quarta-feira, 30 de junho de 2010

O hexa fica para 2014

Que a Fifa é uma entidade manipuladora ninguém pode ter dúvidas. A questão que fica é até que ponto ela manipula (leiam o blog do Juca de quatro dias atrás). Eu acredito que a Fifa vai fundo e até entra em campo para ajeitar resultados de acordo com suas conveniências políticas e, principalmente, financeiras.

Diante disso, afirmo peremptoriamente (sempre que uso esta palavra me lembro do Tarso Genro) que o Brasil não será campeão do mundo, pelo menos não agora. O hexa vai ficar para 2014, com final no Maracanã (desde que o adversário nao seja o Uruguai).

Fora essa questão de manipulação, o time armado por Dunga, aliás bem armado com o material humano que ele decidiu levar para a África), não tem futebol para conquistar o título.

Mesmo assim, diante da incompetência de seus rivais, o título seria possível.

Escrevo 'seria' porque a Fifa não vai deixar o Brasil ser campeão, mesmo que em campo o time mostre capacidade e condições para tanto.

Ocorre que se o Brasil for campeão agora, terá tudo para repetir o feito dentro de quatro anos, quando jogará em sua casa. E aqui não tem pra ninguém, mesmo que Romário seja convocado para treinar a Seleção, auxiliado pelo Edmundo.

Então, o Brasil chegaria ao hepta, tirando muito do brilho da competição, e, por consequencia, afetando o lucro, normalmente abusivo, de Blatter e seus, digamos, parceiros.

No buquimequi já cravei 2 a 1 pra Holanda.

Podem enrolar suas bandeiras verde-amarelas.

SAIDEIRA

Clube poderoso mesmo é o Grêmio. Que Barcelona, que nada. Inter de Milão? Real Madrid? Estão de brincadeira.

Qual clube no planeta fixa o passe de sua estrela mais reluzente em 15 milhões de euros e depois a deprecia assim sem mais nem menos?

Foi o que fez a direção do Grêmio, que tempos atrás estipulou o preço do Mário Fernandes no valor acima e agora nada faz para impedir a ação danosa de seu treinador.

O Grêmio é tão poderoso que pode se dar este luxo.


SAIDEIRA II

Ouvi no Sala de Redação que o zagueiraço Ozeia é da religião, reza pela mesma cartilha do treinador. Aliás, essa história de panelinha de jogadores religiosos já teria ocorrido no Avaí, o que foi negado pelo técnico quando de sua contratação pelo Grêmio.

terça-feira, 29 de junho de 2010

A Fifa, a galinha morta e o poder de Alfredo Possas

Joseph Blatter pediu desculpas pelos erros que prejudicaram Inglaterra e México. O presidente da Fifa não fez qualquer referência a uma punição aos árbitros.

Jorge Larrionda, que cometeu o maior erro que já vi em Copa do Mundo, não será sequer advertido. Não tenho dúvida de que ele irá representar o Uruguai na próxima Copa, prevista para ser disputada no Brasil.

A Fifa não desampara seus amigos, seus parceiros, seus operadores.

Vale a pena ler entrevista com um jornalista inglês sobre a Fifa publicada no blog do Juca Kfouri, ontem.

EM TEMPO

Conforme escrevi anteontem, o Brasil pegou uma galinha morta e fez a sua parte, venceu com facilidade.

Mas continua sem convencer. Jogou um futebolzinho de doer. No segundo tempo, o Chile entrou na área brasileira umas dez vezes pelo menos. Ficou ali tocando bola sem saber o que fazer, concluindo duas ou três vezes. Ridículo aquele joguinho de tico-tico dentro da área.

O argentino Bielsa achou que poderia enfrentar o Brasil de igual para igual. Muita pretensão. Aliás, pretensão é o que não falta para os argentinos.

Agora, a Holanda, seleção que apontei como favorita ao título. O Brasil sempre penou para derrotar o time holandês.

A Holanda passou com muita dificuldade pela Eslováquia, que é superior ao Chile, sem qualquer dúvida.

Aposto na Holanda. Se a arbitragem não interferir...

No único jogo em que pegou um adversário melhorzinho, contra Portugal, o Brasil só empatou.

EM TEMPO II

Sobre Argentina x Alemanha: sou mais a Alemanha. O time do Nelson Ned foi beneficiado pela arbitragem em todos os jogos. A Alemanha só contra a Inglaterra. Se a Argentina der espaço para contra-ataques, com aquela sua defesa peneira, vai levar goleada da Alemanha.

Aliás, se o Brasil tivesse o contra-ataque alemão no jogo contra o time do cabernet sauvignon, do carmenere e dos terremotos teria feito uns 10.

SAIDEIRA – O PODER DE POSSAS

O colega Alfredo Possas é conhecido por suas posições radicais e, muitas delas, sem qualquer explicação lógica. Ele tem ódio mortal por algumas pessoas famosas ou quase, as quais nem conhece pessoalmente.

Por exemplo, ele odeia Neimar, um ‘gurizinho petulante e exibido’, segundo ele. Odeia o piloto inglês de F-1, o Hamilton (se diz RRRÉMILTON, segundo Mariana, a Bela).

O Bragantino, no seu auge, foi alvo da ira de Possas. Sumiu o Bragantino.

O mesmo em relação ao São Caetano, não poupando sequer os jogadores do São Caetano.

Um deles morreu dentro de campo, esqueci o nome dele.

O goleador Fabrício Carvalho surgiu como um fenômeno de atacante tempos atrás. Bastou para despertar a fúria secadora de Possas.

Descobriram um problema cardíaco no rapaz.

A lista é enorme.

O goleiro Bruno é o exemplo mais recente do poder do olho grande do Possas. Antes da Copa, ele dizia, cuspindo fogo, que Bruno seria convocado pelo Dunga no lugar do Victor e que acabaria titular.

Possas odeia tudo o que é relacionado ao Flamengo. Sobrou para o Bruno, acusado agora de assassinato. Em breve, tudo indica, irá reforçar o time do presídio.

Eu sei que o Possas vai tomar conhecimento que estou escrevendo. Por precaução, quero deixar muito claro que gosto do Possas, meu amigão, grande jornalista, polêmico, excelente ser humano, gente fina barbaridade...

Possas, por favor, considere isso uma homenagem.

Possas, tu é o cara!!!!

domingo, 27 de junho de 2010

A arbitragem na Copa e o caso Mário Fernandes

A arbitragem contribuiu fortemente para decidir dois classificados às quartas de final, ambos candidatos ao título: Alemanha e Argentina.

Dentro dessa lógica, o Brasil vai ser beneficiado contra o pobre Chile, se for necessário. O mesmo em relação a seleção da Holanda, que até agora foi a equipe que apresentou o futebol mais equilibrado e regular de todas.

Sobre a escandalosa arbitragem de Argentina 4 x 1 Inglaterra eu já escrevi, inclusive projetando que o México poderia surpreender a Argentina, outra que a mim não convence.

O México foi garfeado. A Argentina foi beneficiada em todos os jogos da Copa. E levou gol em todos os jogos. Hoje, com um pouco mais de sorte e sem a arbitragem contra si, o México poderia ter vencido os argentinos, mandando Maradona e seus Maradonetes mais cedo pra casa.

Quem viu o jogo sabe do que estou falando. O México teve mais posse de bola, mais conclusões, mais escanteios. Só não teve uma arbitragem (agora italiana) neutra.

O gol de Tevez, que abriu o placar, é de concurso. Nem na várzea mais varzeana um gol desse passa. Até a imprensa argentina apontou o erro grosseiro.

E pensar que a nata da arbitragem mundial está na África do Sul...

Depois, o zagueiro mexicano deu uma entregada maravilhosa e o Tevez acertou uma patada de fora da área. Tevez jogou muito. Só Maradona não viu, tanto é que o sacou, ajudando o México. Tevez saiu bronqueado com seu 'treinador', que mais parece o Nelson Ned gesticulando à beira do campo enfiado naquele terno apertado.

Então, temos Argentina x Alemanha, bem mais interessante que México x Inglaterra...

SAIDEIRA

O caso Mário Fernandes.

O jogador saiu de campo em Rivera, onde o Grêmio bateu o Nacional por 3 a 1, reclamando que Silas falou primeiro para a imprensa que ele passaria a disputar posição na lateral-direita. Mário reiterou que aceita, mas que prefere a zaga.

O jogador mais valorizado do clube vai para a reserva. E o sr Meira acha isso muito natural, nem questiona a decisão do Aprendiz.

Na coletiva, o sr Silas foi arrogante e prepotente. Ele disse que não tem de dar satisfação ao atleta.

Diante da insistência de um repórter sobre o assunto, ele sugeriu que o referido profissional poderia ter uma "parte no passe" de Mário.

Bem, se esse tipo de coisa passa pela cabeça do Aprendiz...

Freud explica, Freud explica. Aí tem coisa.

Meu avô já dizia: quem mal não pensa, mal não faz.

A manifestação medíocre e leviana do técnico gremista permite que se possa suspeitar que ele, ao indicar jogadores medianos, inclusive escalando um de titular (Ozeia) que ele tenha algum tipo de participação obscura nos negócios.

