terça-feira, 29 de setembro de 2009

Perguntas, apenas perguntas

Não sou muito ligado em estatísticas e em projeções matemáticas sobre quem vai ser campeão ou será rebaixado. Por isso, levei um susto quando ouvi que o Santo André tem melhor aproveitamento que o Grêmio em jogos fora de casa.

O time de vovôs ganhou uns cinco pontos a mais que o Grêmio, que ainda ostenta o 'título' de vice-campeão brasileiro de 2008.

Aí eu me pergunto, como uma equipe com jogadores experientes, de qualidade acima da média, fracassa tanto fora de seu estádio, longe do calor de sua torcida?

E mais, eu pergunto, de que adianta pagar alto salário a um treinador que não consegue fazer seu time ter um rendimento superior ao do modesto Santo André?

E pergunto ainda mais: um treinador médio, que ainda não deu um salto na carreira (por exemplo, o Bonamigo) ou um que recém começa a mostrar serviço (Gilmar Iser, por exemplo), faria pior que o Paulo Autuori?

Afinal, qual o mérito de um treinador que só consegue vencer com a torcida ao lado, junto, apoiando, metendo pilha nos jogadores?

Por fim, como é que um clube com tantas dívidas (está pedalando até hoje a dívida com Zinho e outros) pode pagar tanto para um treinador, quando se sabe - e os próprios técnicos exaltam isso - que quem ganha jogo são os jogadores?

É uma pena que lições do passado não tenham sido aprendidas pelos gestores do futebol gremista, que contribuiram fortemente para perder a Libertadores só para esperar o técnico milagroso, e caro.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Seleção e mulatas em Honduras

O ministro Jobim descartou hoje o envio do exército para proteger a embaixada brasileira em Honduras. Ufa, que alívio...

O governo brasileiro entrou numa briga que não lhe dizia respeito, e agora não sabe como sair dela. Busca apoio em tudo que é lado.

É como o cara que tenta apartar briga de marido e mulher. Acaba sobrando pra ele.

Tenho uma sugestão: quem sabe a eficiente equipe diplomática do País não marca um jogo da seleção brasileira em Honduras, com Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo 'fofão', como fez no Haiti?

Para completar, uma carnaval de rua em frente à embaixada, com muita mulata rebolando ao som de pandeiros e tamborins.

Poderia ser até uma escola de samba completa.

De quebra, aquelas mulheres frutas. Elas cantariam clássicos da música brasileira, como a eguinha pocotó. Não poderia faltar, claro, a dança da garrafa.

Depois, sairiam todos, como no final daquele filme, Dona Flor e seus Dois maridos, abraçados, felizes, tomando as ruas de Tegucigalpa, com o presidente Lula e o Manuel Zelaya à frente.

Assim, nesse clima de carnaval e futebol, com baforadas de charuto cubano, tudo terminaria em paz, com muito samba, suor e cerveja.

Se não for assim, não sei como Brasil vai sair dessa enrascada diplomática.

domingo, 27 de setembro de 2009

Autuori e Tite erram e jogam agora só pelo G-4

Poucas vezes neste ano o Grêmio teve um jogo tão na mão para vencer como esse de hoje no Serra Dourada, estádio que provoca calafrios nos gremistas, e também nos colorados.

O Goiás jogou e deixou jogar, com a mesma intensidade. Foi para cima do Grêmio e deu espaço para o contra-ataque. Em momento algum apelou para a violência. Não contei, mas imagino que tenha sido o jogo com menor número de faltas no campeonato até agora.

O Grêmio largou na frente, exatamente num contra-ataque, depois que o Goiás havia criado uma grande chance de gol. Jonas enfiou para Souza, que driblou o goleiro e só não entrou com bola e tudo porque teve humildade’, como cantava Jorge Bem. Eu sei que é com ‘n’, mas o computador insiste no ‘m’.

Depois, o Grêmio teve chance de ampliar. Perdeu as chances e o Goiás voltou a crescer. Incrivelmente, o lateral Júlio César (o jogador campeão em assistência para gol no campeonato passado) jogou livre todo o primeiro tempo. Assim, não foi surpresa quando ele, marcado à distância pelo Thiego) cruzou com carinho para Léo Lima empatar.

Eu pensei que treinador é para corrigir essas coisas. Se tem alguém perigoso, deve merecer mais atenção. Bem, pode ser que Autuori não tenha visto, o que é duro de acreditar, ou que Thiego tenha sido incompetente na marcação. O fato é que Júlio César jogou livre quase todo o tempo.

No segundo tempo, Iarley infernizou. O baixinho jogou muita bola. Foi dele a jogada que resultou no gol de Felipe, que recém havia substituído Fernandão, de atuação apagada. Thiego foi cortar e deu o passe para o atacante fuzilar Victor.

O Mário Fernandes estava no banco, e ali permaneceu olhando o Thiego.

Agora, a coisa complicou quando Tcheco saiu e entrou Túlio. O que é pior? A saída do capitão ou a entrada de Túlio? O Goiás, que estava satisfeito com o empate, se agigantou. O meio-campo do Grêmio não ganhou consistência com Túlio, como era de se esperar, e perdeu em qualidade na articulação.

A gota d’água foi a entrada de Herrera. No lugar de quem? Jonas, claro. Estou convencido de que Autuori não gosta de Jonas. Ele agüenta Jonas porque ele está fazendo gol. Mas na primeira chance ele vai tirar o goleador e colocar a dupla ‘bate-cabeça’, os trombadinhas argentinos, como fez hoje. E deu no que deu.

Havia quem acreditasse que o Grêmio ainda poderia brigar pelo título do Brasileiro. É melhor se preparar para festejar se o time entrar no G-4, o que considero muito difícil. Vaga na Libertadores é o máximo que o time pode atingir. O máximo.

O Inter também deve se preocupar apenas em garantir uma vaga no G-4. O empate no campo encharcado afogou as esperanças coloradas. Tite foi vaiado por tirar Taison e Andrezinho. Vaias justas, merecidas.

A torcida colorada ao menos mostra indignação e vaia seu técnico.

O Palmeiras, que penou para vencer o Atlético Paranaense, em casa, se distanciou de seus perseguidores. O São Paulo parou no Corinthians.

O título da minha coluna anterior segue muito atual.

O Palmeiras é o novo campeão brasileiro. Tem time, treinador e 'influência política'.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Palmeiras campeão!

