terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O torcedor e os argentinos

Movido por sua paixão – e a paixão cega –, o torcedor costuma acreditar que os jogadores mais aplicados em campo ou aqueles que beijam o distintivo na hora do gol correndo em direção à massa, mas sempre de olho numa câmara de TV ou de uma lente de fotógrafo, o fazem porque amam o clube.

Com isso, é criado um laço muito firme e sólido entre o torcedor e o atleta.

Maxi Lopez e Guiñazu, cada um a seu modo, se encaixam nessa situação. Os dois argentinos – quer dizer, por que motivo esses estrangeiros teriam amor por clubes que conheceram há tão pouco tempo e que nem fazem parte de sua trajetória da infância à fase adulta? - conseguiram criar rapidamente uma identificação com os clubes e suas torcidas.

Além da origem argentina, os dois têm em comum a valentia, a entrega, a dedicação. São suas características. Jogam assim pelo Grêmio, pelo Inter, pelo Cerro Portenho, pela Lazio, não importa. Não tem nada de amor ao clube. Eles só precisam ser bem pagos.

Se eles se movem por dinheiro – e não há nada de mal nisso, são profissionais -, o torcedor é movido pela paixão. E, como em qualquer esporte, busca ídolos, busca jogadores que se identifiquem com essa paixão. Maxi Lopez e Guinazu conseguiram isso rapidamente.

O segundo chegou a ganhar um bonequinho. Maxi seguiria pelo mesmo caminho. Mas agora ele está indo embora. O centroavante ‘gremista’ ficou fascinado pela chance de voltar ao futebol europeu. Vai correr e se doar pela Lazio. Bem remunerado, claro. Os gremistas vão logo, logo encontrar outro jogador para representá-lo em campo.

Guiñazu, por falta de proposta, foi atrás de uma. Ele assinou documento permitindo que um empresário iniciasse uma negociação com o São Paulo. E o tal amor ao clube?
O brioso volante, um jogador que qualquer gremista gostaria de ter no seu time, estava (está) interessado em sair. Foi esperto.

Se o SP topasse, faria uma proposta a ele e ao Inter. Se o negócio não saísse, como não saiu, Guinazu poderia ser compensado com um reajuste salarial. E talvez isso ainda aconteça. Ele fica no Inter, seu atual clube do coração, provavelmente com um reforço no contracheque.

Assim, continuará jogando com muito ‘amor’, vibrando e beijando a camisa vermelha.

Agora, acredito que as vendas do bonequinho Guinazu devam cair, ao menos por enquanto.

Um comentário:

  1. Desejo que, em 2010, o filho do Guiñazu se decepcione tanto com ele, como o meu se decepcionou; e, como sócio colorado, ficaria muito p. da cara se a nossa Direção concordasse com a sua transferência, mesmo que precise deixá-lo treinando em separado, até o final, como fez com o Gil.

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