Permite supor, também, que a decisão de colocar Mário Fernandes na reserva não é meramente técnica. Mas é claro que Silas, conforme ele fez questão de frisar durante a entrevista, é um homem honesto. Apenas não é um bom treinador de futebol, ao menos na minha opinião. E pensar que eu defendi sua contratação.

E assim vai a nau tricolor rumo ao seu iceberg.

O erro de meio metro e a vitória da Adidas, digo, da Alemanha

Torci pela Alemanha contra a Inglaterra. Mas a partir dos 38 minutos de jogo virei casaca. Não pude suportar o erro colossal do árbitro Jorge Larrionda, um erro tão grande que fica difícil, ao menos pra mim que vejo chifre em cabeça de cavalo a todo instante, aceitar como algo natural, mais um simples erro humano.

A bola chutada por Lampard cruzou quase meio metro a linha da goleira. Impossível que o bandeirinha Mauricio Espinosa não tivesse visto. Até mesmo o uruguaio Larrionda tinha condições de assinalar o gol.

Depois de 44 anos, a vingança alemão. Em Wembley, na final da Copa do Mundo de 1966, aos 11min da prorrogação, o atacante inglês Hurst dominou após cruzamento na área e chutou. A bola bateu no travessão, caiu sobre a linha e voltou. Para desespero dos alemães, o árbitro suíço Gottfried Dienst confirmou o gol inexistente. A Inglaterra, dona da casa, dona da festa, foi campeã.

Agora, o castigo cruel para os ingleses.

Não sei até que ponto não há o dedo, a mão e tudo mais da Adidas, patrocinadora da Copa, fabricante de polêmica bola que parece de plástico.

Há um lance logo no começo de jogo que pode ajudar a entender o que houve. Rooney escapou livre para fazer o gol. O bandeirinha tão distraído no gol de Lampard marcou impedimento. A bola, porém, havia batido num alemão, que deu condições para o atacante inglês. Foi na cara do Larrionda.

Lembrei disso quando ele não validou o gol que seria o empate da Inglaterra e que poderia mudar toda a história do jogo.

No segundo tempo, perdendo por 2 a 1, a Inglaterra se mandou para o ataque. Em dois contra-ataques de extrema velocidade e eficiência, resultado de muito treinamento, por certo, a Alemanha liquidou a partida.

Ouvi elogios desvairados aos alemães, em especial do Caio, da TV Globo.

Não há dúvida de que a Alemanha tem um time forte, competitivo e que, se tiver espaço para contra-atacar, torna-se quase imbatível. Não vi nenhuma seleção jogar com tanta eficiência quando tem espaço na frente. Uma ressalva: apertada depois de fazer 2 a 0, a Alemanha mostrou fragilidade e só não foi para o vestiário com o 2 a 2 graças à arbitragem calamitosa dos uruguaios.

A Alemanha se classificou, e isso é o que importa. O futebol está marcado por injustiças, e a vida segue.

Se a Argentina passar pelo México - é favorita, mas no futebol tudo pode acontecer como se viu nesse jogo do sr Larrionda - terá pela frente a Alemanha da Adidas.

Ah, o que a Fifa fará em relação ao sr. Larrionda e seu fiel bandeirinha?

Um erro desses de meio metro não pode ficar impune.

SAIDEIRA

Acho que está na hora de a Fifa, êta entidadezinha manipuladora essa, introduzir tecnologia para evitar esse tipo de barbaridade. Ah, mas ela prefere ficar com o tal erro humano. Por que será?

sábado, 26 de junho de 2010

Mata-mata na Copa e a prorrogação de Carlos Simon

Pela primeira vez eu torci nesta Copa. Torci para o Uruguai. Vibrei com o gol do bom atacante Suárez, que deu a vitória aos nossos vizinhos.

O Uruguai tem tudo para avançar ainda mais na competição. Na quartas, enfrenta Gana. O time africano tem muita imposição física, velocidade, mas não acredito que possa superar o time uruguaio, que pode chegar à semifinal e a partir daí tudo pode acontecer.

Não consigo imaginar o Uruguai campeão, mas que o caminho está aberto para ficar entre os quatro melhores, está. E isso já será um grande feito para o país. Torço pelo Uruguai.

No outro jogo, torci pelos EUA.

O lance emblemático do jogo foi o gol da vitória dos africanos. A bola foi lançada para um zagueiro de Gana, que mais parecia um armário com duas pernas.

O zagueiro número 3 dos EUA acreditou que se jogasse o corpo em cima do adversário poderia matar a jogada, quase na risca da grande área.

Então, ele foi com tudo em cima do armário. O máximo que o norte-americano conseguiu foi que o jogador de Gana ganhasse mais impulso para matar no peito e fuzilar o goleiro.

Quero dizer que o zagueiro branquela faz isso no Luís Fabiano, por exemplo, o atacante brasileiro vai parar perto da linha lateral. O Nilmar seria jogado na arquibancada.

Se fosse comigo a trombada da jamanta norte-americana, partes do meu corpo poderiam ser encontradas na carrocinha do pipoqueiro, fora do estádio.

Já o negrão de Gana não sentiu nem cócega. Acho que esse o Loco Abreu encara.

SAIDEIRA

Agora, como é bom o mata-mata. Até um jogo entre EUA e Gana fica emocionante. Eu ainda espero ver o mata-mata de volta ao Brasileirão.

E a prorrogação, então? A adrenalina dos jogadores em campo aumenta e contagia até quem está diante da TV no outro lado do planeta.

Não pude deixar de lembrar do Carlos Simon durante a prorrogação deste sábado. Lembrei daquela decisão de Gauchão, Inter x 15 de Campo Bom, em que o Simon contou 30minutos cravados, sem descontar sequer a transição do intervalo, e ficou por isso mesmo. Um escândalo.

Fiquei me perguntando - e encaminho a pergunta aos parceiros do boteco - se ele, o Simon, faria o mesmo em jogo da Copa do Mundo?

Torço para que Simon tenha essa oportunidade na Copa.

Encontrei uma motivação a mais para seguir assistindo aos jogos.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Minha primeira Copa no 'exterior'

Já no elevador ao deixar o hotel em SP na manhã desta sexta-feira, deparei num casal vestido de amarelo, só faltavam as bandeirinhas. Estas sobravam no saguão do hotel, e também na sala do café. Uma TV de 42 polegadas, em volume alto, sintonizada na Globo, reforçava o clima festivo. Uma alegria irritante no ar.

Peguei um taxi, também decorado de verde-amarelo. Eram 10h e eu tinha de visitar uma parente da titular antes de voltar para a república do pampa. Era num bairro a caminho do aeroporto, o Brooklin, longe como tudo em SP.

No caminho, pensava como é a vida: naquele momento, e também agora, eu estaria envolvido com a Copa trabalhando no CP. Nem em sonhos poderia pensar em viajar para o Brasil.

No entanto, naquele momento, eu estava ali, indiferente ao Mundial e só não alheio completamente porque gosto de futebol e também porque o ambiente todo lembrava a Copa e o jogo que haveria em seguida contra Portugal.

A vida é bela, afinal, pensei. Longe do estresse de fazer jornal. Pensava nisso quando chegamos. O parente estava vestido com o uniforme da seleção brasileira, só faltava a chuteira.

Assisti ao primeiro tempo na casa do casal e de amigos dos anfitriões. Para matar a fome, eles compraram sanduíche a metro. Sério. Dois sandubas de um metro cada.

Pela primeira vez eu assistia a um jogo de Copa no exterior, ou seja, no Brasil. Eu fazia de conta que também estava entusiasmado, mas acho que não enganei ninguém.

Um paulista me perguntou lá pela metade do segundo tempo, depois que eu disse que um atacante de Portugal havia sofrido pênalti, empurrado pelas costas pelo Gilberto Silva. “Ele mal tocou no português”, resmungou ele, “não foi nada”. Eu retruquei, não ia me mixar pro paulista (me lembrei da propaganda da Polar, do gaúcho dizendo ‘xispa daqui’).

Aí, ele perguntou se estava torcendo pelo Brasil. Eu disse que era indiferente e ficou por isso mesmo. 'Só torço pelo Grêmio e pelo Avenida", enfatizei.

Felizmente, saí no intervalo para pegar o avião. Trânsito tranqüilo, ruas quase deserta. Estava ansioso para deixar o Brasil e voltar aos pagos.

Só de sacanagem, entreguei meu passaporte no chequin. A balconista, muito gentil e meiga, disse que não havia necessidade. É só para viagem ao exterior, ela ensinou, muito educada. E custou a entender quando eu comentei, abrindo um sorriso, para demonstrar minha felicidade, carregando no sotaque gaudério:

“Pois é, estou voltando para o meu país, o Rio Grande do Sul’.

Pelo que vi do primeiro tempo, o Brasil mereceu vencer. No segundo, só consegui observar alguns lances, havia poucas TVs no Congonhas e eu estava meio atrasado.
Sinceramente, acho que não perdi nada.

Acho que ninguém perde nada deixando de assistir aos jogos do Brasil.

Não há encanto, arte, magia, criatividade. O Brasil ficou igual aos outros. Previsível. Só a Argentina ainda tem momentos daquele futebol que eu gosto.
Mas ainda fico com a Holanda.