O Palmeiras é o campeão brasileiro de 2009.

Não tenho como ser mais claro, mais explícito. Mais explícito que isso só o sexyhot.

Depois da vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, com o sr. Evandro Roman sonegando pelo menos um pênalti legítimo e dois altamente suspeitos a favor do time mineiro, não tenho mais nenhuma dúvida que Muricy Ramalho vai festejar mais um título.

O Palmeiras, além da simpatia da arbitragem, tem um bom time. Quando Vágner Love foi contratado eu escrevi que o Palmeiras assumia o favoritismo na corrida ao título.

Numa comparação, o Inter perdeu o favoritismo quando vendeu Nilmar. E o São Paulo vai remar, mas também não chega. A não ser que os ventos dos apitos voltem a soprar a seu favor, como aconteceu no último Brasileirão.

Não que a arbitragem seja desonesta, mas é uma questão de simpatia com os times paulistas. É isso, os paulistas são mais simpáticos. Não sabem fazer churrasco e seu trânsito é infernal, mas são mais simpáticos, e, além disso, têm mais dinheiro. São a locomotiva do Brasil.

Os mineiros estão descobrindo isso. Os colorados se deram conta em 2005, naquela decisão contra o Corinthians. Ontem e hoje, dirigentes do Cruzeiro criticaram o comando da arbitragem, o Sérgio Corrêa.

Na semana passada, o referido cidadão (um bandeirinha que anulou gol legítimo de Jardel contra o Palmeiras numa Copa do Brasil) foi colocado sob suspeição pela direção do Ceará depois daquele gol com a mão a favor do Paraná, mas que beneficiou diretamente clubes paulistas que lutam para subir à série A, como o São Caetano, que joga hoje. Olho no apito.

Foi dito (sem desmentido) que Sérgio Corrêa dá expediente toda sexta-feira na federação paulista. Não é ilegal, mas está longe de ser ético, e serve para reforçar suspeições.

Já o Roman, árbitro que admiro, me surpreendeu. Certa vez ele marcou três pênaltis (legítimos) a favor do Grêmio numa partida contra o Figueirense. Foi punido pela CBF. Afinal, onde já se viu marcar três pênaltis num só jogo, mesmo que tenham ocorrido?

Agora, fina ironia, ele é punido por deixar de marcar três supostos pênaltis.

E assim vai o futebol brasileiro, percorrendo caminhos sombrios, com mistérios insondáveis com certas cabeças que governam este País.

Tite perdeu o rumo

O que mantém um treinador são os resultados. Venceu, tá dentro. Perdeu, é expelido, ejetado, deletado, mesmo que a culpa maior nem seja dele, muito mais dos dirigentes, dos jogadores, etc.

O que ajuda um treinador a se manter, mesmo em situações mais adversas, são as suas convicções.

Tite perdeu as suas. Está, portanto, a um passo do abismo. É claro que contribui para isso o desmantelamento da equipe, causado pela direção que não pode ver um cifrão acenando do outro lado do Atlântico.

A perca (como dizia o Lula antes de dar aula de português para o Genro) de Magrão foi a gota d’água. Bah, mas Magrão não é tudo isso, alguém irá dizer. Admito, mas com Magrão o Inter sempre teve mais consistência, força e indignação no meio-campo. Questão de bola e temperamento. Magraão teve uma fase ruim e até foi afastado, isso há menos de dois meses. Voltou a mil e o Inter acumulou três vitórias seguidas, resultados que o mantém no grupo de cima da tabela. Ele saiu, voltou Sandro (que é bom tecnicamente, mas marca mal e não tem a garra do Magrão, menos ainda do Guinazu), e o time desandou de novo.

Nem vou lembrar o Nilmar, com quem D’Alessandro chegou a virar craque.

Diante dessas mudanças no grupo, mudanças para pior, Tite se perdeu. O pastor já não consegue agrupar as ovelhinhas.

Revi ontem o Universidad do Chile. Imaginei uma vitória tranqüila do Inter, porque o Universidad levou um banho de bola do Grêmio há uns quatro meses, no Olímpico. Saiu com um empate, mas poderia ter levado uns cinco ou seis que não seria injustiça. Depois, o Grêmio ainda o venceu no Chile.

O Universidad é um daqueles times ‘fracos’ que o Grêmio enfrentou na Libertadores. Ou esse time fraco é hoje base da seleção chilena, ou nunca foi tão fraco, ou o Inter realmente está descendo a ladeira.

O fato é que Tite, em razão de suas últimas decisões nos jogos, está perdendo o rumo. Ele se atrapalha na hora de substituir, se deixa influenciar pela torcida. Já não sabe qual esquema escalar. Ontem, começou com três zagueiros, depois passou para o 4-4-2. O 3-5-2 deu certo em alguns jogos, aliás em todos que o Inter jogou neste ano. Bem, neles sempre esteve o Magrão. Coincidência? Pode ser. Sem Magrão, o esquema de sucesso e o preferido do Tite, desandou.

Uma vitória sobre o Flamengo, domingo, pode ajeitar a sala, mas a casa continuará desarrumada.

Tudo isso para dizer que larguei o Tite, a quem sempre defendi.

Minha decisão é influenciada também pelo mesmo motivo que combati o Mano Menezes e o Celso Roth: os treinos com portões fechados. Soube que ele faz todos, todos os coletivos com portões fechados. Que faça isso eventualmente, tudo bem, mas impedir o acesso da imprensa e da torcida (em especial o pessoal que vem do Interior conhecer o Beira-Rio) sempre, aí já é demais.

É coisa de técnico que não quer expor as suas limitações. Vale para o Mano, o Celso e também para o Tite.

EM TEMPO

Até que enfim a direção gremista se tocou que Jadilson, Joilson e Makelelê só estavam atrapalhando, bloqueando a ascensão da gurizada do Olímpico. Demorou e custou caro ao clube e à torcida. Alertei sobre eles há muito tempo. Tem gente que demora a ver as coisas. Mas antes tarde do que nunca.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Liberdade, Cuba e invencibilidade

Já estão prendendo blogueiro. Quem é contra o sistema acaba na cadeia.

Calma, ainda não chegou aqui. Ainda. Estou me referindo ao paraíso da liberdade, Cuba. A organização Repórteres Sem Fronteiras denunciou na semana passada a detenção de um blogueiro e de um diretor de jornal cubano. Luis Felipe González Rojas e Yosvany Anzardo Hernández foram detidos e agredidos no dia 10 de setembro.

