia tricolor, eu acompanhei do Interior, pelo rádio, pelos jornais, recém brotava para a adolescência. Tudo ainda muito distante.

Quando o Inter inaugurou o Beira-Rio e começou sua reação, eu preparava as malas para vir para a cidade grande, deixando Lajeado para trás.

O Inter passou a empilhar títulos regionais justamente nessa fase. Quando desembarquei em Porto Alegre, em 71, o Inter já era bi gaúcho, se encaminhava para o tri. A única alegria nesse período foi ter o gremista Everaldo como titular da maior seleção brasileira de todos os tempos, a maior seleção de futebol de todos os tempos, a de 70. Quem tem, tem, quem não teve, nunca terá.

Apesar de tudo, me associei ao Grêmio, para torcer, curtir suas piscinas e suas gurias.

Depois, vieram os dois campeonatos brasileiros. O Grêmio, em 77, interrompeu a série de títulos gaúchos do rival. Foi muita emoção, a minha primeira grande emoção como torcedor adulto, de arquibancada no sol, na chuva ou no frio. Inesquecível.

Em 79, um balde de água vinda das geleiras da Antártica: o título brasileiro invicto do Inter, o tri. O Grêmio não tinha unzinho sequer.

Não há mal que nunca acabe...

Em 81, o Grêmio conquistou o brasileiro. De novo, muita emoção. No ano seguinte, o vice, numa final roubada para o Flamengo. Eu era repórter da TV Bandeirantes, repórter de campo nas transmissões para todo o país. Vi de perto a garfeada.

Depois, a Libertadores e o Mundial. Nada podia ser maior. O sofrimento dos anos 70 estava plenamente recompensado. A partir daí, foram os colorados que penaram.

Então, quem foi curtido nos anos 70 não se assusta. Hoje, continuo gremista, claro, mas um gremista amenizado pelo tempo e pelo longo trabalho na imprensa esportiva. Foi através desse trabalho que aprendi a admirar e até a gostar do Inter, que me acolheu muito bem como jovem setorista em 1976, como estagiário do extinto Diário de Notícias.

Nos anos que se sucederam consolidei uma convicção: não vale a pena canalizar nossas energias para o futebol.

Ganhou, ótimo, vamos festejar. Perdeu, pena, vamos seguir em frente. Amanhã, pode ser a nossa vez.

O Inter mereceu ser campeão. Sua direção fez a diferença. Errou ao escolher Fossati. Corrigiu o erro a tempo. Reforçou o time a toque de caixa. Resultado: o bicampeonato da Libertadores.

O futebol requer planejamento, mas também improvisação. Requer competência, conhecimento, agilidade. Tudo isso sobra no Inter.

O Inter fez por merecer, assim como o Grêmio no passado. Estão de parabéns os colorados. A cidade amanheceu vermelha. Um dia já foi azul. E se nada for feito no Olímpico, haverá de seguir cor de sangue por muito tempo.

Mas, como ensinou o motoboy fardado de azul, branco e preto que encontrei nesta manhã colorada, é preciso não se encolher, e reagir.

O Grêmio AINDA é muito grande.

SAIDEIRA I

Não tenho qualquer dúvida de que o Grêmio deixou escapar o tri da Libertadores no ano passado por absoluta incompetência de seus dirigentes, em especial dos dois que comandavam o futebol, mas também do presidente, que parece nada ter aprendido com lideranças que conheceu de muito perto, como Rudy Petry, Olmedo, Hélio Dourado, Fábio Koff, etc.

SAIDEIRA II

Dias desses, um botequeiro lembrou de uma previsão do astrólogo Bruno Vasconcelos, feita se não me engano em dezembro de 2003, no Correio do Povo. Bruno, de quem acabei ficando amigo depois de muito tempo fazendo previsões a cada final de ano sobre a dupla gre-nal, previu que o Inter passaria a viver um período semelhante ao da década de 70, acumulando conquistas.

Bruno morreu faz três anos. Depois de sua morte, em respeito à sua memória e chateado com o deboche de ouvia de colegas (uns poucos, mas irritantes) sobre esse meu trabalho, desisti de publicar previsões astrológicas nas páginas do CP.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Complô vermelho para evitar a festa antecipada

Enquanto aqui há um esforço concentrado para evitar o ‘já ganhou’, a imprensa do resto do País é transparente, não mocoseia a realidade, ou seja, o Inter já é bi da Libertadores, igualando-se ao Grêmio e, a continuar nesse ritmo, se preparando para superar o glorioso tricolor de tantas conquistas num passado cada vez mais distante.

O site do Estadão estampa: O Inter pronto para a festa do Bi.

Não poderia ser mais correto e honesto esse título. Afinal, o Chivas não tem a menor condição de impedir nova derrota.

Há um ufanismo contido em todos os setores colorados, começa pela direção, passa pela torcida e invade a imprensa, que se torna cúmplice, ou parceira, como queiram, dessa tentativa de mascarar os fatos. Um complô vermelho.

O site do Correio do Povo destaca uma frase do presidente Piffero: “Estamos prontos para sofrer”.

Esta é uma noite em que não haverá sofrimento, nem de colorados nem de gremistas, porque todos sabem o final.