SAIDEIRA

Walter está deixando o Inter. Parece que andou aprontando de novo. Desse jeito, apesar de muito bom atacante, logo estará jogando em times de segunda categoria. Pena.
SAIDEIRA

O Aprendiz decretou que o grande Ozeia é titular na zaga gremista, e que Mário Fernandes terá de disputar lugar na lateral.
Tudo o que eu tinha a dizer sobre esse treinador eu já disse.

FECHANDO A CONTA

Fui num bar muito legal no centro, Ipiranga com Avenida São João (lembrei da música Sampa do Caetano), o Bar Brahma. Lotado, muito chopp e de quebra um show do Guilherme Arantes. Isso na quarta-feira.

Ontem, fui conhecer os botecos da vila Madalena, lugar da boemia. A Cidade Baixa deles.

Agora, tudo é mais caro. Dá muito estrangeiro ali, europeu, norte-americano e até gaúchos.

Uma caipira de cachaça comum: 13 reais. De vodka boa: 16 reais. Chopp é cinco pilas pra cima. O outro alimento, os sólidos, também são muito mais caros em comparação com POA. Decidi que não reclamo mais dos preços daqui.

Estou pensando num reajuste nos preços do boteco...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Futebol sul-americano desencanta na Copa

Não me lembro de ter visto o futebol sul-americano ir tão bem numa Copa do Mundo.

O futebol que abastece de mão de obra o primeiro mundo juntou seus ciganos, seus andarilhos, e se revela forte, mais do que se poderia imaginar.

Brasil e Argentina são sempre candidatos, normalmente favoritos.

Já Uruguai, Chile e Paraguai estão na série B do futebol mundial. É com alegria que vejo o Uruguai se encaminhando para disputar as quartas de final. Na próxima fase, pega a Coreia do Sul. Tem tudo para passar.

A Argentina deve patrolar o México. Agora, tudo pode acontecer nesses jogos. A tendência é de que os nossos hermanos passem. O mesmo deve ocorrer com o Brasil, se não pegar a Espanha.

Se o adversário for a Espanha, aí complica.

Por outro lado, lamentável o que aconteceu com a França. Finalista da última Copa, classificada na "mão grande" para este Mundial, a França foi um fracasso.

Seu técnico, o tal de Domeneche (que me lembra um filme, e uma música, da década de 60, dominique, se recusou a cumprimentar o Parreira depois de perder para os africanos). Aí eu comecei a entender o clima belicoso no vestiário francês.

SAIDEIRA

O sempre atento Francisco manda a seguinte notícia, publicada em SP:


"São Paulo, SP, 21 (AFI) - No início da tarde de hoje, 2a. feira, 21, o prefeito Gilberto Kassab promoveu reunião SECRETA na Prefeitura de São Paulo. O Portal Futebol Interior teve acesso a informações exclusivas relativas à um plano para a construção de um estádio para o município, após o veto ao Morumbi.

Este novo palco seria escolhido pela CBF e pela Fifa para mandar os jogos da Copa do Mundo de 2014 e, no final, ficaria de uso praticamente exclusivo do Corinthians, como acontece no Rio de Janeiro com o Engenhão, "arrendado" pelo Botafogo.
Objetivo: viabilizar o Estádio Piritubão.

Presentes: pela Federação Paulista de Futebol, o vice-presidente Mauro Marques, manjado lobista ligado ao PT (Partido dos Trabalhadores).

E diretores da Empreiteira Andrade Gutierrez, a terceira maior do país. A primeira é a Odebrechet, a segunda a Camargo Correa, que teria pago propinas a Roque Citadini. A terceira é a mineira Andrade Gutierrez."


É por essas e outras que sou contra a Copa no Brasil.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Portugal apresenta sua artilharia

O Brasil sofreu para vencer a Coreia do Norte,
que levou goleada histórica de Portugal,
que só empatou com a Costa do Marfim,
que levou 3 a 1 do Brasil.

A Coreia enfrentou o Brasil com um ferrolho defensivo. Contra Portugual, quis encarar de igual pra igual. Esta é a diferença.

É claro que os 7 a 0 desta manhã são exagerados. Os coreanos tiveram chances, mas não marcaram.

A Costa do Marfim não teve humildade para enfrentar o Brasil. Tivesse jogado na retranca, como fez a Coreia, talvez alcançasse resultado melhor.

Fica a lição: o time mais modesto só tem alguma chance de vitória contra o mais poderoso se jogar fechadinho, mas com boas alternativas de contra-ataque. Esta é uma verdade do futebol que muitos desprezam e acabam cavando derrotas (qualquer semelhança com o técnico Silas não é mera coincidência).

Agora, vamos ver como Portugal irá enfrentar o Brasil, que tem uma equipe superior, apesar de tudo.

Se Portugal se fechar, e explorar Cristiano Ronaldo com eficiência nos contra-ataques, tem forte possibilidade de vencer.

Nem Coreia nem Costa do Marfim tem a qualidade ofensiva de Portugal.

Além disso, o Brasil não terá seu único articulador. Dunga, do alto de sua sapiência, não convocou um substituto específico para Kaká. Terá de improvisar.

Se o improviso der certo, ele vai encarar a imprensa, que ele considera seu maior inimigo, com um sorrizinho debochado, significando:

"Viram, nem precisei do Ganso, que voces tanto queriam?'.

Pois eu acredito que nessa Dunga irá se quebrar. E aí a chapa vai esquentar...

Dias atrás escrevi que Dunga escolheu seu inimigo: não são os adversários, é a imprensa. Ele não precisa disso. É um vencedor. Seu currículo é sua maior resposta aos críticos.

SAIDEIRA

Joilson foi devolvido pelo Atlético PR. Mercadoria avariada, foi a desculpa. Se Joilson tem problema de lesão a esse ponto, o que dizer do departamento médico gremista. Eu acho que foi desculpa dos paranaenses.

Mistério: por que Mithyuê foi emprestado?

domingo, 20 de junho de 2010

A mão de deus e a vuvuzela da minha rua

O juiz francês Stéphane Lannoy deve ser açougueiro fora do futebol.Os africanos bateram firme, e por vezes com maldade, intenção mesmo de quebrar. Nenhum deles foi expulso.

Além de sádico, esse juiz é tão ruim quanto o futebol que a seleção do seu país está apresentando na Copa.

O segundo gol de Luís Fabiano deveria ter sido anulado. Houve dois toques de braço no lance, o primeiro involuntário e o segundo claramente de propósito. Nem o bandeira nem o juiz viram. O juiz parece ter ficado em dúvida (conversou rapidamente com Luis Fabiano após o gol), mas, como já escrevi mil vezes, na dúvida a favor do Brasil.

O comentarista Neto, gosto dos comentários dele, é fã do Luís Fabiano. Tão fã que chega a ficar cego. "Pra mim ele dominou no ombro", repetiu depois de ver imagens claras de que estava errado.

Mas foi um belo gol. "Foi a mão de Deus", brincou o atacante depois.

O Brasil mereceu vencer. A Costa do Marfim pagou pela sua petulância. Tentou enfrentar o Brasil de igual para igual. O certo seria jogar fechado e só explorar contra-ataques.

Com mais espaço na intermediária, até Kaká conseguiu fazer alguns lances bons. O primeiro gol foi um passe de Kaká, que deixou Luís Fabiano livre para marcar.

No final, Kaká entrou na provocação dos adversários. Foi expulso, após dar um safanão no sujeito, que caiu levando a mão ao rosto, mostrando que a simulação não é prerrogativa brasileira.

O Brasil não me convenceu.

A Costa do Marfim confirmou o que escrevi ontem: os africanos estão decepcionando. Esperava mais desse time, não muito, mas esperava um time mais criativo na frente e fechado atrás. Não foi nem uma coisa nem outra.

O pior de tudo é que há uma vuvuzela na minha rua. Tocou antes do jogo, durante o jogo e até agora há pouco.

Ufanismo dos narradores e comentaristas de TV eu ainda aguento, mas vuvuzela não.

sábado, 19 de junho de 2010

Grêmio abre mão dos talentos da casa

Mithyuê teve poucas oportunidades, mas conquistou rapidamente a torcida. Sofreu lesão, ficou longo tempo fora.

Não poucas vezes ouvi a torcida gritando seu nome. Aos poucos, ele foi sumindo, afastado até do banco de reservas.

Mistério.

Hoje, o guri deu entrevista no Olímpico anunciando que estava sendo emprestado ao Atlético Paranaense.

O Atlético é o time daquele dirigente, presidente do Conselho Deliberativo do clube na época, que agrediu a instituição Grêmio de uma forma violenta tempos atrás, naquele jogo em que o Tcheco atingiu Alex Mineiro no rosto. O tal sujeito chamou o Grêmio de tudo e mais um pouco. Agora, o Grêmio presta favores a esse clube.

Ceder um dos jovens mais talentosos surgidos no clube nos últimos anos é de um absurdo que eu não consigo expressar em palavras sem apelar para palavrões capazes de fazer corar prostituta.

Só posso atribuir essa decisão a uma tentativa de preservar medalhões contratados a peso de ouro, salários milionários, afastando eventuais sombras, como o Mithyuê.

Lembro também do Pessalli, uma meia articulador da base, outro com enorme potencial e que nunca é chamado pelo aprendiz ou imposto pelos doutos do Olímpico.