O blogueiro já foi libertado. Mas o diretor do jornal segue na cadeia, e não estava conseguindo se comunicar com a família. Hoje, segundo a RSF, 26 jornalistas estão presos em Cuba.

O interessante é que ainda tem jornalista por estas bandas que não perde oportunidade de saudar o regime do imortal Fidel. Considerando que a liberdade (de imprensa) é requisito fundamental para exercício do jornalismo, esses ‘colegas’ estão no mínimo na profissão errada.

Ah, mas aqui eles podem se expressar livremente. Até para defender regimes totalitários que prendem jornalistas...

É por essas e outras que eu prefiro falar de futebol.

Ontem, o colega Rafael Peruzzo, que está fazendo o setor do Grêmio na ausência do Carlos Corrêa e que se revelou um pé quente de primeira (5 a 1 na sua estreia), me perguntou de chofre, um tiro à queima roupa:

- O Grêmio perdeu para o Cruzeiro no Olímpico. Isso significa que foi quebrada a invencibilidade em casa?

Respondi sem pestanejar (estou usando umas expressões do tempo em que o Paulo Moura começou no jornalismo):

- Não, o Grêmio segue invicto.

Mas vai daqui, vai dali, acabei ficando em dúvida. Afinal, o time B vestia a camisa do Grêmio, defendia a instituição num campeonato oficial, então, era o Grêmio. Portanto, a o Cruzeirinho do meu amigo Ernani Campello quebrou a série de 32 jogos (mais de um ano) sem derrota no Olímpico.

Agora, isso é para fins de estatística. O fato é que o que interessa é o time titular. E este continua invicto, sim (esta é para imitar o estilo petista de falar, pois eles gostam de colocar o sim, faz parte das ‘ações afirmativas’, no meio das frases, podem observar).

A rigor, o Grêmio perdeu a invencibilidade. A rigor, se o Grêmio for campeão da Copa Dallegrave, com seu time B, terá conquistado um título em 2009. Mas alguém vai festejar esse título? Vai entrar para a contabilidade no fechamento do ano? Não.

A questão é polêmica, mas aqui entre nós não leva a nada. Assim como não tem grande importância o fato de o time ter aplicado mais de uma dezena de goleadas no Olímpico. O que importa no final das contas é saber quantos títulos conquistou. E o único título que o Grêmio ainda pode ganhar na temporada é o da Copa Dallegrave. Se bem que vaga na Copa Libertadores já é considerada título por uns e outros, principalmente por dirigentes que buscam amenizar os seus fracassos.

Aí vale tudo, até campeonato de peteca.

EM TEMPO

Mas o que houve com o festejado time B do Grêmio, que conta com alguns jogadores muito bons? Entre eles, o Maicon e o Bruno Renan. Preocupante. Talvez o botequeiro Francisco, que sabe tudo sobre a base gremista, possa explicar.

domingo, 20 de setembro de 2009

Nova goleada no Olímpico e suspeitas na série B

Pela primeira vez aplaudo o Paulo Autuori. Gostei de sua reação forte para impedir que Jonas cobrasse o pênalti. O jogo estava 1 a 0 e, independente do adversário, ainda era de risco. O pessoal em campo fez que não percebeu o técnico gesticulando e gritando à beira do campo, exigindo que Tcheco, o cobrador oficial, batesse o pênalti. Jonas, ansioso para ser goleador do campeonato, que esperasse nova oportunidade.

Foi uma irresponsabilidade dos jogadores, principalmente do Jonas. Se o jogo estivesse definido, tudo bem, que cobrasse. Não era o caso. Portanto, Autuori fez a sua parte. Com certeza esse tipo de coisa não se repetirá. Insubordinação não.
Por castigo, Jonas errou. O juiz mandou repetir a cobrança. O goleiro se adiantou realmente, como muitos se adiantam e não acontece nada. Mas quando o time está na situação de penúria, tudo se volta contra ele. O Fluminense está vivendo esse momento em que nada dá certo. A queda é inevitável.

O Grêmio goleou por 5 a 1. Mais uma goleada no Olímpico. Foi um placar elástico, justo pelo que aconteceu na partida. Mas o time não jogou tão bem, como parece indicar o resultado. A realidade é que o Fluminense contribuiu fortemente para a goleada. A começar pelo seu começo marcado por infortúnios típicos de quem está caindo. Porta aberta, escancarada, tudo ficou muito fácil, até mais fácil do que se poderia imaginar.

Jonas, finalmente, com a sequencia de jogos que lhe foi sonegada desde sua contratação há uns dois anos, está cada vez mais confiante e seguro, o que é fundamental para quem chega na cara do goleiro, com a obrigação de fazer o gol.

Durante muito tempo escrevi aqui que Jonas precisava apenas disso: confiança. Só não precisa abusar e se atravessar no caminho do cobrador de pênaltis da equipe. Ansioso para marcar, Jonas atingiu seu objetivo no finalzinho. E fez um belo gol, mostrando uma de suas virtudes, o drible.

Em lance semelhante, o Herrera perdeu o duelo com o goleiro. Jonas chegou a chorar na comemoração, comprovando o peso que trazia nos ombros. É importante que alguém no clube converse com ele para que entre mais tranquilo em campo, sem a obsessão de marcar e ser goleador do campeonato.

O Grêmio está cada vez mais próximo do G-4. Há umas duas semanas escrevi que o adversário direto pela última vaga era o Goiás. Pois bem, domingo, no Serra Dourada, tem Fernandão, Iarley e cia. Eles detonaram o Corinthians ontem. Jogo decisivo em Goiânia.

Agora, com os times da ponta patinando, até dá pra sonhar em brigar pelo título, mostrando que realmente há um equilíbrio técnico muito grande no campeonato.

EM TEMPO

Escândalo é a palavra que define o gol de mão feito pelo Paraná contra o Ceará, sábado. Mesmo com a derrota, o Ceará está no G-4 para subir para a série A. Encostadinho nele, um clube paulista, o São Caetano. A direção do Ceará denuncia complô para favorecer os times de SP. "Toda a sexta-feira o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sergio Correa da Silva, dá expediente na Federação Paulista de Futebol e temos clubes paulistas como Guarani, Portuguesa, Ponte Preta e Sao Caetano brigando pelo acesso a Serie A", diz um dirigente.

