quarta-feira, 31 de março de 2010

A mídia e o jogo de vida ou morte

Hoje é um dia daqueles! Desde antes das 8h só se fala no jogo entre Inter e Cerro. Aliás, desde a derrota para o Caxias que começou essa onda levantada pela direção colorada e impulsionada pela mídia.

O jogo contra o Cerro é tratado como uma final de Libertadores. O que não chegar a ser errado, porque se o Inter perder, o que é improvável, mas não impossível, será mesmo o fim do Inter na competição. É claro que restarão dois jogos e ainda haverá chance de buscar uma vaga à próxima fase. Mas será muito difícil.

Então, vencer o Cerro é uma questão de vida ou morte para os colorados.

Diante disso, dirigentes colorados saem de uma emissora de rádio ou de TV para a outra. O clube está gastando uma grana preta em publicidade para chamar a torcida. Além de sobrevivência na Libertadores, está em jogo a continuidade do atual grupo no comando.

Vale tudo, só não vale homem com homem e mulher com mulher, já cantava o saudoso Tim Maia.

Até para o Walter o pessoal apelou. De ovelha negra ele passou a salvador da pátria. De promessa, à craque de uma hora para outra. Teve colorado dizendo que o guri teria de ser mandado embora depois de faltar dez dias e não dar a mínima aos apelos dos dirigentes.

Sobre os ombros de Walter repousa agora uma enorme responsabilidade.

Um jogador que revelou fragilidade emocional diante de um tratamento que considerou injusto do técnico Fossati tem agora que levar o Inter à vitória.

CLUBE E MÍDIA

Ainda sobre a mídia. Os setoristas dos clubes encontram enormes dificuldades para trabar no Olímpico e no Beira-Rio. É treino secreto, é limitação nas entrevistas, etc. Entrevista exclusiva é coisa do passado.

Na hora do aperto, os mesmos clubes que restringem o acesso à imprensa no cotidiano apelam para a mídia para ajudar a tirar a corda do pescoço.

A imprensa foi convocada, convidade, praticamente intimada, a fazer todo um trabalho positivo em torno do jogo, em torno do Inter. Nada de críticas nessa hora. Precisamos nos unir para vencer o Cerro. E todo vão juntos nessa canoa.

Superado o temporal, tudo voltará ao normal, como se nada tivesse acontecido. Os setoristas continuarão cerceados em sua atividade, com vitória, empate ou derrota. Tanto faz.

Os clubes de um lado, a imprensa de outro.

Os dois podem andar juntos, com liberdade, crítica e congraçamento quando necessário, como acontece agora.

SAIDEIRA

A direção colorada também não se preparou adequadamente para disputar a Libertadores. Não está tão ruim quanto foi a do Grêmio no ano passado, mas também cometeu erros.

terça-feira, 30 de março de 2010

Celso Roth vem aí?

No programa Cadeira Cativa, da Ulbra, ontem à noite, sugeri ao presidente (um presidente vencedor será sempre presidente) Fernando Carvalho que, no caso de demissão do simpático Fossati, contratasse o rabugento Celso Roth (toc-toc-toc), que está por aqui, curtindo o desemprego montado no dinheiro pago generosamente pelos cartolas.

FC arregalou os olhos. Expliquei:

- No ano passado, Roth não teve tempo de concluir seu trabalho na Libertadores. Foi demitido por causa de fracasso no Gauchão, embora o Gauchão não interessasse, assim como não interessa ao Inter, hoje. Então, nada mais justo do que dar outra oportunidade ao Roth.

A sugestão, que alguém pode tomar como uma pequena provocação bem-humorada, partiu depois que FC, indagado pelo Reche, não quis garantir que ‘Celso Roth NUNCA seria contratado’ por ele, FC.

Sabe como é, o mundo da voltas, o futebol é dinâmico, como dizia o filósofo Rafael Bandeira, paletó acomodado sobre os ombros e óculos de sol no alto da cabeça.

Cheguei a cantarolar, sob olhar severo e crítico do Haroldo de Souza:

- Celso Roth vem aí, lá, lá, lá....

Depois do intervalo, soube pelos colegas que FC não engole o Roth (duvido) porque ao chegar no Vasco, em 2008, ele teria tratado mal o filho do FC, o Martin.

Conto a história como me foi repassada:

O Roth reuniu os jogadores no meio do campo, no São Januário, e disse que queria falar com os jogadores, aqueles que querem realmente jogar futebol, blá, blá, blá. E isso não vale pra ti (apontou para o Martin), que é filhinho de papai.

Sinceramente, acho pesada essa história, mas conhecendo o Roth não é de duvidar que seja verdadeira.

Diante disso, o FC teria motivo para nunca contratar o Roth, mas o futebol é mesmo muito dinâmico.

Agora, falando sério, o Celso Roth sabe arrumar um time da maneira como o FC gosta: fechadinho, fechadinho.

Em caso de derrota para o Cerro, ou empate, amanhã, o Fossati cai. Muricy seria o mais cotado, mesmo pedindo uns 400 mil mensais (os cartolas não se preocupam, não sai do bolso deles).

O Celso Roth corre por fora.

SAIDEIRA

Fernando Carvalho aproveitou para menosprezar os 50 jogos de invencibilidade do Grêmio no Olímpico, sem boa dose (uísque 12 anos) de razão:

- Eles não ganharam nada durante essa invencibilidade.

Como cantava o Lupi:

‘Não sei se é amizade, ciúme, despeito ou horror...’

Acho que a letra não é bem assim, mas é por aí.

domingo, 28 de março de 2010

Inter perde, Grêmio ganha: a velha gangorra do futebol gaúcho

Terminado o jogo no Centenário, com nova derrota do Inter, Fernando Carvalho e Vitório Piffero repetiram que o "foco" é a Libertadores, tentando diminuir a importância dos 2 a 0 (sexta partida sem vitória).

De tanto ouvir a palavra foco da boca dessa dupla 'que se acha' concluo que está faltando um bom oftalmologista no Beira-Rio. Mais até do que um técnico ou alguns jogadores verdadeiramente capazes.

Se o foco colorado é a Libertadores, e é mesmo, está tudo desfocado, a começar pelo planejamento colorado, que decidiu apostar num técnico estrangeiro quando se tem um histórico de que esse pessoal que vem de fora não dá certo por aqui.

Isso me lembra a direção do Grêmio no ano passado. Também planejou tudo errado quando começou a temporada com Celso Roth, sabidamente um técnico que morre na beira da praia.

Depois, com a contratação de Autuori, deixando o time com um interino durante 40 dias.

Conclusão: o Grêmio perdeu a Libertadores de 2009 por culpa de sua direção, e o mesmo vai acontecer este ano com o Inter.

Em tom de desespero, o vice FC na tentativa de unir o grupo, a comissão técnica, a direção e a torcida, declarou, como se o Inter estivesse sendo perseguido por algum inimigo invisível (talvez a imprensa que insiste em perguntar se Fossati cai):

- Ninguém vai nos derrubar -, afirmou o dirigente.

