sábado, 1 de maio de 2010

Os crimes no futebol e a volta de Manguita

O que mais tem no futebol é crime.

Crime é a palavra mais adequada quando o favorito perde de maneira absurda, absolutamente surpreendente.

O Gre-Nal do último domingo não pode ser definido como um crime, talvez uma zebra. Afinal, o jogo era no Beira-Rio, 90 por cento da torcida era de colorados. O Inter vinha de uma atuação convincente e segura. Era o favorito.

O Grêmio neste domingo é o favorito. Inverteu a situação. Tem tudo para conquistar o título do campeonato.

Se não for campeão, será um crime.

As condições agora são favoráveis ao Grêmio. No clássico dos 2 a 0, os dois times foram com seus titulares, exceto um ou dois desfalques.

O que se vislumbra hoje que o Inter não terá sua força máxima. Não terá uns três ou quatro titulares. Pensa no jogo contra o Banfield.

Além disso, o Grêmio pode perder até por 1 a 0 que garante o título. É muita vantagem. Se deixar escapar o título em sua casa, será mais do que zebra, será mesmo um crime.

O que me remete para outros jogos cujos resultados podem ser definidos como crime. O Inter bater o Barcelona, ainda mais com gol de Gabiru, foi um crime. Um retumbante crime que resultou o título mundial.

Não resta dúvida que o título foi justo e tem grande peso por ter sido obtido em cima do então melhor time de futebol do planeta.

Foi um senhor crime.

Eu comecei minha vida ‘artística’, digamos assim, assistindo a um crime horroroso: a vitória do Inter por 2 a 1 sobre o Grêmio, em 17 de dezembro de 1978. Foi em pleno Olímpico. Inter campeão gaúcho com um técnico interino, Cláudio Duarte, e o tricolor treinado por Telê Santana.

Digo que foi horroroso porque eu estava lá como repórter da Folha da Tarde, era minha primeira decisão. Recém havia ingressado no jornal. E ainda tinha um sentimento gremista muito forte, porque meses antes eu era torcedor de arquibancada.

Não daqueles ufanistas, mas sim um torcedor crítico, na verdade um chato de galocha, já cheio de teses e convicções inabaláveis sobre o futebol e quase todas as coisas.

Então, foi um golpe. Se alguém tiver a Placar publicada logo em seguida me verá ao redor da taça junto de jogadores e dirigentes colorados. Verá que eu apareço com um olhar sofrido e perplexo, como se perguntasse: “O que eu estou fazendo aqui no meio dos vermelhos?’.

Aquele título estava nas mãos do Grêmio. Se bem me lembro, o Inter tinha problemas de escalação. Beliato, que havia sido dispensado durante a semana do jogo, foi recolhido no aeroporto quando se preparava para viajar. Pode-se dizer que ele saiu do aeroporto direto para o vestiário no Olímpico.

Claudião conseguiu mobilizar o grupo e contou com o apoio de Valdomiro e outros líderes. Todos queriam ajudar Cláudio Duarte, que havia abandonado a carreira de jogador naquela temporada por causa de uma lesão. Havia, então, um acentuado sentimento de solidariedade ao técnico. E isso se refletiu na partida, vencida pelo Inter por 2 a 1.

Como disse, um crime. Fiquei tão abalado, traumatizado, que até hoje fico sempre na expectativa de um novo crime.

SAIDEIRA

Manga desembarcou neste sábado. Chegou com uma camisa vermelha. Ele conhece a aldeia. Conheci o Manga no Inter, em 1976, como estagiário. Era uma figura de aspecto sombrio, mas simpático, que não se incomodava de conversar com um jovem repórter depois dos treinos, à beira do campo. Muitas vezes fiquei atrás da goleira enquanto ele treinava, e treinava forte. Um profissional aplicado, com vida complicada.

Gostava muito de jogar em cassino, hábito que adquiriu em Montevidéu. Perdeu muito dinheiro. Vivia ‘mordendo’ os dirigentes, principalmente o grande Frederico Balvê, que cansou de tirar dinheiro do próprio bolso para ajudar o Manguita Fenômeno, como o próprio costumava se chamar.

Gostei dessa atitude da direção colorada. Os velhos ídolos do passado não podem ser desprezados. Ao contrário, devem ser valorizados, reverenciados.