O árbitro (?) alagoano Charles Hebert Cavalcante Ferreira foi punido com três meses. Ele não viu a mão escandalosa e ainda por cima, o que é mais grave, não atendeu à marcação do seu auxiliar. Estranho. Muito estranho. Paira no ar um cheiro de podridão na série B.

sábado, 19 de setembro de 2009

Frustração no Barradão

O Inter mais uma vez foi frustrante para o seu torcedor. Não tanto quanto na derrota para o Cruzeiro em pleno Beira-Rio, mas o time voltou a patinar no campeonato no momento em que poderia avançar e assumir a liderança momentaneamente.

Perder para o Vitória no Barradão não chega a ser anormal, o Palmeiras que o diga. O problema é perder na atual circunstância. Menos mal que o time baiano é justo: bateu o Palmeiras também, o que equilibra as coisas.

O primeiro tempo do Inter foi bom. O goleiro Viafara fez grandes defesas. Lauro não chegou a ser muito exigido, mas os baianos levaram perigo. Por justiça, o Inter poderia ter feito um gol. Agora, houve pênalti sobre Ramon.

No segundo tempo, o time colorado caiu de rendimento. O Vitória cresceu. Leandro Domingues, Ramon, Neto Berola (um ótimo atacante) e Apodi deram um calor no Inter.

No primeiro gol, Sandro deixou Uéliton livre para cabecear. Levou um esporro de Guinazu logo após o lance. Há algum tempo escrevi que Sandro é mau marcador, chega tarde nas jogadas, faz falta em excesso. Quase fui linchado por um botequeiro. Mas o fato é que o time levou cinco gols em dois jogos na volta de Sandro. Magrão vai fazer muita falta a esse time.

Os dois meias colorados ficaram devendo, e isso é preciso deixar muito claro. Andrezinho e D'Ale não conseguiram render o que sabem.

Até o técnico Tite deu sua contribuição negativa: essa de colocar o Vágner Libano não tem explicação. Se esse rapaz é solução para reverter um jogo, é sinal de que o grupo colorado não tão qualificado quanto se pensava.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Zebra solta

O Grêmio é o maior favorito da rodada do Brasileirão. Ao lado dele o São Paulo, que enfrenta o Santo André. Os sites de apostas estão pagando bem pela zebra, vitória do Fluminense no Olímpico ou do Santo André. No mais, todos os jogos são complicados. Tudo pode acontecer.

Nunca acreditei em jogo jogado. Os resultados surpreendentes acontecem com mais frequencia do que as viagens do Lula pelo País (sempre ao lado da dona Dilma, claro) e pelo exterior, aí com a dona Marisa, a que entra muda e sai calada.

O Grêmio é o favorito. Mas só se for aquele do primeiro tempo contra o Náutico, em Recife. Se for o do segundo tempo, o jogo será de alto risco. Esse Grêmio irregular e instável de Paulo Autuori, que agora parece estar definindo uma equipe sem maiores invenções, não é confiável.

O fato de jogar em casa vai pesar também. No Olímpico, o Grêmio não perde há mais de um ano. Levou alguns sustos, mas segue invicto quando tem o apoio de sua torcida. Mesmo assim, fico com um pé atrás.

O Fluminense vem aí com uma retranca típica dos times do Interior gaúcho até os anos 80, nos enfrentamentos contra Grêmio e Inter em Porto Alegre. Ficava todo mundo dentro da grande área dando chutão pra frente (estou exagerando, claro). Portanto, não será um jogo fácil.

De uma coisa eu tenho certeza: a zebra mais uma vez vai aprontar no Brasileirão. Todo cuidado é pouco.

Dizem por aí...

... que o técnico Celso Roth se encaminha para o seu sexto fracasso na temporada. O mais recente foi a eliminação na sul-americana, quarta-feira, contra o Goiás do Hélio dos Anjos, aquele que não aceita trabalhar com jogador homossexual.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Na toca do inimigo: uma visita ao jornal Olé


O taxi parou em frente ao prédio de número 1846 da calle Tacuari, no bairro Constitución. Eram 16 horas da sexta-feira passada, dois dias depois da derrota da Argentina para o Paraguai. A vaga para a Copa ficou ameaçada. Maradona, depois da Cristina Kirchner, é a pessoa mais detestada no momento por boa parte dos argentinos.

Na conversa por telefone que havia mantido com dois sujeitos da redação, o Demian e o Carlos, na véspera, agendando a visita ao jornal, senti uma certa animosidade, muita desconfiança da parte deles. Fiquei pendurado ao telefone uns 10 minutos, um passando pro outro e outro passando para um terceiro. Fui insistente. Expliquei que seria apenas uma visita de cortesia para saber como funciona ‘o maior jornal esportivo das Américas’ (puxei o saco para ver se eles cediam).

Pensei em esclarecer que não era uma gozação sutil de um brasileiro depois da humilhação imposta pelo time do Dunga. Imaginei que eles poderiam estar pensando isso. Afinal, por que um jornalista brasileiro aparecia justo nesse momento de profunda desolação futebolística dos hermanos? Ele deve estar querendo ver de perto como estamos sofrendo, por que não fazemos agora aquelas manchetes debochando dos ‘macaquitos’? Será que é só coincidência esse brasileiro aparece agora? Pensei essas coisas diante da resistência e da má vontade dos ‘colegas’. Fosse o contrário, eles seriam recebidos com cordialidade na redação do CP, podem estar certos disso.

Aliás, foi o que enfatizei na portaria, guarnecida por dois seguranças que me olhavam como se eu fosse o Dunga. O sujeito da portaria se esforçava para não entender o que eu queria. Expliquei que eu estava sendo esperado. Insisti. Fui perdendo a paciência. Uma coisa que eu aprendi rapidamente em Buenos Aires, os argentinos não fazem a mínima questão de entender o que queremos. De um modo geral, claro.

O recepcionista, enfim, concordou em me deixar subir. Me deu um crachá de visitante e lá fui eu. Redação do Olé, segundo andar. Desci do elevador e deparei com uma porta de vidro. Estava escrito ‘Olé’. Tirei a máquina do bolso e saquei uma foto, rapidamente. Não sabia se poderia tirar fotos lá dentro. Afinal, estava entrando na toca do inimigo.