Acrescento: a própria direção está se derrubando.

Já a Criatura (Vitório Piffero, cria de FC) não perde a pose:

- Quero um Gre-Nal para ajeitar a casa.

VP até não deixa de ter razão: nem derrota em Gre-Nal conseguiria deixar a casa mais desajustada do que está, e, com sorte, muuuuita sorte, o Inter até poderia vencer.

Agora, sorte é o que o Inter não vem tendo. Teve chances para empatar o jogo com o Caxias. Mas a bola sempre encontrou um caxiense pela frente. Grande atuação do zagueiro Anderson Bill e também do goleiro Wellington.

Além do mais, o que os adversários têm acertado de chute lotérico contra o Inter é impressionante. O Edu Silva acertou o chute de sua vida.

O Inter levou 3 a 0 do Zequinha no 4-4-2. Voltou ao esquema de três zagueiros e levou mais dois.

O problema não é o esquema, é a falta de qualidade, conforme escrevi antes do jogo.

FECHANDO A CONTA

O Grêmio fez a sua parte. Fechou 50 jogos de invencibilidade no Olímpico. Não é pouca porquera, não. Poderia ter goleado o Esportivo, ficou no 2 a 0 graças ao goleiro Caio, emprestado ao Esportivo.

Willian Magrão mostrou que está de volta. Fez um gol e jogou bem. Mithyuê fez bela jogada no gol de Maylson, o sexto dele no Gauchão. Cada vez mais titular.

Jonas segue esbanjando futebol. Imaginem quando Borges voltar.

O Gauchão é engana-bobo, mas que o time está mostrando um crescimento impressionante, está. Tem um time titular e várias opções de qualidade.

Quando defendi a contratação do Silas até que eu não estava tão errado.

sexta-feira, 26 de março de 2010

O time de veteranos e a confirmação de RG na Copa

São fortes os boatos de que o Inter está repatriando Paulo César Tinga. Hoje, com 32 anos, o volante poderá juntar-se ao grupo de veteranos montado pela direção colorada.

Um dos males do time armado por Carvalho é a faixa etária elevada. A média é de 30 anos na maioria dos jogos, quando não é mais.

É elevada demais para esse futebol que se pratica hoje, no qual pesa muito a força física, a velocidade, a resistência.

Numa comparação com o Grêmio, não adianta aqui a gente está sempre comparando um com o outro, o Inter tem hoje um time velho, principalmente no setor defensivo.

O Grêmio é um time de guri, e a tendência é de que continue assim.

Já que todo mundo anda fazendo a sua seleção Gre-Nal do momento, baseada neste início de temporada, eu faço a minha:

Victor; Edilson, Mário Fernandes, Rodrigo e Kléber; Guinãzu, Adilson, Maylson e Douglas; Borges e Jonas.

A propalada superioridade colorada é só no papel. O Inter tem um time de medalhões, alguns em franca e inegável decadência.

A culpa não é do Fossati. Ele deverá mesmo cair. É difícil um técnico estrangeiro dar certo aqui. Escrevi isso quando o Inter anunciou seu interesse no uruguaio.

Alguém lembra de um técnico do exterior que tenha obtido sucesso no futebol brasileiro?

Eu não.

Se o Inter pensa que Tinga pode ser solução, será outro erro.

DOSE DUPLA

1 - Domingo, o Inter tem chance de reabilitação. Uma vitória sobre o Caxias, lá no Centenário, pode afastar a crise ao menos momentaneamente.

O problema é que o Caxias está bem, o time acertou, e vai jogar com aqueles oito gols entalados na garganta.

2 - Já o Grêmio vai fechar 50 jogos de invencibilidade no Olímpico, provavelmente goleando o Esportivo.

Outro recorde gremista: nenhuma expulsão na temporada, se não me engano em 18 jogos. Confesso que nunca vi nada igual. Méritos do técnico Silas.

SAIDEIRA

Ronaldinho Gaúcho na Copa do Mundo da África do Sul. Sim, podem acreditar. Ainda estou sóbrio.
Mas é só no álbum de figurinhas oficial da Fifa, que será lançado na terça-feira.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Goleada escancara deficiências do time colorado

É difícil para um torcedor aceitar que seu time não é tão bom quanto ele imagina, muitas estimulado por setores ufanistas da imprensa.

Não canso de repetir: nós da imprensa muitas vezes exaltamos com pressa e condenamos com mais pressa ainda.

O mesmo vale para o torcedor.

A goleada de ontem à noite, 3 a 0 no Passo d’Areia, é para derrubar treinador.

A não ser que a direção esteja convencida de que foi um acidente e que o Fossati está fazendo um bom trabalho, mesmo que ele não apareça aos olhos de quem está fora do vestiário.

O Gauchão, para quem está na Libertadores, nunca é prioridade. É quase descartável.
Mas que força tem essa competição, tão nossa, aqui dos pampas!

No ano passado, derrubou Celso Roth, que começava bem na Libertadores, diferente do Fossati hoje, que vai ‘trupicando’.

O que eu quero destacar é o que eu disse para o Felipe, colega do setor comercial do Correio do Povo, ontem à noite, minutos antes de o jogo começar.

Ele estava na redação, diante da TV, e só corneteava o Fossati.

Aí, eu perguntei:

- O Inter tem um bom ataque?

- Não -, ele respondeu.

- E a defesa?

- É mais ou menos.

- Então, a culpa é do Fossati? O time tem um ataque fraco, sem criatividade; e uma defesa de velhos, para não dizer idosos. É por conhecer seus zagueiros que o Fossati insiste nos três zagueiros. Com dois zagueiros, a defesa fica vulnerável demais. O Guinazu marca até o zagueiro adversário no campo oposto. Precisa ter gente para cobrir o buraco - falei.

O Felipe até concordou, mas, torcedor é torcedor, a culpa é sempre do técnico. Nunca da direção que liberou o Sandro para fazer exame médico na Inglaterra. Não que isso fosse mudar muita coisa. O Sandro também não é lá essas coisas, como escrevi há muito tempo e levei pau de tudo quanto é lado.

O fato é que o time colorado não é tão bom em campo quanto é no papel.

Assim, Fossati cai. E ainda hoje, suponho.

Lembro de uma manchete feita por um colega muito tempo atrás:

ROTH CAIU. QUEM VIRÁ?

Hoje, seria assim:

FOSSATI CAIU. ROTH PODE VIR.

Mas acho que dá Muricy na cabeça.

quarta-feira, 24 de março de 2010

A campanha do Grêmio e a Arena

O técnico Silas é como qualquer treinador de futebol, tem suas manias, seus bruxinhos, seus equívocos, etc.

Agora, é inegável que ele está fazendo bom trabalho. Conseguiu armar um time, dentro de um esquema ofensivo, mas hoje seguro na defesa, na marcação.

É claro que algumas lesões foram oportunas, providenciais. Se FR não tivesse se lesionado, haveria espaço para Adilson (Ferdinando é bruxo do homem) e também para Maylson (este ocupando o lugar de Leandro, também lesionado).