Em vez de apostar em jogadores da casa, que poderão render dinheiro e título (coloco nessa ordem porque parece que grana é o que mais interessa), se investe em jogadores que jogam uma e ficam duas fora. Ou estão lesionados ou realmente não justificam o que recebem.

O que mais me irrita é que eu ainda fico surpreso com tais decisões desses dirigentes. Eu já deveria estar acostumado depois de tanto tempo e de tanta besteira que vi acontecer - a maior deles é aquela da Libertadores do ano passado.

Mas não duvido que coisas piores ainda virão.

Precisamos estar preparados.


SAIDEIRA

A Holanda somou seis pontos, mas sinceramente esperava mais futebol desse time que apontei com um dos favoritos ao título.
Essa Holanda está burocrática e previsível demais pro meu gosto.
Aliás, todas estão assim.
A exceção é a Argentina, mas muito em função de Messi, o único jogador que foge à rotina do passe para o lado, e busca o drible.

FECHANDO A CONTA

No buquimequi apontei vitória do Brasil contra a Costa do Marfim: 2 a 1.
Mas tudo pode acontecer. Não confio nessa seleção. Por outro lado, pouco sei do adversário. Até agora os africanos só me decepcionaram também.

CONFIRAM O VIDEO DO PESSALLI ENCAMINHADO PELO BOTEQUEIRO VIAJANTE, O FRANCISCO:

http://www.youtube.com/watch?v=YhMD9oX4jk8

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Os candidatos seguem os mesmos, apesar de tudo

Tem gente que se impressiona fácil. A Alemanha goleou o time da terra dos cangurus e já foi festejada.

A Argentina goleou um dos times dos olhinhos apertados, a poderosa Coreia do Sul, e cresceu na bolsa de apostas.

A Copa está tão pobre tecnicamente que até o Uruguai já é considerado um candidato. Isso para não falar do Chile.

Depois do que vi, não descarto mais o Brasil.

O fato é que não existe nenhuma equipe realmente forte. A Espanha, apontada como candidatíssima ao título, conseguiu perder para os suiços.

A França está dando adeus.

A Holanda, que eu apontei como uma das favoritas, me decepcionou. Mas ainda acho que pode se recuperar. Vale o mesmo para a Espanha.

A Argentina venceu o primeiro jogo com um gol que deveria ter sido invalidado. No segundo, teve a sorte de ser presenteado com um gol contra. O terceiro gol foi em impedimento. E agora perdeu seu melhor zagueiro, Samuel.

A Alemanha foi mais convincente, mas é complicado avaliar seu real potencial em cima de um jogo contra os australianos.

Aquelas seleções que eu e a maioria das pessoas consideravam favoritas antes da Copa continuam na mesma situação, apesar de uma ou outra atuação pouco convincente, como a do Brasil.

O certo é que as coisas vão se definir a partir das oitavas.



SAIDEIRA

O Sócrates disse que nós gaúchos somos reacionários. Grato, Sócrates, pelo reconhecimento. Se ser reacionário é apoiar a moralização da Seleção, eu sou mesmo. Quem liderou a gandaia no Corinthians nos anos 70 não deve mesmo gostar do trabalho de Dunga na Seleção. Neste aspecto, Dunga está sendo exemplar.
Só considero exagerado esse negócio de treino fechado.

FECHANDO A CONTA

O São Paulo vive seu inferno astral. O Morumbi está fora da Copa e Oscar, o guri apontado como o novo Kaká, assinou com o Inter. A direção colorada foi ágil. A do Grêmio, para variar, comeu mosca.

Ah, os doutos do Olímpico estão disputando com o mundo o talento de Éder Luís. Estão atrás também de Roger, do Guarani. Não conheço. Alguém sabe dizer se ele é bom?

POR MINHA CONTA

Ronaldinho em férias em Floripa. Muito longe dos gramados africanos. Ficou de bom tamanho.

SÓ MAIS UMA

Desmanche nas categorias de base do Grêmio. Glauco Moraes, funcionário há 16 anos, foi demitido. Meira cada vez mais forte.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Franciso em Alagoas e o Robinho Quebra-Galho



Fotos enviadas pelo parceiro de boteco, o Francisco, que se encontra na praia de Japaratinga, em Alagoas, longe do frio e perto dos frutos do mar e das cevas geladas, para inveja de uns e outros.

Para não dizerem que não falei de Mundial.

A Espanha decepcionou. Foi um zebrão. Agora, eu vi o jogo contra a Suiça. A Espanha perdeu gols incriveis. Quem vai pagar a conta são seus próximos adversários. Não tenho dúvida.

Vibrei com a vitória do Uruguai sobre a África do Sul. Torço pelos hermanos uruguaios.
Espero que com isso silenciem as cornetas nos jogos da Copa.

Para fechar, essa do Robinho jogar na função do Kaká é coisa de quem não conhece futebol, e não conhece o Dunga.

O Kaká, além de armador, é marcador também, coisa que o Robinho não é nem nunca será.

Numa emergência, Robinho até quebra o galho, como fez contra os coreanos.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O buquimequi e o burocrático time do Dunga

Até a rodada de ontem no Mundial eu era lanterna isolado de um buquimequi. São mais de 20 participantes. Sou lanterna isolado, vergonha.

Cravei 2 a 1 para Brasil e Coreia. Vibrei com o gol coreano.

Curioso: foi só o Brasil se abrir um pouco com as substituições - corretas - do Dunga e a Coreia arriscar um pouco mais para o Brasil tomar gol. Um gol dos coreanos. Vergonha.

Não espero nada desta Seleção Brasileira. Já escrevi antes: a safra não é boa e o Dunga ainda exagera no número de volantes.

As vezes eu penso que ele torce para o Kaká sentir a lesão para ele poder colocar mais um volante. Tem gente que sonha com um time inteiro de volantes.

Dunga disse que o Brasil conseguiu criar mais no segundo tempo, melhorou os passes, teve mais velocidade.

Esqueceu de lembrar que isso só aconteceu depois da jogada individual do Maicon e seu gol sensacional, que contou com uma ajudinha do goleiro.

Perdendo por 1 a 0, a Coreia ousou um pouco mais. Deu mais espaço. Aí, o lance genial de Robinho (tão criticado pelos volantistas da praça), que achou Elano entrando pela direita. Elano marcou com categoria. Gosto dele. Simples e eficiente.

Com os 2 a 0, Dunga deixou o time um pouco mais ofensivo. O Brasil até poderia ter feito mais um gol.

Agora, de uma coisa não tenho dúvida: fosse outro adversário, um time com a mesma marcação e um pouco mais de qualidade no ataque (o número 9 foi um herói), o Brasil teria levado mais gol.

E se a Coréia empatasse? Quem seria o jogador capaz de dar um choque térmico no jogo e levar a Seleção à vitória?

Ninguém. O time de Dunga tem a cara dele, o perfil dele. É um time eficiente, correto, burocrático e previsível taticamente.

Desconfio que se Maicon não fizesse aquele gol o jogo terminaria no 0 a 0.

E eu teria errado mais um palpite no buquimequi.

O Maicon me salvou.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O escorpião e a seleção brasileira

Depois de conferir alguns dos tradicionais candidatos jogando um futebol nada mais do que modesto, já não tenho tanta certeza a respeito das chances do Brasil.

A rigor, só a Alemanha realmente convenceu. A Austrália não é um adversário forte, mas ainda assim o time alemão mostrou sua tradicional objetividade, aplicação tática e goleou.

A Holanda me decepcionou, mas tem potencial.

Sobre o Brasil, já decidi:

Vou secar.

Eu tenho histórico em secação. A última vez que realmente torci foi na Copa de 70. Era piá em Lajeado. Em 66, torci muito. A Seleção tinha o Alcindo, meu ídolo.

De 74 em diante, só sequei. Como torcer por uma seleção que tinha Valdomiro de titular, vestindo a camisa que foi de Garrincha? Além disso, tinha deixado fora o Zico, que surgia como um furacão no Flamengo, muito mais que o Neymar e o Ganso juntos.

Em 2002, não cheguei a torcer, mas também não sequei. Era o time do Felipão. Agora, sequei o RG.

O Brasil foi campeão, mas teve uma mãozinha da arbitragem, como sempre, aliás.

Nunca vi o Brasil ser prejudicado, ao menos acintosamente, pela arbitragem em Copa do Mundo. Nunca vi.

Dessa vez, estava indeciso.

Gostei da varredura que o Dunga fez na Seleção. Moralizou a coisa. Agora, ele varreu demais, varreu o talento.

Ainda assim, fiquei ao seu lado. Até porque com exceção de dois ou três nomes, a Seleção é essa mesmo, o resto é implicância.

Se ele levasse o Hernanes e, principalmente, o Ganso, sacando um ou dois volantes, já estaria próximo da perfeição diante do que temos hoje no futebol brasileiro. A safra, a bem da verdade, não é grande coisa.

Comecei a mudar de opinião sobre o Dunga com esses treinos fechados. Todos que me conhecem sabem o quanto sou contra treino fechado. Acho uma sacanagem com a imprensa, com a liberdade de informar, etc.

Fora isso, a vitória da Seleção será a vitória daqueles que desprezam o talento, que optam pela força e a disciplina férrea acima de qualquer coisa.

O mal de Dunga, é ser oito ou oitenta.

Pensei em ficar em cima do muro, nem secar, nem torcer.