Falei com três pessoas antes que viesse alguém para me dar um pouco de atenção. Ocorre que o Demian e o Carlos, com quem havia combinado na véspera, estavam de folga (detalhe: os jornalistas argentinos trabalham cinco dias por semana, folgam dois). Eles não haviam avisado os colegas de minha visita.

Um dos editores do jornal, Juan Pablo Méndez, veio ao meu encontro. Expliquei quem eu era, exibi meu crachá do CP, que ele conferiu atentamente. Méndez cuida da editoria de internacional. Ele me explicou que recém havia terminado a reunião de pauta, realizada sala em que conversamos. Méndez tinha em mãos um rascunho do que seria a edição do dia seguinte, sábado, com os nomes dos responsáveis pelas páginas. Quem iria cobrir os jogos da rodada, etc.
- Alguma coisa sobre o futebol brasileiro -, perguntei. Ele disse que sairia algo sobre o De Federico, que estrearia no Corinthians. Perguntei pelo Guinazu e pelo D’Alessandro. Ficou surpreso quando eu disse que o D’Alessandro havia voltado a jogar e que estava muito bem. Os dois teriam chance na seleção argentina? Ele disse que não, talvez o D’Ale. Guinazu de jeito algum, frisou o argentino.
Percebi que ele estava louco pra me despachar. Conversamos sobre a cobertura dos jogos, a seleção argentina. Ele culpa o Maradona pelo fracasso do time. Até que cheguei ao que me interessava:

- Por que o Olé pega tanto no pé do Brasil, algumas vezes com baixaria, brincadeiras de mau gosto, agressivas, e poucas vezes apenas engraçadas?

Ele me olhou, respirou fundo e respondeu mansamente, mal disfarçando sua irritação e seu tédio com aquela conversa.

- É que o futebol brasileiro é o nosso maior adversário. É o nosso grande inimigo. Então, sempre que possível fazemos manchetes debochadas, mas sem maldade. Nós até admiramos o futebol brasileiro. Eu, por exemplo, gosto muito do Ronaldinho Gaúcho. Hoje, não tanto. Admiro o Kaká, o Adriano... Mas o Brasil é o nosso grande rival, não podemos esquecer isso.

Perguntei sobre a questão dos macaquitos, expressão usada pelo jornal em algumas ocasiões. Ele acordou, sentiu o golpe, e foi rápido na resposta, curto e grosso:

- Ah, isso foi em 1996 (não conferi), nas Olimpíadas. Haveria o jogo Argentina contra o Brasil na rodada seguinte e um colega deu a manchete “que venham os macacos”. Isso foi muito ruim. No outro dia, ele pediu desculpas, mas isso está superado.

Senti que ele queria terminar a conversa. Pedi para tirar uma foto da redação. Ele pediu para eu não sair da sala e esperar por seu retorno. Demorou uns minutos. Perguntou que tipo de foto. Eu respondi que seria uma foto geral. “Ah, então está bem”. Será que eu estava numa indústria bélica, onde se fabricam armamentos de última geração, que não poderiam ser fotografados? Seria eu um espião? Confesso que pensei isso. Mas senti que era apenas mais um sinal do quanto ele e o pessoal ali se sentiam incomodados com a minha presença.

Tirei duas fotos apenas. Ele nem disfarçava mais que queria me ver pelas costas. Perguntei quantas pessoas trabalhavam na redação. Mais de 40, e tem ainda os correspondentes. Boca Juniors e River Plate tem setores bem definidos, dois ‘currais’, quadriláteros com três ou quatro jornalistas, pelo que pude perceber. Ele cansou e foi direto ao ponto:

- Bem, eu preciso trabalhar agora.

Agradeci a atenção e virei-me para voltar pelo caminho de entrada.

- Não, pode sair por aqui -, disse, apontando uma porta próxima, e já se dirigindo para algum ponto qualquer da redação. Sai sem olhar para trás. Estou igual ao Dunga, olhando o Maradona e os argentinos pelo retrovisor.

domingo, 13 de setembro de 2009

Jonas: cada vez mais titular

Entro no taxi no aeroporto, recém chegado de Buenos Aires, onde entre um vinho e um chorizo e outro visitei a redação do jornal Olé, aquele que vive pegando no nosso pé.

O motorista está ligado na Guaíba. Levo um susto, está 2 a 0 para o Cruzeiro em pleno Beira-Rio. O repórter grita: “O Cruzeiro é um grande time, vice campeão da Libertadores”.

Dias atrás o time do Adilson lutava para se distanciar do rebaixamento, agora, mesmo jogando com quase só com reservas, estava alçado a ‘grande time’. Sim, vencia o Inter e ainda perdia gols, passou então a ser um grande time. Alguém até lembrou: “vice campeão da Libertadores”.

O fato é que não tem como justificar essa derrota. O Inter perdeu por 3 a 2 dentro de casa no momento em que poderia ocupar a liderança isolada do campeonato. O Cruzeiro, decididamente, não é um grande time. O Inter também não é tudo isso que é cantado e prosa e verso pela maioria da crônica esportiva. O Inter é, sem dúvida, forte candidato ao título, mas está longe de ser imbatível.

Depois de acompanhar o resto do jogo do Inter em casa, pela TV, assisto ao Grêmio nos Aflitos. Souza, que fora do Olímpico não joga absolutamente nada, abriu o placar, após cruzamento do ... Tcheco, aquele que o Autuori deixou no banco.

Depois, Jonas fez bela jogada e marcou 2 a 0. Jonas, goleador do campeonato. O futebol é mesmo cheio de surpresas. Agora, eu sempre apostei no Jonas. Sempre vi nele um jogador diferenciado, um atacante que não é parasita, pois também cria as jogadas de gol para si. Sempre acreditei que ele precisava de uma sequencia para ganhar moral e confiança. Está chegando lá.

Só não entendi por que Jonas creditou a vitória, a primeira do Grêmio fora de casa, ao técnico Paulo Autuori.

Na verdade, até entendi. Jonas descobriu que é preciso bajular o treinador. É por isso que, em boa parte das vezes, muitos correm para os braços do técnico quando marcam gol. Puxar-saco de técnico publicamente gera dividendos. Jonas parece ter descoberto o caminho para continuar titular, tendo a continuidade que nunca teve no Grêmio. Eparece mentira que ele ficou na reserva do Alex Mineiro nas decisões contra o Cruzeiro.