A gurizada gremista é que acertou o time. O mérito de Silas é o de manter esses dois no meio-campo. Talvez até por falta de melhores opções. Vamos ver agora o que ele vai fazer quando 'os de fora' se reapresentarem para jogar.

Bem, o importante é que o Grêmio tem cara de time, e de time bom.

Os números no futebol às vezes mentem, acabam iludindo. Mesmo assim, publico um levantamento que aponta o Grêmio como o time de melhor desempenho até agora no futebol brasileiro.

Somando Gauchão e Copa do Brasil, o time do Silas tem 86% de aproveitamento. O número é superior ao do badalado Santos (81%), e ao de Flamengo e Sport (79%), este ainda invicto na temporada.

O Grêmio venceu 14 jogos, empatou dois e perdeu apenas um, justamente contra o maior rival Internacional. Já são 12 partidas consecutivas sem derrotas.

Como disse acima, os números podem enganar. Não é que justamente no jogo contra um adversário mais forte, à sua altura, o Grêmio perdeu?

A favor de Silas, é que a derrota no Gre-Nal aconteceu naquele momento em que o time ainda estava em formação. É uma atenuante.

SAIDEIRA

Há uma informação de que no projeto Arena foi inserido agora um campo de treino, um suplementar, como o do Olímpico, dentro da área prevista para o empreendimento. Se isso for verdade, passo a torcer pela Arena, ali mesmo no banhadão do Humaitá.

Mas ainda espero que os deuses do futebol protejam o clube dessa aventura e façam com que a Arena seja erguida na área do Olímpico.

É o meu desejo.

terça-feira, 23 de março de 2010

O fim da 'economia interna' no Grêmio e a desfeita irreparável ao presidente Dourado

O decano Paulo Moura, editor de esporte amador, anda muito rabugento. Também, são mais de 50 anos em redação em jornal.

Gremista enrustido. Não cansa de repetir: "Quando eu era setorista do Grêmio (década de 60), o Petry (Rudy Petry, grande dirigente gremista) dizia para todos que sabia a 'cor' de cada repórter, menos a minha".

Atualmente, ele dá umas escorregadas e mostra seu gremismo, o que ele continua negando, apesar disso. "Sou imparcial", afirma, mas ninguém mais acredita.

Pois hoje ele entrou na redação, agora às 19h, já reclamando: "Como esse pessoal gosta de falar das finanças do Grêmio. E as do Inter? Se tivesse tudo bem lá eles não venderiam o Sandro".

Não é coisa de 'imprensa vermelha', como muitos podem imaginar.

É coisa de dirigente que esqueceu o mantra criado pelo Petry (o mesmo referido acima) na década de 60:

- Isso é assunto de economia interna.

É com essa frase que Petry escapava de determinadas perguntas, principalmente quando envolvia dinheiro. Por muitos anos, a lição do velho dirigente foi seguida à risca.

Enquanto no Inter, tudo era escancarado por algum dirigente 'barriga fria' (boca-grande) querendo fazer média com algum jornalista, no Grêmio as coisas ficavam restritas ao consumo interno.

Hoje, inverteu. O Inter se fecha (nem sempre consegue), e o Grêmio se abre mais que sanfona em baile no Interior. É uma lavanderia de roupa suja.

Tudo começou com a saída de Deitos do futebol amador.

A imprensa faz a sua parte: quer saber o que aconteceu. Até porque não é comum um dirigente competente ser afastado assim justamente quando a gurizada começa a ocupar o lugar dos medalhões.

Então, se há 'culpados' de a vida financeira do Grêmio vir a público, esses são os dirigentes e seus agregados, aqueles que ficam no entorno, os chamados aspones.

Agora, é bom que a torcida gremista saiba o que está acontecendo. Dinheiro demais posto fora em contratações duvidosas. Herrera, por exemplo. Já havia fracassado aqui e voltou. Ortemann, por que? Fábio Rochemback?

Alguém saiu a campo para investigar a situação do FR, como ele estava jogando na Europa, para avaliar se valia a pena investir tanto num volante (Maylson já estava por aqui).

Ortemann e FR foram contratados pelo que jogavam, não pelo que jogam. Quem se responsabiliza?

E tem muitos outros exemplos.

São dirigentes que preferem gastar o dinheiro que não é deles em vez de investir nos jovens criados na base. A esses que vêm de fora, todas as oportunidades. Aos da casa, chances escassas e cobrança de resultado imediato.

Maylson pedia passagem desde 2008. À sua frente, porém, sempre um ou outro vindo de fora, alguns até improvisados. Foi só o guri ter uma sequencia, que não é tão longa, para mostrar seu futebol.

Mas os dirigentes de um modo geral custam a olhar para os jovens da casa. Preferem buscar fora. Por que?

SAIDEIRA

Na festa pelos 80 anos de HÉLIO DOURADO, dia 19, nenhum dirigente atual do Grêmio compareceu. Li isso só agora no blog do movimento Gremio acima de tudo. Lamentável.

Estava lá, entre tantos outros, o presidente do CD, o Raul Régis, um cavalheiro, um grande gremista, grande dirigente.

Parece que o ex-presidente Fábio Koff também não foi. Em compensação, foram mais de 200 gremistas. Todas as correntes do clube estavam representadas.

Pena a ausência do presidente Duda.

Dourado merece mais atenção por tudo o que fez.

No Inter, Dallegrave foi reverenciado até os últimos dias.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Para inglês ver e argentino festejar

Um jornaleco metido a besta, o tal de The Times, da Inglaterra, apontou Maradona como o melhor jogador de Copa do Mundo de todos os tempos.

O argentino fez oito goles em 21 partidas.

Ninguém questiona o talento de Maradona. Mas é difícil engolir essa do jornal inglês.

A imprensa argentina está soltando foguetes. O site Ole, aquele feito por um monte de recalcados, frisou que Maradona 'mais uma vez' supera Pelé. O Rei do Futebol ficou em segundo.

É uma bobagem do The Times. Qual é o critério para chegar a esse resultado? Nada está claro. Se alguém descobrir, me informe.

Maradona só supera Pelé numa coisa: no envolvimento em escândalos e no mau exemplo a seus admiradores.

Em termos de melhor jogador de todos os tempos - os argentinos acreditam mesmo que foi Maradona -, já tem gente colocando o Messi no topo, superando o dieguito.

Messi, chamado de Pulga pelos argentinos, está superando Maradona. Portanto, Maradona tem mais é que se ver com seu conterrâneo, que anda estraçalhando.

Na disputa com Pelé, nenhum deles dá para a largada.

Agora, dá gosto ver Messi jogar.

Dias desses, cheguei a comentar que Messi pode mesmo superar Maradona. É questão de tempo.

SAIDEIRA

Beckembauer aparece em terceiro na lista. Garrincha é sexto e Ronaldo oitavo.