Aí baixou uma luz: se o Brasil for campeão Lula vai ficar insuportável. Mais do que já é. Fará do título um trunfo de campanha. Dilma vai colher esses frutos. Imagino a seleção em Brasília, a Globo transmitindo ufanista.

É duro.

Agora, quando penso no Dunga, antes da viagem, recebendo o cumprimento de Lula com a mão esquerda no bolso, juro que balanço. Dá vontade de torcer por ele, apesar de tudo.

Na hora H, eu sei: vou secar.

Faz parte da minha natureza, como diz aquela fábula do escorpião.

sábado, 12 de junho de 2010

Celso Roth (toc-toc-toc) vem aí

No programa Cadeira Cativa, da Ulbra, segunda-feira, eu disse que o Inter acabaria contratando o Roth (toc-toc-toc) e ainda destaquei que tem muita gente que gosta dele no Beira-Rio, mas não assume.

Na imprensa, citei o meu amigo Juremir, que não cansa de elogiar esse treinador, principalmente quando ele trabalha no Grêmio.

Poderia citar outros, mas acho que vocês sabem que são os 'admiradores' desse treinador.

Um dirigente colorado, não cito o nome dele porque ele costuma processar jornalista que critica decisões da direção e também pra não dar moral pra ele, um estranho no ninho do futebol, declarou agora à tarde que Roth vem por uma questão de convicção.

O que há em comum entre Felipão, Abel e Adilson? Adilson até tem algo em comum, ambos não ganharam nada.

A 'convicção' de FC e cia é a do desespero. É a do 'não tem tu, vai tu mesmo'.

É bom esse Machado (Jorge)! Se ele fosse meu empresário eu estaria na BBC de Londres, mesmo sem falar inglês.

A torcida colorada chora, inclusive grande parte da imprensa. A torcida gremista respira aliviada.

Ah, ainda no programa do Reche, apresentado pelo colega Brasil nesse dia, eu disse que o Inter, que está imitando todos os erros do Grêmio, inclusive o de demitir treinador em plena Libertadores, poderia dar uma chance ao Roth.

Afinal, Roth foi demitido pela direção gremista quando o time ia bem na Libertadores, mas muito mal no Gauchaõ, que não era prioridade dos doutos tricolores.

Então, será que FC me ouviu? Muita pretensão, FC e seu fiel presidente não ouvem ninguém, a não ser o Machado, talvez.

O fato é que Roth tem a chance de sua vida. Depois de vinte anos trabalhando nos melhores clubes sem ganhar um grande título, pode ter chegado a sua hora.

Falando sério: notícia péssima para os colorados, e maravilhosa para os gremistas.

SAIDEIRA

Sequei a Argentina. É sempre assim, time que eu seco, vence.

A Argentina me decepcionou. Não gostei do que vi. Já tirei o time do Maradona da lista dos candidatos ao título.

Com isso, aumentam um pouco as chances do Brasil.

A Nigéria foi o que eu esperava. Muita velocidade, preparo físico invejável, mas alternando lances geniais, de habilidade e talento, com outros bisonhos, ridículos, principalmente nas concluões.

A Nigéria apresentou um grande goleiro. Mas, desconfio que ele é igual aos seus companheiros, vai errar feio em seguida, talvez levar um frangaço como o que levou Green, goleiro da Inglaterra.

O resultado mais justo seria um empate entre argentinos e nigerianos.

Maradona, à beira do campo, de terno, um espetáculo à parte. Com ele de técnico, a Argentina vai cair logo adiante, talvez até antes do Brasil.

DIA DOS NAMORADOS

É incrível o amor que Grêmio e Inter nutrem por Celso Roth, contrariando suas torcidas, que, são, afinal de contas, a razão da existência dos dois clubes. Depois, eles, os dirigentes, vêm pedir apoio em jogo encardido, etc.

FECHANDO A CONTA

A informação de Roth no Inter foi obtida em primeira mão pelo excelente repórter do Correio do Povo, Fabrício Falkowski. A própria direção colorada admitiu isso, para evitar contestações mesquinhas. Parabéns, Fabrício, tu é o cara.

Briga no boteco e a 'mão de Deus'

Briga feia no boteco. Fui eu o culpado. Tudo porque afirmei - ingenuamente - que no fundo (Freud explica) os colorados gostariam de torcer pelo Grêmio (não cansam de buscar ídolos gremistas, e isso de longa data, enquanto desprezam os seus, vide casos Dunga e Fernandão) e critiquei essa tentativa de usar o sindicato para poder jogar com Tinga, Sobis e Renan contra o SP.

Voou palavrão e cadeira pra tudo quanto é lado. Ainda bem que não destruiram meu estoque de cerveja, porque aí iria todo mundo para o camburão.

Não é a primeira vez que um utiliza de artifícios para obter vantagens. O Grêmio já fez isso, o SP também (exemplo, tentou escalar o Ricardo Oliveira mas o Inter não deixou, e agora a situação se inverte). Então, tudo normal. Faz parte. Está no futebol, na política, em tudo.

Agora, eu sou contra. De nada adianta minha contrariedade, porque as coisas continuam desse jeito.

Tenho certeza que os mesmos que hoje apoiam a tentativa do Inter, cinco anos atrás criticaram a do SP no caso Ricardo Oliveira. É a ética da conveniência, que se traduz em corrupção e impunidade.

Sou contra. Agora, podem jogar as cadeiras de novo.

LA MANO DE DIOS

Normalmente eu torço pela Argentina. Gosto da Argentina, não sei bem explicar por que.

Mas hoje vou secar.

Escrevo no durante o jogo Coreia x Grecia, os coreanos estão vencendo.

Daqui a pouco entra em campo a Argentina, uma das candidatas ao título, apesar de Maradona, que não poderia treinar nem o Cruzeiro do meu amigo Ernani 'Montanha' Campelo.

Maradona é um homem que não honra sua trajetória no futebol.

Ontem, de graça, voltou a atacar Pelé.

Recorro de novo ao Freud: é uma inveja profunda. Ele não ataca seus equivalentes no futebol. Exemplos: Zico, Cruyff, Romário, Rivaldo, Zidane, Platini, e outros que não me lembro.

Maradona mira lá em cima, no Rei do Futebol, uma forma de se igualar a Pelé. Ele está querendo dizer: "Pelé é o meu concorrente, é ele que eu supero no futebol, os outros todos eu já superei".

Maradona é um exemplo da 'lei do Gérson'.

O autor do gol com a mão numa Copa do Mundo. Os argentinos, os beneficiados, definiram o gol ilícito, imoral e antiético como o gol da mão de Deus.

É a tal lógica da conveniência. Imaginem se o gol fosse contra a Argentina numa partida decisiva.

Renderia uma centena de tangos e outro 'não chores por mim Argentina'.

Daqui a pouco vou pra frente da TV: vou torcer contra Maradona, embora ele mais mereça piedade. Aliás, o que pode ser pior para alguém como Maradona do que saber que ele é digno, hoje, de piedade?

Tenho pena dele, mas um balde de humildade lhe cai bem neste momento.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A rejeição e a nova jogada do Inter

Muito tempo atrás relatei aqui a minha tese sobre os colorados. Em síntese, o colorado no fundo, no fundo, bem lá no fundo, naquela região que Freud investigou e fez grandes descobertas, gostaria de ser gremista.

O Grêmio nasceu primeiro. O Inter em segundo. É a relação pai e filho. O filho querendo ser o pai, mas ao tempo o rejeitando. Complicado.

No ano passado, o Inter contratou Tite, reconhecidamente um gremista, profissional, mas gremista.

Agora, tentou Felipão e Adilson, ambos gremistas. Foi rejeitado. Não quero nem imaginar o que poderá significar essa rejeição na alma atormentada de alguns colorados, não todos, mas naqueles mais amargos e rancorosos.

Os colorados mais serenos vão ficar irritados - no caso de Felipão - ou aliviados - no caso de Adilson.

Mas ambos entram na galeria dos odiados, onde já figura com destaque o Nelsinho Batista.

Li e ouvi críticas ao Felipão por só agora ter manifestado que não irá treinar o Inter até o final dos tempos porque é gremista.

Lembro que na semana passada, na rádio Bandeirantes, Felipão disse que 'era coisa de maluco beleza' essa história de treinar o Inter. Mesmo assim os 'maluco beleza' da praça continuaram insistindo. Culpa do Felipão?

Adilson não veio, a meu ver, porque quis trazer toda a sua equipe, uns três ou quatro profissionais.

O Inter está certo em querer só o técnico, embora não tenha agido assim no caso do Fossati. Mas o Adilson está certo também ao querer a sua equipe, seus camaradas. Seria mau caratismo deixar os parceiros jogados à própria sorte.

Bem, o fato é que os gremistas estão festejando a rejeição do Felipão. Sei de colorados que já sonhavam com o Felipão de vermelho no Beira-Rio. Alguns tiveram orgasmo antecipado por conta disso, imagino eu.

Pelo jeito, Felipão vai superar Nelsinho na lista dos mais odiados.


SAIDEIRA

O Inter vai apelar para o sindicato dos jogadores do RS para entrar com ação no Ministério do Trabalho buscando aproveitar Tinga e Renan, e talvez Sobis, ainda em junho. Com isso, eles poderiam jogar a primeira contra o São Paulo pela Libertadores.
O sindicato alega, por exemplo, que Tinga não pode ficar dois meses sem trabalhar.