6 comentários:

  1. Grande Ilgo. Há esses tempos li que você veio pro Oeste de SC nas férias. Morei lá durante boa parte da minha vida. É praticamente um RS aquilo lá rsrsrs.

    A dupla podia dar uma atenção melhor pra essa área. Não teriam nada a perder. A dupla é praticamente 90% dos torcedores daquela região.

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  2. AAHAHA, que vontade de trabalhar na ZH, atéusando codinome do chefete gremista do esporte ZH, heehhe.
    Alguém falou em mesnalão, mas esqueceu de dizer se era o PIRMEIRO o MM, mensalão mineiro, heheheheh
    Bah, "crime em 78", barbaridade. Ganharam "um mixuruca dum Gre-Nal", entre trocentos Gre-Nais que teve aquele ano. Ou perdiam ou, no máximo,emaptavam no finalzinho depois de estarem perdendo (quase sempre com frangos do Gasperin em chutes do Eder).
    AOnde estavas 3 dias ante,s quando oInter abriu 2 a 0 com Golaços do falecido Adilson e o Canedo arrumou um pênalti p vocês?
    Empataram e cavaram a expulsão do André Luis, q estava muito bem de zagueiro (anos mais tarde ele, improvisado na lateral-esquerda LIQUIDOU com o PORTALUPPI, hahahha).
    Aí, no Gre-Nal extra, saíram perdendo, DE NOVO, empataram em gol de xeripa em cobrança de escanteio e perderam mais um pelos pés do Velho Valdô, hahaha.
    Obrigado Corbo, heehheh.
    E a capa da Placar, amarela, trazia fotos de Batista e Tarciso e dizia : Inter, Campeão. HEHEHE

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  3. Se o Kléber Pereira jogar, serão 5 gols em dois jogos, ocmo o Geraldão, em 2 Gre-Nais em 1982.
    3x1 domingo, 2X0 na quinta, ehehhee.
    Mas pode ser ao ocntrário, também, 2X0 domingo e 3X1 na quinta, que no pênaltis, Abondanzieri garante.
    HAHAHA

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  4. Consumidor que reclama só p ganahr recompensa, como foi dito no post anteiror, sobre algum consumidor, é egoísta, pq deixa as demais pessoas e potenciais consumidores, sem saber da verdade.
    Consumidor que DENUNCIA e exige respeito, e faz isso de maneira q imprensa saiba, colcoa a empresa que errou, na obriga de melhorar seus serviços.
    É simples assim, mas é verdade que aqueles que são fãs do CAPITALISMO VORAZ, SELVAGEM E DAS FORDS DA VIDA (Q FAZEM BEICINHO SE NÃO FOREM PAGAS PRA GERAR EMPREGO), BOM, ESSES SÃO SEMPRE CONTRA OCONSUMIDOR POBRE, CLARO E A FAVOR DAS EMPRESAS.

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  5. É, mas "eu" defendi aquele pênalti cobrado pelo Éder, aos 11 minutos do primeiro tempo, no primeiro Gre-Nal do hexagonal final.
    Aí a partida terminou 0x0, senão o Grêmio abriria 3 pontos na frente e vitória valia apenas 2, lembremos.
    P.S. É verdade que depois, no Brasileirão de 80, voltei a levar gols do Éder de qualque rlugar que ele chutasse, mandando pro espaço a conquista do Brasileirão.

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  6. Eder foi um dos maiores cobradores de falta deste país, um dos chutes mais potentes, aih o cara quer jogar pedra no Gasperin, que foi apenas um dos inumeros goleiros que sofreram com eder.
    é como acusar um goleiro de levar gol de falta do valdomiro, outro excente chutador.
    menos rancor e mais respeito aos grandes jogadores do passado, em especial os que ja foram para o andar de cima.

    ah, Élvio, pelas tuas memorias, tu também já não cozinha na primeira fervura. eheheheheheheheh

    ah, o estive com o chicão no bar do beto, ontem. ele te mandou um abraço e perguntou se não sobrou um chocolatinho da Lugano pra ele, pode ser com rotulo do inter que ele diz que traça igual. até com mais gosto. ehehehehehehe

    David, eu tenho parentes em Saudades, no oeste catarinense. aliás vou pra lá no começo de junho.

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