Se bem que sempre haverá quem sofra. Por exemplo, quem não sofre com o foguetório?

Eu, que nunca soltei um foguete, no máximo brinquei com rojões quando guri nas ruas de Lajeado, quero distância. Mas sei que da barulheira não vou escapar.

Aliás, já comecei mal o dia. Acho que ali pelas sete da matina um vizinho desvairado inventou de soltar foguetes. Foram uns dois ou três minutos. Parecia uma eternidade. Era um colorado festejando o título por antecipação, já que claramente ele queria saudar o início do dia histórico.

Depois, peguei engarrafamento acima do normal para chegar ao meu trabalho. A impressão que tive é que os colorados já seguiam para o Beira-Rio às 9 da manhã.

Eu, que pensava em buscar a segunda via do título de eleitor (inventaram que é preciso apresentar o título, não apenas a carteira de identidade como tenho feito à décadas), desisti. A Junta Eleitoral fica na Padre Cacique, próximo ao Beira-Rio. Deve estar um inferno aquela área da cidade. Um inferno que deve se alastrar gradativamente ao longo do dia.

Acho que na hora do jogo vou tomar um negócio para dormir, algo forte como o que tomou meu amigo Chico Izidro, do CP, quando o Inter disputou o Mundial com o Barcelona. Ele se apagou.

Para o Chicão, que nunca frequenta este boteco (o que até é bom porque ele terminaria com o estoque etílico), o Inter continua sem ser campeão do mundo. Tudo não passa de um delírio colorado, de um longo pesadelo que promete ser interminável.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Tempos difíceis

É elogiável esse esforço da direção colorada para esquentar o jogo contra o Chivas, que na realidade não tem a menor condição de evitar uma derrota, que tudo indica será até por goleada.

Blindagem de jogadores, proibição de tecer qualquer comentário sobre o 'poderoso' time mexicano, trabalho para evitar o clima de euforia até entre os torcedores, o que é impossível. Nada de oba-oba.

Agora, nada acalma a mídia colorada, em êxtase neste momento de glória. O pessoal não se contém, soltou a franga geral. Não duvido que alguns deles sejam vistos na Goethe depois do jogo de amanhã. Bem, até aí nada demais, porque fosse o Grêmio na decisão da Libertadores e com uma papinha pela frente a euforia seria igual.

O título é tão inevitável quando a vitória da Dilma, do Tarso, da mãe do Badanha, etc.

Dias atrás previ, com base na minha traiçoeira bola de cristal, que o Inter será campeão da Libertadores, do Mundial e do Brasileirão.

Sábado, ao assistir, casualmente, a parte do jogo da Inter contra o Milan (Ronaldinho se arrastando e perdendo pênalti), afastei qualquer dúvida: o Inter gaúcho, se conseguir manter o time atual, vence a Inter italiana.

Enquanto isso, o Grêmio vai atrás de jogadores sem maior expressão, novas apostas do cassino tricolor.

Gabriel, o filho do Vladimir, pode ser uma solução para a direita, sem dúvida. Mas não sei como ele está.

Agora, esse Wilson, do Vitória é uma aposta. acho que seria mais sensato apostar no Saimon e outros da base.

Tem esse lateral, o Gilson, do Paraná. Parece que o Felipão o havia indicado para o Palmeiras. Se isso fosse verdade, não conversa de empresário, acho que ele teria ido para São Paulo. É outra aposta.

Agora, não dá nem pra condenar as indicações do Renato. O dinheiro todo e mais um pouco foi gasto com as indicações do Silas sob a batuta do sr. Meira, que deixou um legado difícil de ser administrado.

O fato é que Renato já constatou que as laterais estão desprovidas de talento, coisa que a maioria da torcida já havia percebido.

Bem, são tempos difíceis, muito difíceis.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A recuperação gremista e as injustiças no futebol

No tópico anterior escrevi que o melhor que poderia ter ocorrido para o Grêmio, neste momento, foi a eliminação da Sul-Americana. Assim como o Goiás, que vai cair logo adiante, o Grêmio também não iria longe e ainda comprometeria a trajetória no Brasileiro.

Com foco na luta para sair da zona de rebaixamento, o time armado por Renato Portaluppi não foi nenhuma maravilha, mas ao menos estava mais arrumado, mais brigador, mais concentrado. O resultado foi uma vitória por 2 a 0, sem maiores sobressaltos, tanto que Victor praticamente não trabalhou.

Willian Magrão, autor de gols, poderia ter feito ao menos mais um. O Goiás escapou de levar uns 3 ou 4 a 0, sem exagero.

E pensar que estavam colocando o Magrão de zagueiro, deixando de explorar o maior potencial desse jogador, que é a chegada forte ao ataque.

Os maiores problemas do time foram os laterais. Ambos são irregulares.

Ferdinando é um volante razoável, um bom reserva, nada mais do que isso.

Neuton foi o grande destaque do time. Gostei também do Douglas, mais comprometido com a partida, e do Jonas.

Não sei exatamente o que começa primeiro: as individualidades prejudicam o coletivo; ou se o coletivo mal ajustado é que prejudica as individualidades. As duas opções estão corretas, a meu ver.

