segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Arena e o 'sentimentalismo' do Dom Quixote

Um grupo de gremistas, entre eles o eterno presidente Hélio Dourado, segue preocupado com o contrato firmado entre o Grêmio e a OAS para construção da Arena.

Ninguém é exatamente contra a Arena (na verdade, eu ainda acho que seria melhor remodelar o Olímpico, mas isso não me faz um inimigo da Arena), mas com a forma como o negócio foi alinhavado, no qual a construtora parece sair com larga vantagem.

O que o Movimento Grêmio Acima de Tudo quer é o melhor para o Grêmio, não para a OAS. No máximo, que a coisa fique equilibrada. Ou seja, foi bom pra você, também?

O grupo entregou ao presidente Duda Kroeff um documento contestando pontos do contrato, como a questão dos direitos dos sócios, que na Arena terão de pagar ingresso. Ou o Grêmio terá de pagar à OAS, que ficará com direito a todos os ingressos para comercializar livremente.

Quer dizer, o clube terá de comprar ingressos (parcial ou integralmente) para os seus sócios entrarem no estádio que só será seu daqui a 20 anos.

Quantos de nós que debatemos esse assunto estarão aqui para ver o Grêmio de novo dono de um estádio?

O presidente Hélio Dourado, que há muito tempo não é mais criança, com certeza não pensa em si mesmo quando questiona o contrato.

Hélio Dourado pensa no Grêmio. Ele quer o melhor para o Grêmio. Não para a OAS.

(Dourado é um Dom Quixote. Foi com esse espírito que ele ergueu o Olímpico Monumental.)

Se há furos no contrato, que sejam debatidos, questionados, rediscutidos com a empresa.

O que não pode, o que não é aceitável, nem tolerável, é que o presidente do clube, o homem que deveria comandar todo esse processo, ao tomar conhecimento do documento e das dúvidas ali postas, se limite a reduzir todo esse debate a uma palavra que até agora ecoa nos meus ouvidos.

- Sentimentalismo.

Foi o que o presidente Duda, pelo qual tenho o maior apreço, disse hoje numa emissora de rádio, não lembro qual. Para ele, a ação comandada pelo maior de todos os presidentes do Grêmio, o que está presente em todos os momentos, como este agora, que simplesmente está definindo o tamanho do clube no futuro, é uma questão de 'sentimentalismo'.

Mesmo que seja - e não duvido que possa ser um pouco, e ele tem direito -, o mínimo que o presidente do clube teria de fazer neste momento é ele mesmo se debruçar sobre o contrato, analisar todos os pontos, e verificar se as críticas apresentadas têm fundamento e o que ainda poder ser feito para buscar o melhor para o Grêmio.

É isso que eu esperava do filho do patrono do Grêmio, com quem tive a honra de conviver um pouco na condição de setorista do clube no final dos anos 70 início dos 80.

O que faria o patrono Fernando Kroeff na situação em que está colocado seu filho?

Sem sentimentalismo, mas com saudosismo.

Sim, saudosismo. Sinto saudade dos grandes comandantes que o Grêmio há muito tempo deixou de ter.

Cheguei a imaginar que o Duda poderia recuperar essa tradição.

Bem, ainda acredito nele.

QUESTÃO DE ORDEM

Sei que o Adalberto Preis, presidente de uma empresa que não existe, a Grêmio Empreendimentos, anda negociando alguma coisa, e até já conseguiu uma grande vitória, ampliar a área que será do Grêmio daqui a 20 anos. Ficou equivalente à área do Olímpico.
Quer dizer, negociando pode-se melhorar esse contrato, principalmente se esse questionamento público continuar, o que contribui para pressionar a empresa.


AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ

Vágner Mancini assinou com o Vasco, que contratou (ou está contratando) Rafael Carioca, que foi dispensado por Mancini no Grêmio.

5 comentários:

  1. Alguém lembra? Kerlon Foquinha (Inter de Milão) badalado pela imprensa quando na base do Cruzeiro sumiu nos profissionais e foi buscar novos horizontes; Lenny (Palmeiras) rápido e diblador decidia as partidas cria de Xerém não consegue se firmar; Abuda (Brasiliense) uma fábrica de gols no Corinthians não conseguiu até o momento firmar em nenhum clube; Lulinha (Estoril) promessa corintiana que não conseguiu se afirmar; Harison (Guarani) uma das maiores esperanças do SP e seu reserva era o Kaká. Rodou pelo mundo e não conseguiu nos profissionais o mesmo espaço.

    ResponderExcluir
  2. Quando eu falo sou falador... Está na página 61 da ZH. Olho vivo- O jogo entre Grêmio e Avaí foi acompanhado por cerca de três dezenas (30) de observadores estrangeiros. Precisa falar mais? KKKK Terá algum jogo sido acompanhado por olheiro do Grêmio? Não estaremos olhando muito a horta dos visinhos e desvalorizando a nossa? Uns 95% do material divulgado pela imprensa é sobre SP e RJ.

    ResponderExcluir
  3. Eu sempre ouço falarem mal da base do Grêmio. Não tive nem coragem de ver um jogo nesse brasileiro sub-20. Na última copa que passou, eu vi um jogo apenas.

    ResponderExcluir
  4. Esse Duda não vale nada. Ele nunca me enganou. Sempre tive um sentimento muito ruim a respeito dele, principalmente vendo e ouvindo suas entrevistas.

    ResponderExcluir