FECHANDO A CONTA

Só para acabar com a discussão: Pelé fez 12 gols em 14 jogos em quatro mundiais. É tricampeão mundial. Marcou 1.284 gols em sua carreira.

Agora, só para continuar na imprensa britânica:
"Como se soletra Pelé? D-E-U-S."The Sunday Times, jornal londrino

domingo, 21 de março de 2010

Jonas cada vez melhor, ainda mais com Mithyuê por perto

Jonas marcou dois gols e perdeu outros tantos. Revelou outra habilidade: a cobrança de falta com bola colocada, ao estilo do RG dos velhos tempos e do Zico, de tempos ainda mais distantes.

Fico pensando nos colegas e naqueles que riram e discursaram contra mim quando disse no programa Cadeira Cativa, da Ulbra, que Jonas era um jogador do tipo do Nilmar.

Ou seja, um atacante que não depende apenas do time e de um esquema para ele. Mas um jogador que tem qualidade para criar jogadas tanto para si mesmo como para os companheiros. Borges que o diga.

Ontem, mais uma vez com uma parceria fraca (William empacou quase todas as jogadas do ataque), ele ainda conseguiu se destacar. Perdeu uma ou outra situação, é verdade, mas eu não esqueço que no ano passado, quando mais ou menos nesta época, Nilmar também perdia gols. Tanto que muitos colorados, alguns deles da imprensa, pediam Alecsandro como titular. O futebol tem dessas coisas.

Aí, o mestre Silas sacou do banco a solução. O time perdia por 1 a 0. Entrou o garoto Mithyuê. Foi um sol que iluminou o ataque gremista. Aliás, já havia ocorrido isso antes. O Grêmio chegou aos 3 a 1 com facilidade. Dois de Jonas e um de Maylson, que, repito, em breve irá brilhar no futebol europeu. Ele ainda perde gols com naturalidade impressionante, mas arrisca, chuta de qualquer distância, e acabou marcando um belo gol sobre o Ypiranga. Titularíssimo.

SAIDEIRA

No finalzinho entrou William Magrão, o titular que está faltando. Poderia sair Ferdinando. Mas saiu Douglas, o cara que arrumou o time para o Silas. Um dia ainda veremos o Magrão entrando no lugar de um zagueiro, na lateral, no ataque e até no gol, mas nunca no lugar de Ferdinando.

FECHANDO A CONTA

O Inter, titular, ficou no empate com o Pelotas: 2 a 2. Foi um resultado criminoso. O Inter foi melhor e mereceu vencer. Teve um gol anulado, lance polêmico. Duro de engolir para a torcida no Beira-Rio, pior que undebergue com limão e sal, foi o gol do Gavião no finalzinho. Muriel bateu forte a cabeça na trave. Mas ninguém deu bola pra isso. Não ouvi nenhum repórter referir que o goleiro poderia ter se machucado com gravidade. O gol estava acima de tudo.Depois, vaias para Fossati. Também, tirar o Giuliano para colocar Bruno Silva é pedir.

O aterro da Arena: homenagem ao presidente Dourado

Seguia pela Érico Veríssimo quando o trânsito parou por minutos na rótula do Papa. Fiquei de frente para o Olímpico Monumental. Um estádio imponente, emoldurado pelo céu completamente azul.

À frente dele, como uma lança avançando rumo ao infinito, a bandeira tricolor tremulando majestosa, orgulhosa.

Para alguns, ou para muitos, o Olímpico não passa de um gigante de concreto, frio e sem vida, sem alma.

Para mim, o Olímpico é como um senhor altivo e forte, beirando os 60 anos. Os sulcos em sua fachada, nos degraus das arquibancadas, são como as rugas em quem muito viveu e muito teria ainda a viver.

São marcas do tempo, de experiências únicas, de uma trajetória firmada por vitórias memoráveis e também por dores profundas que mais valorizam cada minuto dessa longa e bela história.

Uma história que se confunde com a própria história do Grêmio.

Em breve, a imagem do Olímpico portentoso numa iluminada manhã de um sábado qualquer do outono será passado. Nada daquilo que eu tinha diante dos meus olhos vai existir.

No começo, serão escombros, entulhos, que operários indiferentes, orientados por engenheiros apressados, irão recolher e jogar em algum canto qualquer.

(Nem quero pensar no que virá depois).

Os restos mortais do Olímpico serão jogados numa vala - uma sepultura –, talvez até sirvam de aterro ao banhado onde serão erguidos os espigões do entorno da Arena.

Uma triste ironia nesses tempos difíceis, em que se deixa de ser dono de um estádio com história e tradição e se passa a ser inquilino de um imóvel, um belo imóvel, mas que nunca terá como moldura o mesmo céu azul dessa manhã de um sábado de outono.


EM TEMPO

Esta é a minha modesta homenagem ao eterno presidente Hélio Dourado, que completou 80 anos, e que segue querendo sempre o melhor para o Grêmio.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Inter: empate em 'casa' e a comparação com o Grêmio

O mando do jogo era do Cerro, mas quem jogou em casa foi o Inter. Mais de 20 mil colorados contra uns mil uruguaios. Então, o mínimo que se poderia esperar era um Inter com um futebol mais impositivo, mas agressivo, mais ousado, até por sua formação inicial com três meias ofensivos e sem os três zagueiros.

Mas o que se viu foi o Cerro jogando como se tivesse apoio pleno da torcida. Foi uma baita pressão, mas sem muita organização. Abbondanzieri foi mais uma vez decisivo. Aos poucos, o Inter controlou o ímpeto do Cerro e até criou algumas jogadas para marcar.

No segundo tempo só deu Cerro. No finalzinho quase Alecsandro marca um golaço. Seria um crime contra o Cerro.

Agora, o mais importante é que o time colorado segue sem fazer uma apresentação que tranquilize sua torcida e o setor vermelho da imprensa, que anda inquieto, preocupado. O pessoal fez um lobby violento para o time jogar só com dois zagueiros. E mais uma vez o time não convenceu.

O vice de futebol Fernando Carvalho declarou depois do jogo que o time precisa melhorar. Ele não está satisfeito com o resultado do trabalho de Fossati, isso está muito claro.

No segundo turno, o Inter tem jogos em casa. E a tendência é de que faça mais do que os cinco pontos conquistados no turno. Por isso, não tenho dúvida de que vai terminar em primeiro lugar no grupo.

EM TEMPO

No ano passado, os colorados, principalmente os da imprensa, insistiram na cantilena de que o grupo do Grêmio na Libertadores era uma 'teta', moleza. Pois bem, o grupo do Inter não é melhor.

O Grêmio terminou a primeira fase com 16 pontos, só não foram 18 porque houve aquele empate na estreia, em que o time perdeu uma dezenas de gols. No primeiro turno fez 7 pontos, contra 5 do Inter.

Essa comparação é para provar o quanto o Inter está devendo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Vitória no potreiro

Nesses jogos de mata-mata, tanto Libertadores como Copa do Brasil, empate fora muitas vezes é um bom resultado. Vitória por 1 a 0, então, é goleada.