É muito perigoso julgar jogadores em meio ao caos técnico e tático de um time, como estava ocorrendo com Silas. Neuton, por exemplo, começava a se transformar num perna de pau para muitos torcedores. E aí, num time mais organizado, ele ressurge com força, qualidade e ousadia.

Neuton pode jogar tanto de zagueiro pela esquerda como de lateral.

Ainda é cedo, mas já se vislumbra uma equipe de futebol no Olímpico.

Falam em contratações. Antes de buscar medalhão decadente e jogador mediano, melhor investir firme na base.

SAIDEIRA

É impressionante o clima de decisão que tentam armar para o jogo contra o Chivas. O time mexicano já está liquidado. O mesmo time que perdeu para o Fluminense por 3 a 0, com mais uns três reforços, ganha do Chivas no Beira-Rio lotado.

Aí vem o Guinazu dizer que só fica fora se cortarem a sua perna. Vai fazer média com a torcida assim...

O Tinga faz tratamento intensivo para não ficar de fora. Só se for para participar da festa, entrar na fotografia do time campeão da Libertadores, título, aliás, do qual ele não participou. Pelo contrário, quase comprometeu ao ser expulso no Morumbi.

Na verdade, o lugar na foto deve ser do Giuliano, não do Tinga.

O que dizer, então, do Renan? Muito mais direito tem o Abondanzieri de aparecer na foto de campeão. O argentino merece até por seu comportamento profissional, sofrendo calado a injustiça de ter sido descartado na hora do filé.

O castigo vem a galope, se diz na campanha.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Agora, concentração total no Brasileirão

No jogo de 180 minutos, o Goiás foi melhor. Não muito, mas foi superior. No primeiro tempo de ontem, então, foi muito melhor. No segundo tempo, o Grêmio reagiu e até mereceu o empate. Por isso, os 2 a0 no final tiveram o sabor amargo de castigo.

Agora, cruel mesmo foi anular o gol legítimo do André Lima. O juiz correu para o centro do campo, o bandeirinha também. De repente, surpresa!, gol anulado. André, supostamente, estaria em impedimento. Não é verdade. Por que o juiz não foi pelo seu auxiliar, que validou o lance? Por que demorou para voltar atrás? por que voltou atrás? Será que no caminho para o centro do campo ele lembrou que tinha algum tipo de compromisso com o Goiás? Não, claro que não, os juizes são honestos.

A gente viu na Copa do Mundo o quanto os juizes são honestos.

O erro do juiz não invalida, porém, a constatação de que o técnico Renato terá que trabalhar muito para acertar esse time. Ele até que surpreendeu ao transfigurar o time no intervalo. O Grêmio voltou muito melhor e realmente merecia um resultado melhor por esses 45 minutos, marcados principalmente pela vontade e pelo empenho dos jogadores, com raros fragmentos de lucidez.

Agora, Renato errou ao sacar Maylson e depois Souza. Souza estava bem no jogo naquele momento. O que poderia fazer Roberson, que o substituiu? Nada, como de fato aconteceu. Com a saída de Souza (se estava cansado, ainda assim jogava bem), o Grêmio que controlava o meio de campo, perdeu o domínio e passou a apelar para chutões, sem trabalhar a bola. Antes, Renato havia tirado Douglas, outro articulador.

Em síntese, Renato acertou o time no intervalo. Depois, mexeu mal.

A favor do novo treinador o fato de que recém começa a conhecer o time. Seria injusto exigir muito dele na estreia.

Se Renato não conhece bem o time, eu estou em outra situação. Por isso, afirmo que o melhor para o Grêmio, neste momento, foi ser eliminado da Sul-Americana.

O Grêmio mal e mal tem um time para fazer uma campanha mediana no Brasileirão. Se Renato fizer um milagre, até brigar por vaga na Libertadores de 2001.

Agora, com duas competições paralelas, aconteceria o seguinte: não seria campeão da Sul-Americana, porque não tem time para tanto; e aumentaria substancialmente as chances de rebaixamento.

Com a derrota, o Grêmio poderá concentrar suas energias no Brasileirão, para escapar do rebaixamento e quem sabe, com sorte, que anda faltando, ainda disputar vaga na Libertadores.

Sinceramente, foi melhor assim. Este Grêmio desta diretoria que desconhece o significado de palavras como planejamento e competência precisa se limitar ao feijão com arroz e ainda lamber os beiços.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O 'melhor presidente deste país do nunca antes' e a festa para Renato

Tempos atrás consultei minha bola de cristal - um pouco danificada depois que a joguei no chão pela trigésima vez por me induzir a fazer algumas previsões erradas - e ela revelou que o Inter será campeão da Libertadores, campeão do Mundial e, de quebra, do Brasileirão.

Então, já aluguei um filme para passar a noite: O exterminador do futuro. Este filme me lembra o governo a atual direção do Grêmio. Me faz lembrar, ainda mais, do governo Lulla, que, aliás, é cada vez mais merecedor dos dois 'éles', numa referência ao Collor (é sempre bom citar isso porque tem muita gente nova que não conhece bem alguns detalhes da nossa trágica história recente).

Estava aqui viajando na internet quando deparo com a seguinte notícia (vou dar só a manchete, porque não consigo parar de rir):

"Lulla é o melhor presidente que o Brasil já teve".