Pobrezinho do Tinga, um pobre assalariado, não pode ficar maio e junho sem trabalhar. Quem vai pagar as contas do jogador, não é mesmo?

Sou contra a quebra de regras, seja para que lado for. O Inter está tentando romper com uma norma. Hoje, os colorados festejam, é assim mesmo. Amanhã pode ser contra o Inter, e aí? ^

Se existe uma norma estabelecida, previamente conhecida e aprovada por todos, que seja preservada.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Revista Press - Vida de Repórter


A Edição 127 da revista Press está batendo recordes de vendagem. Superou até a Playboy com a Juliana Paes. Tudo isso por causa da matéria com a minha pessoa. E eu nem precisei ficar pelado...
Corra e garanta o seu exem-plar, que está sendo disputado à tapa nas melhores bancas do mercado.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A dupla Gre-Nal e o novo esporte dos argentinos: o Chute na Bunda

Walter foi punido com dois jogos e Lauro com três. Não chega a ser um grande problema para o Inter, que, diante do SP que vi contra o misto do Grêmio, segue favorito para ir à final da Libertadores.

O treinador que assumir o Inter agora tem tudo para se consagrar. Em dois jogos está na final da Libertadores e, dependendo se o Chivas garantir sua vaga, garante presença no mundial de clubes.

Quem será o sortudo?

E ainda por cima quem vier terá Tinga e talvez Rafael Sobis, com um pé de volta ao Beira-Rio. Ambos poderão jogar pelo menos o jogo da volta contra o SP.

É o Inter se reforçando para brigar pelo título e, se não der, terá um time mais competitivo no Brasileirão.

A direção colorada, assim como o PT, não vai entregar o osso tão fácil. A dupla FC/VP vai gastar o que tem e o que não tem para continuar no poder.

Já o Grêmio navega tranquilo, como o Titanic, de encontro ao iceberg.

Vi que o Palmeiras anunciou hoje o atacante Kleber, um jogador que sempre faz a diferença, seja a favor, seja contra.

O Palmeiras ainda disputa com o Flamengo, e talvez o Inter, a contratação de Felipão.

O máximo que se cogita no Olímpico é a contratação de Éder Luís. Não sei o que é pior: contratar esse jogador (o clube tem vários com essa característica) ou perder a disputa com o Vasco, um forte candidato ao rebaixamento de novo. Humilhação ele preferir o Vasco ao Grêmio.

Os doutos do Olímpico anunciam que vão renovar com Lúcio. Se retorno foi um erro, renovar com ele agora é uma insanidade.

Por falar em insanidade, por que contratar um lateral reserva do Avaí, ainda por cima lesionado?

O dinheiro não sai do bolso dos dirigentes, não é mesmo?

Assim vai o Grêmio, com sua folha salarial beirando os 4 milhões de reais, quase 50 milhões por ano.

Já escrevi e repito: com Silas oba-oba e essa direção 'vamos-levando-pra-ver-como-fica' o Grêmio vai garantir no máximo uma sul-americana no ano que vem.

SAIDEIRA

Os argentinos inventaram um novo esporte nos treinamentos na África do Sul:
Tiro na Bunda.
Um grupo deles ficou dentro da goleiro, curvados e com a bunda empinada para o gramado, de onde outros jogadores chutavam buscando acertar os traseiros dos colegas.
Não sei como foi a confraternização no vestiário...

FECHANDO A CONTA

Por falar em chute, o que a imprensa gaúcha está chutando nessa história de novo técnico do Inter não é brincadeira.
Hoje, foram contratados Adilson e Felipão, ao mesmo tempo, várias vezes.
O Inter quer porque quer um gremista no vestiário.
Eu sigo apostando no Abel.
FC já trouxe Tinga, Renan e pelo jeito o Sobis. Dizem que vai em busca do Rubem Cardoso e do Ceará.
Informações de cocheira dão conta que Gabiru treina num local mantido em sigilo para recuperar sua melhor forma e ser a arma secreta de FC.

NO APAGAR DAS LUZES

Na revista Press deste mês três páginas com o sujeito que pensa que é dono deste boteco: eu mesmo.
Há uma foto minha com o Felipão, no exato momento em que me convidou para defender a Seleção na Copa de 2002.
Eu respondi: não jogo com o Ronaldinho Gaúcho. Ou ele ou eu. Foi ele.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Adilson Batista e a soberba de FC

É impressionante a rejeição de Adilson Batista no seio da torcida colorada (erótica esta frase, hein?).

Por dois motivos: ele ainda não convenceu plenamente como treinador, está muito identificado com o Grêmio e porque disse que torceria pro Barcelona na decisão com o Inter no Japão.

É o que dá falar demais.

Lembram-se daquele episódio num bar perto da praça da Encol, onde ele falou que o jogo contra o Criciúma já estava arranjado e que o Grêmio venceria? Alguém gravou com o celular, se não me engano.

Mesmo assim, Fernando Carvalho, desprezando a opinião de sua torcida, negociou com o técnico. É a soberba.

Depois de conquistar a Libertadores e o Mundial FC se considera muito próximo de Deus, que, a essa altura, só pode ser Vitorio Piffero, outro que se considera acima de tudo e de todos. A diferença é que FC é mais tranquilo, gentil, etc.

Adilson quer trazer uns auxiliares. O Inter quer prestigiar, agora, os que estão no clube, os mesmos que foram colocados em segundo plano com Jorge Fossati.

A vantagem de trazer Adilson é que ele disputou três Libertadores seguidas. Tem, portanto, bastante experiência.

A desvantagem é que perdeu todas...

FC, que nesta temporada está mais pra Meira do que pra Fábio Koff, estaria negociando, também, com o empresário de Rever.

Não duvido. O Inter realmente precisa renovar seu grupo de zagueiros.

SAIDEIRA

Enquanto isso, a imprensa carioca anuncia que Felipão está praticamente certo com o Flamengo. Também não duvido. Felipão está em busca de fortes emoções. Depois de fazer de conta que trabalhava num clube de um ‘quistão’ da vida, faltava outro desafio: treinar o Flamengo.

Pior que isso só trabalhar em Cuba, preparando a seleção da múmia ambulante, o Fidel, para o futuro. Ou então treinar a seleção do Hugo Chaves. Bem, o problema é pisar lá e ser estatizado.

MAIS UMA SAIDEIRA

Se alguém ainda tinha alguma dúvida de que o Brasil não passa das quartas de final na Copa, elas acabaram hoje. Ao menos para quem tem bom senso. Pelé acabou de sentenciar a morte da seleção. Ele disse que o Brasil é favorito ao título. Sobrou também pra Espanha, considerada por Pelé a mais forte candidata ao lado do Brasil. Diante disso, por enquanto, fico com a Argentina e com a Holanda.

Apesar de Fernandão

Aqui no RS tudo acaba virando em confronto, herança talvez de chimangos x maragatos.

Fernandão, um dos jogadores mais importantes na história do futebol gaúcho, admirado pelos colorados e respeitado pelos gremistas, virou motivo para discussão.

Houve quem apoiasse a decisão de Fernando Carvalho em não trazer o ídolo de volta. A maioria defendeu o retorno do jogador.

Entre a minoria, o colunista Wianey Carlet, uma opinião respeitável.

O problema é que, na ânsia de provar que estava certo, WC se revela oportunista. Vejam, esse oportunismo existe em todos nós, especialmente nessas questões de futebol. Então, não chega a ser uma crítica ao meu querido ex-colega do CP, apenas uma singela constatação.

Quando Fernandão começou a jogar no SP, o técnico Ricardo Gomes estava pra cair. As vitórias sobre o Cruzeiro, pela Libertadores, salvaram o RG e o time, que cresceu também no Brasileiro.

Sem exagero, há o SP de antes e o de depois de Fernandão.

Esse dado o WC sonega solerte e traiçoeiramente. Em sua coluna de hoje, dia 8, ele diz que Fernandão se arrastava em campo contra o Grêmio, insinuando que estamos diante de um ex-jogador, e que, portanto, ele, Wianey, estava certo ao apoiar a decisão de FC.

WC se agarrou em sua tese e para isso omite na mesma coluna que o primeiro gol do SP contou com decisiva participação do Fernandão. A bola foi cruzada da direita, Fernandão fez o corta luz e deixou Dagoberto livre para marcar. Acho até que Fernandão deu um toque sutil na bola, o que caracterizaria impedimento do Dagoberto.

Então, Fernandão foi importante na vitória sobre o Grêmio. É lógico que não tem a mesma vitalidade e energia. Mas continua sendo um jogador acima da média e que acrescentaria muito ao Inter, conforme escrevi aqui inúmeras vezes, criticando a decisão do Inter em não aceita-lo de volta.

WC está no seu direito de defender sua posição inicial, mas se eu fosse ele faria um recuo estratégico. Primeiro, não tocaria mais no assunto, mesmo quando Fernandão não jogar bem de verdade. Esperaria terminar a temporada para só então, se for o caso, usar o célebre ‘Eu não disse?’.

Até lá, ficaria quieto em relação a esse assunto, porque há o risco de Fernandão eliminar o Inter na Libertadores e, de quebra, conquistar até o mundial no final do ano. Sem falar no Brasileirão.

