terça-feira, 23 de março de 2010

O fim da 'economia interna' no Grêmio e a desfeita irreparável ao presidente Dourado

O decano Paulo Moura, editor de esporte amador, anda muito rabugento. Também, são mais de 50 anos em redação em jornal.

Gremista enrustido. Não cansa de repetir: "Quando eu era setorista do Grêmio (década de 60), o Petry (Rudy Petry, grande dirigente gremista) dizia para todos que sabia a 'cor' de cada repórter, menos a minha".

Atualmente, ele dá umas escorregadas e mostra seu gremismo, o que ele continua negando, apesar disso. "Sou imparcial", afirma, mas ninguém mais acredita.

Pois hoje ele entrou na redação, agora às 19h, já reclamando: "Como esse pessoal gosta de falar das finanças do Grêmio. E as do Inter? Se tivesse tudo bem lá eles não venderiam o Sandro".

Não é coisa de 'imprensa vermelha', como muitos podem imaginar.

É coisa de dirigente que esqueceu o mantra criado pelo Petry (o mesmo referido acima) na década de 60:

- Isso é assunto de economia interna.

É com essa frase que Petry escapava de determinadas perguntas, principalmente quando envolvia dinheiro. Por muitos anos, a lição do velho dirigente foi seguida à risca.

Enquanto no Inter, tudo era escancarado por algum dirigente 'barriga fria' (boca-grande) querendo fazer média com algum jornalista, no Grêmio as coisas ficavam restritas ao consumo interno.

Hoje, inverteu. O Inter se fecha (nem sempre consegue), e o Grêmio se abre mais que sanfona em baile no Interior. É uma lavanderia de roupa suja.

Tudo começou com a saída de Deitos do futebol amador.

A imprensa faz a sua parte: quer saber o que aconteceu. Até porque não é comum um dirigente competente ser afastado assim justamente quando a gurizada começa a ocupar o lugar dos medalhões.

Então, se há 'culpados' de a vida financeira do Grêmio vir a público, esses são os dirigentes e seus agregados, aqueles que ficam no entorno, os chamados aspones.

Agora, é bom que a torcida gremista saiba o que está acontecendo. Dinheiro demais posto fora em contratações duvidosas. Herrera, por exemplo. Já havia fracassado aqui e voltou. Ortemann, por que? Fábio Rochemback?

Alguém saiu a campo para investigar a situação do FR, como ele estava jogando na Europa, para avaliar se valia a pena investir tanto num volante (Maylson já estava por aqui).

Ortemann e FR foram contratados pelo que jogavam, não pelo que jogam. Quem se responsabiliza?

E tem muitos outros exemplos.

São dirigentes que preferem gastar o dinheiro que não é deles em vez de investir nos jovens criados na base. A esses que vêm de fora, todas as oportunidades. Aos da casa, chances escassas e cobrança de resultado imediato.

Maylson pedia passagem desde 2008. À sua frente, porém, sempre um ou outro vindo de fora, alguns até improvisados. Foi só o guri ter uma sequencia, que não é tão longa, para mostrar seu futebol.

Mas os dirigentes de um modo geral custam a olhar para os jovens da casa. Preferem buscar fora. Por que?

SAIDEIRA

Na festa pelos 80 anos de HÉLIO DOURADO, dia 19, nenhum dirigente atual do Grêmio compareceu. Li isso só agora no blog do movimento Gremio acima de tudo. Lamentável.

Estava lá, entre tantos outros, o presidente do CD, o Raul Régis, um cavalheiro, um grande gremista, grande dirigente.

Parece que o ex-presidente Fábio Koff também não foi. Em compensação, foram mais de 200 gremistas. Todas as correntes do clube estavam representadas.

Pena a ausência do presidente Duda.

Dourado merece mais atenção por tudo o que fez.

No Inter, Dallegrave foi reverenciado até os últimos dias.

2 comentários:

  1. Ilgo,
    Orteman não foi ideia nem responsabilidade dessa direção, vem lá do Odone.
    Sempre vão errar em contratações, todo clube erra, vide Gil, Edu, Kleber Pereira contratados pela unanimidade Fernando "DVD" Carvalho.
    Se não contrata jogadores bons, aí são criticados porque o time é fraco. Se contratam, são criticados porque gastam demais.
    Mas em linhas gerais, concordo contigo. Não podemos gastar tanto com alguns jogadores que não dão nenhum resultado. Minha crítica é pontual e tb contra a pegação no pé generalizada dessa direção.

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  2. Claudio, realmente é preciso arriscar. Mas acho que antes de fechar negócio é preciso ver se não tem coisa igual ou melhor em casa, e também avaliar direitinho a ficha do cara em vista.
    Muitas vezes os dirigentes não fazem isso. Por que?

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