Adivinhe de quem é a frase? Collor, claro.

Só não rio mais, porque na verdade tudo isso é muito triste.

Então, resolvo cantar para espantar a tristeza. Não dizem que quem canta os males espanta (o que eu tenho cantado ultimamente não é brincadeira!).

Tem uns versos, primorosos (nem o Valdick Soriano faria igual), que não me saem da cabeça:

"É Lula apoiando Collor, e Collor apoiando Dilma pelos mais carentes... e os três para o bem da gente".

Lindo, não? Já escrevi aqui esses versos do jingle do Collor na campanha pra governador de Alagoas (pobre Estado), mas como eles não saem da minha cabeça, eu fico aqui repetindo, repetindo...

Agora, o pior de tudo: a Justiça Eleitoral (gente mais estraga prazeres) proibiu o jingle na campanha.

Pô, estava tão divertido. Sempre que eu canto essa musiquinha fico imaginando os três de mãos dadas, sorridentes no palanque.

É uma imagem belíssima, não?

Agora, imagem realmente bela, e aí sem ironia provocativa a certos indivíduos que insistem em frequentar este boteco, será a que veremos nesta quinta-feira no Olímpico.

Mais de 40 mil gremistas saudando a volta do seu ídolo maior.

Gostaria que esse retorno fosse num momento melhor, num início de temporada, por exemplo, mas o negócio agora é torcer para que Renato Portaluppi tenha como treinador do Grêmio o mesmo sucesso que teve como jogador.

O caminho para isso acontecer começou a ser aplainado com a retirada do vestiário de um jogador que estaria mais criando problema do que ajudando. Com a cabeça no lugar, Rodrigo é um ótimo zagueiro.

Vamos ver se a arejada no vestiário continua, porque tem mais gente precisando respirar outros ares.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Agora é com Renato

Texto publicado no site do Bahia agora à tarde:

Em encontro na tarde desta terça-feira, com o Presidente Marcelo Guimarães Filho e o Gestor de Futebol Paulo Angioni, o técnico Renato Gaúcho confirmou sua saída do Esporte Clube Bahia.
O treinador vai se transferir para o Grêmio e hoje à noite comandará o Bahia pela última vez, diante do Paraná.
Após a partida, o técnico Renato Gaúcho concederá entrevista coletiva sobre a partida e tratará da sua saída do clube.

Então, contrariando minha previsão, Renato Portaluppi aceitou a proposta do Grêmio e vai mesmo assumir o timão da nau desgovernada.

Não será por falta de energia positiva que ele dará certo.

É grande o entusiasmo da nação gremista. É o pensamento mágico.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dicas para contratar o técnico certo desta vez

Antes de contratar um treinador, a direção deve ter muito claro o tipo de futebol que quer, o esquema de jogo, três zagueiros, dois zagueiros, meio-campo com dois volantes, dois meias, ou três volantes, e um meia. Quem sabe apenas um atacante de ofício? E por aí vai.

Para isso, precisa considerar também a tradição, a história do clube, sua torcida.

O presidente Duda afirmou depois do jogo contra o Flu que perfil de treinador é bobagem, é preciso ver o mercado e avaliar entre os disponíveis, e fazer a contratação. Tal afirmação explica em parte tudo o que acontece no Olímpico desde o ano passado.

Depois de escolher uns nomes, o dirigente deve conversar com cada um deles e dizer o que o clube espera dele, o técnico. Pode ser coisa rápida, tipo:

- Vc sabe a diferença entre o Avaí e o Grêmio?

Depois, se a resposta for convincente, expor que quer o seu time jogando no 4-4-2, com dois laterais que marquem e apoiem com qualidade e velocidade;
dois zagueiros de boa impulsão, autoridade, imposição física e velocidade;
no meio-campo, um volante mais posicionado, de boa técnica para não viver só de dar porrada, ágil, atento, obstinado e feroz como um pitbull esfomeado; mais dois volantes, que marquem de verdade, mas que saiam para o ataque rapida e decididamente, buscando o gol; mais à frente, um meia habilidoso, mas também aplicado taticamente, de preferência com bom chute, assim como os dois volantes.
Na frente, dois atacantes rápidos, ao menos um deles muito habilidoso, o outro deve ter um porte mais avantajado para o confronto com a sanguinária zaga inimiga.

E por aí vai, com alterações aqui e ali, mas sem perder o rumo de que é preciso antes de qualquer coisa um time com raça, determinação, incansável na busca da vitória, irresignado diante de eventuais adversidades, indignado.

Qualquer semelhança com o velho Grêmio não é mera coincidência.

É isso: o Grêmio precisa de um treinador que devolva sua identidade, perdida desde que Paulo Autuori assumiu.

Renato Portaluppi será esse nome? A direção gremista conversou com ele, ficou convencidade de que ele pode colocar o time de volta ao seu lugar.? Ou é apenas um pensamento mágico, um lance de marketing, um ato de desespero?

Se a direção realmente acreditasse em Renato, por que ele não foi contratado no ano passado no lugar do Silas. Ou, melhor ainda, quando Roth foi demitido em plena Libertadores?