Por esse raciocínio, o Grêmio goleou o Votoraty. Não foi um jogo fácil. O campo ruim, péssimo, ideal para alguém sofrer torção e ficar fora do time um bom tempo, foi aliado dos donos da casa. É claro que eles também sofrem, mas estão acostumados a jogar no potreiro. Vão estranhar o gramado do Olímpico.

O Grêmio até poderia ter matado a disputa com Jonas, quase no final, com aquela bola na trave.

Mas foi um resultado ótimo diante das dificuldades. Se alguém duvidar, veja o Vasco, que só empatou com o poderoso ASA. Na volta, vai golear, assim como o Grêmio aqui em Porto alegre.

O Grêmio está tomando jeito com a confirmação de Maylson, que marca forte, ataca e chega rápido na frente com suas pernas longas. Vejo nesse jogador um futuro no futebol europeu, em clube de primeira linha.

Adilson jobou muita bola. Assim que Magrão recuperar sua melhor forma, Adilson vai para a primeira função, saindo o correto (apenas isso) Ferdinando. E está aí o meio campo, completado por Douglas, em condições de vencer a Copa do Brasil.

Desde a entrada de Douglas o time só vence. São dez jogos já.

Nos últimos cinco jogos, o time sofreu apenas um gol. Já é uma evolução. Está chegando ao ponto de equilibrio que escrevi tempos atrás. Para isso, a saída do 'FR 200 mil mensais' foi fundamental.

O Inter pega o Cerro. O que escrevi lá em cima vale para esse jogo. Empate fora é vitória na Libertadores. Se vencer por 1 a 0, goleada.

terça-feira, 16 de março de 2010

Futebol no potreiro

O Grêmio enfrenta nesta quarta-feira um time cujo maior trunfo é o campo ruim. E com o respaldo da CBF.

A direção gremista tentou mudar o jogo para um campo mais de acordo com a importância da competição.

É inaceitável que nesse mundo do futebol, por onde circulam milhões e milhões de 'dinheiros', tanto por cima como por debaixo do tapete, que um potreiro sirva de palco para uma competição de abrangência nacional.

Assim como a altitude é a vantagem de bolivianos, equatorianos e outros, o campo ruim ajuda esses clubes pequenos. Que o Votoraty queira jogar em seu estádio (média de público de 500 pessoas) é justo, está no seu direito.

O que não dá para entender, ou até dá, é a CBF aceitar isso.Sou contra jogos na altitude e em campos esburacados. Primeiro, por questão de equilíbrio técnico. Segundo, para preservar a integridade física dos jogadores, alguns com alto valor de mercado.O William Magrão, por exemplo, ficou uma temporada sem jogar por causa de um buraco no campo do meu time, o Avenida, que era um potreiro no ano passado. Pois o campo do Votoraty é ainda pior que o Eucaliptos do Avenida, dizem os colegas que estão lá.

O Grêmio terá problemas. O adversário é quase imbatível em seu potreiro. Acho que um empate está de bom tamanho, ainda mais se não voltar alguém com o tornozelo (ou joelho) torcido.

EM TEMPO

O Inter joga nesta quinta também num estádio modesto, acanhado demais para abrigar um confronto de Libertadores. Ao menos o campo é bom. E o Inter terá um grande número de torcedores. As condições para voltar com vitória são boas. Mas esses uruguaios complicam. E na Libertadores empate fora de casa é vitória.

DIZEM POR AÍ...

... que Deitos caiu porque não deu abertura para o Meira na base gremista.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Meira, o homem forte do Grêmio

Meira é o homem forte do Grêmio. Não tem pra Fábio Koff, Hélio Dourado e outros gremistas ilustres. Nem para o filho do eterno patrono. O presidente Duda Kroeff está acima de Meira hierarquicamente, mas quem manda na prática, ao menos naquilo que mais interessa, o futebol, é o Meira.

Meira decidiu demitir Paulo Deitos, coordenador geral das categorias de base do clube, e que pelo que se percebe assim de fora fazia um bom trabalho (o parceiro Francisco saberá avaliar melhor isso). Decidiu está decidido. Meira ordena, Meira manda; Duda obedece, Duda acata.

E assim vai a nau gremista.

Jamais pensei que escreveria essa frase: Luís Onofre Meira é o homem forte do Grêmio.

Meira disse que a saída se deve a uma necessida de estreitar a relação entre o profissionais e o amador.

Mas pode ser mais estreita, ainda?

A meu ver, ouvindo aqui e ali, me parece que Meira ser lançar seus tentáculos sobre a base gremista. Pelo jeito, Deitos era um estorvo, um obstáculo.

Como Meira tudo pode, removeu o transtorno, afastou a pedra do caminho.

Agora, sei que há uma reação forte de conselheiros. Alguém pode perguntar: o que é uma reação forte de conselheiros do Grêmio? Será equivalente ao movimento que tenta alijar Meira do futebol há anos?

Quanto mais Meira apanha, mais cresce, mais se fortalece.

Por que não dar logo a presidência para Meira? Ou será que ele não quer? Será melhor ficar no futebol, ainda mais com plenos poderes também na profícua base?
Saiu Rodrigo Caetano. Agora Deitos. Meira manda e desmanda.

Até quando?

domingo, 14 de março de 2010

O Santos e as conclusões apressadas

Parei para ver o festejado Santos de Neymar, Robinho e cia. Em poucos minutos, já fazia 2 a 0 no Palmeiras, que parecia um time de várzea, perdido, confuso, dominado.

O primeiro gol do Santos foi do Neymar, que encobriu o Marcos meio na sorte. A enfiada de bola do Paulo Henrique Ganso, sim, foi uma pintura.

Admiro os jogadores do último passe. Quando guri, em Lajeado, sempre gostei mais de jogar na meia, armando e dando gol de bandeja pros fominha por gol.

Sem falsa modéstia, eu jogava bem, tanto no futebol de salão (com aquela bola pequena e pesada) como no futebol de campo, o meu preferido.

Corta.

Eu já era repórter, Folha da Tarde, início dos anos 80. Acompanhava o Grêmio em Lajeado, jogo contra o Lajeadense. Estou na porta do hotel quando me aborda um rapaz, que não me parecia estranho.

- E aí Guinho (meu apelido naqueles tempos e na família ainda hoje), lembra de mim?

O que a gente diz numa hora dessa? Falei a verdade:

- Sei que te conheço, mas não me lembro de onde.

- Eu sou o Jorge, o Jorginho. A gente jogava junto na quadra do colégio Fernandes Vieira, no Castelinho, e no campo do Americano. Depois, joguei no Grêmio, fui junior, no tempo do Telê. Até joguei umas partidas no time principal, era centroavante.

- Ah, claro. Onde é que tu andas agora (ele devia ter uns 24 anos)?

- Parei, tive um problema de lesão, tive que parar. E tu, tá jogando aonde?

Congela a imagem. Corta para o presente.