Sei que o WC não irá seguir meu conselho. Ele é teimoso como uma mula velha dessas que se arrastam em Viamão. No final, se o SP conquistar tudo, ele ainda vai escrever outro tópico, talvez intitulado:

‘Apesar de Fernandão’.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ingleses 'descobrem' Simon

A imprensa inglesa está questionando o árbitro Carlos Simon, que apita Inglaterra x Estados Unidos.

O jornal The Guardian, com foto do juiz gaúcho, diz que "Simon foi suspenso na temporada passada por sua federação nacional em um clima de acusações de corrupção e incompetência".

Na verdade, ninguém cogitou de corrupção.

Outros jornais ingleses também pegaram no pé do Simon, para alegria do Eduardo 'Peninha' Bueno e do Mortadela, apelido que o Reche colocou no Pedro Ernesto, outro que não engole o Simon.

Diz o The Independent: "Simon tomou tantas decisões controvertidas que um dos maiores clubes do país (Flamengo) escreveu à Fifa para tentar excluí-lo do campeonato Brasileiro".

Para o Daily Telegraph, "sua presença entre a elite dos árbitros gera preocupação".

O fato é que os erros mais grosseiros, ou ao menos de maior repercussão, foram cometidos pelo Simon.

Quem pesquisar no Google vai encontrar listas de erros. De minha parte, destaco aquele na prorrogação de Inter x 15 de Campo Bom, numa final de Gauchão; e o recuo de bola que Clemer pegou com a mão num Gre-Nal. Foi algo tão escandaloso que até o pipoqueiro que estava fora do estádio viu.

Com esses dois lances, ele consolidou a fama de ser colorado entre os gremistas.

Em sua despedida do Brasil, ele teria cometido outro erro grave no jogo Botafogo 1 x 1 Vasco, dia 30 de maio. Lúcio Flávio teria sofrido pênalti. Não vi o lance, que foi muito destacado pela mídia nacional.

Em Copa do Mundo Simon também andou errando de maneira grave. Os de melhor memória vão se lembrar.

A CARTILHA

Ouvi no rádio há pouco. Os senadores Paulo Paim e Sérgio Zambiasi estão entre os parlamentares acusados de pirataria. Segundo a notícia, eles colocaram seus nomes e fotos numa cartilha destinada a vereadores e prefeitos de todo o País. Não seria nada demais se a cartilha, publicada tempos atrás, não tivesse um autor, que teve seu nome substituído pelos 'defensores do povo'.

Corre processo em Brasília. Não vai dar em nada, claro.

domingo, 6 de junho de 2010

A vocação ofensiva de Silas e o coberto curto

Jogar no Morumbi com dois meias que não sabem o significado do verbo marcar no futebol é pedir para levar gol.

O Grêmio correu o risco. Ou melhor, Silas, que não esconde sua vocação ofensivista, colocou o Grêmio em risco.

Gostei do time do meio para a frente. Foi ousado, buscou o gol e poderia ter feito mais e até vencido. Considero injusto dizer que houve imperícia nas conclusões, em duas ou três, sim, mas nas outras vezes o Rogério Ceni salvou.

Ceni, como sempre, voltou a jogar bem contra o Grêmio. Agora, o que dizer do Dagoberto? Quando o Grêmio largou na frente, com Hugo, que rende mais jogando adiantado, eu previ que Dagoberto faria o seu. Ele sempre faz gol (ou gols) contra o Grêmio. Só não imaginava que seriam três gols.

No gol de empate, uma falha deplorável do Rodrigo. Zagueiro de boa técnica tem dificuldade para simplificar. Ele perdeu a bola na linha de fundo como um principiante. Melhor, por excesso de confiança, soberba talvez.

Depois, cometeu pênalti infantil. Parecia que ele estava desestabilidade por enfrentar seu ex-clube. Por sorte, Ceni chutou na trave.

Dagoberto virou o jogo após lançamento de Hernanes, e ampliou logo em seguida, depois de a bola bater na trave em boa jogada de Marlos.

O Grêmio teve mais de 20 minutos para reagir.

Penso que Silas fez o que estava ao seu alcance no decorrer do jogo. Cabe ao treinador armar o time de forma a que crie situações de gol e impeça que o adversário chegue com perigo em sua área.

Silas, é inegável, arma o time para atacar. Não nego que gosto de ver o Grêmio atacando em velocidade, trocando passes com acerto e criando chances de gol.

O problema é que Silas não sabe como equilibrar a equipe. Não me lembro de ver o Grêmio sofrendo tantos gols quanto nesta temporada. Acredito que esteja batendo recordes de gols pró e, principalmente, de gols contra.

É o tal do cobertor curto.

O Aprendiz um dia talvez acerto o ponto da maionese. Conheço técnicos que estão no mercado há tempo e ainda não acertaram a mão. Fossati, por exemplo, sabe armar um time de maneira a sofrer poucos gols e fazer apenas o suficiente para somar pontos.

No futebol, com o equilibrio cada vez maior entre as equipes, ganha o time que primeiro sabe marcar, neutraliza o adversário, e depois arrisca um golzinho.

Dunga armou sua seleção para a Copa dentro dessa filosofia.

O Silas, se fosse técnico da Seleção, teria convocado o RG, o Ganso, o Neymar, etc.

Dunga radicaliza em sua convicção, e Silas faz o mesmo.

Começar o jogo contra o São Paulo, no Morumbi, tendo desfalques na equipe, com Douglas e Hugo, é pedir para levar gol, ou gols.

Com o agravante de que os dois volantes, Maylson e FR, são 'saidores'.

O mais adequado seria jogar com três volantes. E se fosse para acomodar Hugo e Douglas, que se tirasse um dos atacantes, de preferência o William.

No final, fiquei com uma frase martelando: o Grêmio jogou como nunca e perdeu como sempre. Já vi muito esse filme e sei que o final não é feliz.

SAIDEIRA

Não vi o jogo do Inter. Mas ouvi a transmissão da rádio Guaíba. Pelo que percebi, o Inter merecia vencer, mas o empate não chegou a ser um crime.

O interino Enderson armou um esquema igual ao do Grêmio. A diferença é que jogava em casa e tinha todos os titulares.

Andrezinho, apesar de belas atuações ultimamente, voltou para o banco. Quer dizer, sempre sobra pra ele, que a meu ver deveria ser titular.

Bem, com a saída quase certa do argentino D'Ale, ele poderia ser titular, mas aí Tinga já estará à disposição do técnico que será contratado. E Tinga, se jogar 80% do que jogava, é titular. Resta saber no lugar de quem.

O fato é que o Inter entra no recesso da Copa beirando a zona de rebaixamento. Mas isso dá pra tirar de letra. O problema é a distância da liderança. São 10 pontos atrás do Corinthians.

Se o time fracassar na Libertadores, só restará à direção colorada o título nacional para vencer a eleição no final do ano e continuar no poder.

Agora, depois de ver o SP penar contra o misto ofensivo do Grêmio, cada vez me convenço mais de que o Inter é favorito na Libertadores.

FECHANDO A CONTA

Havia concluído o texto acima quando soube que Andrezinho ficou chateado por não começar o jogo. "Não sou mais respeitado no Inter", desabafou.

Só um reparo na frase: ele quase nunca foi respeitado no Inter.

Na verdade, salvo engano, apenas Tite o respeitou.

Andrezinho estava meio esquecido e foi relançado por Tite, inclusive jogando, e bem, na função do Guinazu.

Mostrou que sabia marcar e foi conquistando seu espaço. Tite apostou nele e deixou o instável D'Ale na reserva.

D'Ale é forte. Derrubou Tite e agora sacou Andrezinho do time.

Afinal, é mais fácil vencer um jogador titular.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Wianey e a tentativa de amordaçar a imprensa

Se existe algo que eu defenda radicalmente é a liberdade.

E aí incluo, evidentemente, a liberdade de imprensa.

É por isso que cito abaixo o tópico da coluna do Wianey Carlet na ZH, dia 30 de maio.

'VOZ DO POVO

O Inter tem um responsável por assuntos especializados que deveria estar mais atento aos clamores do torcedor. Em vez disso, prefere postar-se com olhos arregalados e orelhas espichadas nas entrevistas coletivas, inspecionando a imprensa para, se entender cabível, atacá-la, quando melhor faria se entupisse os ouvidos dos dirigentes com as queixas dos verdadeiros donos do Inter. No Beira-Rio, entretanto, vigora a lei de Piffero: “Conselheiro aconselha, dirigente dirige e torcedor torce”. E a imprensa que cale a boca!'

Pois a nota acima provocou a ira de um dirigente colorado, o sr. Roberto Siegmann, alvo da crítica do Wianey, meu ex-colega no CP, um jornalista sério e correto, mas de opiniões firmes, por vezes ácidas, mas sempre com a marca da honestidade.

Recebi um email do botequeiro Élvio 'Zé Esquilo' Silveira com a resposta do dirigente.

Não me lembro de ter lido algo tão agressivo sobre alguém que é pago para opinar, criticar e também elogiar.

O dirigente escreve até com certa elegância, mas foi duro demais. Ao invés de dar uma resposta à crítica do WC, que defendia o direito de o torcedor colorado opinar e, principalmente, ser ouvido pela direção, o dirigente buscou desqualificar o colunista.