E se Renato não vier, o que é provável? Eu, fosse ele, um ídolo, não viria neste momento pra não me queimar.

Só me chamam na hora difícil? Chego aí e tenho que trabalhar com os jogadores indicados e/ou aceitos pelo técnico anterior?

Eu, se fosse Renato, não viria. Renato não é bobo, não vai embarcar nessa nau desgovernada.

Mas se Renato vier, não duvido que dê conta do recado, porque é um bom treinador, já provou isso, apesar de opiniões em contrário, algumas sem qualquer fundamento.

domingo, 8 de agosto de 2010

A última chance de Duda

Escrevo quando torcedores gritam fora Duda, fora Meira, e atacam os ex-dirigentes Fábio Koff e Cacalo por terem influenciado decisivamente para a eleição da diretoria atual.

Os dois gostam muito de dar pitaco na gestão, mas na hora de trabalhar, arregaçar as mangas para ajudar o seu ungido são mais escorregadios que muçum ensaboado.

A derrota por 2 a 1 para o Fluminense está dentro da normalidade. Antes imbatível no Olímpico, o Grêmio virou saco de pancadas desde que perdeu para o poderoso Pelotas no Gauchão. Técnico? Silas.

Desde então, o Grêmio que não ganhava fora, passou a perder também em sua casa.

Desde maio estou convencido de que Silas não é treinador para o Grêmio. Defendi sua contratação, e fiquei ao seu lado nos momentos iniciais, quando já era criticado, por entender que ele estava começando e precisava de tempo.

A eliminação da Copa do Brasil deveria marcar a demissão de Silas. Na verdade, ele deveria ter saído antes. Com um treinador mais experiente, o Grêmio não teria levado três gols do Santos no Olímpico, o que acabou determinando sua eliminação logo em seguida, na Vila Belmiro.

A partir daí, a direção tricolor colocou em risco a campanha no Brasileiro ao manter Silas. Seria o momento, também, de trocar o comando do futebol. O tempo passou e a situação só ficou ainda mais grave.

Neste momento, 18h30, o presidente Duda dá entrevista coletiva. Anuncia que 'libera' Meira e Duda devido à situação atual.

Há boatos de que Renato Moreira assumirá o futebol. Duda, porém, diz que o assessor de Meira, Guerra, assume o posto interinamente. Sobre Renato, Duda diz que não existe nada de concreto.

Outro boato dá conta que Tite será o treinador. Sou a favor. Mas não acredito porque haveria uma questão mal resolvida entre Tite e Paulo Paixão.

Minha sugestão, se não puder ser Tite, é Dunga. É o tipo do profissional que assumiria rapidamente o controle do vestiário, que é talvez o maior problema hoje do clube.

Mas existem outros nomes: Paulo Bonamigo, por exemplo. Talvez fosse o caso de conversar com Geninho.

O importante é que seja um treinador que goste de armar um time que privilegie a marcação forte no meio de campo, fundamental no futebol de hoje. Nesse time, portanto, não pode jogar com dois meias que não marcam, porque não querem ou porque não sabem.

O melhor momento do Grêmio foi com Adilson, Willian Magrão e Maylson, com Douglas mais liberado. Silas abriu mão disso. Ele gosta de jogar com dois meias. A própria direção investiu em jogadores para a meia, sinalizando sua preferência, ou por falta de conhecimento mesmo.

Terminou o ciclo de Silas e a era Meira, um dirigente que deu contribuição ao clube, mas que chegou ao seu limite, conforme já havia escrito anteriormente.

SAIDEIRA

Silas disse que não foi contatado pelo São Paulo, desmentindo notícia nesse sentido. O problema é que usou como argumento a palavra ética. O SP tem ética, não entraria em contato com um técnico com contrato em vigor com outro clube, disse ele. Ora, logo o SP, que se atravessa em tudo que é negócio?

QUESTÃO DE ORDEM

Em seu último jogo, Silas deu uma oportunidade de verdade para o garoto Roberson. Mas foi preciso não ter ninguém mais para colocar, a exemplo do que ocorreu com Neuton. Roberson entrou e mostrou que tem condições de disputar um lugar no time, ou ao menos ser melhor aproveitado.

No mais, Silas já vai tarde. Assim como Meira.

Eles saem deixando uma terra arrasada. Havia um time ajustado até maio.Lembro que fui atacado aqui por sugerir a demissão de Silas e a saída do Meira três meses atrás.

A realidade é que no oitavo mês do ano ninguém mais sabe qual o esquema do time e qual a escalação ideal. Jogadores incontestáveis passaram a ser questionados. As individualidades mais luminosas se apagaram, consequencia do trabalho que agora chegou ao fim, ainda há tempo de evitar a queda para a segunda divisão.

Resta agora torcer para que o presidente Duda acerte na escolha dos nomes que irão assumir neste momento de tanta dificuldade.

Duda não pode errar.

O que Duda decidir agora vai determinar a maneira como ele entrará para a história do clube que ama.

É a última chance de Duda.

sábado, 7 de agosto de 2010

Grêmio precisa de um mestre, não de um aprendiz

Quando o Grêmio foi campeão gaúcho escrevi que seria seu único título na temporada. Foi no dia 2 de maio. Ali eu já havia concluído que Silas é um treinador que não sabe por que ganha, nem por que perde.