Essa pergunta é a maior prova de que eu jogava muita bola. Pra ele, meu companheiro de time na juventude, pelo que eu jogava naquele tempo, eu só poderia estar jogando em algum time profissional.

Sempre que alguém pergunta se eu jogava bem, eu conto essa história. Tem uma outra, mas essa vocês não vão acreditar. Se insistirem eu conto outro dia.

Mas eu falava do Neymar (o link comigo não tem nenhuma indireta), e do Santos.
Já ouvi e li gente colocando o técnico Dorival Jr nas nuvens por causa desse time do Santos. Já vi gremista tremer só de pensar em enfrentar o Santos na Copa do Brasil. Bem, o Palmeiras conseguiu virar sobre esse festejado Santos. Neymar foi até expulso.

Isso faz do Santos um time ruim agora? Claro que não. O Santos é tão bom quanto qualquer outro. Tanto quanto o Palmeiras, o Inter, o Grêmio.

Foi isso que eu disse na quinta-feira no programa do Reche, na Ulbra TV. Não tem ninguém muito melhor. Está tudo muito parelho. Quanto ao Dorival, é mais um bom técnico, só isso.

EM TEMPO

O Inter ficou no empate com o Veranópolis. Mereceu vencer, mas perdeu gols demais. O Damião chegou a ser vaiado aqui na redação do CP. Ele que alguns queriam no lugar do Alecsandro. Há muita pressa em exaltar e apedrejar no futebol, principalmente por aqui no RS.

O fato é que o Inter terá que jogar mais para terminar em primeiro em seu grupo. O São José está ali,a pau a pau. Vence nos critérios. Agora, se apertar, o Inter vai com força máxima e acaba com a alegria do Zequinha. Se bem que o Argel está mordido com aquela goleada do ano passado.

NOS ACRÉSCIMOS I

Escrevo essas mal traçadas linhas no primeiro tempo do jogo do Grêmio. Maylson acabou de fazer 1 a 0. Gosto do Maylson. Ele não é brilhante em nada. Mas é um jogador médio, médio alto, em todos os quesitos. É um jogador moderno, sem firulas, mas aplicado e determinado. E isso faz dele um jogador especial.

NOS ACRESCIMOS II

Bem, terminado o jogo no Olímpico. Maylson acabou eleito o melhor em campo, merecidamente.
Agora, o Mithyuê entrou e iluminou o futebol confuso que o Grêmio vinha jogando. Em duas jogadas dele, sairam o segundo gol de Maylson, um presente do Jonas, e o do Fernando.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Abbondanzieri e o juiz trapalhão

Fico aqui pensando, entre um gole e outro de Patrícia, as uruguaias são boas, imaginária (estou no expediente aqui no CP e, como se sabe, não se deve beber em serviço), se o pênalti anulado ocorresse do lado equatoriano.

O goleiro do Deportivo correndo como um louco para convencer o bandeirinha, ou assistente, posicionado no campo oposto, que não havia sido pênalti. E que o juiz deveria voltar atrás em sua decisão.

A imprensa gaudéria estaria hoje discutindo esse episódio inusitado, raríssimo, de um juiz recuar depois de marcar pênalti. Recuar por pura pressão sobre um auxiliar.
Já vi decisões revogadas em lances em que o auxiliar assinala, ergue a bandeira para alertar o juiz.

Como o lance beneficiou um clube nosso (fosse o Grêmio penso que a imprensa reagiria da mesma forma e eu igualmente estaria aqui comentando o fato e estranhando tudo isso) ninguém fala sobre o assunto, aquilo que realmente interessa: o recuo de um juiz depois de forte pressão sobre seu auxiliar, que nada havia assinalado antes.

O poder de persuasão do Abbondanzieri é enorme. Imagino o Lauro, gritando em português, que não foi pênalti. Qual a chance de um auxiliar dar bola pra ele. Ah, e tinha também o técnico Fossati fazendo coro com o goleiro.

Não foi pênalti e o juiz acertou em recuar. Se isso acontecesse seguidamente seria ótimo. Muitas injustiças não aconteceriam. Mas nós sabemos que esse foi um lance absolutamente raro. E exatamente por isso deveria ser mais debatido, até porque cria uma espécie de jurisprudência.

Mas aqui se calam porque um clube nosso foi favorecido. Portanto, pra que falar dessas coisas?

TRAPALHÃO

O juiz colombiano José Buitrago, que apitou o empate por 1 a 1 entre Inter e Deportivo, já andou fazendo trapalhadas por aí. Numa rápida olhada no google descobri o jogo Palmeiras 0 x 1 Argentinos Jrs., pela Libertadores, em 22/10/2008.

Quem viu o jogo garante que num chute de Léo Lima a bola entrou, mas o juiz não marcou o gol. Mas o pior foi depois, no segundo tempo: um argentino colocou a mão na bola (ou a bola bateu na mão dele). Sabem que marcou o pênalti? um bandeirinha, não é nenhum desses de quinta-feira. Um tal de Rafael Rivas.

Diego Souza cobrou e fez a paradinha. O Buitrago (Bom de Trago?) anulou o gol e deu amarelo para o Diego. Na segunda cobrança, defesa do goleiro.No final, dois jogadores do Palmeiras expulsos.

Conclusão 1: é um mau juiz
conclusão 2: ele costuma ouvir os auxiliares

quarta-feira, 10 de março de 2010

RG decepciona seus bajuladores

A legião de bajuladores de Ronaldinho Gaúcho, entre eles 100% da torcida colorada que até hoje comemora o que os Assis Moreira fizeram com o Grêmio, hoje silencia.
Os 4 a 0 do Manchester sobre o Milan de RG e cia. abalou os fãs de RG mais do que qualquer terremoto.

Dunga, que vem sofrendo violenta pressão para convocar RG, poderá dormir o sono dos justos.

Por um tempo não vai ouvir o grito dos desesperados, daqueles que ainda acreditam que RG tem o brilho dos velhos tempos. Digo por um tempo porque eles não desistem.

Se Felipão tinha a 'família' na Copa de 2002, Dunga quer a 'Família, Tradição e Propriedade' na Copa da África. Na equipe dele não há lugar para que só consegue jogar quando está 'feliz' e/ou festeiros, pagodeiros, pipoqueiros e outros 'eiros'.

Mas e o Adriano? Um festeiro é possível controlar. Agora, dois já complica. Mesmo assim, Adriano terá que entrar na linha, nem que seja minimamente, pra ser chamado de novo.

Se RG for convocado será só por pressão da Nike.

Mas nós aqui do boteco estaremos vigilantes. Entre um chopp e outro, secando o RG. Nada pessoal, como dizia o velho Melchiades Stricher em suas andanças como setorista da ZH na Câmara de Vereadores, lá pelos anos 80.

CURIOSIDADE

O repórter Carlos Corrêa entra na redação com uma informação curiosa: o Inter vai jogar muitas vezes mais aos domingos que o Grêmio: 17 a 8. Qual será o critério para isso?