Pelo que soube, o mesmo dirigente, que está aparecendo agora no Inter, entrou com processo contra um jornalista, o João Garcia. É um direito que ele tem de processar e responder do modo que quiser, mas penso que o faz de maneira exagerada, dando a impressão de querer calar a imprensa, colocar uma mordaça naqueles que opinam e criticam a maneira como o Inter vem sendo conduzido.

O crítico de futebol não forma opinião, ele mais reflete a opinião do torcedor.

E tenho absoluta convicção de que a grande maioria dos colorados não está satisfeita com a atual gestão do clube que ama.

É claro que a crítica deve ser feito dentro dos padrões de civilidade, mas no futebol há muita paixão envolvida, o emocional muitas vezes supera o racional.

Penso que o crítico precisa moderar um pouco sua linguagem, o que no rádio é um pouco mais difícil. Cabe ao dirigente entender isso e não sair logo usando instrumentos como processos judiciais.

Quantos dirigentes já ouviram poucas e boas e deram resposta no mesmo tom, mas sem desqualificar seu 'oponente', nem apelar para os tribunais?

O sr. Siegmann pelo jeito odeia críticas, seja em que tom for. É uma pena, porque se trata de um homem correto, de excelente formação, e com certeza teria muito a acrescentar não fosse essa tendência a amordaçar a imprensa.

Não conheço o dirigente pessoalmente, mas o que tenho a dizer é que ele vá para o debate, enfrente seus críticos, mas só use o instrumento judicial em último caso.

Será bom para todos, principalmente para o futebol gaúcho.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Hugo jogou pelos atacantes

Nem foi preciso ataque para vencer a defesa mais vazada do Brasileiro.

Hugo, provando que cresce jogando nas proximidades da grande área, nunca lá atrás ao lado dos volantes, foi o atacante que o time não encontrou em Roberson e William.

Em duas bolas lançadas para a área por F. Rochemback, que está conseguindo aliar sua boa técnica com um melhor preparo físico e maior disposição, Hugo marcou de cabeça.

A defesa do Atlético Mineiro explicou ali, nesses dois lances, por que é tão vulnerável. Hugo cabeceou livre, no primeiro gol teve até de se abaixar na risca da pequena área.

Hugo e F. Rochemback os nomes do jogo. Depois, Victor e Adilson. Colaço também deu boa resposta, mostrando que pode ser útil.

Considero importante a vitória, porque o Atlético tem um bom time e não tenho dúvida de que vai lutar pelas primeiras posições no campeonato. Me cobrem.

No Pacaembu, deu o previsto. Vitória do Corinthians sobre o Inter, 2 a 0. O time do Mano, devo reconhecer, está muito bem armado. Dessa vez, nem precisou de (muita) ajuda da arbitragem. O pênalti existiu. Sorondo fez uma falta idiota em Danilo.

O juiz foi correto. O mesmo não se pode dizer da auxiliar Marcia Caetano, que anulou dois ou três ataques ao marcar impedimentos inexistentes do ataque colorado.

O Inter foi digno. Jogou com ousadia, buscou o gol. Prova disso é que o goleiro Felipe foi o maior destaque da partida.

Alecsandro foi o atacante mais perigoso. Walter, que no Beira-Rio é um leão, no Pacaembu foi um gatinho.

Não entendi a saída de Andrezinho, que estava bem no jogo.

Beliscando a zona de rebaixamento, o Inter precisa bater o Palmeiras domingo no Beira-Rio. Caso contrário, pode comprometer a campanha no Brasileiro.

Já o Grêmio deu uma respirada com os três pontos, passando para a décima posição.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Os desafios da dupla Gre-Nal

Grêmio com um ataque improvisado contra o Atlético do Vanderlei Luxemburgo.

Inter contra o Corinthians de Mano Menezes e dos árbitros.

Qual o maior desafio?

Acho que a encrenca maior é do Inter. Afinal, joga fora de casa contra o líder isolado do Brasileirão.

Além de ser um time organizado, competitivo, o Curintia tem um treinador que sabe armar um sistema defensivo, sua prioridade máxima, e explora contra-ataques, jogando na maior parte no erro do adversário. É claro que jogando em casa o Curintia avança a marcação, mas sem se arriscar muito.

Mano é chegado numa retranca. Fosse ele o treinador do Grêmio na decisão contra o Santos, a história seria outra.

Na segunda-feira, no programa Cadeira Cativa, conversei bastante com o Enderson Moreira, o interino colorado. O cara leva jeito. É simples, não inventa, não enrola, e conhece bem o time que tem na mão.

Não duvido que o Inter surpreenda e volte ao menos com um ponto. Se a arbitragem não atrapalhar.

No Olímpico, o negócio é apostar que o garoto Roberson mostre o futebol que parece ter, e que Willian faça os gols que fazia no Avaí.

Não gosto muito de apedrejar centroavante. Por pior que possa ser, ele está sempre muito perto da goleira adversária e, portanto, apto a meter a bola pra dentro.

Já queimei a lingua muitas vezes.

Na verdade, não tenho grandes expectativas em relação à rodada.

Antes de Silas, o Olímpico tinha mais força. Depois daquela derrota para o poderoso Pelotas, a mística do estádio ficou estremecida.

Outro aspecto: o time do Silas toma gols demais, em comparação com os últimos técnicos, e sem o ataque titular, que é melhor e mais entrosado, a tendência é de levar e não fazer.

Não adianta, otimismo não é o meu forte.

NOS ACRÉSCIMOS

Não vi o jogo da Seleção Brasileira no Zimbabue. A única coisa que me chama a atenção é como o Brasil (de modo geral) gosta de ficar próximo de ditadores sanguinários. Um país pobre, com índice de desemprego próximo de 90 por cento pagou R$ 3 milhões para ver a seleção do sr. Ricardo Teixeira. Lamentável.

A importância da palavra certa

A jornalista Rosane de Oliveira finalmente empregou o verbo certo ao falar sobre a Ford. Durante dois dias, em sua página na Zero Hora, Rosane, minha ex-colega do CP, usou o verbo 'indenizar'. Hoje, na abertura de sua página, escreveu 'ressarcir', o verbo mais adequado para os recursos que a Ford levou e depois não quis devolver.

O governo do sr. Olívio Dutra (um homem íntegro até aonde eu sei, mas cercado de neófitos e esquerdistas rançosos e ultrapassados em seu governo) agiu acertadamente ao menos nisso: cobrou ferozmente o dinheiro adiantado para a multinacional.

Agora, para colocar um ponto final neste assunto aqui no boteco, ao menos de minha parte, lembro que no dia 21 de outubro de 1999, Lula falou no “Ta na Mesa da Federasul”. Ele era candidato pela quarta vez a presidente.

- Foi com muito orgulho que um certo dia pela manhã abri o jornal e vi que você, Olívio, disse que não tinha dinheiro para financiar multinacionais, e mandou a Ford embora.

Leram bem: '... mandou a Ford embora'.

Não há registro de que o sr. Olívio tenha se erguido e protestado contra a afirmação do presidente.

O resto é delírio de desesperados para salvar determinada candidatura aqui no RS.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A diferença entre ressarcimento e indenização

Tempos atrás, firmei parceria para abrir uma filial do Boteco do Ilgo na Zona Sul, uma região carente de novos empreendimentos para gerar emprego e riqueza.

Meu parceiro adiantou recursos para atrair a minha empresa, que, como vocês sabem, é disputada por inúmeros investidores devido ao seu sucesso e à sua elevada relevância sócio-econômica (imaginem, como viver sem um boteco desse nível?).

Nesse meio tempo, meu parceiro inicial passou a bola para outro. Esse novo parceiro, de visão tacanha e retrógrada, começou a dar sinais de que perdera interesse em meu negócio (o boteco, para deixar bem claro).

Vejam só, um dia teve a petulância e a falta de educação de me dar um chá de banco de horas. Ora, eu, um grande empresário, com ramificações no mundo inteiro, perdendo tempo na ante-sala de um gabinete sabendo que muita gente estenderia tapetes para me receber com pompa e circunstância.

Eu me levantei indignado. Desisti da parceria. Rumei para a zona norte, onde fui recebido com festas. É claro que não devolvi o dinheiro adiantado. E a zona sul continuou pobre, necessitada de grandes investidores para gerar emprego, impostos, riqueza, a exemplo de outro boteco instalado no lado oposto.

É claro que não devolvi o dinheiro adiantado pelo primeiro parceiro. Afinal, perdera meu precioso tempo. Quantos chopps deixei de beber nesse período? Imperdoável.

Bem, agora a Justiça quer que eu devolva os recursos recebidos.

Ou seja, que eu faça um RESSARCIMENTO, com juros e correção monetária, o que é muito natural.

Não é uma INDENIZAÇÃO, como certos setores da mídia estão divulgando, certamente com outros ‘interésses’ (como diria o GRANDE BRISOLA).

A verdade não pode prescindir das palavras corretas.

Ah, sobre a filial que abri na zona Norte, vai bem, muito obrigado. Tem muita acarajé, caruru, vatapá e outras comidinhas típicas. O povo está feliz e eu também. Meu parceiro, então, nem se fala, agradece todo dia ao parceiro que me mandou embora do Sul.

Obs.: qualquer semelhança com o caso Ford não é mera coincidência.