A vitória parecia tranqüila. Se bem que Autuori permitiu que o Náutico crescesse no jogo, sem tomar providência para evitar isso. Aí, Maxi Lopez tratou de complicar tudo. Já havia recebido um cartão amarelo imbecil no primeiro tempo. Levou o segundo, ainda mais imbecil. Foi expulso. Espero que seja punido no bolso. É onde eles sentem mais.

O Grêmio, que estava mais perto de perder a primeira em casa, acabou vencendo fora. Victor, mais uma vez foi decisivo. Ainda há muito o que ajustar na equipe. A escalação foi correta. Túlio, que anteriormente foi inventado na lateral direita, ficou onde deve estar: no banco. O jovem Bruno correspondeu, e merece continuar. Lúcio também fica bem no banco. Pelo menos até que justifique a titularidade. Carteiraço não.

Uma vaga na Libertadores está ao alcance. O jogo-chave será contra o Goiás, rival direto na briga pelo quarto lugar.

Em tempo

Minha visita à redação do Olé, o jornal cri-cri dos brasileiros, em breve aqui no boteco. Com fotos.

sábado, 12 de setembro de 2009

buenos aires

Invadi a redacao do jornal Olé, fiquei frente a frente com os nossos corneteiros. perguntei por que nos chamam de macaquitos, e por aì vai.
na volta eu conto e mostro fottos.
agora, fui mal recebido, com muita antipatia. Por que será?
Aliás, desconfio que os argentinos nao gostam muito da gente. O taxista mais simpatico que conheci é um uruguaio...
Já fui um dois shows de tango.
Aguardem

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Volver porque 20 anos não é nada

“Uno busca lleno de esperanzas
el camino que los sueños
prometieron a sus ansias.
Sabe que la lucha es cruel
y es mucha pero lucha y se desangra
por la fe que lo empecina...
Uno va arrastrándose entre espinas...”

Começo com a letra do tango Uno, de Mariano Mores e Henrique Discépolo, um dos mais bonitos e cuja letra sei de cor.

Alguém pode pensar que é uma gozação em cima do Maradona e/ou da seleção argentina, que no momento em que escrevo está levando 1 a 0 do Paraguai e ainda acabou de ter o veterano Verón expulso.

Quer dizer, Maradona está se ‘arrastando entre espinhos’. Acho que ele vai cair. A Argentina está indo para a repescagem.

Apesar das afrontas de Maradona ao Rei do Futebol, Pelé, eu o respeito por tudo o que fez no futebol. Foi um craque em campo, um peladeiro fora dele. Torço pelo Maradona desde que o conheci, ainda no Argentinos Jrs., numa tarde de muita chuva...

Bem, essa história já contei aqui.

Apesar também das brincadeiras do jornal Olé, algumas pesadas, de mau gosto, outras hilárias, inteligentes, torço também pela Argentina. Já torci pela Argentina até contra o Brasil. Gosto da Argentina, do tango, do seu povo, que tem um espírito de luta, de indignação, que admiro e invejo. Ah, as mulheres argentinas. Elegantes, belas...

Abri este texto com a letra de Uno porque amanhã, neste horário, estarei em Buenos Aires. Numa casa de tango, claro. Os desmandos de sucessivos governos abalaram a economia argentina. Talvez a cidade que deixei pela última vez há uns 20 anos esteja muito diferente, como a mulher que um dia amamos e reencontramos muito tempo depois. Mas, quando miramos no fundo de seus olhos, ainda encontramos a antiga beleza, a velha paixão, os encantos que um dia nos seduziu.

Imagino mesmo que irei encontrar uma Buenos Aires diferente, mas hei de redescobrir em cada rua, em cada café, em cada livraria, em cada canto, o antigo fascínio, e recuarei no tempo embalado por um tango entre um gole e outro de vinho tinto, encorpado e forte como minha saudade.

Afinal, como cantava e ainda canta Carlos Gardel (outra coisa que admiro nos argentinos, a preservação de seus ídolos), no inolvidável tango Volver, letra do paulista naturalizado argentino, Alfredo Le Pera: “...veinte años no es nada...”

VOLVER
yo adivino el parpadeode las luces que a lo lejosvan marcando mi retorno
son las mismas que alumbraroncon sus pálidos reflejos hondas horas de dolor
y aunque no quise el regreso
siempre se vuelve al primer amor
la vieja calle donde el eco dijo
tuya es su vida, tuyo es su querer,
bajo el burlón mirar de las estrellas
que con indiferenciahoy me ven volverVolver...con la frente marchita
las nieves del tiempo
platearon mi sien
sentir...que es un soplo la vida
que veinte años no es nada
que febril la mirada
errante en la sombra
te busca y te nombra
vivir...con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Tite segue mostrando como se faz

Quem assistiu a Inter 2 x 0 Avaí, com um mínimo de isenção, conhecimento de futebol e senso crítico, percebeu que ali estavam dois times organizados, é visível ‘a mão do técnico’.

O mesmo não se pode dizer do Grêmio, por exemplo. Até a chegada de Autuori, havia uma mecânica de jogo, uma proposta, uma filosofia, funções bem definidas. Hoje, o time do Grêmio é um sorvete ao sol, se desmanchando.

É lógico que o Autuori tem o direito, e o dever, de moldar a equipe dentro de suas convicções. O problema é que ele está mostrando que não tem convicção de nada, é tudo muito difuso, indefinido. Ele me parece perdido, desorientado, embora passe a impressão de serenidade, de alguém que sabe o que está fazendo.

Autuori, a meu ver, está mais perdido que cusco em procissão e cego em tiroteio.

O treinador que eu queria é o técnico Tite. Seria o sucessor do Mano Menezes. Aí, veio o Mancini e depois o Roth. Quando se erra na origem, tudo mais é resultante, consequencia.

Pois o Tite, apesar da desconfiança dos colorados, segue firme. O Inter contra o Avaí chegou a dar espetáculo, palavra usada pelo narrador da SportTV. Tocou a bola com rapidez e eficiência. Passes certos, muito diferente do Grêmio. Aí tem a mão do treinador.

O Avaí começou sua séria invicta contra o Grêmio, a perdeu contra o Inter.