EM TEMPO

Pelo que li aqui no blog, meus companheiros de trago não gostaram da nova camisa gremista. Acho que fiquei sozinho nessa. Tenho culpa se meus parceiros têm mau gosto?

E o mais grave que isso se reflete também nas cervejas, pelo que percebi. A minha preferida é a Heinecken, taco a taco com a Serramalte. Mas não desgosto das outras, encaro feliz, ainda mais se for acompanhada de uma salsicha bock.

terça-feira, 9 de março de 2010

A bandeira de Walter

O destrambelhado Walter disse coisas importantes, e, para mim, surpreendentemente lúcidas em sua entrevista à rádio Gaúcha, domingo, reproduzida na ZH.

Ele tocou o dedo na ferida nessa relação do jogador cria da casa e do que vem de fora.

Não disse nada de novo, mas mostrou algo elogiável, a indignação diante dos privilégios que os jogadores contratados têm na relação com a gurizada.

Por exemplo: ele esperava ter mais oportunidade nesta temporada. Aí, quando veio o Kléber Pereira ele concluiu que continuaria na fila. Segundo ele, seria o sexto atacante.

Ele deve ter pensado: se não me valorizam aqui, melhor ir embora. É claro que algum empresário esperto se aproveitou dessa revolta de Walter, botou pilha nele. O resultado todos sabem.

Outro aspecto interessante: o técnico Fossati criticou o jogador logo depois do jogo contra o Emelec, no qual Walter entrou e salvou o time.

Fosse Walter um Edu, por exemplo, Fossati faria a crítica?

Jogador prata da casa, jovem, sempre é mais cobrado.

Quando um guri entra no time, muitas vezes porque não tem ninguém mais pra jogar, precisa dar uma resposta ótima, excelente. Já os 'talentos' importados recebem todas as chances, e mais um pouco.

É o caso de Joílson, que estava fora dos planos depois de ter fracassado, e de repente virou titular, inclusive jogando um Gre-Nal.

Fazem isso com um guri da casa?

A sequência de jogos tão necessária muitas vezes é sonegada aos jovens oriundos da base.

Penso que a revolta de Walter tem muito desse aspecto que envolve o guri querendo espaço, consciente de sua capacidade, mas que pela frente uma barreira quase intransponível, enquanto outros de futebol inferior são titulares ou estão sempre entre os principais do grupo. Edu é um exemplo disso.

Sem contar a questão salarial. Qualquer um que vem de outro clube ganha muito, mas muito mais, que um guri da base.

O Ferdinando, por exemplo, será que ele não ganha mais do que o Adilson?

O Renato Cajá chegou aqui ganhando 50 mil mensais. O Walter ganha 15 mil.
Então, meio sem querer e, claro, pensando apenas em sim mesmo, Walter levantou uma bandeira pela valorização dos jogadores formados em casa.

Não duvido que outros jovens assumam também essa bandeira e passem a cobrar mais fortemente melhores oportunidades e, pelo menos, igualdade de tratamento aos jogadores que vêm de fora.

QUESTÃO DE ORDEM

Só pra não deixar transitar em julgado. Tudo indica que as lesões musculares são mesmo resultado de uma preparação física inadequada. O Grêmio contratou o Paulo Paixão, mas ficou com o Anderson. Será que o Dunga aceitaria isso: não o Paulo, mas o Anderson?
Eu me lembro que o falecido Telê tinha um filho, o Renê. Imaginem: o clube contratando o Telê, mas levando o Renê. Não pode dar certo.

EM TEMPO

Abraço a todos e grato pelos cumprimentos. Tem um boi corneta na linha dizendo que eu fiz 60. Falta muito. Agora, o Chico Izidro é impressionante. Tinha 35 anos quando entrou no jornal, isso 15 anos atrás. Hoje, ele aplica que não chegou aos 40.
Sobre programa na TV é uma ideia boa, já pensei sobre isso, seria um programa sobre blogueiros e seus amigos. Falando de futebol e outras coisas. O problema é grana para alugar espaço. E eu sou péssimo vendedor.

domingo, 7 de março de 2010

Bruxismo no Olímpico e a genialidade de Andrezinho

O presidente Duda Kroeff não cansa de mandar recadinhos para o técnico Silas. Duda, como qualquer torcedor gremista, acha que o Grêmio pode jogar mais. O Porto Alegre tinha que ser amassado, segundo ele. E com razão.

O time da família Assis Moreira (toc-toc-toc) luta para não cair. Não poderia impor qualquer risco ao Grêmio. Era jogo para vencer com tranquilidade, sem sustos. Nem importa se era um misto do Grêmio.

Duda foi feliz: está faltando alguma coisa no meio de campo, disse ele, acrescentando que essa é uma opinião de leigo. Duda é tão leigo quanto eu, quanto a galera aqui do boteco, quanto o Silas.

Todo mundo já viu o Grêmio tem problema no sistema defensivo, que começa no ataque, passa pelo miolo e explode na zaga. Já escrevi aqui que não adianta colocar os dois melhores zagueiros do planeta com Ferdinando e Fábio Rochemback na frente da área. Se existem furos contra equipes fracas, imaginem como será contra um Santos pela Copa do Brasil.

Sábado, Ferdinando jogou todo o tempo. Não pode. Chega de bruxismo no Olímpico. Vira e mexe aparece um técnico no Grêmio com seus preferidos, os de confiança. Confiança de quem? O jogador precisa ter a confiança da torcida. Não é o caso do Ferdinando.

Silas uma hora terá de decidir: ou o Grêmio ou Ferdinando.

Ou o Duda vai decidir por ele.

GENIALIDADE

Neste domingo, o Inter penou em Ijuí. O time parecia mais preocupado com o mosquito da dengue do que com o adversário. O São Luiz perdeu por 1 a 0, mas foi um placar injusto. O time criou mais oportunidades de gol do que o Inter.

Mas na hora H o que diferencia é a qualidade do time grande. Andrezinho deu um corta luz, se contorceu todo para a bola passar por ele e cair mansa nos pés do Eltinho, que fuzilou. Metade do gol foi do Andrezinho, que foi genial.

Foi uma vitória importante. Com isso, o time se encaminha para terminar em primeiro e ainda brigar pelo título do turno.

CAMISA

Eu que dei pau na camisa do ano passado agora só tenho elogios. Sei de gente que não gostou, mas eu gostei. Ficou muito bonita. Gostei que destaca o azul. Aliás, tem gente que não gostou justamente porque tem azul demais na camisa.

O pessoal do marketing dessa vez acertou. O placar agora está em 1 a 1. O desempate fica para 2011.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O efeito Adriano

Atacante titular da Seleção Brasileira no último amistoso antes da Copa do Mundo, Adriano está se comportando com um mau profissional. Não treina há nove dias na Gávea.

Jogou contra o Universidad Católica dia 24, recebeu dois dias de folga - porque ninguém é de ferro, não é? -, se apresentou ao técnico Dunga, jogou contra a Irlanda e até ontem não tinha dado o sinal da graça no seu clube, que é quem sustenta essa vida mansa. Hoje, ele desfalca o time pela terceira vez consecutiva.