Talvez um dia aprenda, porque é novo na profissão, um noviço, um aprendiz. E não vai nisso nenhuma ofensa. Quem já não foi iniciante?

É com experiências, vivências, que se assimilam lições. Uns mais rapidamente que outros. Alguns talvez pouco aprendam ao longo da vida. Mas sempre vai se juntando alguma coisa.

‘Vivendo e aprendendo a jogar’, cantava Elis.

O problema é que o Grêmio não pode esperar que Silas aprenda. O Olímpico não pode servir de escolinha do professor Raimundo, aquela do Chico Anísio.

O Grêmio precisa de um mestre, não de um aprendiz. E precisa de uma direção mais firme, mais forte, com um discurso mais veemente, com ações mais incisivas.
Se eu, em maio, já antevia que o time sob o comando de Silas havia chegado ao seu limite, como é que gente experiente como o Meira e o Duda, que sabem tanto ou mais de futebol que eu, não se deram conta de que ali já era o momento de mudar?

Por que esperar a descida da ladeira, quando pode ser tarde demais. Aliás, só não é tarde para evitar o rebaixamento.

No Inter, Fossati foi demitido mesmo tendo colocado o Inter na semifinal da Libertadores, eliminando dois clubes argentinos. Fernando Carvalho teve sensibilidade para perceber que o time com Fossati havia chegado ao seu limite.

FC agiu. A dupla Duda/Meira se omite, olha pro lado, assobia, enquanto a nau tricolor avança em direção a um iceberg, ao abismo.

Nas arquibancadas, os colorados não suportavam mais o técnico uruguaio. O mesmo acontece com os gremistas em relação a Silas. E isso há muito tempo.

A grande questão, agora, véspera do jogo contra o Fluminense que pode marcar o fim do ciclo de Silas, é se adianta mudar só o treinador.

O ideal, a meu ver, seria mudar também o comando do futebol. Tem gente boa para ocupar o cargo nesse grupo que dá sustentação ao Duda. Meira já prestou relevantes serviços ao Grêmio, mas chegou ao seu limite.

Todos nós em algum momento chegamos ou chegaremos ao nosso limite.

Meira daria mais uma grande prova de amor autêntico e desinteressado ao Grêmio se renunciasse. Nada pessoal.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O debate dos presidenciáveis

Fui eu.

Eu que assisti ao debate na Band entre os presidenciáveis. Não sou alienado nem nada. Vou deixar de ouvir as propostas dos candidatos ao lugar do presidente do 'nunca antes' para acompanhar futebol?

Ora, por favor. Tenho mais o que fazer! Sei que o Brasil inteiro estava, no mesmo horário, vendo SP e Inter no Morumbi.

Mas eu não, preferi ouvi as propostas da Dilma com seu rosto aveludado, sem nenhuma ruga apesar dos 60 anos e lá vai pedrada. Vi a candidata do presidente, que oPTou por uma estranha no ninho, oriunda do PDT, a todos os velhos companheiros de jornada, gaguejar algumas vezes. Vi a Marina com seu olhar de 'o que é que eu vou fazer se for eleita?' e o Serra, com seu olhar de peixe morto.

Não entendo pra que servem esses debates. As classes A, B e C já definiram seus candidatos. São elas que assistem a esses programas que são como era a Copa Sul-Americana até a edição atual: sai do nada pra lugar algum.

A grande maioria da população não está nem aí pra esses debates. Muitos já tem a bolsa família, a bolsa penitenciária, etc. Todos vão votar no governo que aí está, faça chuva ou faça sol. Os demais, aqueles que precisam trabalhar, acordam cedo e vão dormir. Ou assistir a SP x Inter.

Mesmo assim, as pesquisas vão usar o debate para justificar por que este ou aquele candidato subiu ou caiu.

Em meio ao debate, insosso como o futebolzinho do Grêmio, que continua sem vencer (já são dois meses) jogos oficiais, ouvi foguetes. No final, então, foi um foguetório.

Os colorados festejavam a primeira derrota de Celso Roth, que, por coincidência, garantiu a classificação à final da Libertadores e a presença no mundial de clubes. Aliás, conforme eu havia previsto: tudo favorece ao Inter neste ano de 2010.

O Inter será campeão da Libertadores, do Mundo e do Brasileirão.

Foi a primeira derrota de Celso Roth desde que voltou ao Inter. Mas se mesmo perdendo ele venceu, é sinal que tudo mudou.

Roth será campeão de tudo. O Universo conspira a favor de Roth e do Inter.

Aos gremistas, resta o conforto de que o arguto presidente Duda Kroeff concluiu após o empate no Serra Dourada, por 1 a 1, que o time não foi bem, que ele não gostou do futebol apresentado contra o Goiás.

Isso significa que nada significa, que tudo vai continuar igual no Olímpico até que nada mais possa ser feito para terminar a temporada de forma minimamente digna.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Os empresários e os técnicos da Seleção

Descobri um site interessante e que merece ser conferido: www.midiasemmedia.com.br. É dali que extraí o texto abaixo, publicado há alguns dias. O autor do site fez questão de elaborar a lista para verificar com lupa as convocações de Mano Menezes.