O Inter fez 1 a 0 no primeiro tempo (Fabiano Eller, que o Grêmio desprezou, é o zagueiro arruma defesa). Índio foi expulso no final do primeiro tempo. No segundo, nem parecia que o Inter tinha um jogador a menos. Criou tantas situações de gol quanto o Avaí, do Silas, este sim um técnico de enorme potencial.

Magrão foi o nome do jogo. Além de proteger a defesa, apareceu duas vezes de surpresa na cara do Martini, que grande atuação. Na segunda, fez 2 a 0, num toque magistral do Kleber. O Inter ainda jogou uns dez minutos com dois a menos (Bolívar foi expulso).

O Inter, que começou o Brasileirão como forte candidato ao título, até mesmo favorito, hoje é sem dúvida o único clube que pode evitar que São Paulo ou Palmeiras sejam campeões, e que o título continue com o futebol paulista. Os três estão na briga. O resto é coadjuvante.

Já o Grêmio tem chance no G-4, se o funcionário público (tem estabilidade) parar de inventar e dar oportunidade a alguns jovens talentos da base, entre eles o próprio Douglas, mas nunca, nunca, na função de Tcheco, algo que ele, com seu currículo, já deveria saber, até mais do que nós todos.

Por fim, gostei da manifestação do presidente Duda Kroef, que admitiu após o jogo que o Grêmio havia escapado de derrota. É sinal de que ele está percebendo o que acontece e não deixa de ser uma crítica sutil ao trabalho do Vitalício, herança deixada pelo Sr. André Krieger, que largou o barco depois do que fez na Libertadores.

domingo, 6 de setembro de 2009

A torcida do Grêmio pipocou?

Não vi e não gostei. Ontem à noite, no retorno de Jaguarão, onde fui para comprar uns vinhos, liguei o rádio para saber como estava o jogo Grêmio x Vitória. Ruído forte, estridente, mal dava para ouvir a transmissão. Tentei as três emissoras, uma pior do que a outra. E isso foi até na região de São Lourenço do Sul. Mal deu pra ouvir que Douglas Costa estava no lugar de Tcheco. Levei um susto. Quase saí da estrada.

“O funcionário público enlouqueceu”, pensei. Logo em seguida, o narrador, nem sei quem era porque não consegui identificar a voz, anunciou que a torcida gritava o nome de Tcheco. É o que sempre digo: se é ruim com o Tcheco, pior sem ele.

E mais, quem que conheça minimamente futebol pode cogitar que Douglas Costa possa jogar na função de Tcheco? Quem? Só um embusteiro ou um inventor maluco. Ou alguém interessado em colocar o Douglinha na vitrine, o que é uma temeridade. Já escrevi aqui: o Douglinha quanto mais joga menos vale. Até ficou de fora da seleção sub-20 por conta disso. Ele deve jogar na função do Souza ou como segundo atacante. E só. Será que o treinador não vê isso? Peluamordedeus!

Depois, ouvi que o treinador estava satisfeito porque havia conseguido anular o lateral Apodi, que agora virou um Garrincha ou um Renato Portaluppi da lateral, mas que infelizmente faltou a jogada ofensiva por aquele setor. É assim que ele justificou Douglinha no time, no lugar do único jogador que pensa o jogo no time do Grêmio. ‘Péra aí, tão de brincadeira’, esbravejei, esmurrando o volante.

Ainda em meio a ruídos, que torcia para que fossem de vaias ao treinador, mas era mais por problema de sintonia das rádios mesmo, ouvi um grito de gol, que crescia e sumia. Gol do Vitória. É, o Grêmio está mais perto de perder em casa do que de vencer fora.

Mas aí o funcionário estável corrigiu suas, digamos, falhas (a palavra seria outra, mas este é um boteco família). O Grêmio melhorou, pelo que deduzi do que podia ouvir das narrações (saía de uma rádio para outra). Mas o time do Mancini meteu duas bolas na trave.

A acomodação que foi mandar Túlio para a direita não deu certo. Adilson afundou na lambança, pelo que ouvi e li na internet. Até Réver fraquejou. Quer dizer, o treinador está conseguindo desmanchar o time, a cada jogo é uma surpresa. Ah, ele quer ajustar o time de acordo com o adversário.

Aí me lembro do mestre Ênio Andrade, que também aprontava de vez em quando, mas com muito mais acertos. Futebol é repetição, ensinava ele. Defina o time e insista com ele, evite improvisações ao máximo, crie uma estrutura e trabalhe em cima dela. Ênio foi campeão brasileiro em 1981 vencendo o São Paulo, que era uma seleção brasileira, com um 4-3-3, em pleno Morumbi. Na época, eu achava até que ele deveria fechar mais o time, tirando o ponta Odair. Mas ele manteve o time que vinha jogando. Foi campeão.

Depois de muito sofrimento, o gol de Jonas, que dessa vez não foi substituído. É um dos goleadores do campeonato. Jogada de quem? Tcheco, claro.

No final, parece que ocorreram algumas vaias, ou era o chiado do rádio, não sei. Tenho certeza absoluta que fosse outro o treinador, alguém sem tamanho currículo, as vaias seria estrondosas, acompanhadas de gritos: 'burro, burro'.

A torcida do Grêmio pipocou?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Vanusa e o choque dos iguais

A maldade humana não tem limites. A cantora Vanusa tem sido motivo de chacota na internet e também em programas de TV porque cantou o hino nacional de forma errada, trocando palavras, durante uma cerimônia. Vanusa, que no começo da carreira fazia rir participando do grupo dos Trapalhões, ao lado de Renato Aragão, fez muita gente rir com essa cena triste, digna de pena, porque ali estava uma pessoa doente, expondo, involuntariamente, seu mal de forma pública.

Dito isso, vamos a outro drama: o time do Grêmio. Neste sábado, enfrenta o Vitória. O ponto em comum: os dois times são treinados por jogadores que não fazem o perfil do Grêmio. Mancini, que não tinha contrato vitalício nem grande prestígio, dançou rapidamente. Houve quem lamentasse. Autuori segue a mesma linha, é um técnico sem vibração, menos ainda que o Mancini. A seu favor, porém, títulos importantes e um contrato de pai para filho.

Autuori tem estabilidade, é como um funcionário público. Só que ao contrário da imensa maioria dos servidores públicos é extremamente bem remunerado. Bom pra ele. Ruim para o clube. Mas clube rico é assim, pode dar-se a esse luxo.

Já escrevi aqui e repito: o Grêmio está mais perto de perder em casa do que vencer fora.