Apesar de tudo isso, treinando quando quer, Adriano tem ótimo aproveitamento: seis jogos, seis gols. O mais grave disso é que Adriano, ídolo de muita gente, começa a fazer escola. Walter é um exemplo. Tem contrato assinado, deveres a cumprir, mas acha que só tem direitos.

Ao contrário de Adriano, Walter ainda não amealhou fortuna. Precisa batalhar muito. Aí, talvez um dia, possa fazer como Adriano: treinar e jogar quando quiser, sem medo de ficar na miséria.

EM TEMPO

Sempre acreditei que o técnico Dunga considera muito o caráter e a conduta extra-campo de seus convocados. Por isso, não duvido que Adriano seja chamado para uma conversinha com o treinador da Seleção. Adriano em forma, nem precisa estar 100%, tem condições de ser titular do Brasil. Dunga tem sido tolerante com ele porque Adriano é sua melhor opção para Luís Fabiano.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Grêmio e Inter arrancam bem

O Grêmio teve um começo arrasador, com Maylson fazendo 1 a 0 com muita categoria após um belo passe de Jonas. Depois, o que se viu foi o Avenida partindo para cima. Deu espaço, e o estreante Edílson aproveitou, invadindo a área e batendo forte, cruzado. (No final, Edilson ainda cruzou na medida para Jonas fazer 3 a 1.)

Quando se desenhava a goleada, o lanterna do Gauchão reagiu. Victor fez três grandes defesas, mostrando que o sistema defensivo tricolor continua frágil. Após muita insistência Fábio Pinho descontou com um golaço. Um chute violento, indefensável.

O Grêmio não jogou com seu time titular, e isso pode servir de atenuante para as dificuldades encontradas. Entre os “reservas” havia Adilson e Willian Magrão, titulares para nove entre dez gremistas. A desfalque mesmo é Borges, porque William, talvez por falta de ritmo, voltou a jogar um futebol apenas discreto.

INTER

O Inter pegou um adversário frágil pela frente e fez o que deveria ser uma rotina nessa situação: aplicou uma goleada. Mais do que isso, o Inter não deixou o Santa Cruz esboçar reação, controlou o meio de campo, esteve firme atrás e foi eficiente nas finalizações.

No primeiro tempo, faltou mais velocidade na execução das jogadas e melhor qualidade no passe final. No segundo, quando Mazaropi avançou um pouco mais seu time na delirante esperança de reação, o Inter foi soberano, e os gols fluiram ao natural. Para completar, o técnico Jorge Fossati deu sinais de flexibilidade em relação ao esquema com três zagueiros. Talvez ele não seja tão radical em sua preferência pelo 3-5-3, o que já é algo para ser comemorado.

Alguns colorados manifestaram estranheza pelo fato de ele enfrentar o modesto Santa Cruz com três zagueiros, mas é preciso treinar e testar essa estrutura de equipe. No final, o Inter tinha em campo o 4-4-2, com Índio e Sorondo na zaga, e Bolívar e Juan nas laterais.

OS HERMANOS

A Argentina bateu a Alemanha por 1 a 0 (gol de Higuaín, foto) em Munique. Os alemães estavam invictos há dez jogos. Está certo que a Alemanha já não é a mesma, mas o Brasil também já não é o mesmo. Idem a Argentina. Está tudo muito nivelado.

Há quem destaque a Espanha, mas tenho lá minhas dúvidas. A vitória da Argentina mostra que os nossos vizinhos não estão tão mal quanto faziam parecer. O contestado Maradona estava eufórico. “Mostramos contra uma grande equipe que estamos vivos”, desabafou. Sim, a Argentina está viva para o Mundial.

terça-feira, 2 de março de 2010

Michel Bastos, Dunga e outros menos votados

De trajetória discreta pelo Figueirense, Atlético Paranaense e Grêmio, onde não deixou saudade, Michel Bastos é a prova de que no futebol - como na vida, acrescentaria, sabiamente, o filósofo Paulo Autuori - nada é definitivo.

Com perseverança e muito trabalho sempre é possível atingir objetivos aparentemente impossíveis. O pelotense Michel Bastos, 26 anos, penou, mas hoje é um jogador reconhecido e, pelo jeito, titular da lateral-esquerda na Seleção. Com justiça.

TREM LOTADO

Na entrevista coletiva de ontem o técnico Dunga deixou muito claro qual o seu principal critério na hora escolher os jogadores da Seleção. “Comprometimento forte com a equipe”, afirmou, referindo-se a Robinho, titularísssimo do seu time desde a Copa América, da qual alguns medalhões se recusaram a participar.

A frase vale para todos aqueles que já carimbaram seu passaporte para a África do Sul. É isso, Dunga quer uma equipe comprometida, aplicada, que não troque o trabalho por noitadas.

Não foi de graça que ele destacou que nesses três anos e meio conseguiu recuperar a imagem da Seleção, abalada desde a última Copa do Mundo.

Na equipe de Dunga, não basta ser craque, tem que participar. Aparentemente, o grupo que irá disputar a Copa está completo.

Aqueles que torcem por Ronaldinho Gaúcho, podem perder a esperança: Dunga não vai chamar quem teve quatro anos para mostrar “comprometimento” e só agora, às vésperas da Copa, começa a jogar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O caso Walter

Qualquer pessoa medianamente inteligente que tenha conversado por alguns poucos minutos com Walter percebe que se trata de uma pessoa com dificuldade de compreensão de algumas coisas. Ele joga futebol. Ponto.

Saindo dos gramados, seus problemas afloram. Tem dificuldade para se exprimir e até para controlar o peso. Por outro lado, mostra um profissionalismo exacerbado quando o assunto é dinheiro.

Agora, por exemplo, ele bate pé e exige um aumento condizente com aquela jogada que deu origem ao gol de Alecsandro contra o Emelec.

Em outras palavras, Walter está cansado de conviver em desvantagem em ambiente em que grifes e carrões permeiam a maioria das conversas. Está cansado de ganhar “só” R$ 15 mil mensais em um vestiário onde são raros os titulares que ganham menos do que R$ 150 mil.

É equivocada sua maneira de manifestar revolta e indignação, mas, como se percebe, Walter só se expressa realmente bem com a bola nos pés.


O gremistão e o café reforçado

O novo zagueiro do Grêmio não tem uma trajetória que possa fazer o torcedor ter grandes expectativas. A não ser a experiência (28 anos), a altura (1,90) e o fato de ter trabalhado com Silas no Avaí, não há nada indicando que Ozeia seja melhor que alguns jovens da base. É uma aposta.

Em sua apresentação ontem, esse gaúcho de Nonoai demonstrou sinceridade ao afirmar que realizava um sonho. “Minha vinda é por ser gaúcho e gremista”, garantiu, feliz. A julgar pelo porte atlético, seu café da manhã deve ser muito mais reforçado que o de Mário Fernandes.