Muito interessante, mesmo.


GOLEIROS

Víctor (Grêmio) – Fábio Mello
Jefferson (Botafogo) – Márcio Bittencourt
Renan (Avaí) – Carlos Leite/LA Sports

LATERAIS

Marcelo (Real Madrid-ESP) – Richard Alda
André Santos (Fernerbahce-TUR) – Carlos Leite
Daniel Alves (Barcelona-ESP) – José Rodríguez Báster
Rafael (Manchester United-ING) – Cassiano Pereira

ZAGUEIROS

David Luiz (Benfica-POR) – Kia Joorabchian/Giuliano Bertolucci
Henrique (Racing-ESP) – Marcos Malaquias
Rever (Atlético-MG) – Fabio Mello
Thiago Silva (Milan-ITA) – Paulo Tonietto

VOLANTES

Sandro (Internacional) – Luiz Paulo Chignall
Hernanes (São Paulo) – Joseph Lee/Traffic
Jucilei (Corinthians) - Nick Arcuri (Londres)/ Carlos Leite e Ronaldão(Brasil)
Lucas (Liverpool-ING) – Carlos Leite
Ramires (Benfica-POR) – Kia Joorabchian

MEIAS

Ederson (Lyon) – Raphaele Zarra
Paulo Henrique Ganso (Santos) – Sabatino Durante/Giuliano Bertolucci
Carlos Eduardo (Hoffenhein) – Jorge Machado/Evandro Schimidt

ATACANTES

Alexandre Pato (Milan-ITA) – Gilmar Veloz
André (Santos) – DIS/Sonda
Tardeli (Atlético-MG) – Kia Joorabchian/Giuliano Bertolucci
Robinho (Santos) – Kia Joorabchian
Neymar (Santos) – Wagner Ribeiro/Giuliano Bertolucci

O Chivas e a camisa da Inter

Notícias desse dia siberiano:

O novo ditador amigo do Lula, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, escapou de atentado em seu próprio país;
Dados de 12 milhões de inscritos no Enem (aquele que também teve provas que vazaram) cairam na rede, ratificando a incompetência da administração do país;
Neve abunda em vários municípios gaúchos e catarinenses, enquanto miseráveis congelam nas ruas e nos abrigos.

Agora, nada supera em termos de importância para os gaúchos a notícia de que o Inter está a um empate de buscar o bicampeonato mundial de clubes. Tudo porque o Chivas (não bebo mais esse uísque) meteu 2 a 0 no Universidad, no Chile, abrindo assim caminho para os colorados irem de novo ao mundial mesmo com o vice da Libertadores.

O Inter vive um momento iluminado.

Metade do RS torce, agora, para que mergulhe na escuridão sendo eliminado pelo São Paulo nesta quinta-feira, no Morumbi.

Sinceramente, não vejo como esse time do Ricardo Gomes (tem um nível de competência talvez até inferior ao de Silas) consiga impedir, por exemplo, que o Inter faça ao menos um gol, o que praticamente encaminha a classificação colorada, colocando os gremistas de vez a arder nas chamas do inferno.

Agora, uma confidência:

Contei aqui que estive em Saudades, há uns 15 dias. Fui ao ponto de vendas da Umbro e da Kappa, uma indústria com milhares de funcionários que produz uniformes de grandes clubes e seleções do mundo.

Havia no mostruário, em promoção, inúmeras camisas. Entre tantas opções, comprei a da Inter de Milão, coleção de 2008 (comemorativa ao centenário do clube), por 50 pilas.

Viram? Terá sido um pressentimento?

Comprei logo a camisa da Inter, que pode ser o adversário do Inter no final do ano.

Se o Inter superar o SP, coloco a camisa em leilão.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Combate ao 'anti-cristo'

O ex-presidente Paulo Odone teve contra si alguns dos principais expoentes do clube na eleição que alçou o filho do patrono Fernando Kroeff à presidência.

As maiores forças do Grêmio (Koff, Dourado,Silveira Martins, Obino, etc) se uniram para impedir que Odone continuasse no poder com seu candidato, Antonio Vicente Martins.

Salvo engano, a então oposição teve dificuldade para encontrar um candidato de peso. Teve de insistir com Duda Kroeff para que ele aceitasse.

Tudo para afastar Odone do comando do clube e da Grêmio Empreendimentos.

Foi um esforço gigantesco, que levou o sr Fábio Koff a entrar em campo como há muito não se via. Ele arregaçou as mangas, calçou as chuteiras. Enfim, foi ao pátio do Olímpico angariar votos para a oposição, chegando a prometer – há entrevistas gravadas – que estaria ao lado de Duda, inclusive no vestiário, se fosse necessário.

Tudo para impedir a continuidade de Odone e seu grupo.

Não entro no mérito da questão. Existe muita fofoca, muita intriga. É difícil discernir a verdade da mentira, da maledicência.

O fato é que ninguém aparece para fazer uma acusação explícita, sem subterfúgios ou insinuações.

Domingo, após o Gre-Nal, o sr Meira disse que seu antecessor, Paulo Pelaipe, não é uma pessoa ‘séria’. E ficou nisso. Por que ele não foi mais claro?