Contra essa profecia, que está longe de ser desejo, está a presença de Fabio Rochimback. Levou muita fé nesse jogador, que no início da carreira tinha um estilo semelhante ao de Lucas. Vamos conferir como está hoje. De qualquer modo, é um acréscimo de qualidade no setor vital de qualquer equipe. Parabéns, portanto, à direção gremista.

Na Argentina, Dunga tem o desafio de superar Maradona. Em 90, Maradona deixou Dunga quase sentado e fez a jogada que eliminou o Brasil da Copa. Hoje, Dunga se firma como técnico, enquanto Maradona tenta avançar na carreira, num esforço para vencer a luta contra as drogas. Li a escalação da Argentina. Tem jogadores que não conheço, mas desconfio que não sejam grande coisa. Faltam titulares importantes. Acho que o Brasil sai de Rosario ao menos com um empate, o que será um bom resultado para os dois, até mesmo para a Argentina, que está em quarto lugar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A diferença

Quando vi D’alessandro em campo, após o intervalo, ficou claro para mim a diferença de qualidade entre o grupo colorado e o gremista.

O Inter havia levado um sufoco do time misto do Atlético, em pleno Beira-Rio. Se os mineiros tivessem vencido por 2 a 0 não seria injustiça. Injustiça foi ter ficado no empate.

Fosse o Grêmio nessa situação, seu maior reforço para virar a situação seria a torcida, que realmente consegue empurrar e sacudir a equipe.

Autuori olharia para o banco e teria como opções o Makelelê, talvez o Maílson, quem sabe o Joílson. Improvisaria Lúcio na meia?

Eis a diferença. Tite contava com D’Alessandro. E o argentino fez a diferença. Toda a diferença. Mudou o jogo. Em sete minutos o Inter já vencia por 2 a 0, o segundo do d’Alessandro após um chute torto do Kleber. Quando a fase é boa, chute na orelha da bola resulta em gol...

Seria, então, Autuori vítima da falta de jogadores? Não. Existem alguns talentos na base que ele já poderia ter escalado em vez de insistir com jogadores que decididamente não merecem vestir a camisa de uma equipe de ponta.

O fato é que o Inter, com a afirmação de Giuliano e o crescimento de Kleber, o surgimento de Edu, e por ai vai, está reconfirmando seu favoritismo ao título. Hoje, na disputa, só o Palmeiras, que acabou de perder seu melhor volante, Pierre, por lesão.

Quando a sorte ajuda...

Mas não dizem que a sorte ajuda os bons?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Futebol: dúvidas e suspeições

A coisa está posta assim: nós não sabemos mais se um jogador entra no time, é contratado ou convocado para alguma seleção apenas por suas qualidades técnicas.

No início dos tempos era mais fácil. Era tudo muito claro. O jogador precisava apenas de suas qualidades individuais, como talento, perseverança, determinação, etc. E uma boa dose de sorte, claro.

Não existiam as forças estranhas, as sombras atuando nos bastidores. No máximo, um padrinho para conseguir um teste. E ficava por aí.

Assim, quando o jogador era escalado, não havia qualquer suspeita sobre a decisão do treinador.
Hoje, a gente é assombrado por dúvidas, suspeitas, de que o treinador escalou ou indicou determinado atleta porque tem outro interesse.

Talvez seja amigo do empresário ou do procurador do atleta. Talvez seja porque o dirigente insistiu muito por mais adiante terá algum tipo de recompensa. Pode ser apenas porque o clube quer projetar o atleta a fim de negociá-lo, sem que ninguém receba uns trocados por isso. Mas apenas para beneficiar o clube, como quero acreditar. Nunca para favorecer o investidor, o procurador, o empresário.

Nós não sabemos exatamente se um jogador jovem foi alçado ao time profissional apenas por seus méritos, passando por cima de outros do mesmo nível, mas que são ligados (pertencem) a esse ou aquele investidor, procurador ou empresário, gente não tão afinada com a direção ou com o treinador.

Por vezes, um técnico insiste demais com um determinado jogador, contrariando o senso comum. Por que não escala o outro, por que só esse joga e a gente vê que ele não dá boa resposta? A questão é técnica simplesmente, ou comercial?

Outras vezes, o treinador pode não dar chance para um garoto porque ele é de outro empresário, não daquele que é seu parceiro. Será mesmo que isso acontece, ou eu que sou muito paranóico?

E juiz engavetado? Depois que o Edilson foi absolvido cheguei à conclusão de que, na verdade, o futebol é como PT até 2003: um ninho de anjos.

No ano passado, o atacante Finazzi acusou o técnico Mano Menezes de privilegiar no time do Corinthians apenas os jogadores do empresário Carlos Leite, que também representa o técnico. Volta e meia surge esse tipo de coisa. Tudo indica que é uma calúnia, coisa de jogador despeitado. Mas quem garante que é uma coisa ou outra?

Esse tipo de denúncia só reforça suspeições sombrias.

Lembro de uma do Mabília, que num jogo no Olímpico disse, em emissoras de rádio, que não tinha retornado ao Grêmio porque um dirigente gremista da época havia pedido que ele desse um recibo com um valor acima do que ele realmente ganharia a título de luvas. É mais ou menos isso. E deu nomes aos bois.

E quando um técnico convoca a Seleção Brasileira? Existe alguma coisa por trás?

Um pequeno empresario do interior, ingressando agora no mercado, descobriu o Saimon, junior do Gremio. Ele viu que o caminho para quem começa nesse ramo é espinhoso. Procurou um empresario grandao. Transferiu os direitos para o poderoso, recebeu alguns trocados e ficou com um percentual para o futuro. Assinado o contrato, o grandao telefonou na hora para alguem dizendo simplesmente:

- Pode convocar o Saimon.

O Saimon foi convocado. Teria o tal empresario grandao informação privilegiada e apenas fez um grau na frente do empresário pequeno – não telefonou para ninguém. Ou realmente ele deu o sinal verde para Saimon, agora seu jogador, ser convocado?

Quer dizer, a coisa esta tao feia que tem gente suspeitando que Fernandão forçou sua expulsão. Claro que não foi isso, mas há quem suspeite, e tudo por causa dessa serie de falcatruas que ocorrem no futebol e em toda a sociedade.

Dúvidas e suspeições. O futebol hoje infelizmente está assim.