quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Maradona, Dunga, Autuori e Mário Sérgio

Alguém aí contrataria Maradona para treinar Grêmio ou Inter? Não, eu imagino. A não ser alguém que priorizasse o marketing, a repercussão que isso teria. Em campo, os resultados provavelmente seriam pífios (esta palavrinha está na moda aqui no RS).

E o Dunga? Hummmm.

Uma coisa é treinar a Seleção Brasileira, onde abundam (sem nenhuma outra intenção) os jogadores de talento, outra é treinar uma equipe de clube.

Em princípio, não seria contra o Dunga no Olímpico. Ele sabe administrar egos, o que é uma das principais qualidades de um técnico vitorioso. Caso contrário, não sobreviveria tanto na Seleção. Mas acho que ainda falta mostrar mais conhecimento tático, estratégico.

Agora, com certeza não contrataria um Paulo Autuori. Li numa coluna de jornal hoje que existe preconceito contra Autuori. Se conhecer o trabalho de um técnico vencedor ou não, e não gostar de seu estilo é preconceito, então eu me enquadro, porque nunca gostei do estilo do Autuori. O seu distanciamento, a sua frieza, beirando à indiferença sobre o que acontece em campo.

A frase dele (‘Se é o Paulo que incomoda, então tire-se o Paulo’) mostra essa indiferença, quase apatia, um tanto-faz-tanto-fez que incomoda, principalmente vinda de um profissional renomado e com alta remuneração.

Eu gosto de técnico que joga com o time, com vibração, com energia. Não precisa gritar, xingar, apenas mostrar que está ali, presente, preocupado, atuante.

Mas é claro que precisa ser competente. No perfil acima existem muitos que se encaixam, mas poucos são realmente capazes. Exemplos de vencedores: Felipão e Muricy. Depois vem um segundo pelotão, com Mano, Adilson, Luxemburgo (sim, ele caiu muito depois que perdeu o foco profissional).

Então, muito antes de o Grêmio sonhar com Autuori, eu já tinha restrições a ele. E manifestei isso aqui no boteco entre um chopp e outro. É claro que ele poderia vir aqui e mostrar tantas outras qualidades que o seu estilo pacato ficaria em segundo plano. Mas não é isso que está acontecendo depois de cinco meses de trabalho.

E o Mário Sérgio? É um técnico dentro do estilo que me agrada, mas não tem conseguido bons resultados em sua carreira. Ele até conseguiu fazer alguns trabalhos bons, mas nenhum duradouro. É possível que ele desminta sua trajetória e consiga mostrar no Inter que pode entrar na galeria dos técnicos vitoriosos.

Particularmente, acho difícil.

Autuori e Mário Sérgio são o que são, com suas qualidades e seus defeitos. Às vezes acertam, às vezes erram. Para ser um vencedor é preciso somar mais acertos, e isso vale tanto para o “futebol como para a vida”, como diria o filósofo do Olímpico.

EM TEMPO

Gostei da classificação dos argentinos. Pena que o Uruguai também não entrou direto na Copa do Mundo.

Um comentário:

  1. Bérgson quase indo. Róger galisteu secco querendo voltar. Conhecendo os três patetas, acho que ele volta na virada do ano.

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