Então, fica assim: um adjetivo aqui, outro ali, deixando transparecer que problemas muito graves ocorreram na gestão passada.

Contra os boatos, existe a aprovação das contas pelo Conselho Deliberativo. Ou estou enganado?

Por outro lado, o ex-dirigente Eduardo Antonini divulgou dados alarmantes sobre a situação financeira do clube: folha de pagamento na ordem de R$ 4 milhões ou perto disso; déficit mensal na casa de R$ 1 milhão, e resultados pífios em campo.

Para Meira, são manifestações oportunistas, que não engrandecem o clube.

O trabalho de Meira no futebol e de Duda na administração engrandece o clube?

Em meio ao bate-boca, que promete baixar de nível nas próximas semanas, a exemplo do que vai ocorrer nas eleições para presidente e governador, temos a equipe ainda indefinida, instável, no oitavo mês do ano.

É difícil que as questões políticas não acabem agravando a situação do time.

Não é exagero, nem pessimismo, projetar que do jeito que a coisa vai o Grêmio irá fracassar na Sul-Americana, onde a direção concentra suas atenções agora pensando na vaga à Copa Libertadores, e também no Brasileiro, com o risco de cair mais uma vez para a segundona.

No final, a maior vítima do combate ao ‘anti-cristo’, da guerra de vaidades, na luta desmedida pelo poder e da lamentável ruptura interna do clube, quem sofre as conseqüências é a instituição Grêmio com toda a sua imensa torcida.

E vocês sabem quem está se divertindo com esse quadro pincelado com as cores da incompetência, omissão e da leniência...

domingo, 1 de agosto de 2010

O fim está próximo, irmãos!

O Grêmio jogou como nunca e não venceu como sempre. A frase é exagerada, quase tão exagerada quanto os discursos ufanistas que ouvi do vestiário tricolor após o 0 a 0 no Beira-Rio.

Dos jogadores, passando pelo Aprendiz, até a direção, o que se ouviu, em linhas gerais, é de o time está começando a ficar ajeitado, agora no novo esquema com três zagueiros, e que a partir disso as vitórias irão ocorrer naturalmente.

Tudo isso poderia ser dito, sem qualquer oposição, uns três ou quatro meses atrás, mas não hoje, quando ingressamos no oitavo mês do ano, com o Campeonato Brasileiro a pleno e com o Grêmio na zona de rebaixamento.

Se alguém quiser se iludir, que se iluda. Mas eu repito o que venho pregando qual um desses alucinados pastores de seitas na rua da Praia: o fim está próximo. Por enquanto, o rebaixamento é apenas uma tendência, mas o clube se aproxima a cada rodada do abismo da segunda divisão.

Não resta dúvida - penso que até os colorados menos fanáticos, incapazes de cortar a água do vestiário do time visitante como aconteceu mais uma vez no Beira-Rio neste domingo - de que o Grêmio foi o time que mais chances de gol criou, que mais esteve próximo da vitória.

E não poderia ser diferente: o Grêmio jogou com sua força máxima - ao menos dentro dos (des) critérios do Aprendiz e dos Doutos do Olímpico - contra o time misto do Inter.

O goleiro Renan fez duas grandes defesas (chute do Maylson e cabeceio do Hugo), enquanto Victor fez apenas uma.

A oportunidade mais clara de gol foi do Grêmio: no primeiro tempo, o Centroavante Pigmeu recebeu a bola redondinha, livre na marca do pênalti, implorando para beijar a rede do goleiro Renan. O Centroavante de Futebol de Botão chutou para fora. Era a bola do jogo.

No mais, foi um jogo horrível, truncado, com pequenas faltas de ambos os lados.

O Inter, mais preocupado com o SP, e bem que faz, estava no seu papel. Só não podia perder, mesmo sem seis titulares, diante de sua torcida.

A responsabilidade de buscar a vitória cabia ao time que não vence há horas e que continua na zona de rebaixamento.

O que fez o Aprendiz?

A primeira substituição: Mailson marcava e aparecia na frente sempre que possível, e quase fez um gol. Ele NÃO poderia sair do time. Edmilson entrou no seu lugar (seis por meia dúzia). O certo era sacar Ferdinando, passando Maylson para o meio. O time ganharia qualidade no meio, marcação e chegada à frente.

A segunda substituição: Souza no lugar de Borges. O Pigmeu, apesar de estar mal, até porque a marcação colorada era muito forte, deveria continuar. Souza poderia ter entrado no lugar de Ferdinando (que continuava trombando em campo). É claro que o meio ficaria mais vulnerável, mas nem tanto assim, porque o Inter teria mais preocupação em sua defesa. O Grêmio veria aumentada suas chances de vitória. Mas Silas, assim como Roth, e os técnicos de modo geral, na hora que aperta só pensam em salvar sua própria pele. Então, vamos ousar, mas não muito.

Roth interrompeu sua séria de vitórias seguidas, com atenuante de que escalou time misto, enquanto o Aprendiz garantiu seu emprego sob proteção dos Doutos do Olímpico pelo menos até a próxima rodada, sábado, contra o Fluminense.

Para repetir os pregadores da rua da Praia: o fim está próximo, irmãos.